Melissa
A maquiagem esconde com perfeição as olheiras e a cara de Noiva Cadáver. Nada mal para quem acabou de sair de um plantão de 36 horas seguidas e não conseguiu descansar nada por se encontrar com a cabeça a mil. A blusa de seda rosa casa perfeitamente com a calça de alfaiataria branca e o par de scarpin preto de 07 centímetros. Só preciso tomar cuidado para não tropeçar em nada e tudo correrá bem.
"Como estou?" Pergunto para uma Alicia aérea, que não para de olhar para a tela do celular com uma expressão meio triste.
"Está linda como sempre. É a loira mais charmosa da família." Força um sorriso fraco sentando-se na cama e fico tão preocupada, que não a lembro que sou a única loira natural da família. As primas e tias distantes são apenas parentes insuportáveis que vemos uma vez por ano.
"O que está acontecendo? Brigou com o seu namorado?" Sento ao seu lado e seguro uma de suas mãos geladas e trêmulas.
"Estou preocupada com o Isaac por causa de uns amigos da faculdade. Não gostei deles. São os típicos filhinhos de papai, que não querem nada da vida além de festas e bebidas." Alicia suspira baixinho, os olhos esverdeados brilham pelas lágrimas não derramadas. "Dias atrás ele chegou altas horas da madrugada bêbado em casa, falou umas besteiras e tio Kai ficou uma fera, completamente decepcionado e o colocou de castigo, assim como para trabalhar na empresa. Só fiquei sabendo porque Rachel ouviu uma conversa do Naruto com o Daniel. Desde então só nos falamos por mensagens e tenho medo que as coisas fiquem estranhas, que Isaac encontre uma garota de sua idade, que não seja cheia de frescuras e se apaixone por ela."
"Ei, não fique sofrendo por antecipação, Alicia. Chame Isaac para uma conversa e seja sincera sobre seus temores. Às vezes uma boa conversa resolve tudo, mas lembre-se de ter confiança no seu namorado ou o relacionamento de vocês não vai a lugar algum." Passo a mão pelo rosto delicado, que ainda mantém alguns traços infantis. Sempre tão linda com essa aparência de bonequinha. "Todo mundo sabe que o Isaac ama o tio Kai e o tem como seu maior heroi, então, duvido que depois de causar tamanha decepção, ele volte a se embebedar ou vá na onda dessas falsas amizades. Não tem nada pior que decepcionar aqueles que amamos."
"Você tem razão, irmã." Alicia diz mais animada.
"Eu sempre tenho razão." Ambas caímos na gargalhada porque sabemos que essa frase é tão verdadeira quanto político abraçando pobre em época de eleição.
"Gabriel chegou e o papai mandou você não descer correndo pela escada." Ethan grita antes de abrir a porta do quarto, os cabelos bagunçados caem sobre a testa, os óculos de grau deslizam sobre o nariz. "Aquele seu gato é uma peste!" Aponta o dedo para o bichano que ressona tranquilo em sua caminha ao lado da porta do banheiro. "Mijou no meu livro de química e encheu minha calça do uniforme de pelos."
"Biel é só um bebê." Defendo o meu doce bichano. "Lembra quando você riscou todas as minhas bonecas com caneta vermelha e depois tive que jogá-las fora porque estavam parecidas com o Boneco Assassino? Eram bonecas de coleção."
"Eu só tinha quatro anos." Ethan se defende. "É melhor cuidar desse delinquente e mantê-lo bem longe do meu quarto."
Sai pisando duro depois do que considera uma grande ameaça. Que menino dramático. Aborrecência não é fácil.
"Ele herdou o drama e a falta de paciência da mamãe." Concordo com minha irmã e nos despedimos no corredor, já que ela vai para o seu quarto e desço para encontrar Gabriel, esperando-me sentado no sofá ao lado de mamãe, que não para de tagarelar algo constrangedor a julgar a vermelhidão de Gabriel e a cara de paisagem de meu pai.
"Boa noite, pessoas lindas." Gabriel suspira aliviado e imediatamente se põe de pé. Ele usa uma camisa branca gola polo, calça jeans preta, tênis vermelho e os cabelos bem penteados, aposto que isso foi obra de tia Caroline, que até hoje tenta domar os cabelos dos filhos. "Gostei do penteado."
"Vou avisar a minha mãe." Beija meu rosto quando me aproximo e segura minha mão. "Está linda."
"Eu sou linda." Afirmo sem o menor constrangimento.
"E muito modesta também. Sorriam, crianças." Mamãe aponta o celular em nossa direção e os flashes me deixam meio zonza. "Não precisam se preocupar com a hora de chegar. Vocês têm minha permissão para dormirem fora de casa."
"Papai!" Reclamo morta de vergonha, mas meu pai dessa vez prefere ficar ao lado da esposa. "Vamos, Gabriel!"
Saio arrastando-o e consigo ouvir a risada alta de mamãe quando a porta se fecha as nossas costas. Caminhamos de mãos dadas até o carro e ao pararmos ao lado do veículo, sem nenhuma palavra ou aviso, Gabriel passa o braço pela minha cintura, uma mão acariciando minha bochecha quando sua boca cobre a minha em um beijo profundamente delicioso, que me deixa de pernas bambas, o coração acelerado e um sorriso idiota quando ele se afasta.
"Eu sou um cara de muita sorte porque os pais da minha namorada me amam." O meu coração parece querer sair pela boca ao final de sua frase.
"Não lembro de ter me pedido em namoro, muito menos de ter aceitado." Passo os braços por seu pescoço, agradecendo por estar de salto, encostada no carro e Gabriel com o rosto curvado em minha direção.
"Então, Melissa Salvatore, sob esse céu estrelado e tendo a lua minguante como testemunha, você aceita ser minha namorada?"
"Você andou lendo algum dos livros de romance da Milena?" Sorrimos um para o outro como os idiotas que somos.
"Estou tentando ser romântico. Nunca pedi nenhuma garota em namoro." Dá de ombros e beija o cantinho dos meus lábios. "Vai aceitar meu pedido ou terei que fazer uma serenata?"
"Eu lhe darei o privilégio de ter a melhor e mais perfeita namorada de toda a América do Norte." O sorriso que ganho em resposta é o mais bonito do mundo e as borboletas fazem uma confusão em meu estômago quando os lábios de Gabriel se chocam novamente com os meus.
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Ao chegarmos ao restaurante de dona Francesca e seu Lorenzo, somos muito bem recebidos pelo casal de italianos mais lindo que conheço. Os dois não escondem os sorrisos de aprovação ao nos verem de mãos dadas e seu Lorenzo ainda tenta fazer piada, mas cala ao receber uma cotovelada nada discreta da esposa.
Somos encaminhados para a mesa que reservamos e forço um sorriso ao avistar a ruiva atirada e Henry já sentados a nossa espera. O moreno não parece surpreso ao nos ver de mãos dadas, já Apolline franze levemente o cenho antes de colocar um sorriso nos lábios rubros. Sou grata por ela ter me ajudado naquela noite, mesmo assim, o ranço ainda continua, principalmente porquê ela está interessada no meu namorado.
"Chegaram a muito tempo?" Gabriel cumprimenta Henry com um aperto de mão e faz o mesmo com Apolline antes que ela tenha a clara intenção de beijá-lo no rosto.
Atirada dos infernos!
"Menos de quinze minutos." Gabriel e eu sentamos um ao lado do outro. "Você viu a queda brusca no mercado japonês na última hora? As bolsas de valores de todo o mundo estão em alvoroço."
"Não vão começar a falar em economia logo agora. Já basta o dia inteiro enfiada em relatórios e mais relatórios sobre investimentos financeiros." Apolline brinca com a borda da taça de vinho, os olhos azuis fixos na mão de Gabriel, que continua presa a minha sobre a mesa. "Não vamos nos transformar naqueles velhos empresários enfadonhos que só falam em trabalho, por favor."
"E vamos falar sobre o que? Sobre roupas, maquiagens, bolsas e sapatos?" O comentário machista de Henry é irritante e me pergunto como Gabriel se tornou amigo desses dois. São tão diferentes dele.
De onde estou enxergo Valentina, Mia e Jeremy. Aceno e logo os três vêm ao nosso encontro.
"Olha só quem veio!" Não demoro a pegar Mia em um abraço apertado. Ela parece uma bonequinha usando um vestido vermelho com uma grossa fita branca envolvendo sua cintura, nos pés uma sapatilha branca e os cachos castanhos estão soltos ao redor do rosto infantil. "Que boneca mais linda e cheirosa. Onde comprou esse vestido tão de princesa?"
"Papai que me deu. Ele me deu dinheiro também pra eu poder jantar fora com a maninha e o Jermynho. Se quiser eu pago pra você também." Mia diz arrancando uma risada de Jeremy, que disfarça tossindo para não ferir os sentimentos da mini-cunhada.
Gabriel cumprimenta Valentina com um beijo no rosto, aperta a mão de Jeremy, só então, os apresenta para os outros dois.
"Esses são Jeremy e Valentina. Eles são Apolline e Henry. Amigos que conheci na Alemanha." Os quatro trocam apertos de mãos e cumprimentos formais.
"Poderíamos ser mais que amigos, mon chéri." A ruiva pisca os longos cílios para Gabriel e tenho vontade de arrancar aqueles olhos azuis de cobra.
Safada! Está vendo que Gabriel e eu estamos juntos e não dá a mínima.
"Seu cabelo parece com o da Pequena Sereia." Mia fala deslumbrada para o meu completo desgosto. "É de verdade?"
"É sim, lindinha." A ruiva segura uma mecha com orgulho e por mim poderia ficar careca. "Eu gostava muito de assistir a Pequena Sereia quando tinha sua idade. Eu queria ser ela. Achar meu príncipe encantado." Ela olha para Gabriel, que nem ao menos parece notá-la tão concentrado está no cardápio. Ótima escolha a do meu namorado.
"Poderia ter morrido afogada na banheira, então." Sussurro para Valentina sentada ao meu lado, que morde o lábio ocultando um sorriso.
"Boa noite, moças bonitas." Simon surge não sei de onde e não perde tempo de sentar na única cadeira vaga ao lado de Apolline. "Como vai minha assistente preferida?"
"Estudando muito pra ser uma filo... filoterapeuta. Aí eu vou te ajudar direitinho." Mia diz com orgulho e Simon bate palmas, incentivando-a. Tão lindinha. Quero que minha futura filha Diana seja tão doce e esperta quanto Mia. "Estou com fome."
"Eu também estou morrendo de fome. Quero uma pizza com bastante queijo de todos os tipos existentes." Bebo um pouco do vinho e chamo um garçom. Após pedirmos três pizzas de diversos sabores, suco de laranja e refrigerante, volto a atenção para Valentina. "Fiquei sabendo sobre a instituição. Papai só fala disso. Se precisar de ajuda pode contar comigo."
"Vai ensinar os alunos a não terem coordenação, Melissa?" Simon brinca apenas para me irritar.
"Não enche, Simon. Não tenho culpa se o chão me ama."
"Eu dancei ballet dos cinco aos nove anos." Apolline se mete na conversa como se alguém tivesse lhe perguntado algo. "Eu era muito boa, mas não era o que eu queria fazer."
"É boa dançarina até encher a cara e ficar como uma doida nas festas." Henry gargalha da cara indignada da ruiva, que abre a boca para retrucar, mas desiste ao olhar para Mia. "É sério. Não sei como conquista alguém assim."
"Eu tô facinho, facinho na pista." Simon pisca para Apolline, mas ela apenas o ignora ao começar a mexer no celular.
Poderia ficar com o Simon ou o Henry que não querem nada sério a não ser curtir a vida sem amarras. Que ela desista de continuar se jogando para cima de Gabriel porque não vou deixar ninguém tirá-lo de mim.
Se eu deixei meus medos de lado e decidi embarcar de cabeça nessa relação, preciso confiar em Gabriel. Conheço seu caráter e sei que é incapaz de trair uma pessoa, mesmo que a tentação seja essa ruiva dos infernos.
Sinto sua mão apertar a minha, antes de levá-la aos lábios e beijá-la lentamente sem desviar nossos olhares. Nossos pedidos chegam e o clima na mesa fica mais leve e passamos a próxima hora dividindo histórias engraçadas e os maiores micos, que já pagamos.
"Eu tô apertada, maninha." Mia sussurra alto puxando o braço de Valentina.
"Eu vou com vocês." Levanto com as duas e com algum custo chegamos ao banheiro, pois o restaurante se encontra cheio.
Mia entra apressada em uma cabine infantil e fecha a porta. Sou observada por Valentina enquanto retoco o batom rosa diante do grande espelho. Passo as mãos pelos meus cabelos presos em um rabo de cavalo e faço uma careta.
"Aquela ruiva é insuportável. Se acha maravilhosa só porque é alta e tem os cabelos vermelhos." Reclamo quando não suporto mais o silêncio. "Não sei o que Gabriel viu nela."
"Você está com ciúmes." Valentina afirma confiante e com sua típica calma, que só pode ter herdado do tio Silas. "Está apaixonada por ele?"
"Não. É bem pior." Estou me corroendo de ciúmes, como se o bichinho que habita no sangue do tio Damon tivesse sido transmitido para o meu sistema nervoso. Mas antes que eu possa falar sobre isso, Mia sai da cabine ostentando um sorriso de alívio.
Após lavar e enxugar as mãos de Mia, voltamos para a mesa. No entanto, para a minha desagradável surpresa, tem uma morena vulgar, quase nua sentada ao lado de Gabriel, sem falar na loira com cara de nojo ao lado de Jeremy.
"Nós já estamos de partida." Jeremy parece aliviado ao ver a namorada e fica imediatamente em pé. Tira umas notas da carteira e joga sobre a mesa.
"Já? Não pode esperar um pouco mais?" A loira nojenta tenta segurar a mão de Jeremy, porém, ele se afasta e vai para perto de Valentina. "Olá, ex-bailarina."
"A bruxa feia e invejosa." Mia mostra a língua para a loira com cara de louca, que a olha ultrajada. "Madrasta da Branca de Neve."
Toma distraída!
"Esse lugar já foi melhor frequentado." A morena meretriz de esquina olha para Gabriel com claro desejo brilhando nos olhos escuros. "O que acha de irmos para um lugar mais interessante?"
"O único lugar interessante que eu vou é para a minha casa." Resposta maravilhosa e só posso sorrir com escárnio para aquela coisinha.
Gabriel levanta, sendo seguido por Simon, Henry e Apolline. Cada um dos rapazes coloca notas de dinheiro sobre a mesa, então, seguimos em direção a saída, mas somos interceptados por seu Lorenzo.
"Por que estão indo tão cedo?" O simpático senhor nos questiona confuso e não perco tempo em segurar suas mãos.
"Amanhã trabalhamos cedo, então, o senhor já sabe." Faço um sinal discreto para a mesa onde as duas insuportáveis ainda estão sentadas, pensando na vingança por serem tão piranhas. "Sei lá... acidentalmente, será que não poderia dar um banho de molho de tomate naquelas vassouras espremidas naqueles vestidos brancos?"
"Melissa!" Gabriel reclama, mas nem eu, muito menos o senhor Lorenzo lhe damos ouvidos. Esse senhor italiano de meia idade gosta de uma baderna, não perde a chance de se meter em uma boa encrenca e o sorriso maldoso não esconde isso.
Infelizmente Gabriel me arrasta para o carro, mas Simon faz um sinal com o celular avisando que filmará tudo. Ele, Henry e Apolline ficam na porta do restaurante para assistir tudo de camarote, também gostaria de estar presente, mas só de pensar no vexame delas fico feliz.
"Poderíamos ter ficado para assistir o show." Coloco o cinto de segurança e ligo o som na rádio, toca a música When I was your man do Bruno Mars. "Sabia que eu estava para jogar a taça de vinho na cara daquela ruiva? Ela é muito oferecida. Como se sentiria se um sujeito me cantasse na maior cara de pau na sua frente?"
"Eu mostraria que você é minha namorada." Observo o perfil de Gabriel concentrado na estrada. "Apolline não representa nenhum perigo. Não dou uma semana para que se encante por um novo cara. Aliás, acho que ela e Henry estão em uma relação sem compromissos, aberta. Algo assim."
Isso sim me pega de surpresa, ou não. Sei lá. De repente deu um pane na minha cabeça ao imaginar aqueles dois safados juntos.
"Será que vão se apaixonar, mas vão negar até o último segundo? Tipo, Henry vai fazer uma besteira das grandes e só depois de perder a Apolline vai descobrir que a ama?" Conjecturo mil e umas possibilidades, fazendo Gabriel rir baixinho. "O que foi?"
"Já pensou em ser escritora de romances clichês nas horas vagas?" Não acho a menor graça. "Mas seria bem engraçado ver o Henry apaixonado, correndo atrás de uma mulher. Ele já quebrou muitos corações por aí."
Em vinte minutos Gabriel guarda o carro na sua vaga de estacionamento do prédio e pegamos o elevador. Corro para o sofá assim que abre a porta do loft e suspiro aliviada ao me livrar daqueles scarpins. São lindos, me deixam mais alta e sofisticada, porém, matam meus mindinhos e doem minhas pernas.
"Quer beber alguma coisa?" Gabriel coloca a carteira e as chaves sobre o aparador, os tênis guardados ao lado da porta, enquanto meus sapatos estão jogados de qualquer jeito no tapete.
"Você está tentando me embebedar para me levar pra cama? Porque se for saiba que não vai funcionar."
Ele estreita os olhos claros enquanto tira a camisa lentamente para me provocar. É impossível não suspirar diante da imagem do tórax forte, a barriga com alguns gominhos e a fina trilha de pelos claros sumindo pelo caminho da perdição. Gabriel sabe o quanto é bonito e usa isso ao seu favor. Estendo-lhe as mãos para levantar e Gabriel me puxa de encontro ao seu corpo quente, os braços me rodeiam. Espalmo as mãos por seu tórax, a respiração acelerada, antecipando o que vem pela frente.
Fecho os olhos desejando seus lábios nos meus, mas no último instante, ele desvia o caminho e sua boca deixa uma trilha de beijos em meu pescoço, descendo pela omoplata, os dedos afastando as alças da blusa, que deslizam por meus ombros. Não deixo de correr minhas mãos por sua pele macia e quente, sentindo-o tão perto, tão meu, principalmente quando sua boca se choca contra a minha de forma faminta, roubando qualquer resquício de sanidade que eu ainda tivesse. Em poucos minutos nos livramos de nossas roupas, o desejo correndo como gasolina em contato com o fogo quando Gabriel me segura e o envolvo com as pernas ao redor da cintura, os braços o abraçando pelo pescoço. O mundo ao nosso redor some e só resta nós dois quando ele me toma contra uma das paredes. Seu quadril se chocando contra o meu em um ritmo forte e profundo.
Meu corpo queima de um jeito único, indescritível, delicioso. É uma miríade de sensações que não consigo colocar em palavras, pois quando atinjo o limite máximo, sinto como se por um segundo minha alma tivesse saído do corpo e mesmo em busca de oxigênio, um grande sorriso se desenha em meus lábios.
Abro os olhos e encontro Gabriel, mirando-me intensamente. O rosto vermelho e suado, os lábios inchados. Ele continua dentro de mim mesmo depois de também ter chegado ao prazer. A respiração tão descompassada quanto a minha. Tão bonito. Tão meu que não me resta a menor dúvida quando as palavras simplesmente escapam através de um sussuro:
"Estou apaixonada por você."
Vejo um novo brilho em seus olhos, que iluminam todo o rosto de Gabriel. Ele encosta sua testa na minha, nossos lábios se roçando suavemente.
"E eu tenho certeza que amo você."
E meu coração incha de tal forma que transborda pelos olhos. Não é só atração física. Não é só uma paixão ilusória. É um sentimento verdadeiro, que sinto em todo o meu ser, pois vem do fundo da alma de alguém que amo, que também me ama.
Quando sua alma encontra a alma
Que estava esperando
Quando alguém entra em seu coração
Por uma porta aberta
Quando sua mão encontra a mão
Que foi feita para segurar
Não deixe escapar
Alguém entra em seu mundo
De repente, seu mundo mudou para sempre
Não, não existem outros olhos
Que poderiam me ver por dentro
Os braços de mais ninguém podem levantar
Me levantar tão alto
Seu amor me levanta além do tempo
E você conhece meu coração de cor
Quando você é alguém com a pessoa
Que foi feita para encontrar
Tudo se encaixa
Todas as estrelas se alinham
Quando você é tocada pela nuvem
Que tocou sua alma
Não deixe escapar
Alguém entra em sua vida
É como se estivesse em sua vida para sempre
Não, não existem outros olhos
Que poderiam me ver por dentro
Os braços de mais ninguém podem levantar
Me levantar tão alto
Seu amor me levanta além do tempo
E você conhece meu coração de cor
Então, agora encontramos nosso caminho
Para encontrarmos um ao outro
Então, agora encontrei meu caminho
Para você
Não, não existem outros olhos
Que poderiam me ver por dentro
Não, não existem outros olhos
Que poderiam me ver por dentro
Os braços de mais ninguém podem levantar
Me levantar tão alto
Seu amor me levanta além do tempo
E você conhece meu coração de cor
E você conhece meu coração de cor
E você conhece meu coração de cor
E você conhece meu coração de cor
(Heart by heart - Demi Lovato)