DUPLE (Larry A.B.O.)

By afrodiel

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Harry desde criança foi treinado, lapidado, e como grande alfa acabou se tornando o maior e mais conhecido as... More

Harry
Anonymous
Louis
The teacher
Rain
Imprinting
Sapphire
Heat (part 1)
Heat (part 2)
I'm sorry...
Virtual friend
New friend
Party
Pregnant?!
Who is Styles?
Amethyst
I hate U
My alpha!
Josh
I love U
Boyce
Boyce (Alternative)
Pajama's party
Paris: the tragedy
Coma state
Dad?
Quit (Alternative chapter)
Couples (part 1)
Couples (part 2)
Chaos
Murder
Demon
God... Why?!
Restarting
Blue
Stronger
Lúpus
Fear
Duple
LEIAM!!!

Paris: the travel

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By afrodiel

Narrador's P.O.V.

* Um mês depois... *

Finalmente havia chego o dia da grande viagem a Paris, e os meninos estavam imensamente felizes e ansiosos. Styles decidiu pagar a viagem por Cameron (já que ele era o único que não tinha condições de arcar com as despesas sozinho), mesmo sob muitos protestos do ômega. O mais novo havia dito até que poderia ficar na casa de Jamie, apenas para que não ficasse sozinho, mas Harry e Louis não desistiram até convencê-lo a ir também, este que aceitou no final. Bom... Na verdade ele não teve muita opção.

Faltavam cerca de quatro horas para o vôo dos garotos, e todos já terminavam de arrumar suas malas. O ponto de encontro seria a casa dos Tomlinson-O'brien, visto que a grande maioria já estaria ali.

- Lou, falta mais alguma coisa? - O alfa questionou seu namorado assim que chegou ao quarto com um de seus casacos moletom.

- Fora isso aqui, creio que não. - Respondeu, pegando a roupa das mãos do de olhos verdes.

- Pegou sua escova de cabelo?

- Sim.

- Escova de dentes?

- Aham.

- Cuecas suficientes?

- Claro, Harry... - Riu.

- Camisinhas?

- STYLES! - Gargalhou. - Não vamos transar lá.

- Ora, e por que não?! - O cacheado o olhou incrédulo.

- Porque vamos estar com os meninos. - Falou como se fosse óbvio.

- Mas provavelmente eles vão transar também. - Rebateu.

- Não vamos transar, Harry.

- Você não vai aguentar ficar sem sexo comigo. - Se gabou.

- Quer apostar? - Ameaçou.

- Louis!

- Harry!

- Loueh!

- Harold!

- Por favor...

- Eu estou grávido. - O mais novo prendeu a risada.

- O médico falou que isso não impede, é só ter cuidado. - Insistiu.

- Não.

- Mas vamos estar em Paris!

- NÃO!

- POR FAVOR! EU VOU CHORAR! - Gritou. Louis apenas revirou os olhos e foi até sua cômoda, tirando de lá as camisinhas que costumava guardar ali.

- Satisfeito? - Levantou a pequena cartela, fazendo o mais velho sorrir sacana.

- Claro! - Disse, realmente satisfeito. Harry foi até o ômega e o abraçou pela cintura, colando seus corpos. - Eu estou ansioso para chegar lá.

- Eu também! - Sorriu singelo. Por um instante Louis pensou no quanto gostava de estar nos braços do alfa. - Eu nunca fui à Paris. Dizem que é bem bonito.

- Sim, é lindo. Eu já fui lá uma vez, mas mesmo achando lindo não vi muito sentido.

- Por que não? - O menino ficou curioso. Ele nunca ouvia muitas coisas sobre o passado de Harry, mas não se importava com isso. Mesmo que sua curiosidade o corroesse, ele esperaria o alfa lhe contar.

- Porque eu fui a negócios. Aquela é a cidade do romance e dos namorados apaixonados, e eu fui apenas para trabalhar. Mas na época eu também não me envolvia com ninguém, então não vi sentido algum. - Deu de ombros.

- E agora você vê sentido em ir? - Questionou.

- Claro! Agora eu vou com meus amigos e, principalmente, com você. Todas as pessoas que eu mais amo! E não posso esquecer do rapazinho aqui... - Disse tocando a barriga saliente do outro. Louis pensou em recuar mas não o fez. Ele não gostava dos toques sobre sua barriga, mas ainda assim permitiu que Harry o tocasse. - Vai ser perfeito, você vai ver!

- Aí... - Dylan chamou a atenção dos meninos. - Não quero atrapalhar vocês, mesmo que eu já tenha atrapalhado, mas... Alguém viu o Cam?

- Pra falar a verdade, eu não vejo ele há um bom temp...

- Ele foi pra casa do Jamie. - Tomlinson murmurou, interrompendo o mais velho.

- Mas o Jamie não irá vir pra cá? - O cacheado arqueou uma de suas sobrancelhas.

- Sim, mas o Cameron quis ir pra lá antes da viagem.

- Fazer o que?

- Imagine o que, Harry! - O'brien riu, mas o alfa o olhou de forma séria. - Eita...

- Tenho que conversar com o Jamie pra ver quais são as intenções dele com o Cameron! - Bufou. Louis o olhou confuso.

- Você está parecendo um pai mandão e superprotetor.

- E você parece uma mãe boazinha que sempre acoberta os filhos. - Retrucou.

- Tá me chamando de mulher, Styles? - O ômega se indignou com as palavras do namorado.

- Ok, eu vou terminar de arrumar minhas coisas. Boa discussão pra vocês. - Dylan saiu do quarto, deixando o casal a sós novamente.

- Harry, me responde uma coisa...

- Claro. Diz.

- O que você sente pelo Cameron? - O mais velho se surpreendeu com a pergunta repentina do outro, mas mesmo que tentasse não conseguia notar ciúmes em sua voz.

- Eu sinto... Bom... E-Eu... Não sei? - Sua resposta soou mais como uma pergunta.

- Como assim "não sabe"? - Riu. Mais uma vez Harry se surpreendeu pela maneira que Louis estava levando aquilo tão bem.

- Eu não sei, ué. Eu não sinto como se ele fosse meu amigo, mas também não sinto nada além. Também não é como eu me sinto com meus irmãos. Eu... Eu só não sei descrever. - Respondeu. Exatamente como Louis suspeitava. Exatamente como Louis se sentia. - Por que dessa pergunta de repente, Lou?

- Nada. É apenas curiosidade. - Disse. Ele pegou as roupas que havia separado sobre a cama e foi até o banheiro, deixando o namorado sozinho e completamente confuso.

(...)

Cameron e Jamie, desde a festa do pijama, passaram a ficar mais tempo um com o outro, tanto que os dois praticamente viviam juntos. Niall não estava gostando nada dessa aproximação de ambos os garotos já que ainda não se dava com Cameron, mas isso não impedia nada. Não impedia os dois de ficarem juntos! Com o passar dos dias ele entendeu que, por mais que não quisesse Boyce por perto, seria obrigado a aturar o outro ômega, então seria melhor tornar a convivência mais suportável, não? E assim estava sendo.

O mais novo observava atentamente o alfa arrumar sua bagagem para a viagem à Paris. A princípio ele não queria ir e tentou a todo custo convencer o casal Larry de que não era necessário, mas eles insistiram tanto que ele se viu obrigado a ceder. O que o motivou a ir, na verdade, foi o fato de Louis ter conversado com Jamie e o convencido a ir junto, apenas para que Cameron fosse.

Mas obviamente nenhum dos dois sabia do inteligente plano do ômega grávido.

- Sabe, Jamie... - O ômega chamou a atenção do outro, este que estava totalmente focado em arrumar suas coisas. Tão focado que parecia ter se esquecido da presença do menino ali.

- O quê? - Disse sem olhar para Boyce. O mais novo bufou. Já estava começando a ficar entediado, e esperava que o alfa lhe desse mais atenção. Jamie parecia no mundo da lua.

- O céu está rosa hoje e uma senhora foi atropelada por uma barata gigante enquanto andava de patins na areia.

- Que lindo. - Cameron pensou em rir da falta de atenção de Yuma. Isso se não tivesse ficado extremamente irritado, é claro.

- JAMIE! - Gritou. O índio o olhou confuso e assustado. - Você ouviu o que eu acabei de falar?

- Não... - Suspirou, cansado. Jamie se sentou numa poltrona que havia em seu quarto e olhou para o teto.

Naquele momento Cameron sentiu toda e qualquer irritação que havia em si ir embora. Pela primeira vez ele notou que, na verdade, o alfa não estava tão bem quanto parecia. Ele não estava simplesmente o ignorando ou qualquer coisa do tipo. Ele apenas não estava bem.

- O que aconteceu? - Perguntou mais calmo.

- Não é nada. - Disse. Boyce sabia que tinha algo, e Yuma sabia que ele sabia. Ambos sabiam que era inútil tentar esconder.

- Jean, me conta... Por favor! - O mais novo foi até o outro e se ajoelhou a sua frente, deitando sua cabeça no colo do índio.

- Você sabe que eu odeio quando me chama de Jean, não sabe? - Desde que havia descoberto que o X-Men favorito do alfa é a Jean Grey, Cameron havia começado a chamá-lo assim. - Sua sorte é que eu gosto de você!

Um silêncio se formou entre ambos. O ômega não queria ser insistente a ponto de acabar fazendo o menino se irritar consigo, porém ele queria saber o que estava de errado para que, talvez, pudesse ajudar. O alfa sabia que o cacheado estava preocupado consigo e entendia isso, mas não achava que deveria pôr seus problemas sobre os outros. Seus problemas eram apenas seus e de mais ninguém!

Enquanto acariciava os cabelos do menino deitado em seu colo, Yuma não podia deixar de notar o quanto os instintos do ômega eram primitivos. Extremamente primitivos. Naquele exato momento, o que Cameron estava fazendo era apenas por seus instintos de ômega. Ele estava tão preocupado com o alfa a ponto de se ajoelhar, deitar em seu colo e pedir carinho. Isso demonstrava que ele estava aflito. "Extremamente adorável" era tudo o que o índio conseguia pensar sobre aquilo.

- Vou te dizer. - Murmurou. Ele pediu para que o mais novo se afastasse apenas para que pudesse se sentar no chão junto com ele. Assim que se sentou, ele puxou o cacheado para perto de si e o abraçou. - Meus pais e eu não nos falamos há alguns anos. Nós sempre brigamos muito, ainda mais por eles não me apoiarem em nada em que decidia fazer. Quando fiz dezessete anos disse que queria sair de casa, e isso foi o pivô de tudo. Nós brigamos feio porque eles não queriam que eu saísse já que meu pai é "chefe de tribo" e queria que eu continuasse seu legado. Mas eu nunca quis isso. Eles não conseguiam entender. Na verdade ainda não entendem, mesmo tendo passado três anos.

- É por isso que você está assim? - Questionou.

- Não exatamente, mas sim. - Ele riu da expressão de confusão do outro. - Bom... Recentemente eu descobri que minha mãe está doente e resolvi visitá-la. Não é nada grave, mas mesmo assim fiquei preocupado. Quando cheguei lá fui super bem recebido por meus primos, tios e irmãos. Até minha mãe ficou feliz ao me ver, mas meu pai...

- Ele não ficou feliz? Mesmo depois de anos sem falar com você?

- Não. Mas eu não me importei. Todos ficaram me fazendo perguntas sobre trabalho, estudos, sobre minha saúde e, principalmente, sobre ômegas. Quando disse que ainda não estava ligado a nenhum, ninguém se surpreendeu ou achou ruim. Eu sou novo ainda, então não há nada demais nisso. Mas uma prima minha quis saber se eu prefiro que seja ômega homem ou mulher, e eu obviamente disse que prefiro homem e que inclusive tenho um em mente. - Nesse momento o pequeno menino de sardas ficou completamente vermelho. Ele sabia que esse "um" era ele. - Quando eu disse isso meu pai surtou. Ele disse que é errado, que eu não deveria me ligar à um homem. Disse que eu traria vergonha para a família e que se um dia o neto dele vier do ventre de um homem, ele não irá o reconhecer como membro da tribo Yuma.

- E o que sua família disse?

- Nada. Meu pai é o chefe, e eu sou seu primogênito. Não havia nada que eles pudessem dizer para mudar os pensamentos dele. Mas também não importa. - Deu de ombros. - Eu não me importo com nada que ele diga. Nunca me importei, e não vai ser agora que vou me importar. Não há nada de errado em eu querer que meu ômega seja um homem!

Por um instante Cameron se sentiu preso em um déjà-vu. Jamie estava passando pelo mesmo que ele, por mais que fosse diferente.

- Sabe... Eu nunca te disse o motivo d'eu estar na casa dos Tomlinson-O'brien, não é? - Yuma apenas acenou negativamente. Ele sempre disse que aquilo não importava pra ele, e que não iria perguntar, mas sim esperar o momento em que o ômega decidiria o contar. Pelo visto o momento havia chegado. - Quando eu me mudei da Califórnia pra cá, eu fui expulso de casa. Minha mãe morreu no dia em que eu nasci e por isso meu pai sempre me tratou muito mal. Na cabeça dele eu sou culpado pela morte dela.

- Que ridículo! Você não tem culpa! - Ralhou.

- Sim, eu sei disso... Mas ele nunca pensou assim. Como éramos apenas nós dois, tudo era pior. Ele não me batia nem nada do tipo, mas me falava tantas coisas ruins... - O menino sentiu seus olhos lacrimejarem. Ele sabia que logo iria chorar, e mesmo odiando que o vissem naquele estado, não se importava se fosse Jamie o vendo desabar. - Quando ele descobriu que eu sou gay me pôs pra fora de casa, e nesse mesmo dia eu quase fui abusado por dois alfas que sempre me perseguiam. Harry me salvou e me levou pra casa do namorado dele. Eu não lembro muito bem de como aconteceu tudo porque eu desmaiei. Eu apenas lembro de acordar num quarto desconhecido, numa casa desconhecida com dois desconhecidos conversando na cozinha.

- Me lembre de agradecer ao Harry quando o vir. - Riu.

- Isso não foi tudo...

- Não?

- Não... - O mais novo começou a se sentir envergonhado. Nunca havia conversado sobre essa parte com ninguém, nem mesmo com o próprio Harry. - Quando estava conversando com os meninos na cozinha eu tive meu primeiro heat e... E eu... E-Eu não...

- Hey, calma! - As lágrimas que ele tanto prendeu finalmente começaram a rolar. Jamie secava delicadamente todas elas enquanto acariciava o rosto do outro, tudo com extremo cuidado e suavidade. - Se você não quiser continuar, não precisa. Sabe que eu não quero te obrigar a me contar nada!

- Não, eu... E-Eu quero te contar... Você é o único que não deve saber disso. - Respirou fundo. - Quando meu heat começou Louis pediu para que Harry o passasse comigo. E, durante uma semana, eu transei com ele. Pode não parecer algo demais, ou pode, mas pra mim é horrível! Eu me sinto sujo, eu me sinto um intruso naquela casa, mesmo que todos sempre me digam que está tudo bem. Eu me sinto imundo por ter desejado o alfa de outra pessoa, por ter gostado. Eu entrei na vida deles, me meti no meio do relacionamento deles, eu...

Sem perceber ele estava agarrado aos braços de Yuma como se o garoto pudesse fugir depois que soubesse daquilo. Como se ele simplesmente fosse deixá-lo apenas por saber que passou seu primeiro heat com outro alfa. E, não menos importante: Um alfa ligado. Jamie apenas sorriu e beijou suavemente os lábios do cacheado. Ele sentiu as gotas quentes em seu rosto, e isso o fez abraçar Cameron com ainda mais força. Era visível o quanto o menino estava perturbado por isso. Ele se sentia horrível por nunca ter notado o quão aflito ele estava.

- Cam... Você não tem culpa de nada disso!

- Tenho si...

- Não, não tem! - O cortou. - Você não poderia controlar seu heat. Você não esperava que ele fosse vir justamente naquele momento. Louis com certeza fez isso apenas pra não te deixar sofrer.

- Sofrer?

- Sim! O primeiro heat de um ômega é o mais doloroso de todos. Dizem que a dor é insuportável, e já houveram casos de ômegas que morreram no seu primeiro heat apenas por não terem um alfa. Eles passaram sozinhos e a dor foi tamanha que acabaram morrendo. - Falou. O mais novo o olhava incrédulo.

De fato Cameron não sabia nem de metade daquilo. Ele não havia sentido dor alguma, até porque tinha Harry ali, mas... Mas se não tivesse o alfa ele poderia até ter morrido. Louis sabia disso e se dispôs a pôr alguém no meio de seu relacionamento apenas para ajudar. O casal havia o salvo duas vezes em apenas um único dia.

- Então foi por isso... - Sussurrou.

Lágrimas ainda mais grossas saem de seus olhos. Finalmente havia entendido tudo.

Por Deus, como ele era grato a Harry e Louis!

- Não se sinta assim, Cameron. Nunca mais. Você não estava errado. Você não está errado! Com certeza os meninos se sentem bem em relação a isso porque eles entendem toda a situação. Acho que o único que não entende é o Niall, mas, assim como você, ele nunca passou um heat sozinho. Talvez ele nunca possa te entender, mas isso não quer dizer que você deva se sentir assim! Você é maravilhoso de qualquer forma, independente do que dizem ou deixam de dizer! E é por isso que eu gosto de você!

Um peso enorme havia saído de cima dos ombros do pequeno ômega. Naquele momento as coisas, pela primeira vez em um tempo, pareciam realmente certas!

~*~

Louis's P.O.V.

Eu amo meus amigos, ralmente amo a todos... Mas se eu ouvir mais um grito juro que vou matar todos eles!

Eu sei que todos estão animados por causa da viagem, afinal eu também estou ansioso...

MAS NÃO PRECISA FICAR GRITANDO O TEMPO TODO!

- O que acha, Lou? - Harry me pergunta, de repente.

- O que acho sobre o que? - Questiono.

- Sobre o hotel que eu escolhi. O que acha? - Só então percebo que o cacheado estava falando comigo há um certo tempo, mas eu não lhe ouvi.

- Bom... Eu... Ãn... Achei lindo... - Tenho certeza que isso não soou nem um pouco convincente.

- Você ouviu alguma coisa do que eu acabei de te falar?

- Ora, mas é claro! Que tipo de namorado eu seria se não te ouvisse? - Sorrio amarelo.
Styles revira os olhos, mas sorri também.

- Você não tem jeito! - O mais velho bagunça meus cabelos e me puxa para perto de si, deixando um bejo suave em minha testa.

- Vamos, galera? - Zayn pergunta para o pessoal.

No mesmo instante o tempo parece ficar lento quando vejo todos eles encherem os pulmões de ar, se preparando para a minha morte. Se minha cabeça já estava explodindo antes, agora seria, de fato, o meu fim.

- NÃO! - Grito desesperado e isso faz com que ninguém diga nada. Alguns segundos de silêncio absoluto me deixam aliviado. Os meninos me olham completamente confusos. - Não ousem gritar de novo. Se eu ouvir mais um grito, um único grito, eu juro que pego uma barra de ferro e bato com ela na cabeça de cada um de vocês!

- Acho bom vocês obedecerem o meu ômega, em! - Harry brinca.

- Fica difícil obedecer alguém de um metro e meio. - Tyler diz, e na mesma hora eu lhe lanço um olhar mortal.

Todos que estavam ao lado dele se fastam, deixando o moreno completamente sozinho. Vou até o alfa e o pego pela gola de sua camisa, o puxando e fazendo com que fique da minha altura. Os garotos riem da expressão de assustado do mais velho, e até eu mesmo penso em rir, isso se não estivesse tão irritado.

- Quer apostar que eu acabo com a sua raça, Posey? - Rosno. O menino acena negativamente com a cabeça de forma frenética.

- É, amor... Aprenda a não duvidar da capacidade de um ômega, ainda mais quando ele está grávido. - Dylan fala ao namorado dando leves tapinhas em suas costas.

Solto o alfa e pego minha bagagem, indo para o lado de fora da casa. Ignoro todas as risadas, mas me permito rir também quando ouço Harry falar "eu te avisei".

(...)

No aeroporto nós todos fazemos o check-in, porém como chegamos mais cedo somos obrigados a esperar pelo momento do embarque. Observo meus amigos por um instante e posso dizer o quão notável é a animação de todos eles. Isso me deixa feliz. Até mesmo Cameron e Jamie parecem bem felizes, e olha que foi um sacrifício convencer esses dois a virem!

E por falar em Cameron...

É bom ver que ele e Jamie se deram tão bem. Os dois só vivem juntos, e isso é muito bom! Claro, de certa forma me preocupa pois Boyce é extremamente ingênuo, mas Yuma provou ser bom pra ele. Ver que todos o aceitaram como um de nós é maravilhoso! O único que não está nem um pouco feliz com isso é Niall, mas o loiro apenas não entende a real situação. Ele não aceita o fato de que eu não odeio o ômega de sardas.

Na verdade isso é até um pouco mais complexo...

Recentemente venho notado que me sinto estranho em relação ao ômega. Não "estranho", mas sim... Diferente. Não sinto o mesmo que pelos meus amigos, nem pela minha família, e muito menos pelo que sinto por Harry. É um sentimento totalmente diferente! É como se eu me sentisse responsável por ele de certa forma, mesmo que tenhamos praticamente a mesma idade. Estranhamente o alfa também se sente exatamente assim!

Mas, como é possível ambos sentirem a mesma coisa em relação à mesma pessoa? Será que é pelo imprinting?

- Amor, eu vou ao banheiro, ok? - O cacheado acaricia levemente meu rosto.

De uns dias pra cá ele têm ficado mais carinhoso e cuidadoso do que o habitual, mas não há do que reclamar. Eu amo esses carinhos excessivos!

- Tudo bem. Vou ficar exatamente aqui. - Ele sorri quando lhe roubo um pequeno beijo inesperado.

Enquanto observo o alfa se levantar e logo sumir entre as dezenas de pessoas andando para lá e para cá, me pego sorrindo também. Decido ler um livro enquanto espero. Pego o pequeno objeto dentro de minha bolsa, e assim que o abro sinto alguém se sentar ao meu lado, no lugar de Harry. Porém eu não me importo. Sei que o cacheado também não se importará de se sentar em alguma das cadeiras vazias ao redor.

- Com licença... - Pela voz noto ser um homem.

- Sim? - Me surpreendo ao notar que é um menino jovem e que ele está com uma criança no colo.

- Pode me dizer que horas são? Meu celular está meio louco e acabou desconfigurando tudo. - Ri. Extremamente doce e singelo.

- São exatamente cinco da tarde. - Digo e tento sorrir da mesma forma que o menino, mas falho miserávelmente. Seu semblante é extremamente radiante, parece único!

- Obrigado. - Diz e se volta para o pequeno aparelho.

Fico curioso.

Será que essa linda criança é dele?

O loiro visivelmente é ômega, mas aparenta ser tão jovem...

Jovem demais para ter filhotes!

Sem perceber acabo encarando os dois por mais tempo que deveria, mas o ômega está tão concentrado no bebê que sequer nota meu olhar sobre si. Uma estranha sensação de familiaridade invade o meu peito, porém não consigo entender.

- Então... Esse bebê é seu? - Tento puxar assunto, e parece funcionar.

- Sim, ele é meu. Meu filhote. Todos me fazem essa mesma pergunta, mas eu não me importo. - Sorri enquanto acaricia a pele do pequeno menino loirinho que dorme tranquilamente em seu colo.

- Por que sempre te perguntam isso?

- Porque, segundo eles, eu sou novo demais para ter um filho. Você não acha? - Sua pergunta soa como uma brincadeira, porém eu acabo levando a sério.

- Acho que sim. Você aparenta ser tão jovem... Afinal, quantos anos tem? - Sei que não conheço o garoto e que não deveria estar o bombardeando com tantas perguntas, mas simplesmente não consigo evitar. Essa estranha sensação de déjà-vu piora tudo!

- Eu tenho dezenove. Tive esse anjinho com dezessete. Na época eu fiquei desesperado. Um ômega jovem que apenas estudava, se envolveu com um alfa e acabou engravidando. Eu fiquei meio perdido, ainda mais porque o pai dele me deixou assim que soube da minha gravidez. Dali em diante tudo começou a piorar. Meus amigos me deixaram, meus pais viraram as costas para mim... Eu me vi num beco sem saída, até pensei em abortar, mas... - Ele fica envergonhado quando nota que sem querer acabou se abrindo comigo. - Me desculpe por falar tanto da minha vida. Você já deve estar me achando um louco ou sei lá...

- Não, não, por favor! Eu quero saber! - Quase imploro para que ele continue, e isso o faz sorrir.

Aquele mesmo sorriso radiante que tanto me chamou atenção. O menino olha para minha barriga e seu sorriso parece aumentar.

- Você está grávido?! - Questiona.

- Sim... Quase quatro meses... - Nessa hora parece que ele vai explodir a qualquer momento.

- Qual é o seu nome?

- Louis. Louis Tomlinson.

- É um prazer! Me chamo Ethan Barrow. Mas, agora ouça, Louis... - O ômega pega em uma de minhas mãos e me olha nos olhos com certo brilho. - Nunca sinta-se mal por isso! Mesmo que seja difícil, mesmo que falem coisas horríveis para você, não se sinta mal! Sabe, eu me arrependo profundamente, mas eu já cheguei a odiar meu filho. Hoje em dia eu digo isso com muito pesar pois notei que David é a melhor coisa que me aconteceu! Meu filho é tudo pra mim!

Ethan se afasta quando o bebê acorda e choraminga. David sorri abertamente quando abre seus olhinhos e dá de cara com o pai. Ambos se perdem por alguns instantes em meio a brincadeiras e risadas gostosas, a cena mais linda que eu poderia ver hoje!

- Sabe, Louis... Quando ele nasceu uma tia minha me acolheu. Ela me impediu de deixar os estudos, e graças a isso hoje eu estou cursando o quarto semestre de biomedicina e trabalho em meio período numa clínica veterinária.

Sua voz soa estranhamente calma, mas mesmo falando baixo ela chega até mim com nitidez. Tudo nesse menino parece reluzir, quase como se fosse um anjo. Ele esbanja uma paz tão grande que faz meu peito queimar! Será que é por causa do filho? Será que é paz interior? O que é?

- Isso mostra que sempre haverá ao menos uma pessoa que irá te ajudar! Ela me ajudou, e fica com meu filhote enquanto estou fora, tudo para que eu possa seguir meus sonhos e possa sustentar a mim e ao meu bebê. - Ethan me olha novamente e só então noto o quão parecidos seus olhos são com os meus.

- Louis... - Ouço a voz de Harry. Automaticamente me viro para o cacheado. - Amor, por que você está chorando?

- Chorando? - Passo a mão por meu rosto e só então noto as lágrimas escorrendo por ele. Styles olha para Ethan de forma desconfiada, pronto para me proteger, mas seu rosto suaviza quando vê David. - Ah, aliás, este são Ethan e seu bebê, David.

- Você deve ser o alfa do Louis, estou certo?

- Sim, sou eu. Harry Styles. - Diz e o cumprimenta. - Como sabe?

- Bom, você o chamou de "amor". E também a forma que me olhou, prestes a me atacar por ter feito o Louis chorar, só confirmou isso. - O menino ri, e Harry acaba rindo junto consigo.

- Faz sentido... - Murmura. - Lou, nosso embarque é agora. Vamos?

- Sim, vamos! - Pego minhas coisas, mas não vou antes de me despedir dele. - Até mais, Ethan!

- Até, Louis! E não se esqueça do que eu falei, ok? - Sorri uma última vez. David também sorri para mim. Um perfeito espelho do pai.

- Não vou. Com certeza não vou!

Sigo ao lado do alfa até o portão de embarque, onde todos os meninos já esperam por nós. Eles sorriem assim que nos vêem, e isso me faz notar que eu tenho a coisa mais preciosa que alguém poderia ter: amor! Não só dos meus amigos, como da minha família e, principalmente, o de Harry!

- Posso saber o que aquele ômega te disse que te fez chorar? - Styles questiona.

- Não foi nada demais. Eu apenas me identifiquei com ele... - Dou de ombros. Surpreendentemente ele aceita minha resposta sem questionar, algo raro se vindo de Harry Edward Styles.

- Imagino. Na verdade ele me lembrou um pouco você, sabia? - Ri.

- O bebê dele é lindo, não é?

- Sim, muito! - Sorri. - Nosso filho será tão lindo quanto, você vai ver!

- Sim, será... - Sinto um pequeno sorriso brotando em meus lábios.

Pela primeira vez penso que talvez não seja, de um todo, ruim.

Talvez realmente não seja tão ruim...

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