“E depois ela explicou c-como os bilhetes estavam confirmados, e-e eles estão atrás dos meus p-pais!” a Avery chorou, mal conseguindo apanhar a sua respiração. Estávamos todos menos o Louis que estava nas traseiras do autocarro, porque se tinha voluntariado para vigiar a Aimee.
Eu fiz festinhas nas suas costas, tentando confortá-la, mas honestamente eu não sabia o que nós iríamos fazer. Parecia que eles estavam sempre próximos de nós, e desta vez eles não sabiam que nós estávamos aqui. Nós não os podíamos deixar descobrir que cá estávamos.
“Nós vamos a caminho da casa dos teus pais, Avery. Okay?” o Sam disse, uma ruga de preocupação marcada na sua testa. Ele não o iria admitir, mas eu podia ver o nervosismo a crescer dentro dele. “Eu vou chamar a polícia exatamente quando nós conseguirmos ter todos a salvo. É importante que todos trabalhemos juntos, está bem?”
Eu assenti, mas a Avery estava congelada. Eu podia dizer que ela só queria ter a certeza de que todos estavam bem. Eu enrolei os meus braços em volta da sua cintura e puxei-a para o meu colo, segurando-a firmemente. O seu queixo tremer e ela começou a chorar novamente.
“Peço desculpa.” Ela desculpou-se ao Sam, obviamente embaraçada.
“Quanto tempo falta para chegarmos a casa deles?” o Harry perguntou, apertando os seus pulsos. Eu sabia que ele estava absolutamente passado com o Jake e a Kate, e quem sabe o que ele faria se colocasse as suas mãos neles.
“Quinze minutos.” O Sam disse. “E nós vamos buscar os teus pais e partir, sem parar. Não existe necessidade de nos preocuparmos – o voo é em três horas e eles não vão lá estar pelo menos antes das nove, esta noite. Isso dá-nos cinco horas de distância deles. E eu já tenho tudo planeado.”
“Obrigada.” O Liam sorriu. “Não te preocupes, Avery, nós não vamos deixar ninguém apanhar-te ou apanhar os teus pais. Ou qualquer um de nós, também. Ou especialmente a Aimee.” Ele continuou a adicionar coisas à lista. Eu podia sentir, junto de mim, a Avery a ficar mais calma.
“Eu preciso de lhe dizer o que se está a passar.” Ela disse. “Ela precisa ao menos de saber que isto é uma situação séria.” Eu assenti, concordando com a Avery. Eu só não queria assustar a Aimee.
“Okay.” O Sam concordou. “Para vossa segurança, que tal se nós simplesmente ficarmos aqui juntos? Ou talvez vocês podem ir para as vossas camas e tentarem acalmar-se.” Eu podia dizer que ele estava a tentar a sério o seu melhor para nos deixar confortáveis.
“Eu penso que todos devemos tentar descansar.” A Darcy falou.
“E a Aimee precisa de uma sesta.” A Avery lembrou-se. Ela fungou alto e corou, embaraçada novamente. Eu ri-me baixinho e dei-lhe um olhar tranquilizante enquanto todos se dispersavam da nossa reunião, indo em direções diferentes.
Caminhando pelo corredor dos compartimentos, eu vi o Louis entregar a Aimee à Avery. A Aimee não parecia tão energética como antes, e os seus olhos diziam que ela estava extremamente sonolenta. Eu abri a cortina e todos entrámos no nosso compartimento.
“É hora da sesta, Aims.” A Avery disse. Desta vez, em vez de se queixar, a pequena e cansada Aimee foi toda contente para debaixo das mantas e aconchegou-se. Eu fechei a janela e fui para o lado delas as duas, fechando a cortina para termos privacidade.
“Ouve, bebé.” A Avery disse para a Aimee, que estava a carrancar aos vermelhões no lugar dos lindos olhos da sua mãe. “Agora não vamos precisar que tu sejas uma menina muito boa, okay?”
“Porquê?” a Aimee perguntou.
“Porque umas coisas sérias se estão a passar agora.” A Avery fungou. “E nós precisamos de ficar a salvo, por isso nós precisamos de estar bem e calmos, não tolos ou mal dispostos. Tu percebes-me?”
“Okay.” A Aimee assentiu. “Estão homens maus atrás de nós?” eu podia vê-la a ficar assustada, por isso decidi intervir.
“Não te preocupes com isso, okay? Vamos só ter a nossa sesta.” Eu disse. A Avery sorriu para mim e disse labialmente obrigada. Eu sabia que ela por vezes tinha problemas a ser mãe, e era o meu trabalho estar lá e ajudá-la de tempos em tempos.
“Onde está o Timmy?” a Aimee perguntou, procurando a sua tartaruga de peluche. Eu encontrei-o debaixo da minha almofada e coloquei-o junto da Aimee, que sorriu preguiçosamente e se deitou para descansar. Eu sabia que não iria levar muito tempo para ela adormecer.
“Estás bem?” eu perguntei à Avery, segurando-a junto do meu peito nú. Ela assentiu, mas eu conseguia sentir o seu coração a bater depressa. Eu sabia que ela estava abalada, especialmente agora que os seus pais foram arrastados para isto. “Posso perguntar-te uma coisa?”
“Uh-huh.” Os olhos brilhantes da Avery levantaram-se para encontrar os meus, e eu não consegui evitar e roubei-lhe um beijo rápido, o que a fez sorrir.
“Eu pensava que tu odiavas a tua mãe e pai... porque os queres tanto ver, agora?” eu estava genuinamente curioso.
“A minha mãe explicou-me pelo telemóvel que foi a sua assistente, Claire, que enviou aquele email. Ela disse-me que nunca foi suposto ela ser má e que até despediu a rapariga. E eu acho, que depois de ouvir o que ela fez por mim, e ouvir as suas vozes...”
“Tu tens saudades deles.” Eu sorri. “Eu estou contente por ti, mas não sob estas circunstâncias.”
“Achas que nós vamos ficar bem?” a Ave perguntou. “Eu odeio colocar a minha família em perigo... deixa-me doente saber que alguém vem atrás deles. Eu nem sequer quero saber o que poderia ter acontecido.” Ela tremeu, e eu aproximei-a mais de mim.
“Shh.” Eu calei-a. “Isso nunca vai acontecer. Eu não vou deixar.”
“Tu sabes, eu nunca te agradeci.” A Avery disse. “Se tu não tivesses dito ao condutor para vir para Nevada, os meus pais provavelmente seriam mortos.” Ela moveu-se na pequena cama, para que se pudesse sentar. Eu lambi os meus lábios, os meus olhos colados nos seus, mas eu lembrei-me que a Aimee estava ali ao nosso lado.
“Sem APD* agora.” eu ri-me, os meus olhos passaram pela pequena bebé ao meu lado e a Avery assentiu, olhando para o infinito. Eu podia que ela estava a ficar preocupada outra vez, por isso, para a distrair, eu peguei nos seus lados e comecei a fazer-lhe cócegas, fazendo-a guinchar.
“Pára!” ele sussurrou, rindo-se silenciosamente.
“Não enquanto não te parares de preocupar.” Eu avisei. Ela elevou as suas mãos em derrota e eu biquei a sua bochecha.
“Vamos deixar a Aimee dormir.” A Avery disse, levantando-se e pegando na minha mão, puxando-me para o corredor com ela. Ela estava completamente deslumbrante e foi preciso eu controlar-me todo para não a beijar até ambos estarmos sem fôlego, mas eu sabia que ninguém nos iria querer ouvir a curtir no corredor.
Nós caminhámos para a sala, onde o Harry, a Darcy e o Zayn estavam sentados no chão. O quarto estava escuro, porque as persianas e cortinas estavam fechados para esconder as nossas identidades dos carros que passavam. Eu reparei que a Darcy parou o que quer que estava a dizer quando nós entrámos na sala.
“Olá.” A Avery sussurrou timidamente para eles, sentando-se ao lado do Harry, que lhe deu um sorriso. Eu gostava de como ele era protetor com ela, como um irmão mais velho. Tranquilizava-me, a sério. “Eu lamento imenso esta-”
“Não.” A Darcy sorriu simpaticamente. “Nós estamos bem, a sério. Isto é algo a que eu já estou mais ou menos habituada.” Ela admitiu com uma risada. A Avery parecia um pouco admirada sobre o quão calma a Darcy estava, mas ela não disse nada. Eu senti o autocarro parar e eu vi uma expressão assustada aparecer na cara da Avery.
“Nós já voltamos.” Eu disse, puxando a Avery comigo. Nós caminhámos para a parte da frente do autocarro, onde o Sam estava a falar com alguém do exterior. Ele deu um passo para o lado e deixou duas pessoas passarem e entrar no autocarro.
Avery Holmes
Assim que eu vi a minha mãe, eu desmanchei-me. Eu parti-me num choro e imediatamente a abracei com força. Ela parecia ter mudado tanto desde que eu a tinha visto – o seu cabelo estava tingido de vermelho, mais rugas na sua cara, ela até perdeu alguns quilos. Mas mesmo que ela tenha mudado tanto, ela ainda parecia a minha mãe.
“Tive tantas saudades tuas, Avery.” A minha mãe sussurrou na minha orelha, a sua mão a fazer festinhas nas minhas costas. Eu senti-me incrivelmente confortável por a ter a segurar-me assim, exatamente como quando eu era uma criança.
Depois de abraçar a minha mãe pelo que pareceram horas, nós demos um passo atrás e eu olhei para o meu pai. O seu cabelo agora estava branco e ele parecia ter ganho peso. A sua altura ainda a impor-se à minha, como sempre. Eu sorri e abracei-o fortemente.
“É tão bom ver-te novamente. Tu pareces uma adulta, onde está a nossa pequena Avey?” ele brincou. Parecia que por um momento todos se tinham esquecido dos assassinos que vinham atrás de nós, por um momento.
“E quem é este?” a minha mãe olhou para o Niall. Eu estava surpresa que ela não o tivesse reconhecido. O Niall corou e esticou a sua mão para apertar a dela, mas a minha mãe abraçou-o, em vez disso. Ele riu-se.
“Eu sou o Niall, o namorado da Avery.” Ele admitiu, as suas mãos nos seus bolsos. As suas bochechas estavam cor de rosa e eu podia dizer que ele estava um pouco nervoso por os conhecer. Eu também estaria, ainda por cima, sobre estas circunstâncias.
“É bom conhecer-te, filho.” A voz forte do meu pai disse. Eu percebi que o Niall provavelmente estava extremamente intimidado. O Niall alcançou a sua mão.
“É bom conhecê-lo, senhor.” Ele disse educadamente. O meu pai apertou a sua mão e sacudiu-a, depois também movendo a sua cabeça.
“Chama-me Tom.” Ele sorriu calorosamente. Eu estava tão contente que isto estivesse a ir tão bem.
“Lamento interromper, mas nós temos que começar a andar. Nós vamos para a Califórnia e vamos ficar num hotel. Depois, nós vamos voltar para o Motel 6 em Nova Iorque. É muito escondido e vai ser bom para todos se esconderem lá.” O Sam disse.
Eu estava feliz por nós irmos voltar para o Motel 6, porque honestamente, eu senti saudades dele.
“Certo.” A minha mãe olhou para mim preocupada. “Está tudo bem? Nós não fazíamos ideia que o Jake fosse tão... mal encarado.” Eu quase me ri, ela não sabia sequer metade da história.
“Eu explico isso mais tarde. Mas primeiro, vocês deviam conhecer toda a gente aqui.” Eu disse, limpando os meus olhos húmidos. A minha mãe e o meu pai assentiram, pousando as suas malas. Antes que eu pudesse caminhar para um compartimento qualquer da viatura, a Aimee espreitou pela cortina, ensonada.
“Porque estás acordada, minha menina?” o Niall riu-se, pegando-a em seus braços. Eu ri-me e tirei o pequeno apanhado totó do seu cabeço, que tinha escorregado muito. A Aimee, ainda com um ar dorminhoco, simplesmente bocejou e aconchegou-se no peito do Niall.
Eu não tinha percebido até há poucos momentos que os meus pais estavam a olhar para a minha filha com um completo ar chocado. Os olhos da minha mãe começaram a ficar húmidos e um sorriso surgiu na sua cara.
“Esta é...?”
“Sim, mãe, esta é a minha filha Aimee.” Eu sorri. “Ela acabou de fazer três anos.” Eu virei-me para a Aimee, que olhava para a minha mãe e para o meu pai como se eles fossem aliens. “Aimee, estas são as pessoas que te dão os postais de aniversário. A minha mamã e o meu papá.”
“Oh!” a Aimee exclamou. “Postais com dinheiro.” Eu assenti. A Aimee olhou para eles de cima a baixo. “Onde está o meu dinheiro?”
“Aimee,” o Niall falou para ela, mesmo que ele se estivesse a rir um pouco. “Eles vão visitar-nos por uns tempos, minha pequena. Okay?”
A Aimee assentiu e tentou livrar-se dos braços do Niall. A minha mãe foi a primeira do casal a pegá-la. Eu acho que a Aimee estava um pouco assustada com ela, porque estavam lágrimas a cair pelas bochechas dela enquanto ela se ria baixinho, observando a Aimee, que estava a carrancar para eles os dois.
“Posso pegar nela?” o meu pai perguntou. A minha mãe entregou a Aimee para ele, ela ainda estava muito confusa acerca de não receber dinheiro. Uma vez que o meu pai tinha a Aimee nos seus braços, ela imediatamente puxou a barda dele.
“Bebé.” Eu ri-me. “Sê gentil com o teu avô.”
“Wow.” O meu pai disse. “Eu sou avô... e esta é a primeira vez que eu estou a ver a minha neta.” Ele sacudiu a sua cabeça, fascinado. Realmente já se tinham passado eternidades desde que nós os tínhamos visto, e tanto tinha mudado em nós. Eu estava ansiosa para saber o que eles têm andado a fazer.
“Aqui, nós pudemos sentar-nos.” Eu disse, caminhando para o sofá de cabedal preto e sentando-me. Todos se juntaram a mim, em volta da mesa de café, a Aimee ainda estava a examinar a barba do meu pai. Quando eu era pequena, eu costumava fazer o mesmo que ela estava a fazer, tenho a certeza que o meu pai se lembra.
“Estou surpresa que tu tenhas ligado.” A minha mãe sorriu. “Depois de o Jake nos ter dito que tu não nos querias ver novamente, eu nunca pensei que nos fosses voltar a contactar.” Eu carranquei para as suas palavras – do que estava ela a falar?
“Que queres dizer?” eu perguntei-lhe.
“O quê?” a minha mãe perguntou.
“Tu disses-te que o Jake vos disse que eu não vos queria ver mais...” eu arrastei, juntando as peças. “Mãe, eu nunca disse isso. O Jake disse-me que vocês pensaram que eu era uma filha problemática e não me queriam ver mais.”
Eu podia ver a cara da minha mãe a ficar vermelha com raiva.
“Quando eu o vir, eu vou dar uma palavrinha àquele rapaz.” Ela disse zangada. “Eu não posso acreditar que se passaram todos estes anos, tudo por causa de uma mentira, raio de um malcriado rebelde-”
“Querida.” O meu pai interrompeu. O Niall enrolou um braço em volta da minha cintura e eu pude ver o meu pai a olhar atentamente para nós. Mesmo depois de todos estes anos, o meu pai era o mesmo super protetor que ele sempre foi. O Niall corou e levou o seu braço novamente para o seu colo, fazendo o meu pai sorrir com satisfação.
“O Jake fez muitas coisas.” Eu admiti, mordendo o meu lábio inferior. “Mas nós vamos falar sobre isso depois.” Eu decidi. Eu não queria arruinar o bom momento que nós estávamos a ter.
Subitamente, a porta do fundo que dava para os compartimentos abriu, e o Harry apareceu. Ele tinha uma Coca-Cola na sua mão e sorriu para os meus pais enquanto pegava no seu telemóvel, que estava no balcão. Ao meu lado, eu ouvi um guincho. Eu olhei para o lado, vendo a minha mãe com os olho esbugalhados, fora das suas órbitas.
“Tu és o Harry Styles!” ela guinchou como uma fã.
[A/N & T/N:
Então, a mãe dela é uma fã (nós tínhamos que fazer isto, desculpem x) )
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*APD - Assistente Pessoal Digital
P.s.: bem, eu não sei se conseguirei publicar mais alguma coisa até segunda feira, porque amanhã a minha mãe está de folga, ou seja: ela vai manter-me ocupada, na sexta feira, começa a festa da minha terrinha, tenho missa e almoço com a família, que vai durar até à noite, e depois tenho festa, no sábado é dia de limpezas e tenho que visitar a minha melhor amiga que foi operada, domingo é dia de visitar a família, por isso, não sei. Vou tentar traduzir aos poucos, para conseguir publicar um novo capítulo assim que puder, mas não prometo nada, okay? ]