Coroa De Fogo - Livro 1 - Tri...

By JenniferGKS

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Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Pequeno atraso!
Obrigada!
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
500!!!
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
CHEGAMOS A 1000!
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Concurso Caneta de Ouro
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28 - Diário de Morgana Galiano
É 3K que está mostrando mesmo? 😱😱😱😱
Divulgação!
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Epílogo
Livro 2 e Agradecimentos
SEGUNDO LIVRO!!
BOOKTRAILER
GRUPO NO WHATS! 😱😱
VAMOS SER PUBLICADOS
@escritorajenniferkepler

Capítulo 29

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By JenniferGKS

Uma infinidade de sentimentos se aglomeram em meu peito quando chego a última frase. Por um lado, sinto minha raiva em relação ao rei aumentar drasticamente, por outro, estou chocada por todas as informações que constam nesse diário. De alguma forma, Morgana havia me levado a encontrar suas anotações. Eu só não conseguia entender a finalidade disso ainda.

Agarrando o caderno próximo ao peito, corro até o quarto andar. Não sei até que ponto John conhece a história de sua tia, mas um desejo pulsante de trazer à luz o que descobri instiga minhas pernas a se moverem.

Os guardas não me dispensam mais o que um olhar. Minhas visitas constantes a Cecília tornaram minha presença comum naquele espaço o palácio. Caminho até o corredor onde encontro duas portas: uma branca e uma marrom. John não havia me convidado para seus aposentos, por isso, minha decisão vacila por poucos segundos.

Respirando fundo, bato levemente na porta marrom. Através da madeira, ouço uma movimentação e John aparece no batente. Fico sem fôlego por alguns instantes com a sua imagem: descalço, os cabelos desgrenhados e com a camisa desabotoada mostrando desde seu pescoço até sua cintura.

-É assim que você costuma receber as pessoas, Alteza? –Pergunto sarcasticamente.

-Não. Só algumas delas têm esse privilégio. –John responde sedutoramente.

-Bem, sinto-me lisonjeada de participar desse seleto grupo. –Provoco.

John ri e me puxa para dentro de seu quarto. Para minha sorte e azar, ele abotoa sua camisa e nós nos sentamos em um sofá próximo a sua cama. Seu quarto se assemelha muito ao cômodo utilizado por ele no navio que nos trouxe para cá. Cores neutras, documentos espalhados sobre uma mesa de mogno, poucos móveis e uma cama larga.

-O que você precisa? –O príncipe pergunta gentilmente.

-Eu tenho algo para lhe mostrar. –Digo e estendo o diário em sua direção.

John folheia o caderno e franze suas sobrancelhas. Não sei o que esperar de sua reação porque quando Morgana foi presa, ele era apenas uma criança. Desconheço a profundidade de seus sentimentos pela tia exilada.

-Você esperava que isso significasse algo para mim? –Ele pergunta em confusão e fita meus olhos.

-Eu sei que você era só um menino na época em que tudo aconteceu. Mas essas anotações indicam que há algo realmente errado com seu pai. Ele vem tomando decisões injustas há muito mais tempo do que temos consciência. –Respondo enfaticamente.

-De que anotações você está falando, Scarlett? Esse caderno está vazio. –John contrapõe.

-É claro que não. –Falo abrindo o diário em sua primeira página. –Olha, aqui está o início dos registros que sua tia e... –Tento argumentar.

-Minha tia? –Ele pergunta me interrompendo.

-Sim. Esse é o diário de Morgana Galiano. Ela menciona sua mãe e seu pai. Ela é uma bruxa e saiu do castelo par... –Começo a explicar.

-Bruxa? Scarlett, esse caderno está vazio. Não há nada em suas páginas. Minha tia foi afastada do palácio há muito tempo e nenhum nós fala sobre isso porque minha mãe sofreu em decorrência desse episódio. –Ele diz me interrompendo de novo.

John me olha como se eu fosse mentalmente incapacitada e ele estivesse com pena de minhas limitações. Folheio o diário novamente e constato novamente que não estou ficando louca, está tudo lá. Cada palavra.

É só então que me dou conta: a vida de Morgana está relatada naquele pequeno livro, mas somente eu posso ver. John não sentiu nada ao segurá-lo, nenhuma marca surgiu em sua mão, nenhum calor percorreu seu corpo. Aquele diário está sob algum encanto e apenas aos meus olhos foi permitido enxergar seu conteúdo.

-Em Amarante você me falou alguns detalhes sobre sua tia. Poderia me dizer outra vez por que ela foi exilada? –Pergunto.

-Ele se envolveu com um homem sem aprovação do meu pai. Quando o rei não permitiu a união dos dois, ela ameaçou tirar a própria vida. Então nós a levamos a Amarante. Foi a partir disso que aquela cidade foi criada, como eu lhe havia dito. Aquele lugar possibilitou um recomeço para ela. –Ele responde.

-E o que aconteceu com esse homem? –Questiono.

-Meu pai ordenou que ele saísse do reino e jamais retornasse. –Ele responde.

Aquilo não poderia estar mais longe da verdade. O rei conseguiu não só afastar Morgana de sua família, como também manchar sua memória, torná-la um assunto proibido. Não sei como explicar a John a verdade sem que ele possa vê-la. Algo me diz que minhas palavras por si só não seriam o suficiente.

-Isso é realmente triste. –Respondo. –Eu acho que li livros demais por hoje e acabei criando uma história maluca em minha cabeça. –Falo tentando fazer graça.

-A sua cabeça está sempre cheia de histórias malucas. –Ele responde aliviado e ri comigo.

Enquanto retorno ao meu quarto,minha mente gira com tantas descobertas por um dia. Uma certeza paira em minha mente: o rei é muito mais perigoso do que eu imaginara.     


O descanso não me alcança naquela noite. Sonhos com pássaros dragões e gatos gigantes me assombram hora após hora. Preciso sair da cama antes mesmo do sol aparecer no horizonte.

Para exortar o cansaço do meu sistema, vou para a sala de treinamento. Ainda precisava aperfeiçoar minha pontaria com o arco, por isso passo o começo da manhã lançando flechas incessantemente. Com o objetivo de tornar o exercício mais desafiador, coloco fogo nas ponteiras antes de disparar as flechas.

Um som em minha retaguarda chama a minha atenção depois de algum tempo. Ao me virar, deparo-me com Félix a poucos metros de distância.

-Vejo que aperfeiçoou nossa técnica. –Ele observa.

-Achei que precisava aumentar o grau de dificuldade. –Respondo com um dar de ombros.

-Você evoluiu muito, Scarlett. Jamais tive um aprendiz que demonstrasse tanta dedicação. Tenho certeza que irá se sair muito bem em sua Apresentação. –Ele fala sorrindo.

-Eu não teria conseguido sem a sua ajuda, senhor. –Digo enrubescendo.

-Realmente tenho minhas dúvidas quanto a isso. Não consigo imaginar algo que você não seja capaz de realizar. –Félix responde.

Consigo apenas dar um sorriso fraco em sua direção. Nunca soube lidar com elogios e isso não é algo que eu aprimorara. Passado o desconforto, Félix aproveita para repassar comigo tudo que terei que apresentar daqui a poucos dias. Primeiro, deixo que as chamas dominem minhas mãos, faço com que o fogo aumente e desenho círculos dourados ao meu redor.

Depois de tanto tempo desempenhando os mesmos exercícios, não preciso nem me esforçar para reproduzi-los, passou a ser tão intrínseco ao meu corpo quanto caminhar ou respirar. O fogo se tornou parte de mim, assim como o ar, a terra e a água.

Félix me dispensa depois de um tempo declarando que necessito mais de descanso do que treinamento a partir de agora. Perambulo pelos corredores aproveitando o silêncio do início do dia e a folga que teria de Triny, já que a mesma está ocupada com os preparativos do aniversário de Cecília. A maioria dos convidados do rei ainda está em seus aposentos, possibilitando uma pausa para o ininterrupto burburinho que assola o palácio diariamente agora.

É pela ausência de barulho que reparo no baixo lamento a minha frente. O som se assemelha a duas vozes femininas sussurradas. Ao cruzar o próximo corredor, deparo-me com duas mulheres com uniformes simples e comuns. Uma delas, portadora de alta estatura e pele negra, tenta amparar a outra que se encontra em um choro constante.

-Eles o levaram, Gail. Jamais irei vê-lo novamente. Meu pequeno menino! –Diz a mulher aos prantos.

-Zara, você precisa ser forte nesse momento. Seus outros filhos precisam de você. –A mulher mais alta, Gail, responde.

Feições fortes formam o rosto dela e uma pequena touca esconde seus cabelos. Em sua face se evidenciam algumas marcas decorrentes de sua idade. Entretanto, sua estrutura física indica que ela possui uma força muito maior do que a maioria das mulheres.

Seus olhos encontram os meus e seu semblante é tomado por surpresa. Ela cutuca levemente sua companheira enquanto me aproximo e ambas fazem uma reverência atrapalhada.

-Isso não é necessário. –Digo, fazendo com que as duas me encarem novamente. –Você está bem? O que aconteceu? –Pergunto a Zara.

A lamentação de Zara sessa quase instantaneamente, sendo substituída por descrença. Talvez ninguém naquele lugar demostrara interesse em seu estado até aquele momento. Ela troca um rápido olhar com Gail antes de responder.

-M-Meu filho foi levado pela Convocação hoje. Eles vivem com o pai no campo enquanto eu trabalho aqui. Há muitos anos que não vejo seu rosto e agora nunca mais o verei. –Responde e lágrimas tomam suas bochechas novamente.

Seu corpo pende em minha direção e eu a sustento antes que ela se choque contra o chão. Gail xinga baixinho e não consigo distinguir suas palavras. Em seguida, ela me ajuda a segurar Zara que permanece desacordada.

-Ajude-me a leva-la até seu quarto, por favor. –Peço.

Ela não hesita e logo já estamos nos encaminhando a ala dos empregados. Quando chegamos ao nosso destino, os criados que ainda não iniciaram suas tarefas parecem estupefatos pela cena e abrem caminho rapidamente. O quarto de Zara é apenas um pouco maior que o banheiro que faz parte dos meus aposentos. Nele há somente uma beliche e um pequeno armário.

-Vamos colocá-la na cama de baixo, senhora. –Pede Gail.

Eu obedeço e depois de alguns segundos, posicionamos Zara no colchão. Ela é uma mulher pequena e com um corpo delgado, muito mais magro do que deveria ser. Virando-me para Gail, estendo minha mão em sua direção.

-Eu me chamo Scarlett e não senhora. Prazer em conhecê-la. –Falo.

Para minha surpresa, Gail aperta minha mão com força. Ela encara meu pescoço por pouquíssimos instantes e sorri.

-É um prazer conhecer você também. Belo colar. –Responde com um olhar intenso.

Não tenho tempo para interpretar ou questionar suas palavras mais profundamente, pois Zara começa a se queixar novamente. Gail se aproxima e toca levemente em sua testa.

-Ela está com febre. Provavelmente está fraca por não ter se alimentado. –Diz se voltando para mim.

-Busque compressas frias e uma bacia. Irei à cozinha preparar um chá e um caldo para ela. –Falo.

-Certo. Mas não poderei cuidá-la, preciso cumprir com minhas tarefas na lavanderia. –Ela fala com pesar.

-Não se preocupe. Ficarei aqui até que você retorne. –Respondo firmemente.

Seus olhos se arregalam mais um vez, porém, ela não me questiona, apenas abre mais um largo sorriso e acena positivamente. Na copa, Jorge me ajuda a preparar tudo que preciso e retorno rapidamente ao quarto de Zara. Gail não está mais lá quando regresso, mas havia deixado os materiais que solicitei.

A febre de Zara atingiu elevados picos pelo restante do dia. Ela delirou chamando seu filho Alexander e ao seu marido César. Com dificuldade, consegui fazê-la beber o chá e o caldo.

Não demorara muito para as decisões do rei gerarem frutos. Em pouco tempo, ele conseguiu despedaçar uma família. O quanto demoraria para trucidar por completo ao reino?

A imagem do pequeno e frágil corpo daquela mulher parte meu coração. Não consigo nem mesmo dimensionar sua dor; obrigada a se afastar de sua família para poder sustentá-la e agora perderia parte dela para sempre.

Gail retorna horas mais tarde com uma cesta de pão e um frasco com água. Ela parece cansada, porém se senta ao meu lado no chão em frente a cama de Zara e divide comigo sua refeição.

-Como ela está? –Pergunta.

-Um pouco melhor. A febre baixou, mas ela precisa descansar mais. –Respondo.

-Não sei por quanto tempo vão permitir que ela fique sem trabalhar. Tentei fazer a parte dela hoje, mas eles não vão aceitar isso por muito tempo. –Ela fala com apreensão.

Vasculho meu cérebro em busca de alternativas para ajudá-las, mas um sentimento de impotência me domina. Não sou alguém influente para interceder por Zara, sou apenas uma hóspede indesejada. Todavia, conhecia alguém extremamente influente.

-Vou encontrar um jeito para ajudar Zara. –Digo com um plano se formando em minha mente.

-De que maneira? –Gail questiona.

-Você vai ver. –Respondo piscando um olho para ela.

Levantando-me, saio do quarto delas.Enquanto caminho em direção ao recanto da realeza, cruzo os dedos para que meupedido seja aceito.    

Mais um capítulo quentinho para contrariar esse dia frio e chuvoso aqui no RS! Kkkkk

O que acharam desse capítulo? 

Espero que tenham gostado e não esqueçam de deixar aquela estrelinha maravilhosa!

Um beijão e até a próxima semana. 

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