Lillian
- Lilli? O que aconteceu com você? - Nathaly corre até mim e se senta ao meu lado, no chão da sala.
- Ele me beijou...
- Quem te beijou? - Pergunta preocupada.
- Noah...
- Oh my Good! Isso é incrível! Espera, porque você está chorando se ele finalmente tomou uma iniciativa?
- Porque logo depois, ele se desculpou, disse que não deveria ter feito aquilo porque nós dois somos primos.
- Filho de uma...
- A tia Alice não tem nada a ver com isso.
- Eu sei; como ele pode ser tão idiota? - Ela me abraça exasperada tentando me consolar, enquanto conto tudo o que aconteceu na boate.
- Não consigo entende-lo, Nathy; ele se feriu porque sentiu ciúmes, e depois veio o beijo... mas ele agiu como se tivesse feito algo imperdoável.
- Eu queria ter todas as respostas, mas não tenho. Tudo o que eu posso fazer agora, é te consolar e garantir que você fique bem.
Nathaly me ajudou a levantar, fez com que eu tomasse um banho quente e depois me entregou uma caneca fumegante de chocolate quente. Ficamos abraçadas por um longo tempo, até que não suportei mais o peso dos meus pensamentos e me entreguei a inconsciência.
BÔNUS NATHALY
Espero Lilli adormecer e saio do quarto nas pontas dos pés. Eu amo meus primos, mas Noah passou dos limites dessa vez. Caminho até o apartamento ao lado e toco a campainha, um minuto depois ele abre a porta parecendo um tanto desapontado, ignoro sua expressão emburrada e entro sem ser convidada.
- O que você...
- Cala a boca, Noah. Você vai sentar sua bunda branca nessa sofá e vai me escutar com muita atenção; entendeu?
- Eu não...
- Calado! - Aponto mais uma vez o sofá e espero impacientemente enquanto ele se senta. - Primeiro de tudo, eu quero saber o que aconteceu naquela boate.
- Tenho certeza que você já sabe muito bem o que aconteceu. - Responde cínico.
- Sim, eu sei, mas quero ouvir da sua boca também. - Ele suspira e esfrega uma mão no cabelo.
- Eu só... não consegui ver aquele cara babando em cima dela.
- E posso saber o por que?
- Porque ela é minha prima!
- Isso não é desculpa, eu quero a verdade. - Insisto.
- Não quero que ninguém pense que ela é uma qualquer.
- Eu também não quero, mas ela só estava dançando com o cara e não transando no meio da pista de dança. A verdade, Noah.
- Eu não sei!
- Fala.
- Eu já disse que não sei!
- A verdade! - Pressiono perdendo a paciência.
- Eu não...
- A VERDADE!
- PORQUE EU AMO ELA! - Ele grita se levantando e eu abro um sorriso digno de comercial de creme dental.
- Foi difícil admitir?
- Eu não quis dizer nesse sentindo... eu não... - Noah começa a andar de um lado para o outro parecendo agoniado.
- Sim, você quis. Eu sempre soube, na verdade vocês dois são bem óbvios, me admira ninguém ter notado isso ainda.
- Nathaly... isso está errado, Lillian é nossa prima, MINHA prima. Não posso ama-lá dessa forma. - Ele me lança um olhar tão ferido, que quase posso sentir seu sofrimento. Me sento no sofá o puxando comigo.
- Noah, apenas minha mãe e o pai da Lilli, compartilham um laço sanguíneo. Fomos criados juntos, aprendemos a amar todos como tios, tias, primos e avós, mas você sabe que isso é algo baseado em uma amizade verdadeira e tão pura, que nos tornou uma família tão real como qualquer outra. E mesmo que o DNA ligasse Lilli á você, ainda sim não seria errado. Primos se apaixonarem é mais comum do que pode imaginar.
- Eu não sei o que fazer... - Confessa parecendo cansado.
- Que tal começar, me contando quando isso aconteceu?
- Acho que desde sempre, apesar de tentar sufocar esse sentimento dia após dia, ele sempre esteve presente.
- Não o sufoque mais.
- Ela deve estar me odiando depois do que eu fiz.
- Odiar é uma palavra muito forte, eu diria que ela está magoada.
- Eu preciso ir até lá e me desculpar. - Ele se levanta parecendo decidido.
- Não, o que você precisa, é ter a certeza que está pronto para enfrentar nossa família por esse amor. Eu te amo, Noah, mas não vou permitir que você pise na bola outra vez. E então, o que vai ser?
- Por onde eu começo?
[...]
Depois de passar quase três horas conversando e aconselhando Noah, finalmente pude voltar pra casa e tomar meu tão merecido banho. Bancar o cupido seria muito mais divertido se eu não tivesse meus próprios dramas pessoais para resolver. Deitei na cama e antes que pudesse fechar os olhos para dormir, meu alarme tocou anunciando o início de mais um dia de trabalho.
Praticamente me arrastei para fora da cama, com uma dor de cabeça monstruosa. Vesti uma calça jeans escura e uma camisa branca soltinha, com listrinhas azuis, scarpins pretos e óculos de sol para tapar as olheiras que nem toda a maquiagem do mundo seria capaz de esconder.
- Por favor, diz que você fez café? - Pergunto assim que entro na cozinha e Lilli me entrega uma xícara contendo o líquido amargo que o meu organismo necessita.
- Bom dia.
- Eu queria poder dizer o mesmo, mas estou com uma dor de cabeça desgraçada.
- Não conseguiu dormir?
- Quando finalmente deitei na cama, meu despertador achou que seria divertido começar a tocar.
- O que você ficou fazendo depois que eu dormi? - Questiona parecendo interessada.
- Vai por mim, é melhor nem saber. Agora, vamos logo antes que os chefões decidam vir atrás de nós. - Coloco a xícara sobre a pia e saímos rumo ao trabalho.
...
Deixei Lillian em sua sala e caminhei em direção a minha, encontrando o objeto de meus desejos mais íntimos andando calmamente em minha direção.
- Bom dia, senhorita King. - Me cumprimenta com um sorriso de tirar o fôlego.
- Acho que já conversamos sobre essa formalidade toda, Eric. - Cruzo os braços em uma postura intimidante.
- Certo, me desculpe criança. - Meu sangue ferve, passo por ele sentindo meus olhos arderem. - Espera! Eu disse algo errado? - Pergunta segurando meu braço.
- Como se isso fizesse diferença.
- O que há com você?
- Não é da sua maldita conta! - Puxo meu braço e corro para minha sala rezando para que ninguém veja minhas lágrimas caindo.
Postei e saí correndo!
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Beijokas.