Linra - 18 Almas (Degustação)

Por LeidusLinra

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No mundo de Linra se inicia uma grande guerra entre os planos espirituais: o Reino Celeste e o Reino Infernal... Más

Capitulo 1

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Por LeidusLinra


A guerra continua a assombrar a todos. Um ano de confronto entre as forças celestiais e infernais, usando Linra como palco de suas diferenças.No entanto, uma das cidades principais de Linra – a famosa cidade dos elfos, Elfetera – possui guerreiros dispostos a lutar e sobreviver.

O clima está muito pesado. Não se sabe quantos destes guerreiros são fortes ou quantos já presenciaram a crueldade insana que chegou a níveis impossíveis de se tolerar. Este é o último refúgio que ainda resiste ao confronto, e começa agora a juntar suas próprias forças a fim de parar a guerra.

Quase todos os tipos de guerreiros e raças encontram-se em Elfetera. Os mais fortes ou, pelo menos, os mais sortudos estão ali.

Elfetera convidou os sobreviventes de todos os lugares com vontade de lutar, para juntos se oporem à guerra sem sentido em que foram envolvidos. A cidade inteira se prepara, pois haverá um discurso pouco antes do anoitecer, mas os grupos mais distintos já estão formados. Todos eles com o mesmo desejo: parar a calamidade.

Existem diversos guerreiros, magos e outros combatentes reunidos. Aqueles que já se conhecem preparam-se para o anoitecer conversando um pouco.

Em um desses pequenos grupos pré-formados, uma pessoa com aparência infantil está junto de dois homens bem mais altos que ela.

— Irmão... é certa nossa vinda aqui? Digo, realmente lutaremos contra anjos e demônios? Estou com medo de que algo ruim possa acontecer... – uma pequena garota trajando vestido branco, com cabelos curtos e roxos, possui olhar preocupado.

— Maninha... não tem muito para onde correr. Já estaríamos mortos provavelmente, mas prefiro lutar e tentar sobreviver. Afinal preciso muito realizar meu desejo. Preciso ter... – o homem de peito nu, com longos cabelos roxo-escuro e barba estilosa empunha uma lança. Ele recebe um ataque da pequena menina.

— Irmão, algo me diz que você estava pronto a falar algo desnecessário mesmo com este clima em que nos encontramos. – Com uma expressão de fúria, a garota encara seu irmão.

— Eu não disse nada Saten, poxa! Por que você não confia em seu irmão? Eu jamais falaria isso na frente de seu namorado, pô... – ao tentar explicar novamente, tem seus dois metros de altura ignorados, sendo atacado diretamente na cabeça.

— Calma querida Saten, não tem problema! Eu, o grande Alexandrite, irei protegê-la! Nada pode segurar o poder de minhas mãos enfu... – Saten interrompe o discurso de seu alto e musculoso namorado.

— Arrrgh! Como vocês podem não sentir medo, olhem para todos os outros! Vocês ficam aí, cheios de pose! Quantas pessoas já perdemos? São malucos?! – irritada com a atitude descontraída dos dois, Saten eleva seu tom de voz, no entanto, logo retorna para sua expressão triste.

Até que pudessem chegar a Elfetera, o trio perdeu incontáveis pessoas de suas famílias e amigos. Com muito esforço e por conta de seus talentos, foram capazes de chegar aqui.

Os dois se entreolham sorrindo e em uníssono falam. 

—Não, Saten! Nosso único real medo é perdê-la, por isso lutaremos para que você possa viver em paz! Nós a protegeremos até o fim! – como dois idiotas, ignoram tudo o que já aconteceu, deixando Saten com os olhos arregalados pela sincronia, ficando corada pela bobagem dos dois.

Os três possuem uma história juntos. Antes da guerra, eram aventureiros caçadores de tesouro, mas foram interrompidos por esse conflito espiritual.

***

Em outra ponta da cidade cinco pessoas se preparam. Este grupo, ainda mais distinto que o anterior, se destaca excessivamente na cidade. Pode ser que talvez aparentem ser os mais assustadores, mas caso consigam escutá-los, perceberão que não são.

Três lindas "mulheres" e dois rapazes bem diferentes estão ali parados, próximos ao local onde será o discurso.

—Não suporto a ideia de que eu possa perdê-los! Não quero perder vocês! Sei que pode parecer egoísta, mas já perdi todos os meus outros amigos e família... não aceito que isso esteja acontecendo! Não acho que seja boa ideia entrar nessa guerra... – uma kemono de esquilo, raça humanoide com traços de animais, derrama lágrimas ao ter uma sensação ruim sobre a guerra.

— Oh, Nanaya... não fique assim! Sei como é, mas tudo vai acabar bem ok? Não tem como nós perdermos! Precisamos ajudar... não é certo ficarmos escondidos quando o mundo precisa de toda ajuda! – tentando animá-la, uma garota de cabelos escuros, longos e trançados, deduz com um sorriso muito bonito e voz que acalma qualquer coração.

— Shiranui está certa Nanaya. Nós lutamos, corremos e sobrevivemos há mais de cinco meses nessas condições. Sei que é duro para você, mas não é algo que podemos ignorar... Por pior que esteja, tenho certeza que se ficarmos juntos, conseguiremos! – comenta a garota possuidora de uma beleza astral, a última garota do grupo, um anjo.

— Sim Nanaya! Pensem também... nem mesmo Jibril pode mais retornar aos céus ainda que seja um anjo. Imagina o quão difícil é para ela. Ela se afastou de todos aqueles que poderia considerar uma família! Mas agora nós somos sua família, e nós cinco certamente iremos sobreviver até o fim, não é? – com os olhos fechados e seu carismático sorriso, Shiranui pega nas mãos de Nanaya.

— Nós cinco... realmente é assim que você nos vê Shiranui? E realmente acredita que tudo acabará bem? – comenta um homem de estatura mediana, de roupa vermelha e carregando duas espadas mais um arco.

— Sim, sim, Arq!!! Certamente nós cinco já somos uma família e tudo acabará bem! – com um sorriso que jamais lhe deixa, Shiranui abre os braços comtemplando sua "família".

— Ei Shiranui... Já falei para não me chamar de anjo. Eu não sou mais um deles. Enfim, esta forma estúpida de agirem... não consigo aceitar isso... não posso simpatizar com meu criador. – Jibril odeia ser chamada de anjo. Considerada um anjo renegado, a linda mulher não suporta lembrar que é um deles.

— Ok, ok... minhas queridas amantes. Que bom que aceitaram que são uma família! Todas são minhas esposas! – comenta Ciel, quebrando seu até então silêncio. Um demônio com olhar e aura característica de sua espécie, mas que sorri de maneira convencida.

— É... acho que se nós quatro fôssemos uma família estaríamos melhor. Esse tarado certamente só iria atrapalhar! Me recuso a ser chamada de família por esse bastardo! – após enxugar suas lágrimas, Nanaya confronta o demônio.

— Amante número três, não fique com ciúmes e irritada. É com grande felicidade que eu digo, você sempre terá um espaço em m... – com uma "linda" porrada no estômago o demônio é silenciado.

— Calado Ciel! – a kemono cutuca o rapaz após socá-lo.

— Uma vez demônio, sempre demônio né? – Jibril, cruzando os braços olha com desprezo para Ciel.

Observando seus amigos, Shiranui dispara uma gargalhada. Mesmo com o clima pesado que a guerra causa, os cinco se dão bem.

Os outros quatro olham para ela, e acabam sendo contagiados pela sua doce risada.

— Não tem como não admitir que nós todos nos tornamos íntimos, hein? Até que gosto disso! – Arq toca no ombro de Ciel.

— Woooooow, Arq falou algo poético! – Nanaya não está acostumada a ver Arq dizendo coisas legais.

— Até mesmo ele consegue falar algo bonito quando realmente quer. Por outro lado, gostaria que Ciel falasse menos! – Jibril levanta os ombros, sinal de que é obrigada a aceitar os fatos.

— Ca-calada, esse é um dos motivos porque não falo tanto. – O homem fica envergonhado.

— Fere meu coração com tua acusação Jibril! Mas deixarei esta passar! Só porque és bela!– com seu ânimo indestrutível, Ciel se afasta das cutucadas de sua amiga.

Com mais risadas, o clima ruim é anulado. Isso faz com que as pessoas ao redor sintam sentimentos diversos com relação a eles, tais como ódio ou admiração. De fato, ninguém compreende como alguém pode manter a calma e humor nessa situação.

***

Próximo à saída leste, um dos últimos grupos entra na cidade. Formado por quatro mulheres e dois homens, por onde passam há confusão, mas são recebidos rapidamente por alguns organizadores e direcionados ao centro de Elfetera.

Esse grupo transpira calma, sem nenhuma característica de nervosismo. E com isso, outros guerreiros começam a reconhecê-los.

— Parece que mesmo esses mercenários ainda estão vivos. Bem, ao menos sabemos que temos mais chances!

— Dizem que aquela garotinha tem uma força descomunal... contam que foi rápida e astuta a ponto de fazer três mestres samurai de otários em um torneio há um ano, antes de isso tudo começar! Seu nome era... humm, Enju creio eu!

— Ei, ei... aquelas não são as gêmeas incríveis que derrotaram o dragão negro em Irundir? Os nomes delas são famosos. A de cabelo curto e olhos verdes é Marie e a de cabelos longos e olhos azuis é Yui. Dizem que os olhos e cabelos são a única forma de diferenciá-las! Ambas usam essas correntes com foices... perigosas, mas lindas hein? Me pergunto se poderia conversar com elas se sobrevivêssemos!

— Cara... esse grupo... dizem que foram esses dois malucos que conseguiram unir as quatro nessa onda de mercenários... imagino que tipo de caras eles são.

— Esse cara grande é conhecido por Nemesis, um mago de combate extremamente violento... é quase um ogro...

— Cara, não acredito que esse grupo de mercenários realmente está vivo! Provavelmente é tudo por causa desse tal de Yo'kai. Disseram-me que é um andarilho e começou nessa de mercenário após ganhar do Nemesis e ouvir alguma coisa dele... ele é um elfo né? Teoricamente está em casa... Será que somente veio para seu lar?

— Não acredito! Aquela máscara! Será que é realmente a lendária assassina? Rumores contam que nunca houve falha em nenhuma de suas missões! Realmente, se ela for a tal Liandry, esse grupo mercenário é o mais absurdo que já existiu!

— É o Yo'kai certo? Como ele tem coragem de vir até a capital após abandonar sua posição?

Por onde passam, a fama esnobe do grupo assusta ou tira sorrisos de muitos guerreiros presentes. Alguns parecem conhecê-los, outros apenas ouviram falar, mas é certo que são reconhecidos facilmente onde quer que vão. Este grupo já possui uma influência enorme ao redor de Linra, mas a missão mais difícil está logo adiante.

***

Por último, embora não estejam em grupo, há outros igualmente reconhecidos, temidos ou respeitados. Guerreiros e magos de nome e fama em toda Linra, mas sozinhos no momento. E como esperado, os comentários sobre os mesmos não param.

Ferus, um demônio extremamente vulgar e disparatado, parece não concordar muito com o que está acontecendo e por isso deve ajudar.

Dahaka, um vampiro extremamente forte, muito famoso por ter aprendido a controlar parcialmente o tempo, sendo primeiro e único Chronomancer existente. Há boatos de que nunca perdeu um combate.

Legiel é um mago elfo negro de quem ninguém gosta muito. Basicamente só há boatos ruins sobre sua pessoa, implicando que até o ato de ele estar vivo é tão problemático quanto à própria guerra. Alguém com uma lista tão enorme de inimigos que mesmo nessas horas alguns receiam seu apoio. Como se sobreviver possibilitasse tantas escolhas assim!

Yomi, uma espadachim lendária. Impossível definir sua habilidade, mas já há muito tempo que seu nome não é lembrado. Muitos ligam isso ao fato de seu antigo grupo, o bando exorcista mais poderoso que já se ouviu falar, simplesmente desapareceu.

Salomão, outro mago extremamente forte, saiu de seu reino ao sul indicando que lá não era mais seguro. Seus poderes mágicos têm reconhecimento mundial e diferente de outros, possui fama por ser um cara sério e bondoso.

Ludia, uma fada curandeira excelente, conhecida demais por seus atos de bondade. Ouviu-se dizer que toda sua terra natal já fora tomada na guerra.

***

Esses são alguns dos nobres e fortes guerreiros – ou apenas sobreviventes – que chegaram a Elfetera. Com uma diversidade incomparável de estilos, Elfetera recebe desde magos Aquáticos, até indivíduos capazes de segurar uma arma de três metros.

Ao fim da tarde, o rei dos elfos junto da rainha dos humanos, aparece no local para o último discurso. Ao lado deles nobres, heróis e mesmo pessoas de importância comercial vindos de todos os cantos.

Eles sobem no palco armado para o discurso que prepararam neste dia importante. Com suas roupas e mantos caros, adornados de joias graciosas, exibem o que a nobreza e realeza possui de melhor.

— Nobres guerreiros e sobreviventes, é com pesar que faço este discurso. Poderá ser o último, talvez... nós fomos vítimas deste confronto titânico. Jamais esperaríamos que as duas supremas entidades, O Abençoado e O Profano, fossem realmente dar início a uma guerra. Mesmo divindades menores e todos nós, fomos atacados por ambos os lados, sem ter para onde correr e por fim, muitos morreram. Não temos mais notícias dos outros deuses, alguns simplesmente estão escondidos perante as duas supremas entidades... mas o nosso mundo está sendo o palco desta guerra. Claro que a paz verdadeira nunca existiu e provavelmente nunca existirá; no entanto, esta insanidade, esta destruição, este apocalipse, está fora de controle. Sim, isto é o fim dos tempos se não fizermos algo. Muitos reinos, cidades, vilas e sociedades já foram dizimados. Algumas ainda bem protegidas, mas uma hora chegará até lá. Não temos outra escolha senão lutarmos! Claro que nós, nobres, não possuímos capacidade de lutar. Tenho vergonha de vos falar, mas sim, dependemos de vós! É claro que essa é uma batalha de todos, pois o fim virá se ficarmos quietos. Ao todo, nesses quatro dias de recrutamento em que enviamos magos e mensagens telepáticas para todos os cantos de Linra, para trazê-los até este momento, somam trezentos e quarenta e três guerreiros, de todos os tipos, de todas as raças. Muitos possuem desavenças, seja por preconceito racial ou quem sabe, por algo mais pessoal. Hoje teremos que deixar tudo isso de lado! Vós chegastes aqui, e aqui será a última casa, vosso último ponto de repouso. Vós já sabeis que em breve, esta guerra causará um colapso maior para todos nós seres vivos! Nós já encontramos um meio de ir ao local desse confronto, graças a alguns amigos, como o grande Salomão e a pequena Ludia. Pode parecer uma ideia absurda, mas é a mais eficaz! Não estamos pedindo que simplesmente ides ao olho do furacão. Estamos formando um exército capaz de ir e voltar salvando a vida de todos, o futuro dos seres vivos! Ou seja, estamos pedindo que lutem por vossas vidas ao invés de deixar que a morte vos cerque. Amanhã o destino estará por conta de vós. Nós suplicamos que nos ajudem! Aqueles que desejarem, podem aguardar vossas mortes, porém, os que quiserem viver e lutar, por favor, nos emprestem vossas forças! Ides e mostrai que nós merecemos continuar vivos, longe dos conflitos deles! Não devemos pagar pela desavença alheia! Vamos mostrar a eles as forças de nosso mundo! Ides e retornai para vossas amadas casas com um sorriso de missão cumprida! Sabemos que a maioria de vós já perdeu algo importante! Amigos, família, bens materiais... tudo isso pode ser conquistado e formado novamente, ainda que nos deixem um buraco no coração o que jamais tornaremos a ver! Mas precisamos vencer e viver, por nós e por aqueles que não estão mais aqui! Eis a missão de vossas vidas! Lutai novamente e sobrevivei, vós que sois nossa última esperança! – Ao final do discurso do rei elfo a multidão e os vários guerreiros ali presentes foram ao auge: aplaudiram, levantaram-se, gritaram também. Alguns sorriram, outros choraram, mas todos foram envolvidos pela súplica do rei.

— Esta poderá ser a última noite que possuís! E em honra a vós, por tudo o que já vivestes e em memória do que já não pode mais retornar, nós oferecemos este último jantar! O último de todos nós, antes do começo dessa batalha. Por favor, aproveiteis nosso pequeno presente, mas aproveiteis ao máximo! – com sua elegância, a rainha dos humanos brinda.

Uma longa noite tem seu início. Em um jantar épico, envolvendo toda a cidade: sobreviventes, civis, nobres, heróis, bandidos, vindos de todos os lugares do mundo, todos juntos jantam pela primeira e última vez, unidos nos preparativos para a guerra, pensando em um só objetivo – o de garantir um futuro para Linra!

***

Fim do Capítulo 1: Aqueles escolhidos para o amanhã.

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