Noah
Entro na casa praticamente correndo com medo que alguém perceba o volume evidente em meu short. Já no banheiro, tiro a roupa molhada e me jogo em baixo do jato de água gelada tentando acalmar meus pensamentos. Perdi as contas de quantas noites em claro passei pensando nela e quantas vezes cheguei ao ápice apenas com a mera lembrança do seu sorriso. Não importa quantas mulheres já passaram pela minha cama, no final, é apenas uma que desejo com todas as minhas forças. Sei que é errado, afinal somos primos.
Acordei de madrugada lambuzado com o meu gozo depois de mais um sonho nada decente com ela, esperei o sol nascer e resolvi esfriar a cabeça na piscina. Esta ficando cada vez mais difícil esconder meus sentimentos, tento me manter afastado na maior parte do tempo, mas dona Télinha tinha que dificultar minha vida chamando seus três netos para passar o fim de semana em sua casa.
Ter seu corpo tão próximo ao meu hoje, sentir seu perfume, suas curvas em minhas mãos e não pode fazer nada, foi uma verdadeira tortura. Por um mísero instante, quase me entreguei ao desejo de beija-la e se Nathaly não tive aparecido, provavelmente teria feito algo do qual nós dois nos arrependeríamos. Termino meu banho, me troco e desço a tempo de ver meus pais, tios e tias chegando.
- Meu bebê! - Sou esmagado em um abraço de urso assim que piso no último degrau da escada.
- Mamãe! - Faço cara feia pelo jeito carinhoso que ela sempre me chama.
- Calado, não importa quantos anos você tenha, vai ser sempre o meu bebê. - Não discuto, sei que é uma batalha perdida. Aprendi desde pequeno a nunca contrariar nenhuma mulher dessa família, elas podem ser assustadoras quando contrariadas.
- Filho. - Meu pai também me abraça.
- Bom dia, pai.
- E nós? Não ganhamos nenhum abraço? - Tia Ema dramatiza.
- Todos que a senhora quiser.... aí! - Recebo um tapa na nuca.
- Me chama de senhora de novo e eu corto sua língua! Ainda sou jovem, estou na flor da idade! - Mais uma vez não discuto e apenas retribuo o carinho.
- Cunhadinha, essa flor esta meio murchinha e talvez um pouco caída. - Tia Aurora alfineta e tento prender uma risada já prevendo a terceira guerra mundial.
- Murcha e caída é a sua bunda! - Responde indignada.
- Certo... certo. Como está meu sobrinho favorito? - Pergunta me puxando para os seus braços.
- Sou seu único sobrinho e Nathaly sua única sobrinha. - Estreito os seus olhos em sua direção.
- Apenas detalhes. - Abana uma mão me dispensando.
Cumprimento tio Thony e tio Theo e depois saímos em busca dos outros na cozinha. Meia hora depois estamos todos sentados à mesa almoçando, Lillian em momento algum dirigiu seu olhar em minha direção e se manteve calada o tempo todo.
- Porque está tão calada, minha filha? - Tio Theo pergunta.
- Dor de cabeça. - Ela toca a orelha esquerda enquanto responde e sei que esse é o sinal de que esta mentindo.
- Temos que começar a planejar seu aniversário, querida. Faltam apenas dois meses. - Tia Aurora comenta.
- Não sei se vou querer uma festa esse ano. - Diz desanimada.
- Porque não? - Mamãe indaga.
- Só não estou no clima. - Da de ombros.
- Okay... o negócio é o seguinte, VOCÊ NÃO TEM QUE QUERER! - Nathaly grita exasperada. - Nós vamos fazer uma festa, você queria ou não. Então, conforme-se. - Termina tomando um gole de suco e fazendo todos os presentes soltarem uma risadinha.
- Tudo bem, teremos uma festa então. - Lilli confirma.
- Ótimo! Temos várias ideias e...
O restante do almoço passa com todos dando opiniões diferentes e no final, Lillian se decide por uma festa a fantasia. Depois da sobremesa, nos esparramamos pela sala, alguns nos sofás, outros nas poltronas e os mais jovens no tapete felpudo no chão. Me aproximo dela e deito com a cabeça em seu colo.
- Vai me dizer porque está assim?
- Só dor de cabeça. - Responde começando um cafuné gostoso.
- Eu sei quando você está mentindo. Então, o que houve? - Ela fica em silêncio e suspira baixinho.
- Apenas me decepcionei com algo que nunca vou ter.
Abro a boca para indagar o que seria, mas Nathaly nos interrompe deitando com a cabeça sobre a minha barriga.
- Então.... Noah, Lilli e eu vamos a uma balada nova que abriu essa semana, tá afim?
- Hoje?
- Sim.
- Vocês sabem que amanhã temos que levantar cedo para trabalhar, não sabem?
- Sim, senhor. - Bufa fazendo uma careta.
- Nathy, acho melhor deixarmos pra outro dia... - Lilli começa.
- Nada disso, nós já conversamos. - As duas se encaram por alguns segundos em uma conversa silenciosa.
- Mas...
- Eu prometi e pretendo cumprir.
- Alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui? Estou me sentindo meio por fora. - Elas continuam se encarando sem me responder.
- Tudo bem, você venceu. - Lilli bufa revirando os olhos.
- E você, vaio ou não? - Nathaly cutuca minha barriga.
- Vou, alguém precisa ficar de olho em vocês duas. - Recebo um tapa na cabeça e outro no braço. - Ei!
- Não precisamos de baba.
- Isso mesmo.
- Se vocês dizem...
Passamos o restante da tarde conversando animadamente, em dado momento chamo as duas para irmos embora já que vieram junto comigo, nos despedimos de todos e seguimos para o nosso prédio. Combinamos de sairmos as dez horas e depois disso cada um seguiu para o seu apartamento. Tomei um banho e cai na cama tentando dormir e criar forças para passar uma noite inteira em uma balada ao lado dela. Que Deus me ajude, porque conhecendo o histórico de baladas das mulheres dessa família, a noite vai ser bem longa...
Mores, não postei na quarta porque fiquei sem net. Desculpa!
Tivemos pouquíssimos votos no último capitulo, então apertem esse botãozinho com vontade!
Pra quem está confusa, o Noah é filho da Alice e do Henry. A Lillian é filha da Aurora e do Theodore.
Beijokas.