Castelo de pedra

By filhadatrindade

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Anya perdeu tudo que tinha muito cedo. Chuck sempre teve tudo e até mais do que merecia. Quando os dois se en... More

Prólogo ❤
Capítulo 01 - Beijo roubado ❤
Capítulo 02 - Grata por sua estupidez ❤
Capítulo 03 - Nos olhos dele ❤
Capítulo 04 - O amor te encontra❤
Capítulo 05 - Gata borralheira ❤
Capítulo 06 - Uma história nada feliz ❤
Capítulo 07 - Nunca poderei lhe pagar ❤
Capítulo 08 - Isso é amor ❤
Capítulo 09 - Mulher perigosa ❤
Capítulo 10 - Ela é diferente ❤
Capítulo 11 - Extravasar ❤
Capítulo 12 - Sendo levada por ele ❤
Capítulo 13 - O que eu fiz? ❤
Capítulo 14 - Ele não é meu pai ❤
Capítulo 15 - Pelo bem dele ❤
Capítulo 16 - O que eu tenho? ❤
Capítulo 17 - Sinal verde ❤
Capítulo 18 - Quando você me pedir... ❤
Capítulo 19 - Se é importante para você... ❤
Capítulo 20 - Eu vou me permitir ❤
Capítulo 21 - A fé ❤
Capítulo 22 - Quebre sua promessa ❤
Capítulo 23 - Cansei ❤
Capítulo 24 - Ingratidão ❤
Capítulo 26 - O tempo cura? [Ultimo Capítulo] ❤
Epílogo ❤

Capítulo 25 - A alegria vem pela manhã ❤

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By filhadatrindade

Anya narrando.

Passei um bom tempo ali com Binho, mas depois de um final de semana inteiro, eu precisava voltar e encarar a realidade de frente. Binho me ajudou muito com sorvete e Charles Chaplin, eu adorava os filmes mudos desse cara, são genias e mil vezes melhores do que os filmes de comédia atuais como "Se beber não case" ah... por favor.

Durante meu passeio do ônibus quase me senti uma criminosa me escondendo atrás do boné e olhando pela janela várias vezes, as pessoas nem disfarçavam que estavam me reconhecendo.

— Não é a filha do governador? – A menina no banco de trás sussurrou, ou tentou, com quem quer que estivesse ao seu lado.

Arfei. Porque eu não chego logo quando quero? Infelizmente o trânsito me ajudou ficar mais uma hora presa com todos eles. Quando cheguei, percebi que o fluxo intenso de repórteres ainda estava lá. Porém estava com alguns a menos. Fiquei sabendo que Alonso ia fazer uma coletiva de imprensa sobre o caso.

— Com licença? Senhorita Anya. – Um homem com terno preto e gravata da mesma cor se aproximou de mim mostrando sua identificação de segurança do governo. — O senhor Alonso te solicitou no gabinete dele.

— Diz para ele esperar sentado. Não vou.

— Senhorita. Se não for, ele vai te acusar de mentirosa em rede nacional. – Falou, e soou mais como um conselho do que algo que meu pai diria realmente.

— Eu já estou sendo apontado como mentirosa, mas se quer provar a veracidade das minhas palavras, arranca meu cabelo, tira meu sangue, faz o teste. Alias, eu tenho um aqui na minha bolsa, acredita. Quando ele apareceu aqui e me viu e eu voltei percebi que tinha um lenço com as inicias dele no chão e peguei e fui fazer o teste. Eu sou filha dele, além disso minha certidão de nascimento é verdadeira.

— Tem certeza que está pronta para isso? Ele vai acabar com você.

— Eu já estou acabada. Quem não tem nada a perder, não tem medo de nada.

Quando os jornalistas me avistaram correram até mim cheios de pergunta. Então respondi todas e o que eu disse ao segurança anteriormente eu repeti. Mostrei o teste de DNA e Certidão de nascimento para que tirassem fotos. Eu sei que eles vão fazer o máximo para ganhar seu salário em cima da desgraça dele e da minha também, afinal, eles não têm um lado.

Finalmente tinha acabado aquela sessão de perguntas e eu entrei na universidade sendo recebida pela reitora. A pessoa que eu sabia que não me receberia com um sorriso e nem muito menos aliviaria meu lado de novo. Ela me avisou e eu não dei ouvidos.

Chegando a sua sala ela apenas sentou e encarou as pessoas caminhando do lado de fora, parcialmente furiosas por não poderem sair.

— Você causou muita confusão, senhorita Di Castro. Ah... – Suspirou. — Foi bom você ter passado alguns dias fora, eu pensei sobre o que fazer. Tive que conversar com os associados a universidade e claro, o governo se meteu nesse problema. Eles querem...

— Que eu saia. Eu sei.

— Sim. É isso mesmo. Você deu brecha para servir de exemplo para os demais alunos. Estou de mãos atadas. Eu avisei a você, Anya... – Ela tirou seus óculos. — Você mentiu, além de tudo isso, fingiu um namoro com meu filho. – Olhei para ela incrédula, então Fernanda decidiu espalhar mesmo isso.

— Eu já esperava que ia ser descoberta e expulsa. Eu sinto muito pela mentira do namoro, sinceramente, eu só estava tentando ajudar, mas eu não me arrependo de desmascarar o homem que acabou com a vida da minha mãe. – Senti meus olhos arderem.

— Não vou expulsar você. Eu consegui convencê-los.

Aquilo me deixou completamente surpresa. Não tinha nem palavras para descrever meu sentimento, então apenas fiquei parada com a boca entre aberta olhando-a dizer que era mentira.

— Meu filho colocou você em primeiro lugar, eu tive que fazer um esforço. – Explicou. — Porém, você não pode mais ficar nessa filial, estamos transferindo você para a filial do Rio Grande do Sul, no interior.

— O que? E-Eu... Eu não tenho dinheiro para ir para lá.

— Não se preocupe com isso. A faculdade vai financiar isso e você terá a mesma coisa que tem aqui. Bolsa de estudos, porém não será mais de cem por cento, ou seja, terá que trabalhar para pagar a mensalidade. Sinto muito senhorita Di Castro, foi o que consegui na sua situação. – Olhou-me bem no fundo dos olhos.

— E mais uma vez. Ele conseguiu destruir minha vida. – Ri de mim mesma. — Não... Eu que fiz isso, eu sou idiota.

— Deixe um fio de cabelo aqui. – Olhei para ela, estranhando. — Eles vão pedir outro teste e quero ter certeza de ele ser culpado de fazer o que fez e ir preso. Não se preocupe. Agora você precisa fazer suas malas. Você vai embora amanhã mesmo. – Falou. — Sinto muito Anya.

A última parte das suas palavras parecia uma mulher comum falando para outra. Não contive minhas lágrimas e apenas sorri forçado para ela e sai da sala. Que opção eu tinha? Fugir ou ir? Fugir para onde? Eu não posso abusar do Binho mais. Eu não consigo mais. Eu preciso terminar a faculdade.

Assim que sai da sala dela, fui direto para o meu quarto. Encontrei Fernanda pelo caminho e pela primeira vez ela não me olhou com nojo ou ódio, parecia mais pena e raiva, não sei ao certo.

Abri a porta e percebi que não tinha ninguém. Joguei minha mochila na cama e deitei na mesma, apoiando minha cabeça na mochila. Olhei para aquele teto pela ultima vez. Coração acelerou.

— Anya! – Iara saiu pela porta do banheiro e sentei quando ela chegou perto e me abraçou. — Que bom que voltou. Fico feliz. Como está se sentindo?

— Péssima. – Fui sincera. — Eu pensei que desmascarar ele ia me aliviar, mas não... continuo mal, com ódio, raiva, rancor. Acho que vingança não compensa mesmo. – Dei de ombros, baixando a cabeça.

— E aí, a reitora falou com você? – Sentou ao meu lado, colocando sua mão em cima da minha.

— Uhum. – Balancei a cabeça. — Eu vou embora. – Suspirei olhando em volta.

— Como assim? Aff. Esse sistema é horrível. Que injusto. Você foi mesmo expulsa? – Ela perguntou.

— Por incrível que parece, não. Eu vou ser transferida para outro polo no interior.

— Isso não é tão ruim Anya! – Se animou.

— O interior do Rio Grande do Sul e eu perdi vinte por cento da bolsa. – Olhei para ela, segurando as lágrimas. — Me diz... Como eu vou pagar isso? Eu sou pobre, aliás, eu sou quase uma mendiga Iara... O que eu vou fazer? – Deixei as lágrimas rolarem pelo meu rosto e não consegui evitar o engasgo junto com elas. — O que eu vou fazer? – Ela me abraçou apertado.

— Não fique assim. – Acariciou meu cabelo. — A alegria chega pela manhã. – Falou.

— Uma pena que eu estou vivendo uma noite eterna desde que minha mãe morreu. – Desgarramo-nos e eu me pus de pé e comecei a pegar minhas roupas.

Olhando para elas, lembrei que Chuck me deu a maioria, então não consegui segurar mais lágrimas. Comecei a jogar o que era meu numa mala velha que eu tinha.

— De onde você tirou essa frase? – Perguntei. — Acho que é mentirosa.

— O padre da minha antiga igreja dizia sempre. – Respondeu e veio para mais perto. — Se você vai embora, vai sair com estilo. Essas pessoas lá fora pensam que você vai ser expulsa e sair derrotada daqui, mas não, você vai sair daqui lindíssima com a cabeça erguida, porque eu acredito em Deus. – Segurou meus ombros e começou a caçar uma roupa para mim.

— Isso não. Eu vou devolver, não é meu. – Falei.

Enquanto não tinha seus estudos para colocar em dia Iara me ajudou a arrumar as malas e separar as coisas que eu ia devolver para Chuck. Ela terminou me contando que ela ficaria com o bebê e tentaria cria-lo, também me falou quem era o pai da criança, infelizmente ela não teve sorte com ele, mas disse que tem alguém que pode contar e eu fiquei mais feliz por ela, além disso, Rony também topou ajuda-la. Eu nem sabia que ele tinha tomado coragem de falar com ela. Acho que nos distanciamos mesmo.

— Anya... Quando ele nascer, espero que você venha ver ele. – Falou enquanto digitava no seu computador e eu estava deitada na cama, cansada.

— Vou fazer o impossível para vir. – Prometi.

— Já são quase três horas. Eu não aguento mais digitar esse trabalho. – Ela balançou sua cabeça para os lados. — Vou dar uma pausa porque eu e meu bebê estamos com fome. – Riu acariciando sua barriga.

— Vai lá. – Sorri para ela.

Olhei para a sacola que tinha as coisas que Chuck me deu e então decidi deixar um bilhete para ele. Eu não tinha mais como olhar para ele e espero que não nos encontremos novamente. Quando o vi na escadaria da ultima vez, queria muito falar com ele, mas eu não tive coragem o suficiente para isso. Não posso mais falar, então pelo menos escrever.

Ele precisa saber que não tenho raiva dele. Mas tenho certeza que agora ele me odeia.

A manhã chegou. Meu voo era às nove da manhã. São seis.

Mal consegui dormir, pensando em como seria meu novo mundo, minha nova vida. Eu nem consigo aproveitar o fato de que pela primeira vez vou sair do estado e vou para um lugar bonito. Eu só consigo ficar triste, pois sinto como se ir para lá fosse o pior dos castigos e sinto que mereço isso.

Tomei um longo banho e organizei minhas coisas, peguei minha passagem que me tinha sido dada na noite anterior pela reitora, junto com o endereço da minha nova universidade e o número de quem ia me recepcionar. Lorenzo, um aluno do ultimo ano de lá.

Minha história está quase chegando ao fim, sinto isso. Mas eu sei que um novo começo está por vir. Assim espero. A alegria vem pela manhã, não é? Empurrei a cortina para dar uma olhada no céu, que estava limpo.

— Bom dia. – Iara me cumprimentou com a voz sonolenta. — Ainda bem que acordei – Bocejou e se esticou. — Ia embora sem estilo? – Cruzou os braços. — Eu vou com você até o portão.

— Obrigada Iara. Você tem sido ótima para mim. – Digo a ela.

— Abra as cortinas. – Ela pulou da cama e o fez. — A alegria chegou. Não é o fim. 

Continua...

#RetaFinaaaal🌷

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