Como não se apaixonar

By Kamisbsantos

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"Se persistirem os sintomas o livro deverá ser consultado." Luisa Lemez se apaixonou perdidamente aos quinze... More

Epígrafe
1° capítulo
2° capítulo
3° capítulo
4° capítulo
5° capítulo
7° capítulo
8° Capítulo
9° capítulo
10° capítulo
11° Capítulo
12° Capítulo
13° Capítulo
14° Capítulo
15° Capítulo
16° Capítulo
17° Capítulo
18° Capítulo
19° Capítulo
20° capítulo
21° Capítulo
22° Capítulo
23° Capítulo
24° capítulo
25° capítulo
26° capítulo
27° capítulo
28° capítulo
29° capítulo
30° capítulo
31° capítulo
32° capítulo
33° capítulo
Bônus 25k
KAMIS: A FLOPADA

6° capítulo

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By Kamisbsantos

"Há algumas coisas sobre as quais não falamos
Melhor continuarmos sem
E simplesmente segurar o sorriso
Apaixonado e desapaixonado
Envergonhado e orgulhoso"
The Fray - Never Say Never

No fim, acabou sendo uma noite terrível. Eu só consigo pensar que se Mag foi tão fraca no primeiro passo que é algo tão simples, como ela vai reagir aos próximos que necessita de mais dedicação?

Já faz mais de uma hora que Dani nos deixou em frente minha casa, e ao contrário de Mag que está roncando em minha cama, eu nem sequer consegui pregar os olhos. São tantos pensamentos de uma só vez em minha cabeça, que já estou zonza. Todos são sobre Rafael. Eu não sei o porquê, mas desde que saí do bar, não consigo parar de pensar nesse idiota, parar de pensar no que ele disse.

Eu me apeguei a lista e nunca me questionei se ainda existem sentimentos por ele, até porque não sei se quero descobrir a resposta, mas depois do que ele me falou esta noite, vários "e se" está rondando minha mente. Tenho em minhas mãos o caderninho preto onde escrevi os passos e também os dez adjetivos ruins sobre ele. Meus dedos percorrem um por um, e mais uma vez os memorizo, para que sempre que a dúvida tentar me enganar, eu lembre o porquê que tudo isso começou.

O jogo novamente dentro da gaveta da escrivaninha e me levanto para ir procurar algo de comer.

A casa está escura e o único barulhinho que posso ouvir é o dos ponteiros do relógio. Passo pela sala e vou até à cozinha, mas quando chego na porta, ouço um barulho que faz meu corpo gelar. Dou alguns passos, o que me permite ver a silhueta de um homem sentado em uma das banquetas da ilha. Eu prendo o ar, procurando por algo na sala que posso dar na cabeça dele, porque claramente este homem não é meu pai.

Quando ele parece sentir minha presença, ele se vira de frente para mim.

Meus olhos quase pulam para fora quando vejo de quem se trata.

— Oi, Gelinho — Rafael cumprimenta. Sua voz sai embargada e falha. Um sorriso largo preenche seus lábios.

De súbito, dou dois passos para trás, sem acreditar no que meus olhos estão vendo. Eu só posso estar sonhando, ou melhor, tendo um pesadelo!

— O-o que você está fazendo aqui? — As palavras parecem grudar em minha garganta, me causando uma dor incômoda.

Engulo em seco quando ele se levanta e dá passos curtos em minha direção.

— Não é óbvio? — Ele aponta para o copo de vidro em sua mão, virando mais um pouco do líquido amarelo goela abaixo. — Tô tomando suco e está muito bom, por sinal!

Ele vira o restante na boca e deixa o copo em cima da bancada, depois se volta para mim sorrindo, como se tudo isso fosse bastante natural.

Meu rosto queima de raiva por ele ser tão abusado.

Quem ele pensa que é para invadir a casa dos outros assim?

— Você é um abusado! — O empurro com toda a força que tenho. Ele cambaleia incerto para trás. — Como entrou aqui?

Rafael se recompõe rapidamente, rindo de si mesmo.

— Dã, pela porta — gargalha. — Meu Deus, você só faz perguntas óbvias!

— Eu vou te dar dez segundos pra você sair daqui, senão, vou chamar a polícia — digo entredentes, sem nenhuma vontade de entrar em seu joguinho doentio.

Para me contrariar, Rafael se escora na parede, cruzando as pernas e os braços, como se duvidasse se realmente tenho coragem.

Eu tenho!

Corro até o telefone fixo que fica em cima de uma mesinha ao lado do sofá. Quando as pontas dos meus dedos raspam nele, sou puxada bruscamente para longe do mesmo. Rafael gira meu corpo para que eu fique de frente para ele. Seu aperto em minha cintura se intensifica, colando ainda mais nossos corpos, me causando arrepios.

Droga. Lembra da lista, Luisa. É só lembrar da lista.

Ele está tão perto que posso ver a íris dos seus olhos dilatarem rapidamente. O seu perfume invade minhas narinas e eu rezo mentalmente para não fraquejar em seus braços.

— Me solta agora, se não vou começar a gri... — Rafael força sua mão contra minha boca, me impedindo de terminar a frase.

— Eu vou soltar você, tá bem? Mas não grita — avisa. — Eu vim em paz!

Rafael retira a mão da minha boca e seu aperto em minha cintura se afrouxa.

— Nunca é paz quando se trata de você!

— Tem razão — concorda. — Mas hoje é, pode acreditar em mim.

Rafael se joga em meu sofá, como se estivesse em sua própria casa.

— Você tem que ir, se meus pais acordarem... — Eu nem preciso terminar de falar, pois Rafael sabe o que aconteceria.

Não gosto nem de imaginar, se meu pai resolve beber água ou sei lá o que e dá de cara com este folgado jogado no nosso sofá.

— Eu sei, eu sei! — Rafael inclina a cabeça no encosto do sofá, parecendo entediado. — Por isso a gente vai falar baixinho — sussurra, rindo de si mesmo. Claramente a bebida já subiu para seu cérebro.

Suspiro fundo, tentando ter paciência para aturar toda esta situação e não perder a cabeça para não acordar meus pais.

— Temos alguns assuntos pendentes, não? — anuncia, sério. Sem brincadeira, sem risadas, sem ironias, sem desdém.

E aqui está ele tentando tocar em minha ferida outra vez.

E aqui estou eu doida para me esconder no quarto outra vez.

— Nada que tenha que ser resolvido de madrugada, depois de uma invasão domiciliar, não é Rafael? — Tento manter minha voz neutra e não demonstrar como só a menção deste assunto me abala.

— Eu adoro seu senso de humor! — Um lado de seus lábios se curvam em um sorriso lindo. — Mas vamos falar sério agora. — Ele se ajeita no sofá.

— Você falando sério? Puft, parece até piada — rebato, fingindo desinteresse. Rafael me lança um olhar reprovativo, questionando se vou ou não o deixar falar. — Fala logo e vai embora!

Ele pigarreia, se ajeitando novamente, parecendo momentaneamente sem jeito comigo.

— As coisas que vivemos no passado ficaram mal resolvidas... Tudo foi muito intenso e acabei agindo feito babaca...

— Agindo não, você é um babaca, sempre foi um babaca! — Faço questão de enfatizar.

Ele balança a cabeça, engolindo a crítica e continua com seu papo furado:

— Apesar de tudo, eu nunca tive a oportunidade de te pedir desculpas de verdade e eu tô aqui para isso. — Suspira, encarando o chão. — Eu sei que corre o risco de você não acreditar, de achar que isso tudo faz parte de mais um jogo, mas eu te juro que não é! — Ele me lança um breve olhar, para se certificar que presto atenção. — Desde que tudo aconteceu, não passou um dia sequer que eu deitasse a cabeça no travesseiro e conseguisse dormir sem pensar no quanto eu te fiz mal, no quanto eu ainda te faço mal e eu não quero que isso continue acontecendo, então por favor, me perdoa?

Seu olhar se encontra com o meu mesmo com a escuridão. Vejo suas íris brilharem, o que acaba causando um aperto em meu peito. Ele está até parecendo mesmo arrependido e sincero com seu pedido de desculpas, bem diferente das outras vezes que ele tentou e não senti nem um pingo de verdade em suas palavras.

Ele se levanta, caminhando até onde estou, parando em minha frente. Seus olhos me encaram com intensidade, fazendo meu coração errar uma batida.

— Você não acredita, não é? — questiona, com um sorriso triste.

Não. Eu não consigo.

Não depois de tudo que ele fez e continuou fazendo para me arruinar.

— Acha que vai ser fácil assim? — Minha voz falha. Eu aperto os olhos, negando com a cabeça quando sinto que a qualquer momento posso desabar. Eu não posso chorar na frente dele, não posso.

— Eu nunca pensei que seria. Mas se você deixar — Ele puxa minha mão esquerda com delicadeza, a deixando em cima de seu peito. O seu coração pulsa rapidamente contra a palma de minha mão. — Eu posso mudar isso.

Algumas lágrimas despencam de meus olhos sem que eu consiga controlá-las.

Uma parte mim quer tanto acreditar em suas palavras, mas a outra parte me avisa para eu tomar cuidado.

Quem parte seu coração uma vez pode muito bem partir uma segunda.

— Você está bêbado, nem vai lembrar disso amanhã.

— Eu não estou tão bêbado assim! — Se defende, torcendo os lábios.

— Você só está brincando com meus sentimentos de novo.

— Não, não, estou! — ele se apressa em dizer. — Pode até parecer que eu te odeie ou que tenho raiva, mas a verdade é que eu ainda sou tão apaixonado por você, Luisa.

A sua voz soa tão suave, tão serena, que o bobo do meu coração se derrete. Ter ele assim tão perto, tão disposto a mim, me faz querer o perdoar e o beijar agora mesmo.

— Então por que você implica tanto comigo?

— Porque essa é a única forma de fazer você sentir algo por mim.

Sou pega de surpresa por sua resposta.

Seu polegar desliza pela minha face delicadamente, enxugando as lágrimas. Vejo um pequeno sorriso brotar no canto de seus lábios. Ele acaba com a curta distância que há entre nós. Suas mãos pousam sobre minha cintura, bem diferente do aperto de antes, me apertando contra seu peito e sem pensar duas vez pressiona seus lábios nos meus. Rafael brinca com meu lábio inferior e se aprofunda em um selinho demorado, e eu fico sedenta para que sua língua entre em contato com a minha. Mas isto não chega a acontecer.

Rafael dá um passo para trás e deixa um beijo molhado em minha testa.

— Parece até um sonho! — Seu sorriso é tão largo e genuíno que me faz sorrir também.

Eu concordo, sem acreditar que isto está acontecendo de verdade. 

Segundos depois sinto uma dor aguda na cabeça.

— AHHHHHHHHHHHHH... — Alguém grita.

Fecho os olhos com força, segurando minha cabeça entre as mãos tentando fazer a dor passar.

Quando os abro novamente, dou de cara com a mais pura e dolorosa realidade.

Foi sim tudo um sonho, Rafael.

Um sonho no qual eu não queria ter acordado.

Ei genteee, olha eu aqui adiantando capítulo!

Um monte de gente pediu para que eu postasse antes de domingo e eu fiquei tão feliz de receber as mensagens de alguns de vocês que meu coração amoleceu e cá estou eu.

Mas oh, não terá capítulo domingo que vem, hein!

Me conta, vocês gostaram do capítulo? Estão gostando do livro?

E vocês não acharam que eu iria criar um OTP logo de cara sem fazer eles sofrerem por longos capítulos, não é mesmo? MUAHAHAHAHA

A gente se esbarra por aí!

Beijos, Kami

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