⋆ Irônico. ⋆
P.O.V. Anastácia Muller
Não gosto nada dessa sensação. Meu peito está tomado por uma angústia muito grande. Não quero concluir nada, mas definitivamente, algo não está certo.
Consigo entender o porquê desse sentimento horrível quando vejo Peter entrar em meu quarto.
— P-Peter... — Corro até ele assim que esse tira a máscara.
Ajudo-o a sentar-se na cadeira de minha escrivaninha e pego seu rosto entre minhas mãos. Suas bochechas estão vermelhas e apresentam leves queimaduras, seu lábio e sobrancelha estão cortados e seu olho está extremamente arroxeado.
— Ainda estou bonito? — Fala com dificuldade. Tenta sorrir, mas falha e olho-o com a cara fechada. — Eu acho que meu ombro direito está deslocado.
Examino seu braço, o qual parece meio molenga. Tento move-lo, mas Peter urra de dor.
— Vamos ter que tirar seu traje. — Ele encara-me parecendo envergonhado. — Anda logo, Peter!
Ajudo-o a remover seu traje e coloco-o de lado. Minhas bochechas coram levemente quando ele fica apenas de cueca. Começo a examinar cada local de seu corpo. Há marcas de queimaduras –do que parecem ser cordas– e hematomas em seu abdômen. Suas pernas têm alguns arranhões e seu braço, definitivamente, está deslocado.
— Para de me encarar, eu estou ficando constrangido. — Diz e reviro os olhos.
— Eu tenho que te examinar, sua anta! — Olha-me emburrado. — Vou ter que colocar seu ombro no lugar e vai doer pra caralho. — Ele engole em seco. — Preparado?! — Balança a cabeça minimamente e seguro seu bíceps.
Raciocino exatamente o que deve ser feito e faço-o. Em um movimento rápido e preciso, o ombro de Peter está no lugar novamente.
Ele grita de dor e algumas lágrimas escorrem pelo seu rosto. Contenho-me para não chorar também e desço para pegar o kit de socorros.
Quando volto, Peter está segurando seu braço direito e ainda há lagrimas escorrendo pelo seu rosto. Enxugo-as e depósito um beijo em seus lábios.
— Por favor, não chora. — Olha em meus olhos. — Se não eu vou desabar. — Minha voz treme e ele acaricia minha bochecha com seu polegar.
Noto que suas queimaduras são de primeiro grau, então apenas passo uma pomada e dou um saco de gelo para que ele pressione nos locais queimados em seu abdômen. Limpo os cortes de seu rosto e coloco um band-aid acima de sua sobrancelha.
Peter observa meus movimentos como se estivesse admirando-me.
Desço para guardar o kit e jogar fora os utensílios sujos. Quando subo novamente para meu quarto, Peter e nem seu traje estão mais ali.
Suspiro e sento-me em minha cama. Algumas lágrimas são inevitáveis, no entanto, enxugo-as rapidamente.
Após uns cinco minutos, Peter entra em meu quarto –com suas vestes normais– e encaramos-no por alguns segundos antes de eu voar em seus braços. Encosto minha cabeça em seu peito e ele acaricia meus cabelos.
— Desculpa... — Sussurra.
— Pelo que? — Digo no mesmo tom.
— Por aparecer desse jeito. — Sua voz treme levemente.
— Pelo menos você apareceu. — Respondo com a voz fraca e minhas lágrimas molham sua camisa. — Dói muito saber que alguma dia eu posso te perder.
— Você não vai me perder, Ana. — Ele senta-se em minha cama e puxa-me para seu colo. Examino seu rosto e percebo que até machucado, ele fica extremamente lindo. — O que foi? — Pergunta ao perceber que estou encarando-o.
— Você consegue ficar lindo mesmo com o rosto todo fodido. — Solta uma risada gostosa e faço carinho em suas bochechas. Peter fecha os olhos e dou beijos delicados por todo o seu rosto. Acaricio seu cabelo e ele abre novamente seus olhos. — Vai me contar o que aconteceu ou eu vou ter que te bater? — Finjo-me de brava e ele ri levemente.
— Lembra que eu disse que estava com algumas suspeitas? — Confirmo com a cabeça. — Então... — Faz suspense e olho-o aflita. — Dylan é o Rei dos Raios. — Arregalo os olhos.
— O QUÊ?! — Grito.
— Eu também estou surpreso.
— Por isso ele estava te provocando hoje de manhã? — Balança a cabeça positivamente. — Então ele sabe quem você é! — Sinto meu coração acelerar.
— Mas eu também sei quem ele é! — Suaviza o tom de sua voz tentando acalmar-me.
— Mas ele é um babaca, Peter. — Começo a ficar alarmada. — Vai saber o que ele pode fazer!
— Calma, Ana! — Pega em minhas mãos e acaricia-as com os polegares. — Eu vou dar um jeito nisso.
— Nós vamos dar um jeito nisso. — Falo firme.
— Não vou te meter nisso. — Diz relutante.
— Eu já me meti. — Digo determinada.
— Ana...
— Não adianta discutir comigo, Peter. — Ele suspira. — Você sabe disso.
— Ô se sei. — Bufa.
— Agora chega de conversa. — Levanta uma sobrancelha. — Podemos fazer algo melhor do que isso.
Deito-o em minha cama e fico em cima dele. Ambos arfamos com o contato. Percorro minha mão pelo seu peito por cima da camisa e desabotoo alguns botões, sua respiração acelera. Arranho levemente a região exposta e ele agarra minha cintura por debaixo de minha blusa. Um arrepio percorre minha coluna quando sinto seus dedos pressionarem-me. Beijo seu pescoço e suas mãos sobem um pouco, ficando logo abaixo de meus seios. Traço uma linha de beijos até sua boca e abro espaço com minha língua. Nossas bocas movimentam-se rapidamente e sinto meu corpo começar a esquentar.
Todavia, acabo esbarrando em seu braço direito e ele geme de dor, fazendo-me parar totalmente meus movimentos.
— Desculpe... — Sussurro e ele coloca uma mecha de meu cabelo atrás de minha orelha.
— Posso dormir contigo hoje? — Deito em seu peito.
— Hoje e quando quiser.
[...]
— Tá tendo festa e eu não sabia? — Pergunto sarcástica assim que desço as escadas.
Julianne, juntamente com Steven, estão em minha sala. Meu pai olha-me um tanto preocupado.
— Vim conversar com seu pai sobre a sua educação e seu comportamento. — Julianne fala firme.
— Bom dia pra você também! — Não quero conversar com esses dois, principalmente depois de ver o que Dylan fez com Peter.
— Não seja irônica comigo, Anastácia!
— Bom dia, pai! — Ignoro-a e dou um beijo na bochecha dele.
— Bom dia, querida! — Olha-me um tanto repreendedor, mas mesmo assim abre um sorriso.
Vou a cozinha ignorando os olhares sobre mim e pego uma maçã. Volto para a sala e mordo um pedaço da fruta.
— Sua mãe quer pegar sua guarda, An! — Papai fala triste e arregalo os olhos.
— Vai ficar querendo. — Digo nervosa. — Eu não vou deixar meu pai. — Ele sorri afetuoso para mim.
— Eu posso te dar uma educação melhor, Ana! — Tenta convencer-me.
— Seu cu! — Ela e Steven olham-me estupefatos e papai reprimi uma risada.
— Mas que linguajar é esse? — Entreabre a boca.
— Inglês. — Debocho.
— Ana... — Meu pai sussurra.
— Vocês não são bem-vindos aqui. Retirem-se! — Rosno.
— Anastácia! — Julianne exclama.
— Anda logo que eu tenho aula daqui a pouco. — Ignoro-os e subo para meu quarto, para arrumar-me.
— Você é mesmo impossível, Anastácia Muller! — Assusto-me ao ver Peter –já arrumado– em meu quarto.
— Você escutou? — Levanto uma sobrancelha e ele balança a cabeça. — Não estou com paciência hoje. — Dou de ombros.
— E desde quanto você está? — Provoca rindo.
— Exato! — Sorrio debochada.
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Devo dizer que há muito de mim na Ana. Eu sou a ironia incorporada!
Gente, ficamos em 1º nas tags: #peterparker, #tomholland, #spiderman e #homemaranha e em 3º na tag #marvel. EU TÔ URRANDO!!!
Espero que tenham tido uma boa leitura :)