ENRICO

By MarieliLuana

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Sinopse reescrita e atualizada em: 03/06/2022. Não podemos apagar o passado, mas se quisermos podemos mudar o... More

ENRICO
01
II
III
IV
V
VI
VII
VIII
IX
X
XII
XIII
XIV
XV
XVI
XVII
XVIII
XIX
XX
XXI
XXII
XXIII
XXIV
XXV
XXVI
XXVII
XVIII
XXIX
XXX
XXXI
XXXII
XXXIII
XXXIV
XXXV
XXXVI
XXXVII
XXXVIII
XXXIX
XL
XLI
XLII
Epílogo
Capa Atualizada
Enrico

XI

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By MarieliLuana

XI
Enrico

Em seu quarto, balancei Liz por cerca de vinte minutos até que ela soltasse uma fungada é realmente dormisse.
Apreensivo, a coloquei dentro do berço, ajeitei a chupeta em sua boca, coloquei um bicho de pelúcia tão pequeno quanto ela ao seu lado, acendi o abajur e apaguei a luz principal.
Assim que cheguei à sala, Aline estava de braços cruzados andando de um lado para o outro.
- Ela dormiu. - falei.
- Que bom. - respondeu secamente.
Fiquei parado, com as mãos no bolso da calça esperando que ela dissesse algo, até que disse:
- Então, você precisa ir embora, né?
Passou por mim indo até a porta, senti que ela queria dizer algo mas não estava conseguindo e por isso ficava se auto martirizando.
- O que você quer dizer? - perguntei.
Seus olhos arregalaram-se e só então notei que eles eram da cor dos de Liz.
- Está tão visível assim? - ousou perguntar arqueando a sobrancelha e debruçando-se levemente na maçaneta da porta.
- Sim. - respondi.
- Sei que é chato o que irá dizer, mas, eu não gosto de você por perto de Liz.
O que eu fiz?
- E posso saber o porque? - ousei perguntar.
- Porque você é um estranho. Nós não o conhecemos, você é apenas o irmão da minha cliente, não tem o porque de se aproximar.
Cruzo os braços.
- Você está com ciúmes? - perguntei.
- Lógico que não! - rapidamente respondeu, eu sabia que sim. - Você é um estranho.
- Não pareço ser para sua filha.
- Ela só tem quatro meses, ainda há tempo de se acostumar sem você, a propósito, te conhece a o quê... Alguns dias? - fez as contas.
- Prazer, sou Enrico. Posso ficar por perto dela agora? - perguntei.
- Não. - respondeu virando de costas para mim.
- Liz está me fazendo bem.
- O orfanato infelizmente está cheio de crianças, elas poderão te fazer bem também.
Eu sorri, porém querendo chorar.
- Todas elas me olham com cara de desespero, não estão acostumadas a verem um monstro. - fui sincero.
- Você não é um monstro.
- Quero ficar perto de Liz. - desconversei.
- Não será possível, desculpe.
- Faço questão.
- Eu já disse que não! - falou mais alto.
- Ok. - respondi erguendo as mãos em sinal de rendição.
Ela ficou em silêncio.
- Espero que um dia você deixe de ser tão individualista. Aprenda que criamos nossos filhos para o mundo, Liz não será sua para sempre, talvez seja apenas agora sendo um bebê. - após dizer isso, sai fechando a porta com mais força do que o costume.
Eu não desistiria de ficar perto de Liz, ao menos não tão cedo.

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