-"Tente com mais força"- a voz rouca disse quando o som de couro batendo na pele reverberou pela sala da masmorra. James cerra os dentes pela picada, pois era tudo o que era nesse momento. Ele mudou e lançou o feitiço novamente. O chicote estalou contra suas costas novamente. -"Você tem que dizer isso, Potter."-
-"Este não é meu nome!"- James gritou, girando para encarar seu tutor. Uma mão atingiu o lado de seu rosto e ele cambaleou para o lado da força.
-"Você tem que ganhar seu novo nome, garoto."-
James cerrou o queixo e voltou para o alvo, lançando o feitiço novamente. Ele estremeceu quando o chicote atingiu, sentindo uma frouxidão em seus ombros.
-"Talvez seus pais tivessem a idéia certa em se livrar de você"- seu tutor zombou.
James endureceu de raiva, como sempre fazia quando seus pais eram mencionados. Sua magia se debateu, tentando escapar, e ele tentou o seu melhor para contê-lo quando se virou para seu tutor. Ele viu vermelho quando se virou e piscou para clarear sua visão. Quando o vermelho ficou, inclinou-se para passar os dedos pelo chão, imaginando o que acontecera. Seus dedos voltaram molhados, e ele foi subitamente agredido pelo cheiro espesso de cobre do sangue.
Ele mordeu o lábio, preocupando-se que o sangue fosse de suas costas. Seus olhos percorreram a sala, procurando por seu tutor, mas ele se viu completamente sozinho na masmorra. Tudo o que ele podia ver era uma quantidade esmagadora de sangue, e a quantidade absoluta de cimento em sua mente a realidade do que tinha acontecido.
James recuou para a parede ao perceber o dele, gritando quando suas costas atingiram a parede de pedra áspera. Seus joelhos cederam da dor e ele caiu de joelhos enquanto olhava para o quarto coberto de sangue. Ele podia sentir sua respiração ficando cada vez mais curta até perceber que estava soluçando.
James engasgou quando ele foi sacudido de volta à consciência, os olhos se abrindo para a escuridão da sala. Ele agarrou a mão que segurava seu ombro e puxou-a para frente, de alguma forma conseguindo rolar em cima da figura que pousou em sua cama. Ele olhou para a forma de olhos arregalados de Draco Malfoy, que ele havia imobilizado, incapacitado, para onde ele estava mentindo.
Enquanto a mente nebulosa do sono de James alcançava seu corpo, ele se inclinou para trás, examinando o loiro abaixo dele. -"Por quê você está aqui?"- ele perguntou baixinho, voz grossa de sono.
-"Você estava chorando, chorando muito e se debatendo"- Draco disse rapidamente.
James alcançou seu rosto e de fato encontrou suas bochechas molhadas. Ele tentou enxugar os olhos com as costas da mão antes de se inclinar e usar a borda do lençol. Enquanto o fazia, maravilhou-se com o calor que o loiro exalava, e seu corpo agia instintivamente, aconchegando-se contra ele.
-"James?"- Draco gritou, parecendo assustado.
James apenas cantarolou e se aconchegou mais perto antes que o calor o embalasse para dormir.
[...]
Draco acordou com o peso não desconhecido de alguém deitado ao lado dele. Ele abriu os olhos devagar e olhou para o teto desconhecido, imaginando onde ele estava. O corpo ao lado dele mudou e ele olhou, congelando quando viu cabelos negros, lembrando-se dos eventos que levaram até ele estar aqui.
-"James?"- Ele perguntou baixinho, sentando-se na cama. Ele cutucou James e foi recompensado por olhos verdes sonolentos se abrindo.
-"Você vai responder ao seu maldito floo!"- Chamou uma voz irritada pouco antes do Lorde das Trevas invadir o quarto. Ele parou, absorvendo a forma ainda adormecida de James e a proximidade que ele tinha do loiro pálido. Ele os observou silenciosamente enquanto Draco praticamente pulava da cama, tentando gaguejar e se desculpar. Os olhos de Marvolo, no entanto, foram rapidamente atraídos para James, que estava estendendo os braços em sua direção.
-"Saia"- ele ordenou a Draco enquanto se movia para frente em direção a James. O loiro fugiu, fechando a porta atrás dele, enquanto olhava fixamente para os olhos verdes hipnotizantes. Ele subiu na cama, acomodando-se nos braços estendidos de James, braços que rapidamente o envolveram.
Marvolo supôs que não poderia doer descansar por um tempo, ele havia se levantado bem cedo, afinal de contas.
[...]
-"Você teve um sonho?"- perguntou a voz calma de Marvolo quando James acordou. Ele suspirou quando viu o aceno de James.- "Eu suponho que eu possa poupar a vida de Draco então, ele ainda estava completamente vestido, afinal."-
-"É estar perto de todas essas crianças que estão causando esses sonhos."-
-"Qual deles foi?"-
-"Desde quando eu tinha sete anos, aquela em que matei meu tutor."-
-"Você percebe que a história ainda está circulando entre os tipos mais escuros. Histórias de seu temperamento são lendárias entre os que estão por dentro."-
James bufou. -"Eu há muito tempo dobrei meu temperamento, graças a Merlin eu nunca tive um temperamento irritado."-
-"É por isso que você levou mais tempo para perceber qual foi o gatilho para suas explosões"-assinalou Marvolo.
-"Jayal descobriu isso eventualmente, bem antes de ele me mandar para a escola em qualquer caso. Você pode imaginar o que teria acontecido se eu tivesse ido para a escola e ficado realmente com raiva de alguém?"-
-"Você está me perguntando isso? Você se lembra que eu sou o Lorde das Trevas, não é?"-
-"Todo o abraço poderia ter me enganado."-
Marvolo revirou os olhos. -"Agora que estou pensando nisso, não acredito que já vi você com temperamento."-
-"Isso é para o seu benefício, eu lhe garanto."-
[...]
-"Você está saindo tão cedo?"-
-"Minhas desculpas, Ingrid, mas eu tenho que me encontrar com Albus. Tenha certeza de que eu preferiria ficar aqui."-
-"Albus ... Dumbledore? Aquele velho tolo em Hogwarts?"-
-"O mesmo"- James disse com uma voz cansada.
-"Quando você disse que estava ensinando, eu pensei com certeza que você queria dizer em Durmstrang, ou pelo menos em Beauxbatons."-
-"Não, fui recrutado para treinar Longbottom."-
Ingrid soltou uma gargalhada assustada. -"Oh, a ironia! A arma oculta do Lorde das Trevas é treinador do salvador da Luz!"-
-"Arma escondida?"- James perguntou, divertido.
-"Por favor, James, como se você não soubesse. É extraordinariamente difícil descobrir alguma coisa sobre você e ninguém te colocaria na corte do Lorde das Trevas."-
-"Bem, isso é reconfortante, pois ninguém deve suspeitar de mim."-
Ingrid ficou séria. -"Você estará levando a cabo então, o assassinato do menino?"-
-"Assassinato é uma palavra tão forte ... talvez 'morte acidental' seja mais apropriada."-
-"Entendo ... bem, se você precisar de um álibi, não hesite em me avisar. Não se pode duvidar facilmente do Ministro da Magia de um país."-
-"Obrigado, Ingrid"- disse James, verdadeiro calor em sua voz. -"Eu vou manter essa em mente."- Ele sorriu e ficou em pé. -"Eu realmente tenho que sair, no entanto. Você sabe como eu odeio o atraso."-
A loira sorriu. -"Eu acredito que me lembro de um incidente ou dois ..."-
[...]
Sendo idoso como era, Albus teve contatos em vários países. Portanto, não foi surpresa ouvir de um desses contatos na Finlândia. O que foi uma surpresa, no entanto, foi o tempo e as notícias entregues. Nem dez minutos depois que Hermione chegou em seu escritório, contando-lhe sobre a partida repentina de James, seu contato no Ministério Finlandês lhe tinha dito que um homem invadira o gabinete do ministro acompanhado por Lucius Malfoy. Albus soube imediatamente que era James, mas ele ainda, no dia seguinte, não conseguia descobrir o que o jovem estava fazendo ali.
Ele tomou isso como um aviso, no entanto. Pois se James conhecesse o ministro finlandês, seria melhor que ele não mexesse com o menino de maneira descuidada; qualquer interferência dele deve ser sutil e gradual. Não que ele não tivesse todo o ano para trabalhar o menino em seu próprio molde. Ele simplesmente teria que ser paciente e permitir que as situações corretas se apresentassem.
Dumbledore foi trazido de seus pensamentos por uma batida em sua porta, e ele colou um sorriso jovial em seu rosto enquanto o assunto de seus pensamentos abria a porta.
-"Ah, James, por favor, sente-se."-
James apenas balançou a cabeça em saudação enquanto se sentava, olhando para o diretor.
-"Tenho certeza que você sabe por que eu convoquei essa reunião"- Dumbledore começou, olhos brilhando.
-"Infelizmente eu me encontro em perda, Albus. Talvez você não se importe em me esclarecer."-
-"Ah, bem, eu gostaria de perguntar sobre o seu progresso no planejamento do treinamento de Neville."-
-"Eu esta feito e posso começar atualmente."-
-"E o que essas sessões serão?"-
-"Eu estava pensando em rever feitiços, ensinar-lhe alguns novos e, em seguida, concentrar-se em medidas de combate."-
-"Medidas de combate?"-
-"Técnicas de evasão, como se aproximar de um inimigo, ao longo dessas linhas."-
-"Eu vejo. Agora meu menino ... o que você pode me dizer sobre esta quinta-feira passada?"-
James olhou para ele friamente.- "Eu não acredito que haja algo a dizer, simplesmente houve uma situação que eu tive que atender."-
-"Venha agora, meu garoto, o que poderia ter você indo para a Finlândia no meio de uma aula?"-
James endureceu e Alvo percebeu que ele havia dito mais do que deveria.- "Como você sabia que eu estava na Finlândia?"-
-"Um amigo meu viu você com o Sr. Malfoy e achou curioso que meu mais novo professor estivesse fora da escola"-ele inventou.
-"Eu vejo ..." -O olhar de James estava penetrante. -"Bem, se isso é tudo, eu tenho assuntos que exigem a minha atenção."- Ele se levantou e, depois de lançar outro longo olhar para o diretor, saiu do escritório.
Albus ficou olhando para onde o garoto havia saído, imaginando sua atitude estranhamente perceptiva. Ele era capaz de enganar os outros com bastante facilidade, o próprio Ministro da Magia da Grã-Bretanha pelo bem de Merlin, mas essa criança parecia capaz de saber quando ele estava enganando-o. Foi curioso mesmo.
[...]
James recuou para seus aposentos, pensativo, ignorando os poucos alunos que ele passou nos corredores. Então Dumbledore tinha um espião no Ministério Finlandês, ele teria que deixar Ingrid saber. E viajar com Lúcio era aparentemente muito chamativo, se o fraseado do velho tolo fosse acreditado.
Bem, ele pensou enquanto abria a porta de seus aposentos, se o velho idiota se torna problemático, posso simplesmente me livrar dele. James sorriu com esse pensamento, já tendo algumas idéias plausíveis em mente.
Não seria difícil, ele pensou, passando pela biblioteca com um sorriso no rosto. Ele ignorou os rostos curiosos que apareceram na entrada da biblioteca.
[...]
-"Ele está tramando alguma coisa"- Draco disse enquanto assistia James desaparecer em seus quartos.
-"Como você sabe?"-
-"Eu já vi esse olhar antes e quem quer que inspira nunca dura muito tempo."-
-"Bem, isso é um pensamento reconfortante. Sarcasmo, Malfoy"- ela acrescentou em seu olhar estranho.- "Bem, eu não sei sobre você, mas vou voltar a ler o meu livro. Faz tempo demais desde que eu estive nesta biblioteca."-
-"Já faz dois dias, três no máximo!"-
-"Eu não consigo ver o seu ponto"- a morena respondeu com arrogância.
Continua..