YELLOW

By bellscolors

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Elisa poderia ter uma vida normal, afinal ela vive uma: está na faculdade que sempre quis, junto com a melhor... More

Prólogo: Pessoas Perfeitas
Capítulo Um: Não Somos Duas Pessoas Que Se Amam
Capítulo Dois: Sweet Creature

Capítulo Três: Estupidamente Linda

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By bellscolors

BRIANNA ERA UMA pessoa prática. Tudo na sua vida deveria ter um objetivo a ser alcançado e um plano de rota. Absolutamente tudo. Pretendia terminar a faculdade de Letras aos vinte um, trabalhar numa grande editora com vinte e cinco no máximo, publicar seu romance antes dos trinta e ter uma vida estabilizada até os trinta e um.
Escreveu o último tópico no seu plano de carreira e fechou a agenda cor de terra. Em seguida pegou a cor de azul claro – a agenda de plano de amor. A única que não tinha tido sucesso desde que a criara, há uns cinco anos. Só cultivou frustrações atrás de frustrações, mas ela não enxergava isso como perda de tempo e sim como ganho de experiência. Tudo poderia ser aproveitado, até mesmo os romances falidos.
- OK, Zayn aí vou eu – falou a si mesma escrevendo o nome do garoto no topo da página em letras maiusculas.
Já tinha todo uma tática feita na cabeça, só faltava passar pro papel e definir melhor a abordagem. Precisaria da ajuda de Elisa, ela não se recusaria, óbvio, mas falaria um monte. Bufou tentando pensar em outra forma sem envolver a amiga com seus conselhos chatos que Brianna fazia questão de não absorver.
O alarme de seu celular despertou avisando que era hora de encarar mais um dia com aulas chatas e professores mal comidos. Menos o professor de literatura brasileira que era um colírio para os olhos.
Em exatos vinte minutos estava pronta para sair, sua mãe estava na cozinha lendo o jornal do dia com uma xícara de café na mão.
- Tem omelete para você em cima do fogão – disse sem tirar os olhos do jornal.
- Obrigada – Brianna pegou o prato de omelete e ficou olhando para mãe, esperando uma mínima atenção dela que fosse. Mas em nenhum momento a mais velha lhe dirigiu o olhar.
Ao terminar de ler o jornal, levantou-se pegando sua bolsa no encosto da cadeira.
- Estou indo pra escola, a noite nos vemos. Tenha um bom dia – saiu sem esperar uma resposta.
Ela só era muito ocupada. Só isso.
Dava conta de duas escolas, uma como diretora e na outra como orientadora vocacional. A criou sozinha depois que o pai simplesmente sumiu no mundo, era muita coisa com que se preocupar. Então, às vezes, deixar Brianna de lado era compreensível.
Só não sabia até quando iria fingir que não se importava. Colocou o prato na pia e voltou ao quarto para pegar seus livros e bolsa. Uma olhada rápida no espelho lhe fez parar o passo e fitar seu reflexo.
Sorriu de lado dizendo olá para seu outro eu. Seus cabelos negros levemente cacheados estavam soltos, com apenas uma parte presa por apenas dois coques no alto da cabeça. Sua pele cor de avelã parecia ter mais contraste com o brilho do sol que escapava das cortinas levemente abertas.
Se aproximou encostando os dedos no vidro e pôde olhar suas imperfeições de perto. Os olhos escuros demais, alguns sinais indesejados sobre a bochecha, o sorriso um tanto quanto estranho. Suspirou tentando mandar para longe esses pensamentos negativos que tanto lhe perseguiam, ela já tinha passado dessa fase e se aceitava do jeito que era. Com defeitos e qualidades.
- Você é maravilhosa! Não deixe ninguém dizer o contrário. Só você conhece sua verdade. Só você. E você sobreviveu ao pior: a si mesma – repetiu a mesma frase mais duas vezes até sentir a verdade na pele, nas veias, nos ossos.
Até ela ser a verdade.
Sorriu mexendo no cabelos e enfim saindo do quarto. Um certo capitão do time não ia ser conquistado sem esforço.

HARRY OBSERVAVA ELISA procurar algo dentro da mochila e esbravejar por não encontrar o que quer que estivesse procurando. Ela estava na fila da lanchonete e ele do outro lado do corredor. Riu vendo ela sair da fila e virar o conteúdo da mochila sobre uma mesa próxima.
- É isso que tá procurando? – perguntou com a carteira dela nas mãos.
O olhar que ela deu a ele poderia congelar o inferno ou incendiar o Polo Norte.
- Idiota! Como pegou ela? – rosnou tentando pegar a carteira  mas ele apenas ria e a tirava do seu alcance toda vez que ela tentava pegar o objeto amarelo.
- Por que tá tão brava? - seu sorriso só aumentava, pois sabia exatamente o motivo para ela estar agindo assim.
- Me devolve minha carteira – Elisa disse entre dentes tentando em vão pegá-la da mão dele.
- OK, eu devolvo, mas você vai ter que me falar porquê tá me evitando desde hoje de manhã – ele colocou a carteira sobre a mesa e ela rapidamente a pegou guardando seus pertences na mochila.
- Não tô te evitando, você tá imaginando coisas. Agora se me dá licença preciso comprar algo pra comer – ela tentou se afastar, mas Harry se colocou a sua frente a impedindo de andar.
- Hey, para de me tratar assim. Isso foi por ontem? Você tá com ciúmes Elisa? – cruzou os braços estampando um sorriso ladino nos lábios.
- Ciúmes? Eu? De você? Tá certo – dessa vez quando ela tentou sair ele deixou.
- Se você diz – ele respondeu dando de ombros.
Harry entendia esse desprendimento que Elisa fingia ter, afinal ela tinha sido trocada na frente de todo mundo pelo namorado, era perfeitamente normal ter aversão a qualquer tipo de sentimento romântico para com outra pessoa. Mas isso às vezes o irritava, estava ali, na cara dela o quanto tinha ficado incomodada com a situação, mas se recusava em admitir, em tentar entender ou simplesmente deixar sair.
E isso não era bom para nenhum dois. A olhou por mais um segundo antes de dar meia volta e ir encontrar com os caras do time. Daria o tempo que ela precisasse e quando achasse que fosse hora iria atrás dele.
Ou não.

LEO DIGITAVA SEM parar no celular e por isso não prestou atenção quando os colegas decidiram que iriam fazer uma festa de halloween. Na casa dele.
- Tudo bem pra você Leo? – Liam perguntou terminando sua Fanta uva.
Leo levantou os olhos da tela do celular pro amigo e fez uma expressão de interrogação.
- Festa de Halloween na sua casa daqui duas semanas.
- Quê? Na minha casa? – rapidamente ele largou o aparelho e fitou os amigos envolta da mesa do refeitório. Suas batatas fritas estavam intactas.
- Pensei que estivesse tudo bem pra você, tamo falando disso há horas – Will disse devorando seu terceiro sanduíche de peito de frango.
- Eu não estava prestando atenção – Bagunçou os cabelos cacheados e assentiu – tudo bem, pode ser em casa. Meu pai tá em uma conferência de História das múmias ou algo do tipo na África, não tem data pra voltar.
Liam riu lembrando-se que o pai de Leonardo era arqueólogo e sua casa mais parecia um museu que uma casa normal. Coisas estranhas para todo lado e tinha até a replica perfeita de uma múmia super importante que o garoto não ia nunca lembrar do nome agora.
- Então fechou. Dia 31, festa na casa do Leo – Harry levantou seu suco de laranja e propôs um brinde que todos aceitaram.
O garoto brindou com seu suco de limão, mas sua expressão não demonstrava estar tão feliz quantos os outros.
Ao final da aula Leo seguiu até o estacionamento onde sua moto preta lhe aguardava, montou colocando o capacete e seguiu para casa. Ela ficava afastada do centro da pequena cidade, próximo a plantação de girassois, o cartão postal de São Valentino.
A casa de dois andares, toda de madeira cor de caramelo ficava na volta da rua principal, onde todos que desejavam chegar ou sair da cidade eram obrigados a passar. Por isso o fluxo de carros nos fins de semana era intenso. O garoto parou a moto na garagem e entrou pela porta do pequeno cômodo que dava direto a cozinha.
Sua casa parecia um enorme museu. Artefatos antigos de todas as localidades do mundo estavam dispostos pela casa de aparência rústica e toda amadeirada. Seu pai estava participando de uma expedição na África fazia um mês e não tinha previsão alguma de voltar. O garoto jogo as chaves da casa e da moto sobre a mesa de madeira da cozinha e seguiu até a geladeira encontrando o almoço pronto, deixado por Arlina, a senhora que cuidava dele e de seu pai há mais de dez anos, até bem antes de sua mãe morrer.
Colocou no micro-ondas e esperou fitando a enorme piscina do lado de fora. A ideia de fazerem uma festa ali não lhe agradava em nada, uma porque queria ficar sozinho, estava num momento não muito bom, e outra era ter que se preocupar que ninguém mexesse em nada de seu pai e para isso teria que guardar todas as peças no escritório pessoal dele, onde já existia um monte de quinquilharia. O apito do micro-ondas avisando que seu almoço estava quente lhe tirou de seu torpor.
Antes de começar a comer ele pegou o celular e abriu a última conversa.
“Acabamos por aqui. Obrigado por tudo, fica bem” Essa era a última mensagem que tinha recebido, ensaiou várias respostas, mas até o momento nenhuma lhe parecia boa. Bloqueou o celular e começou a comer. Até o fim do dia ele deveria ter algo para falar ou iria simplesmente deletar o contato, talvez isso seria o melhor a se fazer.
Pegou o celular novamente e abriu a galeria de fotos, rolou a tela até chegar a última sessão de fotos. Clicou em uma e sorriu de lado quando a foto preencheu toda a tela. Eram duas pessoas, ele e um garoto de cabelos ruivos, óculos de graus e grandes olhos verdes, ambos sorriam e se abraçavam de lado enquanto Leo tirava a selfie. A felicidade era palpável, Leonardo podia senti-lá saindo da foto e se infiltrando nele. O único dia que tinha estado juntos e agora isso: o fim.
Suspirou apertando no botão delete, doía, mas era a única coisa que restava fazer. Foi até a agenda e deletou o contato do garoto também. Essa era sua resposta.

- OK, BOA VIAGEM então. Te espero na sexta, beijos. Te amo também – Laura encerrou a chamada com o irmão.
Ele acabará de ligar do Canadá, onde estava fazendo um intercâmbio há três meses que faltava menos de cinco dias para terminar. Parecia estar bem animado para morar na república com a irmã, não ter que precisar voltar para a cidade era um alívio para ele. Laura podia sentir isso mesmo estando a quilômetros de distância.
Ouviu a porta ao lado bater e levantou da cama sabendo que Elisa estava saindo de seu quarto.
- Oi – disse olhando para a morena que seguia para a cozinha, ao ouvir a outra parou e virou – se.
- Ah, oi. Tudo bem? – respondeu com uma expressão neutra.
Laura aproximou-se e sentiu o leve incômodo que Elisa deixava transparecer. Aquilo a intrigou da mesma forma que lhe chamou atenção.
- Tudo sim, meu irmão deve chegar na sexta, acabei de falar com ele.
- Ótimo. Estava indo a cozinha comer algo... – apontou pro cômodo ainda de costas sem saber o que falar.
- O que você e o Harry tem?
Elisa levou um susto com o tão direta a outra foi com a pergunta e por um momento não soube o que responder.
- Por que quer saber?
Laura sorriu satisfeita por ter atingindo o ponto fraco de Elisa. E esse ponto tinha nome e sobrenome: Harry Styles.
- Apenas curiosidade – disse levantando as mãos com ar de inocência – se não quiser responder tudo bem, um direito seu.
- Não, não, tudo bem, não tenho o porquê não responder. Somos apenas amigos, nada mais além disso – colocou a mãos nos bolsos traseiros do short e fitou uma mancha qualquer na parede atrás de Laura. Tudo para não fitar os olhos escuros que lhe fitavam de forma intensa.
- Entendi. Pelo visto tive uma impressão errada sobre vocês – disse dando de ombros.
Um instante depois Harry surgiu atrás de Elisa e falou fazendo a garota sobressaltar ao ouvir sua voz:
- Bom saber que não temos nada. 
Laura deixou seus olhos passarem dos castanhos surpresos de Elisa e chegarem aos esverdeados inexpressivos de Harry.
Aquilo realmente estava começando a ficar bem divertido. Aproveitou que nenhum deles estava reparando nela e saiu deixando o clima tenso para trás.

HARRY FITAVA ELISA de forma intensa, deixando transparecer o quanto lhe feriu o que ela havia dito. Já ela estava sem palavras, foi pega totalmente desprevenida. Nunca imaginou que ele fosse ouvir aquilo. Nunca quis que ele ouvisse.
- Então? Não vai dizer nada? – ele disse chegando mais perto.
- Eu... Eu... Você entendeu tudo errado – suspirou recuperando a fala.
- Então por que disse aquilo? Me explica, quero entender.
- Só queria me livrar dela, ela tá muito curiosa pro meu gosto. Mal chegou e já tá toda esparramada – bufou cruzando os braços.
Então Harry riu fazendo seus olhos brilharem com lágrimas.
- Eu sabia. Você tá com ciúmes dela. Meu Deu, Elisa – ele se aproximou mais dela e a abraçou mesmo ela fazendo – pouco – esforço para se soltar de seus braços longos.
- Eu não estou com ciúmes. Me solta.
- Você fica mais linda assim, estupidamente linda – e sem esperar mais nada a beijou ali mesmo no meio do corredor, a vistas de qualquer um que chegasse.
Elisa então deixou que a beijasse sem impor dificuldade, o que poderia fazer se não conseguia ficar longe de um certo garoto de olhos verdes e sorriso frouxo?

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