ENRICO

By MarieliLuana

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Sinopse reescrita e atualizada em: 03/06/2022. Não podemos apagar o passado, mas se quisermos podemos mudar o... More

ENRICO
01
II
III
IV
V
VI
VII
VIII
IX
X
XI
XII
XIII
XIV
XV
XVI
XVII
XVIII
XX
XXI
XXII
XXIII
XXIV
XXV
XXVI
XXVII
XVIII
XXIX
XXX
XXXI
XXXII
XXXIII
XXXIV
XXXV
XXXVI
XXXVII
XXXVIII
XXXIX
XL
XLI
XLII
Epílogo
Capa Atualizada
Enrico

XIX

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By MarieliLuana


Aline

Na padaria eu tentava em vão agir normalmente, procurava me entreter com as graças de Liz enquanto Enrico intercalava seu olhar para ela e pra mim.

Ela estava sorridente, graças a Deus ela não aparentava estar sentindo dor por conta da pequena cirurgia.

Descobrimos que ela havia adorado o suco de laranja, já que Enrico colocara um pouco do que estava em seu copo, dentro da mamadeira de água e ela tomou tudo, deliciando-se e ao acabar ainda mexeu os bracinhos como se quisesse mais.

— Você quer mais minha pequena?

Ela soltou um gritinho.

— Pelo visto sim. - sorrio.

Coloquei um pouco do líquido que estava em meu copo e ajudei minha mocinha independente a beber.

— Em relação a ontem... - Enrico começa a dizer.

— Esqueça o que aconteceu. - soei rude.

— Não tem como esquecer porque eu não paro de lembrar.

Uau.

— Eu já esqueci, sugiro que faça o mesmo ou ao menos tente. - minto descaradamente e olho para Liz para que ele não perceba em meus olhos o quanto estou mentindo.

— Olha pra mim, vamos conversar como dois adultos. - pediu.

— Não temos o que conversar Enrico. Nos beijamos, você me deu um fora e foi isso, acabou.

O vejo passar a mão no rosto como se estivesse prestes a perder a paciência.

— Você tem que entender que é novo pra mim.

— O que é novo pra você, um beijo? Poupe-me Enrico. - sou irônica.

—  Acredite se quiser, mas é. Eu nunca beijei sentindo nada.

Coloco a mamadeira em cima da mesa, e Liz grita querendo por mais.

— E agora você sente? - pergunto.

— Não. - bufou. — Quer dizer, é difícil. Eu sinto algo, tenho certeza que sim, mas não quero nada sério agora, não quero ter que me entregar a nenhum sentimento porque todos são ruins e de ruim já basta a minha vida.

— Ok.

Voltei toda minha atenção a minha filha que nos olhava com um sorriso banguelo nos lábios, sorri de volta.

— Não precisa soar tão grossa.

— Eu não estou sendo. - digo dando de ombros.

— Eu gostei do teu beijo.

— Devo agradecer por isso? Se sim, obrigada.

Eu havia perdido a fome que mal existia em mim, tomei todo o meu suco comendo alguns pães de queijo em silêncio.

*

*

Após toda tensão no café, ele nos convidou para irmos até um playground que ficava ali por perto.

— Obrigada pelo convite, mas quero voltar para casa, Liz ainda é pequena e não irá entender nada dos brinquedos.

— Está fugindo de mim? - perguntou parando em minha frente, a única coisa que nos afastava em uma distância considerável era o bebê-conforto que Liz estava mexendo de um lado para o outro.

— Eu não tenho o porquê de fugir, quero apenas ir para minha casa.

— Então vamos, podemos assistir a um filme.

Respiro fundo.

— Olha Enrico eu não sei qual é a tua, mas seja qual for não vai rolar. Quando eu disse que quero ir para minha casa, é porque eu quero ir somente eu e a minha filha, obrigada.

Ando alguns passos com o bebê conforto e quando olho para trás, ele está vindo atrás de nós.

— Só quero ficar perto da Liz, ela é meu bem maior, você também pode acabar sendo, mas ela é muito importante pra mim. Por favor, Aline, não me negue isso.

Fico em silêncio.

O meu coração era um pobre idiota, pois ele pedindo daquela forma foi impossível dizer não.

Entrei em seu carro no banco de trás com Liz e fomos ao nosso costumeiro silêncio.

Durante o caminho a mesma foi dormindo, mas, assim que Enrico parou o carro em frente de casa seus olhinhos arregalaram-se em seguida, um sorriso.

— Espertinha, só dorme quando te movimentam. - digo fazendo carinho em sua bochecha.

Ele abriu a porta de casa pra mim e de longe, quem nos visse, era capaz de achar que éramos uma verdadeira família.

Ledo engano.

O dia estava nublado, meio frio para falar a verdade, com a ajuda de Enrico jogamos dois colchões no chão da sala, colocamos cobertas, alguns brinquedos que Liz gostava de ''morder'' e ligamos um filme de animação da Disney.

Era incrível a capacidade que Liz tinha, ainda tão pequena de prestar atenção na televisão, aparentava entender tudo e tentava em vão ficar sentada sozinha.

Independente desde sempre.

Eu estava quase pegando no sono quando senti a mão de Enrico fazer carinho em meu rosto, assustei e sentei-me em um pulo, bocejando em seguida.

— Desculpe, não queria despertá-la. - disse envergonhado, ele estava bem próximo de mim, até mais do que Liz que agora estava com a cabeça em minha barriga.

— Tá bom. - respondi meio grogue, porém sabendo do que estava prestes a acontecer.

Enrico tocou meu queixo fazendo com que eu olhasse dentro dos seus olhos.

— Meu coração está acelerado. - sussurrou.

Respirei fundo e fechei meus olhos.

E seus lábios não demoraram a encontrar-se com os meus.

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