Castelo de pedra

By filhadatrindade

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Anya perdeu tudo que tinha muito cedo. Chuck sempre teve tudo e até mais do que merecia. Quando os dois se en... More

Prólogo ❤
Capítulo 01 - Beijo roubado ❤
Capítulo 02 - Grata por sua estupidez ❤
Capítulo 03 - Nos olhos dele ❤
Capítulo 04 - O amor te encontra❤
Capítulo 05 - Gata borralheira ❤
Capítulo 06 - Uma história nada feliz ❤
Capítulo 07 - Nunca poderei lhe pagar ❤
Capítulo 08 - Isso é amor ❤
Capítulo 09 - Mulher perigosa ❤
Capítulo 10 - Ela é diferente ❤
Capítulo 11 - Extravasar ❤
Capítulo 12 - Sendo levada por ele ❤
Capítulo 13 - O que eu fiz? ❤
Capítulo 14 - Ele não é meu pai ❤
Capítulo 15 - Pelo bem dele ❤
Capítulo 16 - O que eu tenho? ❤
Capítulo 17 - Sinal verde ❤
Capítulo 18 - Quando você me pedir... ❤
Capítulo 19 - Se é importante para você... ❤
Capítulo 20 - Eu vou me permitir ❤
Capítulo 21 - A fé ❤
Capítulo 22 - Quebre sua promessa ❤
Capítulo 23 - Cansei ❤
Capítulo 25 - A alegria vem pela manhã ❤
Capítulo 26 - O tempo cura? [Ultimo Capítulo] ❤
Epílogo ❤

Capítulo 24 - Ingratidão ❤

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By filhadatrindade


Chuck narrando.

— Tira as mãos de mim! – Soltei-me dos seguranças que me arrastaram para a sala da minha mãe.

— Podem ir, mas fiquem na porta, por favor. – Ela pediu enquanto sentava-se na cadeira que a mantinha no mais elevado posto, bem distante de ser minha mãe falando. — Eu pensei que você tinha escolhido alguém decente, meu filho.

— Isso não importa agora, eu preciso falar com ela, provavelmente ela está sofrendo agora...

— Chuck. – Ela me chamou pela primeira vez por esse apelido e eu não pude deixar de olhá-la. — Você sabe que tem gente acima de mim, não é? Por mais que eu queira, não vou poder defender ela, ainda mais que... ela falou em rede nacional, tinha programas de tv filmando isso ao vivo. Você imagina o quanto ela nos prejudicou?

— O que você vai fazer? Expulsar ela? Mãe... – Peguei suas mãos, sentindo meus olhos encherem-se de lágrimas. — Ela não tem para onde ir.

— Eu não sei. – Ela suspirou. — Vou ver o que posso fazer.

— Se for ter que escolher entre mim e ela, por favor, me mande embora, faça o que quiser comigo, mas deixa ela aqui até se formar, eu não vou mais interferir na vida dela. – Falei.

— Realmente. Isso tudo é uma grande interferência. – Ela largou minha mão e virou-se para a janela que era do teto ao chão e olhou os alunos cochichando. — Fernanda me contou que seu namoro é falso, também me mostrou um vídeo.

— O que? C-Como assim? Vídeo... Como...

— Um vídeo seu na casa dela, bêbado e falando sobre isso. Principalmente a parte que Anya foi recomendada por você porque você a beijou num beco escuro a força. Meu filho... – Girou sua cadeira lentamente para mim. — Estou decepcionada. Olha como a vida dessa moça se tornou por isso. Você a chantageou para ter um namoro falso para fugir da sua responsabilidade. Se não queria casar com a Fernanda tinha que ser direto e firme com ela em sua palavra e não fazer joguinhos como uma criança.

— Mas mãe...

— Pensei que você estava realmente apaixonado por essa moça. — Olhou-me tristemente.

— E eu estou. – Senti uma lágrima rolar pelo meu rosto.

— Não está não. Você pensa que está por ela ser alguém diferente das outras, mas filho, isso é só desejo, curiosidade, talvez até carinho seja, mas amor não. Quem ama não prejudica. – Seu suspiro enfadado me fez recuar. — Já pode sair.

Encarei ela por mais alguns instantes antes de bagunçar por completo e sair da sala. Os seguranças não fizeram nada, visto que eu estava saindo aparentemente tranquilo.

Eu realmente estraguei a vida dela? Acho que sim. Isso tudo que aconteceu poderia ser perfeito se eu não conhecesse Fernanda, se estivéssemos em outra universidade ou se eu jamais tivesse falado com ela.

Se ela for expulsa nunca mais vai conseguir nada na vida. Como eu vou encarar ela agora? Ainda mais que minha mãe descobriu sobre o namoro falso e... Fernanda. Deve estar espalhando. Não é o rumo que eu queria que tomasse, não mesmo. Porque eu não fui corajoso e a pedi em namoro antes? Meu lado galinha falou mais alto. É isso.

Estava subindo as escadas para meu quarto quando percebi os olhares para mim.

— Aquela garota é uma interesseira... Eu ouvi que era falso. – A menina que descia falou.

Realmente eu não me importo de ouvir isso, mas ela... ela que vai sofrer mais do que eu, porque é assim que é. Quando olhei para o lado a vi descendo com uma mochila nas costas e olhos inchados, ainda estava com a roupa da apresentação assim como eu.

Todas as partes de mim queriam ir falar com ela, mas estou envergonhado demais para isso.

— Anya! – Gritei sem pensar. Ela me olhou e aquilo fez meu coração doer.

— Vamos, Any – Vi uma mulher a puxa para a porta e eu apenas observei ela indo embora, sem olhar para trás.

— Chuck? – Olhei para o alto da escada e vi Túlio.

Eu não tinha juntado as peças até vê-lo ali com a cara mais cínica do mundo. Não podia ter sido Fernanda a gravar o vídeo. A única pessoa que me lembro daquela noite era ele, ou seja, ele mandou o vídeo.

— Você está bem cara? Está uma confusão lá fora. Você viu? – Ele olhou para fora.

Provavelmente tinha repórteres quase invadindo a universidade.

— Sua mãe mandou e-mail dizendo para todos ficarem aqui até segunda ordem e não falarem nada. Podemos até ser expulsos. Que confusão que sua namorada armou – O tom dele era irritante.

— Cala a boca. – Rosnei. — Não fala dela! – Puxei a gola de sua camisa para perto de mim. — Isso é culpa sua. Que todo sabe do nosso namoro e não adianta se fazer de idiota que eu já sei. Eu lembro de você comigo na festa, só não disse nada antes. Você é um falso – Ele olha para mim, sério.

— Pera lá, amigo. – Tirou minhas mãos nele e enfiou as dele nos bolsos da sua calça caqui. — Eu fiz isso pelo seu bem. Anya não tem condições para estar perto de você, ela não é do nosso nível. Ainda fica andando com gentinha – Torceu o rosto.

— Que gentinha? O que você quer dizer com isso? – Ele se aproximou do meu rosto.

— Aquela negra que eu engravidei. Ela só me serviu para o sexo de uma noite, mas agora quer tomar meu dinheiro, eles são tudo gentinha. Aquela Iara, parece ser colega de quarto da Anya. É bonita, mas... Sabe... Ela é inferior a nós. – Sussurrou no meu ouvido.

Eu nunca senti tanto ódio em tão pouco tempo por uma pessoa que eu considerava irmão. Não consegui pensar direito naquele momento. Como eu passei tanto tempo de alguém tão estupido. A única reação do meu corpo foi dar o maior chute possível em sua barriga, fazendo-o se desiquilibrar e cair. Me desviei dele para não ser levado escada a baixo.

— O QUE VOCÊ DISSE? – Qualquer pessoa que naquele momento passava parou para nos olhar.

Ele se contorcia mexendo em seu braço e em seguida na sua barriga.

— Tanta maconha acabou com o pouco de cérebro que você tem? – Me agachei na frente dele.

— V-Você... Você sabe que eu estou certo – Ele falava com dificuldade.

— Você é idiota. Eu tenho pena dela por ter caído nas suas mãos sujas e tenho certeza que vai ser melhor ela e o bebê ficarem bem longe de você. Seu estupido. E não pense que não vou reportar seu racismo burro para a minha mãe. Como você sempre diz, eu posso fazer tudo o que eu quiser aqui, porque eu tenho conexões.

— Chuck... – Olhei para o lado e a mesma menina de antes me olhava, chorando.

— Menina nojenta! – Ele riu dela. — ENGRAVIDOU PARA CONSEGUIR DINHEIRO SUA VADIA! – Pisei em cima dele novamente e não consegui evitar de socar, então ele revidou fazendo o mesmo.

— Parem! – Ela gritou e tentou me puxar pela camisa.

— Seu merdinha! – Soquei de novo enquanto ela conseguia me arrastar.

— Não vale a pena Chuck. – Ela me colocou atrás dela.

— Tenho certeza que você faria o mesmo se fosse com você. – Rosnou antes de eu ser empurrado para longe dali.

— Você se machucou, meu Deus. – Ela pegou água da torneira e colocou em um pano e limpou meu rosto.

— Você está bem? – Perguntei olhando para ela.

— S-Sim... Você nem me conhece, porque estava me defendendo seu estranho? – Vociferou. — Isso é um problema meu.

— Você está bem? – Reiterei olhando em seus olhos.

— Não, não estou. Porque eu engravidei no meu ultimo ano e não tenho condição nenhuma de criar esse bebê. Meus pais já disseram que não querem nunca mais me ver e o pai do bebê obviamente me odeia e odeia o filho e para completar eu pensei em... tirar o bebê, porque eu sou uma pessoa horrível. Porque eu sou covarde.

— Você não é covarde. Se fosse, só teria feito isso. Mas você não vai, né? – Ela concordou comigo.

— Eu não posso. Mesmo que eu queira sentir ódio desse bebê é uma coisa estranha eu já o amar e mesmo sem nenhum dinheiro eu preciso tentar. Eu errei, eu sei, eu devia ter me protegido em vez de agora ter que criar alguém mal, mas... agora que ele tá aqui acho que não tem volta. Aborto é... eu nunca mais vou pensar nessa possibilidade.

Peguei na sua mão.

— Você pode contar comigo. – Sorri para ela.

— Ela foi para o antigo patrão dela. Sabe... Ela trabalhava lá e morava lá. Aquela lanchonete. – Falou, secando suas lágrimas.

— Pensei que vocês não eram muito próximas. – Sorri me levantando da cama dela.

— Não somos, ela me deu essa informação antes de ir, acho que inconscientemente me pediu para te falar. – Respirou fundo. — Chuck. – Olhei para ela. — Você é melhor do que eu pensei, desculpa te julgar. Acho que as pessoas são por fora algo porque têm medo de mostrar coisas boas que tem por dentro. Não machuca mais ela. Deixa-a ir. – Pediu. Com certeza já tinha ouvido a história que corria por aí.

Anya narrando.

Amanhã, com certeza eu vou ter um processo nas costas e novas infâmias sobre mim nos jornais e na boca das pessoas. Cheguei na lanchonete e a vi rodeada de pessoas. Depois do malabarismo que eu fiz para sair escondida da faculdade eu só queria um lugar quieto e que ninguém me reconhecesse, mas a pequena televisão estava ligada no jornal.

Quando avistei Binho pela janela, com sua pança e avental de sempre, fiquei tão feliz que mal podia descrever, porém esperei até que último cliente saísse e então entrei. Demorou, mas aconteceu.

— Anya? – Ele me olhou e sorriu. — O que faz aqui? – Me abraçou. — Está com fome? Deve estar.

— Binho... – Assim que ele me olhou novamente não consegui mais segurar as lágrimas e chorei, larguei a mochila no chão e chorei ainda mais abraçada a ele.

— Oh, menina. O que aconteceu com você? – Ele passou a mão pelo meu cabelo e eu senti como se um pai estivesse me reconfortando.

— Você assistiu ao noticiário, não é? – Eu já estava mais calma com um copo d'água em mãos. Ele concordou com a cabeça. — Era meu pai lá e eu não consegui ficar quieta, estraguei meu futuro por isso... – Ri irônica.

— Talvez não.

— Você é muito otimista mesmo. Todos esses anos... Eu tomei tanto cuidado com que eu dizia, fazia, eu tentei ser a melhor, o destaque do meu departamento, mas fui pessoalmente expulsa pela treinadora.

— Mas ela não tem esse poder. Anya... Você precisa voltar lá e ouvir o que os outros tem a dizer. Você não está oficialmente expulsa.

— Mas eu vou ser. – Dei de ombros. — Eu posso ficar essa noite aqui? Eu juro que fico quieta, eu... Eu durmo até no chão se você tiver alugado o quarto.

— O quarto está vazio para a sua sorte. Eu não dei mais abrigo a ninguém depois de você, pareceu errado. O quarto ainda é seu e sempre será, o emprego também, se precisar. Você me enviou muitas fotos então algumas estão no seu quarto. – Ele recolheu a água e foi para trás do balcão.

— Obrigada Binho, você é o melhor.

Peguei minha mochila e corri para meu antigo quarto, onde realmente estava com fotos minhas, no criado-mudo tinha um abajur ligado e uma bíblia nele, com uma foto entre as páginas. Peguei aquele pequeno livro e olhei aquilo.

Uma foto minha em uma das minhas apresentações. Olhei atrás e tinha mandado o recado. "A música tema foi Ain't Nobody, nossa música, passávamos dias cantando ela quando não tinha clientes. Fiz questão de dedicar a você, nos veremos em breve" e demorou dois anos para realmente nos vermos.

Eu sou uma pessoa ruim. Ingrata. 

Continua...

E está quase no fim da história de #Chanya. O que vocês esperam do fim?

#RetaFinal

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