Boa noite, Aquiles ✓

By sofianeglia

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" O olhar dava medo e eu quase perdi o sorriso o qual tentava seduzir ela do rosto. - Esquece, porque i... More

intro + sinopse
0. prólogo
1. ela procura
2. ele tem que sair
3. ela se nega
4. ele cozinha e convence
5. ela estabelece as regras
6. ele quebra uma das regras
7. ela não consegue dormir
8. ele chega de madrugada
9. ela conhece o resto do grupo
10. ele não quer ela no grupo - pt.1
10. ele não quer ela no grupo - pt.2
11. ela não consegue dormir de novo
12. ele quebra mais uma regra - pt.1
13. ela tenta ser simpática - pt.1
13. ela tenta ser simpática - pt.2
14. ele conquista algo
15. ela vira gelo
16. ele é fogo
17. ela vê o que não quer
18. ele sente o que não queria
19. ela cozinha e chora (repostado)
20. ele fica
epílogo
epílogo olímpios
nota final
OLIMPIOS REESCRITO!!

12. ele quebra mais uma regra - pt.2

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By sofianeglia

OBSERVAÇÃO: ESTE CAPÍTULO CONTÉM (poucooo) CONTEÚDO EXPLÍCITO. PULE AS PARTES EM NEGRITO CASO NÃO QUEIRA LER.


i n d i c a ç õ e s  p/ e s t e  c a p í t u l o :

atic → astrid s

dive → ed sheeran

liability → lorde

(lembrando que essas e todas as outras músicas estão na playlist oficial do livro, "boa noite", no spotify)


n o  c a p í t u l o  a n t e r i o r :     

 Contudo, Vênus não sabia o jeito que meu peito tinha se apertado ao escutar ela falar o termo "comer", ou que nem era essa a ideia inicial. Talvez a mudança, todas as cantadas fosse, mas eu só queria aproveitar a oportunidade de ver um filme ao lado de Lívia, finalmente enxergar as suas reações conforme as cenas fossem se passando.

     Queria aproveitar a minha visão limpa e a noite, só pra tentar escutar ela se despedindo antes de ir pra cama falando o meu nome. 


12. ele quebra mais uma regra - pt. 2

     Era só isso que eu conseguia pensar. 

     Ela chamando o meu nome e as nossas conversas. A imagem de nós dois sentados com as costas contra o sofá, cada um segurando um copo de bebida na mão, enquanto risadas estivessem estampadas no nosso rosto, ela olhando pra mim como se eu fosse uma das pessoas mais importantes da sua vida. 

      Caminhei mais rápido, querendo ter bebido um pouco mais, mas aguentando a vontade até que eu chegasse no meu carro e pegasse a minha mochila que tinha deixado no banco de trás. Quando peguei ela e o frasco de dentro, tomei mais alguns goles e coloquei um chiclete de menta na boca, para que Lívia não ficasse achando que eu bebi demais e só por isso estava voltando tão rápido. 

     Estava louco pela a sensação de loucura que a bebida me dava ao mesmo tempo que sempre me ajudava a pensar com mais rapidez e a funcionar direito, mas Lívia já tinha deixado claro no início que não gostava de bebidas. Se eu tomasse cuidado apenas com isso, teria uma chance de conseguir ficar com ela e quem sabe ela aceitasse depois de bagunçar alguns lençóis que a gente continuasse amigos e convivendo no apartamento.

     Sacudindo a cabeça e sentindo o tremor de um novo nervosismo pelo eu corpo, fechei a porta do meu carro, o trancando, e fui em direção a entrada do nosso prédio. Abri a porta sentindo um aperto no peito a cada passo que tomei a partir dela.

      Ali que comecei a realmente perceber o quanto ela estava mexendo com a minha cabeça, o jeito que eu queria mais do que tudo simplesmente estar na sua presença. Eu sempre tive muito amor pra dar, atenção e carinho. Essas coisas sempre foram tão fáceis de distribuir por aí, além de fazer as pessoas sempre quererem mais a minha presença ou fazer com que o dia delas melhorasse. Mas esse tipo de carinho não importava tanto e nem parecia o mesmo naquele momento. 

      Indo em direção ao nosso apartamento, pensei como que ela ia reagir e o jeito que eu ia explicar porque voltei. 

      Podia dizer que no final a proposta dela era bem melhor, que não ia conseguir dormir sem saber o que ela estava achando dos filmes. Podia dizer algo bruto, como o quanto o seu sorriso mexia comigo ao ponto de me deixar duro o suficiente pra gente transar até ela berrar o meu nome e o quanto eu queria que ela fizesse isso. 

      Mas quando eu tinha pensamentos assim eu me lembrava que ela sempre tinha mostrado e feito eu pensar que com ela as coisas iam ser mais calmas, e como eu queria que elas fossem. 

      Abrindo a nossa porta, tentei não fazer barulho algum. Me virando sem nem gastar tempo de olhar a sala, fechei a porta e respirei fundo. Não tinha mais suor na minha testa ou nas minhas mão, não me sentia com tanta ansiedade. Mas o som do filme rodando atrás de mim me fez parar por alguns segundos e me perguntar se eu estava pronto para fazer aquilo. 

      Me virando, vi primeiro os seus pés em cima do apoio do sofá. Com uma meia diferente da outra, tinha escolhido uma listada branca e azul e a outra com vários cupcakes desenhados. Eram meias velhas, mas os seus dedos mexendo de vez em quando faziam eu ignorar esse detalhe. Caminhando até que eu pudesse ver o resto do seu corpo e o pijama improvisado daquela noite, me deparei com a mesma camiseta de banda que ela usou quando fomos ajudar Apolo e uma calça solta de moletom.

     Me sentando no chão do sofá, fiz o máximo pra não fazer barulho algum. Seu rosto de olhos fechados mostravam que ela estava dormindo, quietinha e agarrada em uma das almofadas, mas o meu cuidado não foi o suficiente, porque logo a almofada veio direto no meu rosto. 

     — Porra, não tem como tu não me atrapalhar, nem mesmo de madrugada? — Ela disse, suas sobrancelhas se juntando ao mesmo tempo que encolhia suas pernas contra o seu corpo.

     Ainda sentindo o impacto da almofada, pedi — Desculpa. — rindo de leve e sentando de lado no chão. Passando as mãos no rosto, olhei pra ela de lado. — E não é madrugada. 

     — Uhum. — Ela disse, revirando os olhos e puxando o seu corpo mais para cima, meio sentada de lado e voltou a olhar o filme. 

      Com um sorriso, voltei a falar. — O cara tá recém falando sobre o tabuleiro de xadrez, eu voltei em menos de 40 minutos.  E aposto que tu nem deve ter visto o discurso sobre o caminhar dele na prisão, que é uma das minhas cenas favoritas.**

     Apoiando meu braço em cima do sofá, ela se ajeitou de novo, mas não afastou o corpo da onde eu estava. Seus olhos indo da tela da televisão e de volta pra mim. — Por que voltou? 

     Pelo jeito que seu rosto estava nervoso de novo, com a boca carnuda entreaberta e a respiração acelerada, decidi que a verdade e o primeiro motivo de eu ter voltar era a melhor escolha. — Tua proposta foi melhor do que qualquer festa. 

     E talvez, não fosse só isso. Era também o que ela um dia disse sobre eu não mostrar que me importo e eu me importar, no final, sobre o que ela pensa de mim e sobre o que ela sentiu quando eu acabei saindo da frente do nosso prédio. 

     Como resposta, Lívia soltou um "ah" e andou devagar com os olhos até a televisão, com a voz baixa e o controle dançando na mão. — Eu quis prestar atenção, mas acabei deixando o tempo passar enquanto fechei meus olhos. 

      — Por que? — Perguntei, virando completamente pra ela e apoiando minha cabeça na minha mão, dando total atenção pra ela. 

      — Tentativa de tirar alguns pensamentos da minha cabeça. 

      Ao falar, Lívia voltou a me dar sua total atenção. Os olhos grandes e redondos me olhando e confirmando que eu e mais algo estavam incomodando ela aquela noite. Não sabia o que era a outra coisa, exatamente, mas pensei ter direito sobre o que se tratava de mim. 

     — O que eu fiz? — Perguntei, levantando um lado dos meus lábios. 

      Revirando de novo os olhos, ela engrossou a voz e voltou com a pode se cínica. — Nada. Está tudo bem. — Disse, mas não estava tudo bem. 

     Ao analisar ela, escolhi não falar sobre o que eu causava, mas a minha curiosidade por ela aumentava a cada segundo que passava, e para que eu não falasse nenhuma besteira, a melhor alternativa era que ela falasse pra mim qualquer coisa. 

     — Por que tu sempre vem pro sofá? — Perguntei, mas deixei de fora o fato de eu saber que todas as vezes que ela ia, ou a maioria das vezes, sempre estava com lágrima nos olhos. 

     Dando de ombros e voltando o filme ao início, Lívia me respondeu sem interesse. — Não consigo dormir. 

     A ironia de que sua voz estava grossa por causa do sono era grande demais. 

      — Entendi. — Falei, e continuei olhando o seu rosto, a sobrancelha que se juntou mas continuou arqueada, os olhos que começavam a voltar devagar para mim. 

     — E tu? Por que sempre chega e vem para o sofá?

     Essa foi a minha vez de levantar os ombros como quem não  se importa com o que vai dizer, mas que sofre muito mais do que permite. — Mesma coisa. Tenho dificuldade pra dormir. 

      Ela me olhou como quem não acredita, e com aquilo qualquer coisa que ela me perguntasse eu iria dizer a minha verdade completa. Sem pequenos sorrisos ou movimentos de tentativa de desviar o assunto, ficamos nos encarando até que ela voltou a falar. 

     — Por quê?

     — Tua companhia é melhor do que tentar dormir e nunca conseguir. E eu costumava usar o sofá quando ainda morava no apartamento antigo, — Comecei, não controlando direito o que estava contando. — é menor, não me sentia tão sozinho. E quando eu não estava sozinho, conseguia ser menos íntimo.

      Lívia me olhou, abrindo e fechando a boca, não sabendo o que me falar, não querendo admitir que ela também se sentia sozinha, fazendo eu querer que ela visse em mim alguém que fizesse ela parar de se sentir assim. 

     Sem controlar, minha mão que segurava a minha cabeça caiu ao longo do sofá, indo até a sua. Como no automático, Lívia se sentou no braço do sofá, juntando suas pernas mais ainda contra o seu corpo, o rosto de supresa e medo olhava para onde a sua mão tinha escapando da minha.

     Sentia o ar mais pesado e sério, mas sentia o nosso querer, sentia o meu corpo latejar como nunca antes e aquilo tudo era só pelo simples sentido de ter tocado a sua pele. Me sentando no sofá, fui calmo com meus movimentos, olhando constantemente ela e vendo o jeito que tinha agora a incerteza predominante no rosto. 

     Tentando acabar com aquela tensão abri um leve sorriso. — Eu não vou te machucar. — Falei, mas o rosto assustado dela continuou, me lembrando de todas as vezes que se esquivou e fugiu do toque dos outros. 

     Tirando o sorriso, e sentindo o meu coração bater forte dentro do meu peito, senti o meu pulmão queimar com aqueles sentimentos todos, esquecendo do filme, esquecendo da bebida. Eu só conseguia focar nela, no jeito que ela estava vestida, nas suas reações, no jeito como uma das suas mãos agarravam o tecido do sofá com tanta força que tinha perigo de quebrar as unhas, e como a outra mão tinha perigo de sangrar pelo jeito que ela fincava as suas unhas na palma fechada. 

     Esticando a minha mão, acompanhando o pânico que ela tinha nos olhos ao olhar pra mim e para os meus dedos, toquei o seu joelho, sentindo o ar inteiro do meu peito saindo de mim em um alívio por poder sentir que ela era real, por poder tocar ela aquele pouco. 

     Olhando para a minha mão e de volta pra ela, voltei a falar, o ar saindo a cada palavra.

     — Eu não vou te machucar, nunca. Sei que não vou. 

      Precisava que ela acreditasse em mim, porque de todas as pessoas que eu tinha conhecido na minha vida, ela era a que me fazia sentir em tempos onde tudo o que eu menos queria era isso. Ela me fazia sentir, e eu só queria ficar, aproveitar o que eu poderia ter com ela, não lembrando qual tinha sido a última vez que meu peito tinha batido daquela forma, não lembrando quando que alguém tinha se tornado algo importante de verdade. 

      — Tu não sabe o quanto eu quero te fazer bem. — Falei, virando a minha palma no seu joelho, pedindo a sua mão de volta. Aquela frase valia para o cotidiano, para a relação dela consigo mesma, e para quando a gente fosse parar na cama. Queria que ela se sentisse bem com o seu corpo e que o seu corpo todo ficasse arrepiado com as minhas mordidas, a cada estocada que daria pra dentro dela. 

      Sexo era algo que eu gostava, e eu tomaria o tempo que desse para fazer ela se sentir bem em todos os aspectos dele. Conseguia me imaginar chupando ela, olhando do meio das suas pernas para cima e vendo o tesão que ela estaria sentindo, o bico dos seios duros. 

       A minha imaginação viajava enquanto Lívia me encarava, como se visse através do que eu estava falando, vendo minhas promessas caladas e concordando com elas. Devagar, sua mão foi em direção a minha, tocando com as pontas dos dedos a minha palma e indo em direção ao meu antebraço. Eu não me mexi, deixei que o seu toque me consumisse e os arrepios se espalhassem pelo meu corpo inteiro.

     Saindo da onde estava sentada e afastada, Lívia dobrou os joelhos e sentou nos seus calcanhares. A sua mão continuou caminhando pelo meu braço, indo até meu ombro, minha clavícula e meu pescoço. O seu toque leve tendo efeitos maiores do que o esperado, deixando meu membro duro. Não queria que fosse só aquilo, mas não podia negar o quanto aquela mulher me deixava louco só de respirar. 

     Deixando ela continuar com a sua investigação, coloquei minha mão na sua coxa, tão perto dela que não conseguia acreditar que ela era de verdade, tão perto que quando ela respirava mais rápido, sentia cheiro de hortelã vindo dela.

     Se inclinando, Lívia fechou os olhos e tocou nossos narizes, vindo com a sua boca logo depois. Os lábios macios contra os meus, se tornaram minhas duas mãos segurando a sua cintura, fazendo com que o tempo parasse e eu simplesmente sentisse ela contra mim.

     Ela abriu sua boca em uma reclamação, e colocou sua língua no meio do nosso beijo. Eu obedeci, não aguentando e colocando minha mão por baixo da sua camiseta e sentindo a pele da sua barriga, os arrepios que se formavam. Nós nos beijamos, e era como se já tivéssemos feito isso. 

     Era familiar, mas forte ao ponto de fazer eu esquecer de tudo o que eu tinha feito naquele dia. Não estava pronto para aquilo, não estava pronto para todos os barulhos que vinham dela, do nosso beijo, do molhado da sua língua contra a minha e a paixão que existia em cada movimento. Estava acostumado com aquela parte. Trovar, pegar, transar e ir embora era uma ordem tranquila para eu fazer, mas não era desse jeito que eu estava levando as coisas.

     Meu corpo parecia eletricidade pura e minhas mãos saíram da sua cintura em um movimento rápido e preciso, agarrando embaixo dos seus joelhos e puxando ela para que deitasse no sofá. Ela soltou um gemido quando eu fiz isso, o ar saindo do seu corpo, eu eu senti o gemido na minha boca, não conseguindo aguentar o tempo que não estávamos nos beijando.

     O nervosismo tinha ido embora, a ansiedade e todas as coisas que se quer colocavam dúvidas na minha cabeça. Estava pronto, estava envolvido, estava querendo como nunca antes, com mãos explorando o seu corpo, língua guerreando, dentes mordendo os lábios como eu tinha sonhado tantas vezes. 

     Mas então as suas mãos começaram a explorar o meu corpo de um jeito diferente. Ela começou a juntar suas pernas e as chutar, querendo me expulsar de perto dela, suas unhas me arranhando no peito, os gemidos se tornando choros quietos. 

      O meu envolvimento se tornou desespero. Meu peito apertou, e eu me afastei olhando Lívia com os olhos fechados e lágrimas escorrendo para o lado do seu rosto. Quando a sua visão saiu daquela escuridão toda que pareciam ser suas memórias, os seus olhos estavam vermelhos e ela teve que tirar alguns segundos para me olhar, em cima dela e curioso, para perceber que era eu. 

     Com o olhar perdido, Lívia me empurrou pelos ombros, dando passos para trás no momento em que saiu do sofá. 

     — Lívia... — Chamei seu nome, me levantando devagar e com as mãos levantadas, mantendo minha distância. 

     Ela me encarava, piscando o choro, o nariz vermelho e todo o seu rosto parecia perdido. Mas quando eu falei, os seus olhos foram para a mesa de centro.

     Desconhecia o momento certo quando Lívia fez eu entender ela sem que precisasse falar algo para mim. Se soubesse, teria voltado para aquele momento e impedido de conseguir ver através do que ela dizia, assim não me sentiria tão culpado. Naquele momento, aquele olhar perdido era de quem tinha sido destruída por um homem que não a merecia, o olhar de quem tinha se lembrado de algo e eu que tinha ajudado a causar toda aquela dor. 

     E eu já tinha visto aquele olhar no rosto de várias garotas que eu tinha saído, fazendo elas se sentirem sozinhas na hora que eu ia embora de manhã, fazendo elas pensarem que eu tinha me cansado da companhia delas ao falar que simplesmente não dava mais. E eu não queria acreditar que o outro tinha machucado ela daquele jeito, ou que tinha encontrado um jeito de fazer ela, a pessoa mais determinada que eu conhecia, sentir a necessidade dele.

     — Lívia, eu... — Eu não quero te machucar, quis completar, mas a minha voz desapareceu, porque eu não sabia se tinha essa capacidade. 

     Eu não merecia as outras, e como ele, não merecia Lívia.

     Ela deixou as lágrimas caírem mais um pouco, as mãos se fechando enquanto ela abraçava seu corpo, cravando as unhas contra sua pele. Agitada e ficando sem ar, Lívia virou de costas e se trancou no seu quarto, me deixando em pé e sozinho na sala, com o sofá para me fazer companhia.

     Me atirei nele, passando as mãos no rosto e, talvez pela primeira vez, querendo ser como Apolo e inventar coisas especiais para a garota que eu convivia, ou simplesmente copiar o que ele tinha feito, à minha maneira. 

     Só que da minha maneira nada funcionava com os outros e a mudança era ridícula demais. Acreditava que eu não ia conseguir mudar, e não mudei. Como antes naquela noite, tudo o que eu conseguia fazer era seguir os meus hábitos.

     Me levantando com uma nova raiva dentro de mim, também bati a minha porta e tranquei com chave o meu quarto. Ignorando a bagunça das minhas coisas, fui atrás da última garrafa que eu ainda tinha e bebi. Bebi querendo que como uma primeira vez que eu provei álcool, conseguisse apagar os meus sentidos, para parar toda aquela confusão a dor que eu estava sentindo, lembrando dos seus olhos cheios de desespero. 

      Queria esquecer que se quer tinha tocado na sua pele, sentido o seu rosto entre as minhas mãos, os seus beijos e o cheiro dela que tinha se impregnado na minha roupa. Eu puxei um a minha camisa, sentindo aquele cheiro dela, mas logo tirei o tecido do meu corpo e continuei bebendo. 

      Com olhos ardendo, senti lágrimas escorrerem antes que eu conseguisse sentir a bebida fazendo efeito, e lembrei daquela sensação de estar sozinho no meio da rua. Me apoiando contra a minha cama, deixei as lágrimas caírem enquanto eu esvaziava o que o meu corpo estava sentindo, tentando encontrar o vazio que normalmente eu sentia. Eu estava sozinho, sem amigos verdadeiros que faziam questão da minha presença por mais de alguns minutos, sem Lívia para me fazer pensar que no final tudo ia ficar bem. 

     Que eu não precisava fingir ou esconder para poupar os outros.

     Esquecer de pessoas que esquentam meu corpo durante uma ou duas horas, e que trocam mais do que saliva comigo, mas que simplesmente somem depois de algumas bebidas, que ficam sem rosto e sem histórias. Que me deixam só, e que me lembram que não saberia como amar mesmo que tivesse a chance, que ficaria melhor se não tentasse. 


n o t a  d a  a u t o r a:

OLÁ MEUS AMORES! hehehhe estão vivos? 

O próximo capítulo é da Lívia, ela terminou esse bem mal, mas a onda dela de coragem vai continuar E MUITO. Espero que estejam gostando. 

p e r g u n t a   d o   d i a : qual a sua cena favorita do livro até agora? 

Não esqueçam de votar, comentar e compartilhar! Isso super ajuda <3 

**o filme que ele escolheu foi "um sonho de liberdade"

( Galerinha, essa nota foi escrita feliz e etc, mas foi ontem que foi escrita, e hoje foi o dia de eleição e eu to bem triste. Eu não quero comentar sobre quem fez ou não fez, quem é ou não preconceituoso, quem é o melhor, ou quem é o corrupto. Só queria dizer que caso o preconceito aumente, a radicalização aumente, e a violência aumente, eu vou fazer de tudo para tornar esse espaço que eu tenho aqui um lugar especial e de escape para vocês. As minhas mensagens sempre vão estar abertas para conversar , para tentar ajudar do melhor jeito possível, ou somente para escutar. 

O Brasil inteiro está polarizado, a gente sabe, mas não significa que a gente precisa entrar nessa também. Amo vocês.)

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