Hall of Fame ✅

By ohlulis

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Sky Howard gostava dos flashes, tapetes vermelhos e de estampar capas de revistas. Em uma cidade que vive pel... More

0. Be our guest
Prólogo
1. Backstage
2. Front Row
3. All of the lights
4. Stay
5. Broken Family Portrait
5.1. New Affair?
6. Safe Inside
7. Stole the Show
8. Shame on Me
9. Sky Full of Stars
10. Hold Me Close
10.1 Things they said about her
11. Fire Breather
12. Won't You Stay?
13. Quelqu'un m'a dit
14. Mess
15. Eyes for You
16. I'll be a storm
18. Memories on the Ground
19. Heal
19.1. Rumors
20. And you say that it's hard
21. You're Somebody Else
22. Forgiveness
23. Sirens
23.1. Picture Perfect
24. Bridges
25. The Last Fall
25.1. Dear Benjamin,
26. Empire
26.1 And I was like 'why you're so obsessed with me?'
27. With The Lights Out
Epílogo: Curtains Down
extra: happily ever after

17. Masks

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By ohlulis

Na maioria dos lançamentos musicais de Gale Langbroek, ele preferia um ambiente reservado e uma comemoração discreta.

Com uma música boa de fundo, os seus amigos mais próximos e a sua penthouse fora da cidade de Nova Iorque, em um encontro casual que ia das oito da noite até a manhã seguinte, quando as bebidas já estão perto do fim e o sol já brilhava no céu anunciando o dia que estava marcado no calendário para seu lançamento.

Mas ele também era fã de um grande evento, que contava com os nomes mais famosos da atualidade na lista de convidados e um espaço para dança que nunca ficava vazio, com um estoque de bebida maior do que ele podia solicitar em uma folha A4.

Aquele era um grande evento. Um grande evento para um grande dia.

Sabia que, assim que deixasse o quarto e surgisse no salão principal, não conseguiria dar dez passos sem encontrar um grande nome do pop atual ou uma modelo de capa de revista. Talvez uns jogadores de futebol e, muito provavelmente, um ator ou atriz em ascensão. Todos eles tinham sido premiados com um convite entregue um mês antes pelo correio, para a festa de estreia oficial de Masks. O segundo álbum de Gale Langbroek, que seria disponibilizado nas plataformas digitais assim que o relógio marcasse meia noite.

E aí estaria feito.

Das dezoito canções disponíveis no álbum, alternadas entre grandes feats e uma ou outra que ele assumia toda a responsabilidade, estavam as letras da sua vida. Uma por uma, havia um significado grande por trás delas.

As pessoas iriam ouvir suas inseguranças, seu começo difícil no mundo da música mesmo vindo de uma família com boas condições da Noruega, do seu apego a sua família e, principalmente, as pessoas iriam ouvir de Jo.

Iriam ouvir de Sky também, mas principalmente de Jo. Sua grande história de amor, que tinha deixado marcas profundas no seu coração que, três anos depois, se tornariam letras belíssimas.

Já era acostumado, desde o primeiro single que lançou, a escrever suas próprias letras em um caderno surrado que levava de um lado para o outro. Colocava um pouco de sua vivência nas estrofes que montava, mas também usava a realidade alternativa para escrever sobre um coração quebrado ou uma cura regada a álcool.

Mas foram as noites em claro que o fizeram escrever todas as músicas daquele álbum, jogado no sofá do estúdio ou deitado na sua cama king-size que se parecia tão vazia nos dias de frio, dando ritmo às lembranças que nunca tinham deixado sua memória.

Escrevera porque sentiu que era a hora delas o deixarem dormir em paz, sem pesar uma tonelada em seus ombros ou sussurrar frases prontas no seu ouvido toda vez que ele achava que aquilo não mais o afetava.

Até se dar conta, na sua insônia que parecia programada, que afetava.

— Mais cinco minutos e o atraso do homenageado da noite deixa de ser aceitável.

A voz conhecida preencheu a sala, retirando um pequeno sorriso do canto dos lábios de Gale. Conseguia ouvir o barulho do salto alto aumentar de intensidade, mas manteve a cabeça baixa até que o som cessasse, levantando os olhos para seu reflexo no espelho a sua frente.

A máscara dourada, que cobria apenas o lado esquerdo da sua face, tinha sido feita especialmente para ele. O desenho de metade da boca, o contorno das asas do nariz e o espaço reservado para sua mandíbula bem marcada foram feitos diretamente de um molde retirado da face do DJ, esculpido algumas semanas antes.

Em um primeiro momento, Gale estranhou que metade do seu rosto estivesse escondido por um acessório que refletia luz de todas as direções que recebia. Passou as mãos nos seus cachos loiros bagunçados antes de se contentar com a maneira que eles caiam em sua testa, começando a se acostumar com a imagem que se formava no espelho.

Ele podia estar usando uma máscara para aquele evento, mas talvez aquele fosse o dia que ele menos precisou se esconder atrás de um adereço.

— Como se sente? — Sky perguntou, fazendo-o focar seu olhar na imagem da mulher refletida no espelho logo atrás do seu ombro. — Suas mãos já começaram a suar e você tem a sensação de que seus pulmões estão para colapsar?

Gale riu alto, reconhecendo aquela frase como uma tentativa frustrada de Skylar Howard de retirar a tensão daquele grande evento.

— Você não está ajudando assim — Gale respondeu em um murmúrio antes de se virar em direção a ela, arrumando a máscara preta que cobria seus olhos. — Mas sim, para as duas perguntas.

A ideia da festa de máscaras tinha sido de Ben, assim que Gale comentou com ele, no meio de um jantar no apartamento de Sky, que precisava de uma ajuda para sua festa de lançamento que aconteceria no mês seguinte. No momento que o norueguês mencionou que seu novo CD levaria o título de 'Masks' Benjamin arqueou as sobrancelhas, sugerindo um baile de máscaras para o evento.

Ele fazia o planejamento de um evento parecer algo simples com suas ideias que demoravam menos de trinta segundos para serem formadas e sua visão tridimensional que fazia sentido apenas para ele. As anotações mentais começaram desde aquele momento e prosseguiram até o momento que tudo estivesse perfeito.

E nada mais podia representar melhor aquele lançamento do que todos os convidados com máscaras, que eram um acessório obrigatório até a meia-noite.

Assim que o ponteiro menor do relógio parasse em cima do doze e as badaladas fossem escutadas, todas as máscaras deveriam cair junto com o lançamento do CD de Gale Langbroek. Junto com a máscara que ele usava e nunca tinha retirado antes.

— Você não precisa ficar nervoso, Gale — ela continuou, oferecendo um sorriso de conforto para ele. — O lançamento já está sendo um sucesso e eu mal posso esperar pelo momento que suas novas músicas tocarão insistentemente em todas as rádios do país.

Langbroek concordou com um pequeno aceno, se aproximando de Sky para deixar um beijo demorado na sua testa em forma de agradecimento.

— Não é exatamente com o número nos charts que eu estou me importando — sussurrou para a loira, engolindo em seco. — Eu não sei se lançar esse CD vai me livrar das memórias antigas ou apenas trazê-las de volta. E eu não sei o que fazer se elas voltarem.

Sky pareceu pensar por um segundo, colocando as duas mãos no rosto de Gale e oferecendo um pequeno sorriso para ele. Conseguia enxergar, dentro dos seus olhos incrivelmente azuis, o medo. Aquele que ele escondia como podia, por trás de uma pose invencível e impenetrável que costumava manter as pessoas longe.

A mesmo que ele usou para tentar afastá-la logo depois que Jo, sua ex-namorada, tinha tirado a própria vida.

— Elas nunca vão embora, Gale — murmurou, apertando os lábios em uma fina linha. — E quando elas voltarem, elas não precisam te machucar. Você não é a mesma pessoa que era cinco anos atrás.

— Você também não.

— Não sou — concordou, dando de ombros. — Mas eu continuo aqui, sempre que você precisar.

Gale sorriu sem mostrar os dentes assim que Sky ficou em silêncio, aproveitando o momento para passar as mãos pela cintura da mulher e puxá-la para um abraço apertado.

— Obrigado por isso — respondeu baixinho, fazendo-a sorrir. — Por hoje. E por antes também.

Skylar fechou os olhos apertados assim que sentiu que eles tinham enchido de lágrimas, tentando controlar suas emoções que estavam completamente à flor da pele nos últimos dias. Não sabia se era pela próxima da famosa TPM, das brigas com Ben que aconteciam vez ou outra, pela sensação estranha que tinha em seu estômago desde que tinha acordado ou por ter, nos últimos dias, pensado tantas vezes em tudo o que tinha passado com Gale.

Era difícil para ela olhar no fundo daqueles olhos azuis e pensar que, por algumas vezes, ela esteve a um passo de perdê-lo para sempre. Antes da internação em uma clínica de reabilitação, depois dele ter abusado do número de comprimidos que o fariam dormir.

— Você não precisa agradecer por isso — ela falou, afastando-se do homem e colocando as suas duas mãos trêmulas em seu rosto. — Obrigada por nunca ter desistido de você.

Gale sorriu, assentindo algumas vezes antes de abraçá-la mais uma vez.

— Vá — falou, indicando a porta com a cabeça. — Tem uma pessoa esperando por você.

Skylar sorriu, deixando um beijo e um pouco do seu batom escuro no rosto de Gale antes de se afastar dele, caminhando em cima dos seus saltos em direção a porta de saída de um dos quartos do salão alugado especialmente para aquele evento, no meio de NYC.

— Não demore tanto — ela o advertiu antes de piscar em sua direção, fazendo-o assentir. — É sua hora, Gale.

Ele assentiu, voltando a sua imagem refletida no espelho assim que ela o deixou sozinho novamente.

Olhou para a máscara brilhante, para o terno perfeitamente passado e para suas mãos que tremiam visivelmente graças ao nervosismo e a adrenalina que anestesiava seu corpo. Fechou os olhos antes de respirar fundo, tentando fazer com que sua frequência cardíaca diminuísse e que ele pudesse relaxar.

Foi quando ouviu a porta se abrir novamente, mantendo os olhos fechados pensando que podia ser Sky com um último conselho ou Mika para tirá-lo de vez daquele quarto.

Shit, eu acho que não deveria estar aqui.

A voz desconhecida fez com que Gale virasse de uma vez, olhando fixamente para a mulher parada a sua frente com a mão já na maçaneta.

Uma máscara cobria seus olhos mas seus cabelos, pintados em uma cor chamativa que contornava seu rosto entregavam toda a atitude por trás do vestido preto e da bota vermelha que ia até metade das sua coxas, que dava a impressão de que ela tinha saído diretamente de um clipe musical ou das páginas do Pinterest.

— Talvez não — ele falou, oferecendo um pequeno sorriso mas a mulher parada a sua frente. — Nós já nos conhecemos alguma vez?

Gale apertou os olhos, tendo a impressão de que aqueles olhos não eram completamente desconhecidos a sua memória ruim. Conseguia ver, por trás do sorriso branco que a mulher exibia, traços conhecidos que estavam presos em algum lugar entre suas lembranças.

Mas ela negou com um pequeno sorriso nos lábios, mostrando as covinhas que tinham ficado escondidas antes.

— Kaya — se apresentou, dando um passo em direção a ele antes de parar novamente. — Só outra voz da sua gravadora.

Langbroek tinha passado tanto tempo no estúdio nos últimos meses que podia apostar metade dos seus patrimônios que já tinha cruzado com aquela mulher em algum outro momento da sua vida, provavelmente quando estava muito ocupado com seu celular para olhar diretamente em seus olhos ou sonolento demais para trocar mais que duas palavras.

Ele só sabia que devia ter acontecido em algum momento quando sua prioridade não era trocar olhares profundos com ninguém que cruzava o seu caminho.

— Acho que estou tomando o tempo do homem da noite — Kaya voltou a falar, dando de ombros antes de piscar seus olhos na direção de Gale. — Hora de ir.

— E se eu quiser te ver de novo?

Ela, que já tinha colocado a mão na maçaneta, deixou que ela caísse ao lado do seu corpo, rindo baixinho ao ser pega de surpresa pelo flerte implícito nas palavras de Gale.

Mas não era tão fácil assim deixá-la sem palavras.

— Você sabe o que dizem, o mundo é uma bolinha de gude — apertou os olhos em direção ao homem, afastando-se dele em passos pequenos, sem quebrar o contato visual. — Vai acontecer em algum momento.

Antes que Gale pudesse responder ela já tinha se virado e sumido por trás da porta de madeira que o separava da grande festa de estreia que estava pronto para recebê-lo.

E mesmo que aqueles olhos não tivessem deixado sua imaginação com muita facilidade, tudo ganhou outra proporção quando ele colocou a própria mão na maçaneta, pronto para a nova fase da sua vida que começaria assim que ele cruzasse aquela porta.

Era a sua hora.

E Gale Langbroek estava preparado para isso.

 ▬  


— Como ele está?

Benjamin perguntou assim que Sky parou ao seu lado, roubando o copo de vidro que estava nas mãos dele, virando-o de uma vez só antes de fazer careta pelo gosto amargo do Whisky preso em sua garganta.

O homem tinha uma das mãos escondidas no bolso da calça social que vestia, o cabelo penteado em um topete bagunçado e uma barba por fazer que estava começando a fazer parte do seu visual.

Sky, até aquele momento, não sabia dizer se era proposital ou se ele realmente esquecia de retirar sempre que ele deixava preguiçosamente a sua cama pela manhã.

— Nervoso, mas é só a sensação inicial — Sky respondeu, olhando fixamente para o perfil de Ben, quase de sua altura graças aos enormes saltos que usava. — Oh God, eu já mencionei o quão bem você fica assim? Se essa não fosse uma festa do Gale, nós não estaríamos mais aqui.

Seus olhos atentos escaneavam cada detalhe de Benjamin Elliot Marlowe, desde as íris extremamente azuis em evidência pela máscara preta que ele usava, até a ponta fina do nariz que encaixava tão bem ao lado do seu. Ela assistiu seus lábios se curvarem em um pequeno sorriso antes dele virar em sua direção a tempo de vê-la desviar o olhar com as bochechas vermelhas.

Ele estava ali a trabalho representando a E!vents, que tinha sido grande responsável por trazer aquele evento a tona. Ou era isso que usava como desculpa se os fotógrafos ou a mídia perguntassem de sua presença, pegando todos de surpresa desde que ele tinha cruzado o painel de entrada da festa, ainda sem que a máscara preta escondesse parte do seu rosto.

Mas ele também estava ali como convidado de Gale e acompanhante de Sky.

O título do último não era oficial, já que ela tinha chegado sozinha um pouco depois dele, parando apenas por poucos segundos no tapete vermelho antes de entrar, vestindo um vestido de grife preto que garantiu vários flashes de paparazzis e vários pedidos de entrevistas pelos o que ali estavam.

Mas ela estava apressada demais para posar para revistas que falariam dela de qualquer forma, ansiosa para parabenizar Gale e ver Ben, que se escondia com mais frequência no escritório da E!vents nas últimas três semanas.

Sky sabia que algum grande evento se aproximava pela diminuição das vezes que ela o via pela semana e pela maneira que a cabeça dele estava nas nuvens todas as vezes que dividiam uma mesa, a cama ou o sofá.

— Ninguém vai estar prestando atenção na gente em uma festa de máscaras, Sky — Ben comentou ao pé do ouvido da mulher, passando a mão pela sua cintura e oferecendo um sorriso em sua direção. — Você pode fazer quase tudo o que você quer.

Sky arqueou as sobrancelhas antes de dar risada junto ao homem, apoiando suas mãos no pescoço dele e juntando seus lábios com a maior calma que poderia suportar.

Não que estivessem irreconhecíveis com as máscaras pretas que utilizavam, mas não havia muitos holofotes nos dois enquanto todas as outras pessoas da festa usavam máscaras semelhantes e que se confundiam no escuro do salão. Era a oportunidade perfeita para eles ficarem de mãos dadas e se beijarem quantas vezes quisessem sem que alguém flagrasse algo passível de estampar capas de revistas.

— Nós podemos usar máscaras para sempre?

Ela murmurou em seu ouvido assim que se afastaram e Ben pode enxergar um brilho por trás seus olhos escuros, sorrindo junto com seus lábios.

— Não para sempre — ele respondeu, colocando uma mão em seu rosto e aproximando seus corpos, vendo um sorriso crescer em Sky. — Mas nós podemos aproveitar o máximo que o hoje pode nos oferecer.

Eles juntaram seus lábios mais algumas vezes até que a festa toda se apagasse e Gale Langbroek fosse anunciado, recebendo aplausos de todos os presentes e assobios enquanto ele fazia a sua grande entrada.

Quando os fogos dourados explodiram no céu, celebrando o fim da volta do ponteiro menor do relógio e oficializando a chegada de um novo dia, Gale sorriu no momento que puxou o laço que prendia a sua máscara no rosto, vendo as pessoas ao seu redor fazerem o mesmo.

Estourou um Champagne caro no instante seguinte, encheu copos de desconhecidos e entornou, diversas vezes, o próprio copo. Se lembraria no dia seguinte dos abraços que recebeu assim que 'Masks' ficou disponível no mundo todo, de ter suspendido Mika no ar assim que a viu e te der recebido palavras confortantes de Sky, tudo isso quando o seu mundo girava e sua ficha ainda não tinha caído.

Os painéis eletrônicos do espaço de festa já trazia a capa do seu CD formada em pixels, ao mesmo tempo que as melodias conhecidas preenchiam seus ouvidos, tocadas por DJs que tinham nomes tão pesados quanto o dele.

E logo depois de Benjamin ter abraçado o norueguês, já sem máscara, Sky aproveitou que todas as atenções estavam em Gale para puxá-lo pela mão, não se preocupando com discrição assim que ela começou a refazer o caminho que tinha feito mais cedo para encontrar o amigo.

Caminhavam entre beijos, tropeços e risadas até chegarem em uma porta que fora destrancada, sem muito dificuldade, com uma chave que Skylar carregava nas mãos e que Ben não fazia ideia de onde tinha saído.

— Você planejou isso? — Ben murmurou, suspendendo os beijos assim que os dois caíram na cama perfeitamente arrumada, vendo-a concordar com um sorriso culpado no rosto.

— Pedi um pequeno favor ao Gale — respondeu antes de juntar seus lábios novamente, chutando seus saltos para longe assim que sentiu o corpo de Ben apoiar-se em cima do seu.

Ele estava prestes a retirar a segunda peça de roupa, já que o smoking tinha ficado pelo chão logo que entraram naquele cômodo, aproveitando que todos os botões já estavam abertos quando ouviu as batidas na porta pela primeira vez.

Apoiou todo o peso do seu corpo nos braços, suspendendo seu tronco e quebrando o contato que tinha com o de Sky. Ela sentiu um vento frio arrepiar seus pelos, como se a lembrassem que Ben tinha levado todo o calor que aquecia o quarto quando se afastou dela.

Benjamin olhou da porta para ela, vendo-a dar de ombros antes de negar. Sabia que não era Gale, já que tinha sido ele próprio que tinha entregue a chave daquele quarto nas mãos de Sky, assim que ela pedira uma primeira vez. Apenas tinha recebido a recomendação de trancar a porta e um sorriso sacana de Langbroek, que logo se entreteu com seus convidados e com sua música tocando nos altos-falantes.

Não havia com que eles se preocupassem e, sabendo disso, Sky apenas puxou homem pela gola da sua camisa novamente em direção a ela sem muita resistência dele, colando seus corpos.

Ele se deixou levar pelo momento, pelas mãos de Skylar nas suas costas e seu corpo ao alcance dele, tendo como única preocupação os beijos que iam até o pescoço e os sussurros proibidos sendo ditos ao pé do ouvido, fazendo-a perder completamente a cabeça e querer acabar com todas as roupas que existiam entre eles em um estalar de dedos.

Mas alguém voltou a, insistentemente, bater na porta.

Dessa vez, Ben não teve tempo de reagir. Sky aproximou ainda mais seus rostos com a mão que estava enterrada em seu cabelo, traçando uma trilha de beijos da sua boca já totalmente vermelha ao seu ouvido.

— Ignore — murmurou, vendo os olhos azuis dele brilharem em sua direção. — Deixe que batam.

Ben concordou com um pequeno aceno, escondendo o seu rosto no pescoço dela enquanto sentia o cheiro do seu perfume entrar e mexer com todos seus pensamentos. Suspendeu o peso do seu corpo só com uma mão enquanto a outra tentava, quase inutilmente, subir o vestido de Sky que se embolava junto com o lençol da cama.

Parou no exato momento que o barulho na porta voltou, mais alto que antes.

E, como um estalar de dedos, Benjamin sabia que algo estava errado.

— Merda, Ben, Sky! — a voz conhecida, e que conseguiu soar ainda mais alta que a música que invadia o quarto sem ser convidada, foi o que os fez parar e se entreolhar com as sobrancelhas unidas em confusão. — Eu preciso falar com vocês dois.

No instante seguinte, os dois estavam em pé. Benjamin abotoava a camisa sem dificuldade, colocando a gravata ao redor do pescoço e o smoking apoiado no ombro assim que desamassou, como pode, sua blusa. Sky puxava seu vestido para baixo e tentava, com a ponta dos dedos, colocar o seu cabelo no lugar.

O costume e o fato de ter a companhia de Theo por tantos anos foi o que fez o inglês confirmar que se tratava de algo sério assim que abriu a porta.

Theodore Cartier não fez gracinha por ter interrompido as preliminares do amigo, por tê-lo encontrado com a boca extremamente vermelha e as roupas como se nunca tivesse visto um ferro de passar na vida. Também não vez gracinha ao ver seu pescoço vermelho e os cabelos de Sky completamente bagunçados pelos dedos de Ben.

Ele não fez uma piada sequer antes de entrar no quarto, fechar a porta e encarar, com o semblante mais assustado possível, os dois a sua frente.

— Diga de uma vez — Ben pediu, juntando as sobrancelhas. — O que aconteceu?

Sky variava o olhar entre Ben e Theo, engolindo em seco assim que o homem colocou a mão no bolso da calça social que vestia e tirou seu celular dali.

Ela sabia.

Sabia que o pequeno incômodo que a tirara o sono na noite anterior tinha uma grande explicação.

Sabia que o céu estava azul demais para aquela época do ano e que sua vida estava feliz demais para que tudo continuasse assim por mais alguns meses.

Ela sabia que uma grande tempestade se aproximava e que estava prestes a cair, de uma vez só, em cima dos dois.

Vocês — Theodore respondeu, procurando algo no celular antes de virar a tela em direção aos dois, sentindo quase culpa de ser o portador das notícias ruins. — Na capa de todos as revistas de fofoca. Todos estão falando sobre isso.

Sky nem terminou de ler a manchete que estava escrita antes de voltar o olhar para Ben, buscando qualquer reação que fosse em seus olhos que pareciam vidrados nas letras à sua frente.

Estava acabado.

O pequeno segredo que Skylar Howard e Benjamin Elliot Marlowe mantinham estava acabado, exposto na primeira página do Gossip!NY e copiado por todo jornal que trocava uma boa fofoca por algumas moedas na banca de jornal.

E apesar de ter sentido um mal estar que nunca sentira antes ao ver seu nome nas revistas, foram os olhos de Ben que Sky procurou, segurando as lágrimas que, teimosas como eram, queriam escorrer pelo seu rosto por não fazer ideia do que aconteceria em seguida.

— Ben...

Ela chamou, sentindo seu coração se apertar com o silêncio que se parecia mais asfixiante a cada segundo que se passava. O efeito das taças de Champagne já não parecia mais estar presente, como se todo o álcool do seu corpo tivesse evaporado no momento que colocara os olhos nas fotos da matéria.

Sentiu, pela primeira vez que tinha entrado de vez debaixo dos holofotes, que sua privacidade tinha sido invadida e sua paz tinha sido roubada, expostas em fotos tremidas que não tinham permissão para estarem ali.

Tudo o que ela sabia que Benjamin Elliot Marlowe não queria em sua vida.

Seu nome nas manchetes. Algo para que falassem sobre.

— Fale alguma coisa — Sky pediu, tocando no seu braço. — Por favor.

Foi o estado que ela encontrou seus olhos assim que ele levantou seu rosto para ela que fez com que a primeira lágrima caísse, vendo as íris que costumavam ser da cor do mar completamente opacas.

Como nós deixamos isso acontecer?

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