Laços da Morte [Concluído]

By IrisGlaet

57.7K 8.7K 9.9K

Quando se termina o ensino médio você realmente se livra da escola? Quase um ano depois de se formarem no ens... More

Prólogo
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
Epílogo

31

715 105 51
By IrisGlaet

Todos estavam juntos, quase todos, e pela primeira vez tinham o mesmo pensamento: salvar Suzana.

Mara estava vestida com roupas de academia cinzas, um tênis de corrida e o nervosismo transparecia em seu rosto, Daniel evitava olhar para o prédio não queria se lembrar dali, o Wagner estômago revirava, se pudesse seguraria a mão de Daniel mas o mesmo ainda não estava pronto para enfrentar publicamente seu relacionamento, Índia parecia uma rocha, sólida e impenetrável, agarrada a mochila, só faltava o investigador, um membro extra, mas muito importante.

- Mara onde ele está?- Índia indagou

- Eu não sei!- Ela cursou os braços- Não dou conta da vida dele...

O telefone tocou, Mara tremeu, se fosse aquela ligação novamente... Mas era Lucas, ela atendeu e colocou no viva voz.

- Onde você está?

- Meu carro quebrou! Simplesmente assim, parou de funcionar!

- Então você não vem?- Mara encarou Índia

- Olha, se eu pegar um táxi posso acabar entregando nossa investigação paralela... Eu mando polícias...

- Estamos entrando mesmo sem você!

Ele xingou algo do outro lado da linha mas Mara já havia desligado o telefone. Os quatro se encararam, entrar e sair, todos vivos com Suzana. Eles cruzaram o velho portão que rangeu e encararam o enorme prédio a sua frente, muitas salas e quartos haviam ali, seria difícil descobrir com certeza onde Suzana estava.

- Bem, o que vamos fazer?- Disse Wagner- Temos que procurar por todos os lugares.

- Eu e Daniel conhecemos bem esse prédio nós podíamos...

- Nos separar.- Completou Mara

- Mas e se ele aparecer?- Wagner abraçou o próprio corpo- E se ele pegar algum de nós!

- Vamos em duplas.- Daniel encostou perto de Wagner- ligamos se acharmos qualquer coisa.

- Eu vou com o Daniel!- Mara disse prontamente e ninguém a questionou

Entraram no prédio empurrando um tapume que era usado como porta, na sala de recepção não havia mais nada além de sujeira e pichações, Daniel quase podia ver aquele lugar com vida de novo mas afastou a lembrança, andando um pouco mais encontraram seu ponto de separação, duas escadas uma para cada lado do prédio. Índia se lembrou, passou grande parte do seu primeiro ano subindo e descendo aquelas escadas, acompanhando Daniel onde quer que ele fosse.

- Nós vamos pela esquerda.- Índia os encarou- Nada vai acontecer, ok?- a preocupação transpareceu na voz dela

Eles se entreolharam. Quatro adolescente guiados pela sorte, usando o celular como lanterna e a mercê de um assassino que tinha o elemento surpresa ao seu lado, com toda certeza algo iria dar errado.

- Eu não vou deixar que aquele sujeito suje minha roupa nova de sangue!- Desse Mara

Wagner sorriu, não podia identificar se ela falara aquilo para descontrair ou era uma plena verdade, encarou Daniel, o garoto tinha olhos perdidos como se estivesse passando por lembranças dolorosas, só queria abraça-lo e sair dali.

- Acho que vamos precisar de sorte, muita sorte.- Comentou

- Vamos.- Índia falou- Temos que achar a Suzana...

Daniel andou até Wagner e o beijou. Simples e direto. Mara e Índia se encararam, estavam chocadas.

- Agora podemos ir.- Daniel segurou a mão de Wagner e olhou para Índia- tenham cuidado por favor.

- Uns começando relacionamentos, outros terminado...- Mara suspirou e tocou o dedo onde a aliança de namoro ficava

Mesmo ela não tendo conseguido conversar com Augusto, havia deixado claro para a mãe dele que havia algo errado no relacionamento dos dois e deixado sua aliança com ela.

- Agora precisamos ir mesmo.- Disse Índia um pouco sombria

Subindo as escadas, Wagner mantinha uma distância cautelosa de Índia, Daniel havia acabado de assumir algo entre os dois mas... Índia ainda gostava dele e não era lá o momento mais fácil para conversar sobre sentimentos.

- Vamos virar a direita, fique de olho.- Ela soou grossa mas logo se virou para ele com um sorrisinho- Eu não estou com raiva, ok? Só fiquei surpresa. Sendo você ou qualquer outra pessoa eu ficaria surpresa, eu conheci um Daniel muito diferente.

- Isso tem haver com esse lugar?- Wagner se permitiu perguntar- Eu vejo nós olhos dele que tem algo errado.

- Daniel teve depressão... Eu não acho que seja eu que deva contar os detalhes a você, vamos apensas salvar a Suzana.

Wagner engoliu em seco. Os dois seguiram lado a lado, entrando em algumas salas abandonadas, outras estavam trancadas. Para Índia olhar aquele lugar era tomar um grande soco do passado, a fazia repensar quem era. A garota estranha, sim ela tinha certeza que continuava estranha mas a única que havia realmente visto a dor nós olhos de Daniel, nem a mãe dele havia conseguido. Não era uma simples tristeza, ele estava se afastando, dormindo mal, com um pessimismo profundo, o convenceu a ir na psicóloga da escola e lá não foi tão fácil como ela esperava.

- Índia!- chamou Wagner roubando-a de seus pensamentos- Está escutando?

Passos. Eles andaram mais um pouco e se esconderam dentro de uma sala, Índia abriu a bolsa e pegou a faca, Wagner a encarou mas não disse nada. Respiração acelerada, o lugar pouco iluminado, uma pontada no peito, enquanto Índia o dizia alguma coisa e observava a porta, sentiu a respiração pesar. Não era hora, não era hora de passar mal.

Ele sempre passava mal quando estava com medo. Quando seu pai descobriu sobre seu primeiro namorado, no primeiro dia de aula na Santa Borgonha, quando ficou preso em uma sala escura com alguém fantasiado de unicórnio...

Ele respirou fundo e encarou Índia, ignorando o desespero que crescia dentro dele.

- Nós ficamos presos na sala do beijo Índia.

- O que você tá falando?

- Eu e o Unicórnio.- Ele permaneceu alerta com o barulho de passos aumentar- Eu estava com ele, mas não sei o que aconteceu direito!

- Mas que droga, Wagner!- Índia respirou fundo, enfiou a faca na mochila e o arrastou até uma mesa, onde se esconderam- O que vocês fizeram?

Os olhos dele iam de um lado para o outro, com memórias se formando aleatoriamente, conteve sua respiração enquanto contava o que a lembrava a ela.

Wagner já estava cambaleante andando pela festa, naquela escola que mal conhecia a procura do primo, haviam tantos jovens estranhos correndo por aquele lugar, ele só precisava de um lugar silencioso para relaxar e não vomitar.

Foi assim que ele parou sentado no chão da sala do beijo, o escuro o fez chorar silenciosamente com medo, até que a porta bateu e ele notou que não estava só, alguém tentou abrir a porta mas não conseguiu, não havia lâmpadas na sala, mas a luz de uma lanterna de celular foi ligada, iluminando a estranha máscara de unicórnio.

Alguém vestida de princesa, tomou o telefone e iluminou o rosto de Wagner.

- Mais um patinho para nós!- riu jogando o cabelo negro para trás, era Paloma

- Ai que assustado!- Mara tomou o celular da mão dela, estava vestida de marinheira- Vocês dois ai, parem de se engolir e peguem-no!

- Você não manda em nós!- era Daniel- Ele veio com um cara do primeiro ano.

- Não é um de nós.- Raphael riu ao fundo- Coloca para fora, Índia.

- Eu não, ele tá mal, olha as lagrimas dele. Que que foi?- ela cambaleou até Wagner- Eu sou sua amiga pode contar.

- Índia boazinha!- Jonas riu em algum lugar- Deixa participar! Vamos decidir o que fazer com aquele...

- É, o que vamos fazer?- Pablo gritou animado e a luz o iluminou

Ele estava segurando o Unicórnio. Segurando o Unicórnio pelos ombros, a mesma máscara estranha a mesma roupa preta. As mãos de quem quer que estivesse por baixo daquela máscara tremiam agarradas a roupa preta

Wagner respirou profundamente depois de sua lembrança.

- Todos nós estávamos naquela sala, todos nós ficamos presos naquela sala!

Índia tapou a boca dele com violência, seus olhos tremiam, os passos haviam cessado, ela o soltou e abriu a mochila pegando a faca novamente, e se moveu para sair de debaixo da mesa mas Wagner a segurou, ela pegou a mão dele e a segurou com força, sussurrou para ele a contagem, 1, 2, 3 e os dois se levantaram.

- Ninguém.- Wagner apertou a mão de Índia ainda mais

- Acho que podemos sair daqui, vamos continuar.- Ela se virou para Wagner- A sua lembrança e a minha... Nós fizemos algo com esse desgraçado... Mas que merda!

- Todos nós estávamos na sala do beijo, Índia! O que nós fizemos depois? O que... fizemos com o Unicórnio?

- Eu não sei, ok?- Ela encarou Wagner- Vamos dar um jeito nisso...

- O Unicórnio, ele estava com medo de vocês... da gente.

- O jogo virou, não é mesmo? O jogo virou, não é mesmo?

Nenhum dos dois tinha falado aquilo. A voz irritante vinha de trás deles, repetindo a frase insistentemente, assim que Índia se virou viu um brinquedo de dar corda que andava até eles, ela o pegou do chão e apertou, o brinquedo irritante continuava a se mexer e falar.

- Acho que sei para onde devemos ir!

Ela agarrou o brinquedo e arrastou Wagner.

......................................................................

O Unicórnio estava sentado em frente a Suzana, a garota permanecia de olhos fechados. Segurava nas mãos o pendrive que o Outro Unicórnio havia entragado. Podia confiar? Não mas era a única aposta.

Achava que ele e quem quer que estivesse do outro lado daquela máscara, estavam do mesmo lado, destruir o líder. Enquanto o líder não soubesse daquela jogada e se ela fosse concluida, estariam a salvo. Todos. Sentiu o celular vibrar, encarou a tela e a voz robótica soou por baixo da máscara.

- Começou.

Continue Reading

You'll Also Like

10.4K 685 12
Vou contar história de vários psicopatas, As histórias dos psicopatas serão variados não será o livro todo contando a história só de 1 psicopata [Ba...
378 50 31
Esse "Livro" conta a história de Hannah uma menina que estava na pior fase de sua vida e não aguentava mais ela, então um dia Decidiu ir pra perto do...
69.7K 10.3K 47
Carmelita Silveira se meteu em uma confusão de níveis estratosféricos. Portadora de uma boca indomável e uma delicadeza cavalar, a garota tem certez...
3.8K 310 3
Nunca deixe ninguém dizer em que você deve acreditar. Acredite no que quiser. Siga o que quiser. Mas, de todo o coração, eu espero que você acredite...