The Tiny Dancer

By BrigssBends

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TOC - Transtorno Obsessivo Compulsivo: Perturbação mental caracterizada por obsessões e compulsões. Obsessõe... More

Despertar
Quem sabe dá certo
Acredite em si mesma
Seja bem vinda
Garota Linda
O Rock do Crocodilo
Para Ela Dançar
Deixe Levar
Você Balançou Meu Mundo
Enamorada
Café Louis
Dra. Demi, Conselheira Amorosa
Happy Halloween I
Happy Halloween II
Pequenas vitórias
Te conhecer melhor
Sem chuva
Esperando por você
Era uma vez eu podia me controlar
Cuide bem do seu amor
Não entendo a maldade
Feliz Navidad
Aishiteru
Miami
Oceans
Tudo novo de novo
Encontrando paz
O Homem Foguete
Surpresas Boas
O Amor sempre vai te encontrar
Os bons, os maus e os feios
Começando
Progressos
Virando o jogo
Entre anjos e demônios
Alguém me disse
Do outro lado do rio
O amor é bem mais
A vida é boa
Novas perspectivas
Sea Fuerte
Amor é tudo que conhecemos
Perseguindo Carros
Queridos Amigos
Presentes
Eu encontrei o amor I
Eu encontrei o amor II
The Tiny Dancer
Epílogo I
Epílogo II

Canta para eu dormir?

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By BrigssBends

Oiê, pensaram que eu não iria postar meu cap hoje? Aí está ele!

Esse não tem Camren, mas acontecem coisas muito importantes, e esclarecimentos que muitos estão querendo saber, eu sugeri duas músicas, a segunda é bem triste, então se não tiverem estômago para ouvi-la enquanto lêem, sugiro que a deixem de lado.

Boa leitura, e cuidado com os coraçõezinhos. Amo vocês 😘😘😘

Ps: a autora abestada acabou de descobrir como colocar travessão no teclado do celular, então os diálogos estão mais bonitinhos 😁

Aviso: Capítulo contém violência, agressão doméstica e insinuação de agressão infantil.
_______________________________________

Narrador

– Amor... Amorzinho... – DJ beijava a testa da namorada que piscou os olhos acordando, e logo um sorriso bonito tomou conta do seu rosto. – Bom dia flor do dia...

– Bom dia Didi... – Ela fez bico e recebeu um rápido selinho. – Nossa, o que é isso tudo? – Ela ergueu minimamente o corpo para ver.

– Seu café da manhã. – Dinah arrastou a bandeja na cama com cuidado e a colocou mais perto da moça. Além de todas as comidas deliciosas que trouxe, a loira teve o cuidado de presentear a namorada com uma delicada rosa vermelha.

– Own, você é perfeita sabia? – Mani pegou a rosa e se aconchegou nos braços de sua amada.

– Você que é neném. – Dinah beijou a têmpora da namorada e pegou um pãozinho de queijo para lhe dar na boca. – Eu sou muito trouxa por você Manibear.

– Eu também sou por você D, eu te amo. – Ela disse de boca cheia e a loira riu lhe roubando um selinho.

– Também te amo muito coisa linda! – Elas começaram a comer o café da manhã quando Dinah lembrou. – Está quase na hora de irmos pra sua casa.

– Nem fala amor, me dá um friozinho na barriga só de pensar.

– Ei, vai dar tudo certo, mesmo que seus pais não aceitem de início, com o tempo verão que isso não é nada de anormal, são apenas duas pessoas que se amam muito e resolveram se relacionar.

– Falando assim parece fácil. – Mani fez bico e DJ beijou sua bochecha. – Isso pode até valer pro meu pai, acho até que ele já desconfia que nós temos algo e não parece se aborrecer com isso, mas minha mãe... – Ela torceu a boca.

– Ela não vai ser nada fácil não é?

– Não. Ontem mesmo quase deu um show quando eu disse que vinha dormir na sua casa de novo.

– Quando ela souber que estamos namorando vai ser um musical inteiro então! – Dinah brincou fazendo sua namorada gargalhar.

– Para D, é sério! Minha mãe vai querer me esganar, já estou vendo!

– Ei, ela não vai encostar um dedo sequer em você, eu nunca vou permitir isso. Mesmo que ela seja sua mãe, não tem esse direito.

– Eu sei, eu não sei se ela realmente vai tentar me agredir, espero muito que não, mas que dona Andrea vai ficar muito brava, isso ela vai.

– E eu vou estar lá pra você, segurando sua mão o tempo todo.

– Own modeuso, o que eu fiz pra merecer uma namorada tão maravilhosa?!

– Simples, você é a coisa mais linda do mundo! – elas deram vários selinhos e DJ começou a rir de repente.

– Que foi?

– Nós estamos muito Camren hoje! – E as duas gargalharam.

– Na verdade acho que eu estou assim, estou nervosa demais com essa conversa que teremos com minha família.

– Iti meu amorzinho tá plecisando de colo! – Dinah puxou a namorada para seu colo e a ninou, Mani não se fez de rogada e se deixou ser paparicada, ela estava realmente precisando de carinho, não seria fácil contar que estava apaixonada e namorando uma mulher, pelo menos para sua mãe.

A duas terminaram o café da manhã, escovaram os dentes, tomaram um relaxante banho quente e assistiram a uns dois episódios de sua série favorita, mas a medida em que o horário do almoço ia se aproximando Normani ficava mais nervosa, DJ a acalmava com brincadeiras e beijos, mas só em lembrar de sua mãe com cara de brava um frio lhe percorria a espinha.

– Muito bom que você tenha marcado esse almoço hoje filha, eu quero mesmo conversar com essa sua amiga Dinah. – Andrea dizia ao telefone. – Vocês ainda vão demorar pra chegar?

– Não mamãe, saímos em cinco minutos.

– Ótimo, eu fiz lasanha e seu pai aquele escondidinho de carne que você gosta.

– Ah, que bom! Estamos indo, até mais! – Mani até se animou, apesar de desconfiada Andrea não parecia aborrecida como sempre ficava ao tocar no nome de Dinah.

– Amor, você viu minha bota de salto? – DJ falou do quarto.

– Qual delas?

– A marrom de cobra.

– Na área de serviço, eu pus lá pra secar.

– Ué, secar porquê? – Dinah foi pegar a bota e a trouxe para a sala, franziu o cenho analisando o calçado.

– Você pisou em alguma coisa estranhíssima, não sei o que era e nem quis saber, eu simplesmente não estava suportando aquele cheiro dentro do quarto e lavei as solas.

– Quando fez isso?

– Ontem à noite, enquanto você dormia e babava em vez de assistir Game of Thrones comigo. – Mani revirou os olhos sorrindo.

– Ei, nós já tínhamos visto aquele episódio, e eu não babo! – DJ deixou as botas no chão e correu para agarrar sua namorada lhe fazendo cócegas, Mani até tentou escapar, mas não conseguiu.

– Baba sim, faz beicinho e tudo!

– Não babo sua mentirosa! – Ela intensificou as cócegas e Normani se debatia rindo descontrolada em seus braços.

– Ai amor, para!

– Só se disser que eu não babo!

– Ok, ok, você não baba!

– Muito bem. – DJ lhe roubou um beijo e logo depois respirou fundo admirando a beleza de Normani. – Obrigada por levantar no meio da noite só pra lavar meu sapato, por ser essa namorada incrível que cuida de mim, me atura e me ama, mesmo que eu babe enquanto durmo.

– Você também cuida de mim amor, demais até, é tão carinhosa. – As duas se beijaram novamente, as línguas se tocaram e iniciaram uma lenta e deliciosa dança de sedução, as bocas carnudas se moviam com devoção, saboreando aquela sensação única, inigualável, de se completarem uma na outra.

– Nossa, eu nunca vou cansar desse beijo... – DJ sorriu ainda ofegante depois que o beijo terminou.

– Nem eu, sua boca é muito gostosa. – Mani roubou alguns selinhos de sua namorada antes de recomeçarem mais um beijo intenso. – Uou... Eu acho que é melhor pararmos por aqui, senão não vamos conseguir sair de casa hoje! – Ela riu ofegante.

– Tem razão, primeiro tenho que comer a lasanha da sua mãe, pra poder comer a filha dela mais tarde.

– Cachorra! – Mani riu estapeando os braços da namorada.

O caminho até o apartamento de Normani foi silencioso, a moça negra estava obviamente nervosa, e mesmo com DJ segurando sua mão de vez em quando, um milhão de coisas passavam pela sua mente agora, sua mãe era uma mulher extremamente amorosa com as filhas, mas ao mesmo tempo autoritária, gostava de impor suas opiniões e desejos para o futuro das duas moças, Mani sabia bem disso, e era o que a afligia.

– Chegamos. – A loira anunciou e segurou a mão da namorada. – Tudo bem?

– S-sim, vamos descer.

As duas desceram e seguiram em direção ao apartamento, entraram quase sem fazer barulho, mas a irmã mais nova de Normani anunciou a presença das duas.

– Mani! – Nina abraçou a irmã. – E aí cunha... – a mais velha tapou sua boca antes que completasse.

– Ah, vocês chegaram! – Derick saudou. – DJ, que bom vê-la! – E a abraçou.

– Bom te ver também Derick.

– Venham, sentem, sua mãe está terminando o suco. – E se acomodaram nos sofás. – Finalmente resolveu almoçar conosco!

– É, Mani convidou e vocês concordaram, eu não poderia recusar. – Dinah sorriu simpática.

– Não podia mesmo, até porque eu fiz pudim de leite para a sobremesa! – Nina sorriu largo.

– Tá tão felizinha Nina, posso saber o motivo? – Normani perguntou sorrindo, mesmo já sabendo o motivo.

– Isso está me cheirando a namorado. – Derick sorriu.

– Pai! – Nina ralhou. – Não tem nada de namorado não!

– Namorada então? – Ele insistiu e olhou para DJ e Mani.

– Papai! O senhor está impossível hoje, meu Deus! – E todos riram.

– Olha só, já estão aí! – Andrea apareceu sorrindo com uma jarra de suco e a colocou em cima da mesa do almoço.

– Oi mãe. – Mani levantou e a mãe a abraçou apertado.

– Que saudade filha! – ela reclamou.

– Deixe de exagero Andrea, nos vimos ontem à noite. – Derick levantou.

– Mesmo assim, ela só vive ensaiando, ensaiando, não para mais em casa.

– A vida de bailarina é assim mesmo dona Andrea. – Dinah se pronunciou.

– Dinah, seja bem vinda. – Ela soltou a filha e beijou as faces da loira.

– Obrigada.

– Ok, se vocês não estão com fome eu estou, vamos comer ou não? – Nina fez bico.

– Nina, deixe de ser mal educada! Não sei com quem essa menina está aprendendo essas coisas! – Andrea ralhou. – Vamos comer sua esfomeada! – E puxou a mais nova pela mão sorrindo.

O almoço correu bem, Andrea já não cismava com o emprego de Normani e até se sentia orgulhosa ao ver os vídeos da filha dançando, seus olhos marejaram quando viu alguns trechos da apresentação para os patrocinadores que aconteceu na quinta feira. 

– Que coisa mais linda minha filha! – Andrea pôs as mãos na boca olhando o celular de DJ.

– Linda mesmo... – A loira suspirou e pausou o vídeo.

– Como conseguiu gravar esse vídeo com seu celular? – Mani franziu o cenho.

– Pedi pro Magno, o zelador.

– E porque não me mostrou?

– Eu queria fazer surpresa, mostrar pra vocês todos!

– Fez bem DJ, vocês estão lindas, maravilhosas! – Derick sorriu.

– Lindonas mesmo! – Nina concordou.

– Obrigada. – Elas disseram ao mesmo tempo.

– Mas vamos à sobremesa! – Nina correu até a cozinha e voltou de lá com o pudim em mãos.

– Já veio faltando um pedaço, Nina sua morta de fome! – Mani riu.

– Ei, eu não comi, só guardei um pedaço pra Sofi!

– Ela vive fazendo coisas para a irmã da Camila, elas são muito amigas. – Andrea falou e DJ e Normani se olharam.

Nina serviu a todos e foi muito elogiada, o pudim estava realmente delicioso, mas sua irmã mais velha sentiu que aquele era o momento que esperava para entrar no assunto delicado, mas necessário.

– Mãe, pai, eu... Quero falar uma coisa com vocês. – DJ segurou sua mão por baixo da mesa.

– Diga filha. – Derick engoliu o último pedaço de pudim.

– É sobre a Dinah? – Andrea a olhou e Mani assentiu. – Pois eu também tenho algumas coisas que gostaria de falar com vocês duas.

– Mãe eu...

– Eu gosto de você Dinah, não me leve a mal, mas eu acho que essa amizade de vocês está dando uma impressão errada sobre a imagem da minha filha.

– Hein? – Mani franziu o cenho.

– Eu sei que você é... Que você não gosta de garotos, e se Normani continuar pra cima e pra baixo com você, as pessoas vão pensar que, que...

– Que eu sou lésbica? – Mani ergueu uma sobrancelha, o jeito que sua mãe falava a estava irritando.

– Sim, mas você não é, então eu acho que para o bem da minha filha, é melhor que você se afaste dela Dinah, para as pessoas não acharem que ela é... É lésbica como você. – A palavra saiu com dificuldade.

– A senhora tem razão mamãe, eu não sou lésbica, afinal já namorei garotos. – Ela apertou mais a mão da namorada e acariciou com o polegar. – Mas eu sou bissexual, e eu não vou me afastar de Dinah. – Andrea engoliu seco, ela imaginava o que estava por vir em seguida. – Porque eu me apaixonei por ela... – Andrea arregalou os olhos. – E nós estamos namorando. – Mani ergueu a mão direita e mostrou o anel que ganhou no Ano Novo.

– Não! – A mãe de Normani levantou batendo na mesa assustando a todos. – Isso não pode ser verdade!

– Mas é mãe. – Mani disse corajosa, nem mesmo ela sabia que seria tanto nesse momento.

– Não, isso só pode ser influência dela, essa, essa mulher está te influenciando Normani, você não é assim filha!

– Ninguém me influenciou mamãe, eu sou o que sou, ninguém vai mudar isso.

– Eu não aceito, você está cega, está confusa, você não pode estar apaixonada por uma mulher!

– E porque não? Dinah é uma pessoa maravilhosa, eu me apaixonei por quem ela é, não só pelo seu gênero! – Mani levantou.

– Se isso é o que te deixa feliz filha, vocês têm o meu apoio. – Derick a abraçou e DJ se pôs ao seu lado segurando sua mão.

– Derick, você não pode estar concordando com essa loucura!

– E qual o problema Andrea? Nossa filha está feliz, olhe para ela e pare de se preocupar com o que as pessoas vão achar, com o que você quer, deixe de ser egoísta!

– Eu me preocupar com minha filha me faz egoísta? Essa é nova! – ela riu irônica. – Eu só não quero que Normani seja apontada na rua! Agredida ou sei lá!

– Você não me engana, sei que está mais preocupada com o que vai falar na associação de moradores do que com nossa filha!

– Pai, tudo bem, eu não quero que vocês briguem... – Mani tocou seu braço. – Eu já disse o que tinha para dizer, e estou feliz que vocês já saibam, tirou um peso dos meus ombros.

– Então é assim?! Você vai continuar com essa daí, mesmo depois de tudo que eu falei?

– Sim, eu vou. – Normani ergueu o queixo e Andrea lhe daria um tapa forte do rosto, se a mão de Dinah Jane não a segurasse firmemente no meio do caminho.

– Dona Andrea, eu fiquei calada até agora porque essa é uma conversa importante que Normani precisava ter com a família, mas a senhora não vai agredir minha namorada. – DJ disse séria.

– Me solte sua, sua...

– Lésbica! Sou, e não me envergonho nem um pouquinho disso. – Ela sorriu.

– Você sabia disso Nina?! – a mãe olhou a mais nova.

– Mãe, e-eu... Eu...

– Deixa a Nina em paz mãe, ela não tem obrigação de ficar me vigiando pra te contar depois!

– Então ela sabia! Estavam todas rindo pelas minhas costas!

– Não delire Andrea, isso aqui não é um complô contra você, está sendo egoísta mais uma vez, se trata apenas da felicidade da nossa filha! – Derick tentou chamar a esposa à razão.

– Felicidade Derick?! Agora quem está delirando é você! Que tipo de felicidade ela vai ter ao lado dessa mulher?!

– A felicidade que só um amor verdadeiro pode trazer. – DJ respondeu à altura. – Eu amo Normani de verdade, independente de qualquer coisa, era o que a senhora deveria fazer como mãe dela, deveria ama-la incondicionalmente!

– Eu amo minha filha!

– Mas não a aceita do jeito que ela é, então não a ama de verdade!

– Quem é você pra julgar o que eu sinto sua...

– Lésbica, sapatão, não me ofende, sinto muito. – Dinah sorriu debochada. Ela não estava gostando nem um pouco da atitude de Andrea, estava machucando sua menina, ela podia ver pela expressão de Normani.

– Fora da minha casa!

– Eu vou sair, vou respeitar sua casa, mas não vou me afastar de Normani, esqueça isso! – DJ foi para a porta e Mani a acompanhou. – Você vem comigo?

– Eu... Eu não sei, eu queria poder falar com ela com mais calma, mas parece que ela não vai se acalmar tão cedo.

– Você vai com ela? – Andrea se aproximou.

– Mãe eu...

– Se for não precisa voltar!

– Mãe!

– Andrea, não fale nada pra se arrepender depois! – Derick interviu, Nina apenas observava a discussão, seu relacionamento com Sofia estava ficando sério e ela morria de medo que a mãe tivesse a mesma reação, e tinha certeza de que seria exatamente o que aconteceria.

– Que seja, se quiser pode ir com essa daí, eu não ligo Normani! Eu lavo minhas mãos! – Ela saiu bufando completamente contrariada.

– Vá com sua namorada filha, eu vou tentar acalmar a fera. – Derick a abraçou apertado.

– Obrigada pai. – Ela disse com a voz trêmula.

– DJ, cuida da minha menina, ela vai precisar muito de você nos próximos dias, e... Eu estou feliz que seja você, você é uma boa moça. – ele abraçou a nora.

– Obrigada Derick, e pode deixar, vou cuidar muito bem da Mani, ela é tudo pra mim, eu a amo demais.

– Eu tenho certeza disso. – o homem beijou as testas das duas e foi. Normani pôde enfim se aconchegar nos braços de sua namorada.

– Que barra... – Nina se aproximou e elas foram saindo do apartamento.

– Nem me fale, mas eu imaginei que ela fosse reagir mal, pelo menos não me bateu. – Mani disse triste.

– Porque a DJ não deixou.

– Não vamos falar disso por enquanto, a Mani precisa descansar.

– Ok, e... Ah! Eu queria falar com vocês depois, é sobre aquela história do óvulo, faculdade e tal.

– Certo, eu ligo pra você depois marcando um café.

– Até mais irmãzinha e cunhada, fiquem bem. – Ela abraçou as duas, que voltaram para o apartamento de Dinah.

O caminho de volta foi feito completamente em silêncio, assim como a ida, mas desta vez Normani estava triste e angustiada, esperava que a mãe reagisse mal, mas não que a expulsasse de casa, “Se for não precisa voltar.” Essa frase ecoava em sua cabeça, ela imaginava se um dia a mãe compreenderia o que ela sente.

– Amor, tudo bem aí? – DJ chamou pela terceira vez na porta do banheiro.

– Sim, já vou sair. – E pela terceira vez Normani respondeu a mesma coisa, bem baixinho.

– Mani, por favor, abre. Estou ficando preocupada. – O barulho da tranca foi ouvido e devagar DJ entrou no banheiro para encontrar sua namorada sentada no chão abraçada às pernas. – Oi. – Dinah sentou ao seu lado e beijou sua têmpora.

– Oi... – ela tentou sorrir.

– Está sentindo alguma dor?

– Não exatamente, eu estou meio enjoada.

– Não me diz que meus dedos são mágicos e eu te engravidei! – Mani gargalhou, mas logo sua expressão mudou, o enjoo havia voltado, ela se apressou até o vaso sanitário e desta vez não foi alarme falso, vomitou tudo que comeu no almoço. DJ segurou os cabelos da namorada e acariciou suas costas.

– Isso meu amor, vai passar... – a loira segurava sua mão firmemente.

– Quando eu não consigo chorar... – Mani explicou baixinho se levantando para escovar os dentes. – Fico passando mal.

– Já ouvi falar de algo assim, mas não se preocupa meu bebê, eu vou cuidar de você bem direitinho. – Ela beijou a bochecha de Normani quando ela terminou de limpar os dentes e a levou para o box.

– Quer dizer que você vai me dar banho? – Mani perguntou erguendo a sobrancelha.

– Sim.

– E me fazer uma sopinha?

– Exatamente. – Dinah sorriu daquela mulher tão manhosa, e foi tirando sua blusa.

– E... Cantar para eu dormir? – Ela fez bico.

– Tudo que meu amor quiser. – Ela lhe deu um selinho e Normani se encolheu nos braços de sua namorada, não havia lugar melhor no mundo, e a loira dedicou aquele domingo triste a cuidar da sua menina, mais do que nunca ela precisava de colo.

(🎵)

– Eu aceito! – Nina disse de uma vez, nem esperou DJ e Normani perguntarem e explicarem tudo novamente.

– Muito bem cunhadinha! Está garantindo seu futuro! – a loira comemorou. Era quarta feira e elas combinaram de tomar um café juntas para ouvirem a resposta de Nina sobre a doação do óvulo de Normani, e por esse motivo Dinah pagar sua faculdade.

– Então, acho que temos um acordo! – Mani forçou um sorriso, estava feliz por sua irmã, mas a mãe não falava com ela desde aquele almoço, e isso a entristecia demais.

– Sim, mas eu vou pagar tudo pra você DJ, cada centavo e com juros! – Nina avisou.

– Eu dispenso os juros cunha, e dispensaria o pagamento também, mas sei que isso é importante pra vocês.

– É sim D, e eu agradeço que tenha compreendido. – Mani beijou sua bochecha. – E quando eu posso doar o óvulo?

– Eu já preparei tudo na clínica, eles só estão esperando uma ligação confirmando para a semana que vem, e se quiserem eu posso transferir o dinheiro para sua conta ainda hoje Mani.

– Não, eu prefiro doar o óvulo primeiro, acho melhor assim

– Você que sabe. – Dinah sorriu.

– Eu sei, me sinto melhor dessa forma. – Elas se beijaram e Nina revirou os olhos sorrindo, estavam mais melosas que nunca, mas a mais nova compreendia, a mãe não queria falar com Normani e a moça estava precisando de carinho. – Pode ligar para a clínica amor.

Mani tinha decidido que a doação desse óvulo teria de ser conversada com toda a família, incluindo sua mãe, mas por ela ter reagido tão mal ao seu namoro com Dinah e se negar a ao menos falar com a filha, as coisas mudaram e a moça negra achou melhor que fosse apenas entre ela, DJ e Nina. E assim foi.

(🎵)

– Eu não estou entendendo Lucy. – a voz de Verônica soou triste ao telefone e o coração de Lúcia se apertou.

– Eu só não vou poder ir almoçar com você essa semana amor... – a voz da mais nova era embargada, mas controlada. – E também não sei quando poderemos nos ver... 

– Mas ele não está viajando?

– Ele volta hoje.

Você disse que era até a metade da próxima semana.

– Ele antecipou, não sei porque.

– Puxa... Eu tinha planejado umas coisas pra nós três...

– Eu sei, o Jake estava tão feliz... – Lu deixou alguns soluços escaparem, ela tentou segurar, mas não conseguiu e Vero ouviu.

– Ei, não chora minha princesa... – Ela também tentava segurar o choro. – Eu vou dar um jeito de ver você e o Jake.

– Eu não quero ficar sem te ver, mas... Eu não sei Vê, pode ser perigoso.

– Perigoso? O ele que ele vai fazer? – Lucy não respondeu. – Lucy, o que ele vai fazer?

– N-nada, ele só fica com raiva e grita, mas é só isso.

– Tem certeza?

– Sim amor, não se preocupa, vai ficar tudo bem.

– Ok, vai me mantendo informada, eu quero te ver e ver o Jake, vamos achar uma brecha está bem? – Vero aceitou a desculpa por hora, mas não estava convencida, nem um pouco.

– Está bem, eu ligo assim que possível, te amo muito Vê...

– Também te amo princesa... Fica bem.

– Você também.

Elas desligaram o telefone e Lucy tratou de enxugar as lágrimas e pôr um belo sorriso no rosto para ir até o quarto do filho, ela podia estar com medo dessa volta antecipada de Austin, mas não queria transparecer isso a Jacob, ele já sofria demais quando o "pai" estava em casa, não precisa ver a mãe chorando também.

– Bom dia meu amor... – Ela sentou na cama do pequeno e acariciou seus cabelos.

– Bom dia mama... – Sua voz rouquinha era um dos sons preferidos de sua mãe.

– Vamos pra escola? Hum?

– Eu tô com preguiça hoje.

– Ah, mas você vai sim seu preguiçoso! – Ela lhe fez cócegas de leve e o menino riu. – Não quer encontrar o Chris e a Bel?

– Eu quero, mas não queria deixar você sozinha mama... – Ele fez uma expressão triste.

– Ei, eu não quero você se preocupando com isso.

– Mas...

– Mas nada, você vai para a escola, vem tomar banho! – Ela pegou o filho nos braços e o girou no ar, fazendo o pequeno gargalhar.

– Não quero banho! – Jake gritava rindo, enquanto sua mãe corria pela casa com ele nos braços.

– Vai sim, seu porquinho!

Lucy se sentia feliz cuidando do filho, dar banho, trocar as roupas, dar comida, era algo corriqueiro na vida de qualquer mãe, mas não na de Lúcia, quando o marido fajuto estava em casa ela mal podia se aproximar do menino, a prioridade era cuidar da sua aparência, então a babá, juntamente com a governanta, tomavam a frente de tudo que dizia respeito ao Jake, e Lucy se sentia uma bonequinha de luxo, inútil dentro daquela casa, o pior era não poderem sair quase nunca quando eles estavam por perto.

Mas quando o marido viajava, e melhor ainda, a governanta ia junto, o que não acontecia com muita frequência, era uma festa, e assim que ela conseguia dispensar a babá, podia se sentir mãe de verdade, fazia de tudo com o menino, brincavam, comiam bobagens, viam filmes, liam os livrinhos da escola, e ultimamente encontravam uma certa médica que mudou suas vidas tristes e solitárias para muito melhor.

Ela terminou de dar o café da manhã ao pequeno e tomou o seu, logo os dois estavam no carro indo para a escola, o caminho foi regado a muita música e brincadeiras, Lucy as vezes se sentia tão criança quanto o Jake, mas não podia evitar, na maior parte do tempo não lhe era permitido cuidar do próprio filho, então quando ela podia, a alegria tomava conta de todas as suas ações.

– Chegamos amor, mais tarde venho te buscar.

– Ok...

– Ei, não faz essa carinha, vai ficar tudo bem.

– Queria que a tia Vero viesse também.

– Não vai ser possível filho, você sabe.

– Mas... Por que, por que a gente não pode ir morar com ela?

– Jake, as coisas não são tão simples assim...

– São sim mama! O pai não gosta da gente, então a gente vai embora!

– Filho, tem um monte de coisas que você não entende acontecendo, mas eu te prometo que vou resolver tudo, nós vamos ser felizes meu amor, eu juro! – Ela o abraçou apertado, Jake realmente não entendia muito daquela situação, mas de uma coisa ele sabia, Austin Mahone não era a pessoa de quem ele queria estar próximo, muito menos que estivesse ao lado de sua mãe.

Depois de deixar o menino na escola a ficha de Lúcia começou a cair, Austin estava vindo de novo, trazendo de volta consigo tudo de ruim que ela sempre desejava esquecer quando ele estava fora, proibida de cuidar do próprio filho e de sair de casa, aulas intermináveis de etiqueta e atualidades para conversar com mulheres de executivos, tortura psicológica, porque quem iria querer uma mulher tão sem graça e insossa, ainda mais com filho pequeno? Era o que ele sempre dizia, mas então Lucy lembrou de Verônica, e as coisas horríveis que Austin falava, e em que ela por muito tempo acreditou, não faziam mais tanto sentido agora. Ela sorriu ao pensar em sua médica.

Lu entrou em casa e foi direto para o banho, água morna sempre a ajudava a pensar melhor, ela queria, precisava mais do que nunca dos conselhos e carinhos de sua Verônica, a água escorria por seu corpo e ela passava o sabonete lentamente, lembrou das mãos firmes e afetuosas de sua médica, quem diria que uma dia, depois de tanto tempo acreditando que jamais seria capaz, encontraria alguém tão especial quanto Vero? Ela sorriu, estava mais calma.

A manhã passou rápido, e logo a hora de ir buscar Jake chegou, Lucy sorriu e foi correndo para encontrar seu menininho, além de Verônica, ele era seu porto seguro no mundo, ela ainda tinha algum tempo com Jacob antes de Austin chegar, e quis aproveitar o máximo possível.

– Mama! – Ele correu para os braços dela, que o pegou no colo e o girou.

– Meu amorzinho, que saudade!

– Eu também tava mama!

– Que tal... A gente tomar um sorvete juntinhos pra matar essa saudade?

– Ebaaa, sorvete! – Jake comemorou. – A tia Vero pode vir também?

– Eu não sei filhote, ela está trabalhando no Brooklyn a essa hora.

– Liga pra ela mama. – Jake fez bico e Lu sorriu pegando o celular, mas desistiu no mesmo instante de ligar para Verônica quando reconheceu os dois seguranças de Austin a vigiando num carro preto do outro lado da rua.

– Quando o diabo não aparece, manda o secretário... – Ela disse baixinho.

– O quê mama?

– Nada amor, olha, vamos ligar pra tia Vero amanhã, eu acabei de lembrar que ela me disse que estaria muito ocupada hoje.

– Puxa... Que pena...

– É mesmo, mas vamos você e eu, vai ser legal também, ou você não gosta mais de se divertir com a mama?

– Não mamãe, eu gosto sim! Vamos! – Ele riu. – Eu vou tirar uma foto nossa e mandar pra tia Vero, pra ela não ficar com saudade da gente!

– Faz isso sim filho, ela vai gostar! – Lucy pegou o pequeno pela mão e o levou para a sorveteria, ainda olhando os dois seguranças que não tiravam a atenção da mãe e do filho.

Eles chegaram em casa por volta das três da tarde, rindo e conversando, mas os sorrisos logo sumiram de seus rostos quando viram a governanta de braços cruzados na sala principal, os esperando com cara de poucos amigos.

– Estão atrasados. – A mulher de meia idade disse simplesmente, e o menino se escondeu atrás da mãe.

– Boa tarde para você também Senhora Becker. – Lucy disse corajosamente debochada.

A mulher ignorou e foi em direção ao menino o tomando pela mão. – Chegaram oito vestidos novos para você, vá prova-los e mande as fotos para sua estilista.

– Eu vou dar banho no Jake antes. – ela tentou pegar seu filho de volta, mas a governanta o afastou.

– Até parece que você não conhece as regras desta casa Lúcia. – Ela tentou andar em direção ao corredor, mas Jake a interrompeu.

– Não, eu quero ficar com a minha mãe!

– Mais tarde, agora ela tem bastante trabalho pela frente, Rose, dê um banho, o alimente e o ajude com as tarefas de casa. – Ela entregou o menino à nova babá, que o levou rapidamente dali.

– O que aconteceu com a Phoebe? – Lucy estranhou.

– Novas regras, uma babá a cada dois meses, não queremos que você fique amiga demais de uma mera funcionária, e o episódio de dois anos atrás se repita.

– Lara e eu não tivemos nada, éramos apenas amigas e você sabia disso, mesmo assim envenenou Austin contra ela e a coitada perdeu o emprego!

– Não se faça de sonsa Lúcia, eu sei muito bem que vocês duas viviam se encontrando às escondidas pela casa. – Lucy fez uma carranca, não havia como discutir com aquela mulher, ela e Lara realmente ficaram muito próximas, mas era realmente apenas amizade que havia entre elas, Lu gostava da moça, principalmente pelo fato de deixar que cuidasse do próprio filho, provavelmente por isso a senhora Becker a demitiu.

– Mas deixe de enrolar, como eu disse, você tem trabalho pela frente, deve provar todos os vestidos e sapatos, e enviar as fotos para sua estilista, também há um material em seu quarto falando sobre mercado de capitais, você deve aprender tudo que há no seu iPad, pois na próxima semana haverá uma festa e você deve estar a par dos assuntos do seu marido, seu carro será trocado em no máximo três dias, por isso a concessionária lhe enviou fotos de três modelos para você escolher um.

– Mas... Eu gosto desse carro, não quero trocar! – Lucy olhou o celular, as mensagens da concessionária haviam acabado de chegar.

– Você não tem escolha minha querida, como esposa e nora de grandes empresários você não pode andar por aí com um carro com mais de dois anos de uso, ordens do Senhor Robert Mahone.

– Onde é essa festa?

– Em breve saberá, Austin chegará à noite, então tome um banho e se arrume bem, pois alguns investidores virão com ele. Você deve ser educada e sorrir para todos, não fale demais e...

– Eu já sei Becker, já fiz isso milhares de vezes! – Lucy saiu bufando dali e foi direto para o quarto do filho, ela queria muito entrar e ela mesma dar banho e cuidar do pequeno, mas como sempre um segurança estava na porta, e por toda parte daquela casa enorme!

– Eu vou entrar, preciso falar algo com a nova babá do meu filho. – Ela tentou passar pelo segurança, em vão.

– A Senhora já fez tudo que lhe foi pedido? – Ele disse impassível.

– Eu vou fazer, só preciso dar uma palavrinha com a mulher que está cuidando do meu filho, e eu sequer conheço!

– Sinto muito Senhora Vives, só poderá perder tempo com o menino depois que terminar suas obrigações, ordens da Senhora Becker. – Ela bufou e se irritou, mas aquele homem enorme não sairia da frente, então correu para seu quarto, quem sabe se não fizesse tudo que lhe foi ordenado rapidamente, poderia ficar o restante do dia com o menino?

Ledo engano, quando Lúcia pôs os olhos no arquivo do iPad soube no mesmo instante que levaria um século para ler e talvez aprender alguma coisa dali. Ela deixou as lágrimas escaparem e jogou o aparelho em cima da cama, estava tudo tão tranquilo ultimamente, não queria acreditar que aquele inferno começaria novamente!

– Vou provar esses malditos vestidos de uma vez! – Ela correu para o closet e começou a prova-los, juntamente com os sapatos, mandou inúmeras fotos para sua estilista pessoal, e duas horas depois, quando a mulher se deu por satisfeita, escolheu seu visual para o jantar de mais tarde.

Lucy não se sentia nem um pouco disposta a ler o que quer que fosse, mas só de pensar no castigo que teria se desobedecesse, a levou a fazer um esforço, a última vez em que se recusou a ler esses malditos materiais foi proibida de ter contato com Jake por duas longas semanas, foi também a primeira vez em que ela tentou denunciar Austin e toda aquela situação para a polícia, mas ela não possuía testemunhas a seu favor, seu pai não presenciava nada do que ela vivia, ele só sabia o que Lucy contava, então seu depoimento não era válido.

Foi justamente nessa época que Austin se descontrolou por ela ter ido à polícia, e a agrediu, o que levou Joe Vives a espancar o rapaz e quase ser preso por isso, só não foi por que Robert Mahone decidiu intervir e abafar o caso para evitar escândalos, ele fez um acordo com Lucy, ela não denunciaria o marido por agressão doméstica e ele não faria Joe passar o resto de seus dias na cadeia, por ter mandado Austin para o hospital por quase um mês.

Por volta das oito da noite Austin chegou com os tais investidores, eles a cumprimentaram e Lucy mais um vez fez o papel da esposa perfeita e dedicada, quando foi perguntada do Jacob, teve que mentir que ele estava dormindo, mas ela sabia muito bem que não, que o filho esperaria pacientemente pela madrugada para receber a visita sorrateira da mãe, era sempre assim.

Em outro canto da agora não tão barulhenta New York, pois já passava das duas da manhã, Verônica Iglesias remoía uma forma de ver sua Lucy e o pequeno Jake, ela já sentia saudade antecipada dos dois, e achava que acabaria enlouquecendo se demorasse demais para receber notícias deles.

Rolou por mais uns quinze minutos na cama tentando dormir, até ceder à vontade de ligar para ela.

– ?! – Lu atendeu surpresa.

–Oi princesa, desculpa ligar a essa hora, mas a gente passou quase o dia todo sem se falar...

– Tudo bem amor, não precisa se desculpar, não me acordou. – Ela sussurrava. – Ei, sabe quem está aqui comigo?

– Hum... Deixa eu adivinhar... – Vero disse como se não soubesse e ouvir as risadinhas do Jake derreteu seu coração e fez seus olhos marejarem. – Um astronauta?

– Não, você errou! – Ele riu.

– Fala baixinho filho, como combinamos. – Lu sussurrou.

– Eu acho que já sei quem é. – Verônica não pôde deixar de notar o tom meio assustado de sua amada, mas continuou a brincadeira. – É o meu campeão!

– Eu mesmo tia Vero!

– Deixa eu ligar a chamada de vídeo. – Lucy sorriu e colocou o celular de frente para seu rosto e do seu filho.

– Nossa, quem é esse bonitão ao lado da minha garota? Assim eu vou ficar com ciúmes! – A médica brincou e Jake riu baixinho.

– Não precisa, eu divido ela com você mamãe! – Jacob chamou Verônica dessa forma sem ao menos perceber, e as duas mulheres seguraram o choro.

– Assim pode ser. Ei Jake, onde está aquele boneco legal que eu te dei semana passada?

– Meu astronauta! Está no meu baú, eu vou pegar! – O pequeno desceu da cama e Vero olhou para Lucy

– O que está acontecendo? – Ela perguntou séria.

– Nada, é só que o Austin voltou e os seguranças estão ainda mais no meu pé, o de sempre.

– Então porque estamos sussurrando? Não acha que já está na hora de me dizer o que há de errado?

– Não tem nada Vê, você que anda cismada demais e isso já tem um tempo! – Lucy não queria envolver mais uma pessoa nessa confusão, queria era sair dela, Robert Mahone era um homem perigoso demais.

– Ando cismada e com razão! Me diz, esse cara bate em você? É isso?

– Não! – Já fazia alguns meses desde a última vez, foi pouco antes de conhecer Verônica.

– Ele bate no Jacob? – Vero não tinha certeza se queria saber a resposta.

– Não, ele nunca bateu no Jake! – e isso era verdade.

– Então o que está acontecendo meu amor? Eu não entendo!

– Não está acontecendo nada Verônica, eu já disse! – Ela não queria ser rude, mas precisava.

– Eu não acredito nisso! Você está mentindo pra min, e eu não faço a menor ideia do motivo!

– Não estou, parece que você quer que tenha algo errado!

– Eu não quero Lúcia! Meu Deus, deixa eu te ajudar, você não me deixa te ajudar!

– Porque não tem com que ajudar!

– Lu... – Vero respirou fundo. – Eu te amo, mas você não me deixa te amar por completo, não me deixa entrar na sua vida de uma vez, porque?! As vezes eu me sinto uma estranha pra você, excluída das suas conversas secretas com seu pai, dos olhares desconfiados entre você e o Jake!

– Eu também te amo muito Vê, mas as coisas estão complicadas, eu sou uma mulher casada, você sabe do contrato!

– Não me lembre disso!

– Você que sempre nos faz lembrar, e a gente acaba brigando!

– Agora a culpa de nós brigarmos é toda minha?

– Eu não disse isso!

– Foi o que pareceu, eu me sinto um peso na sua vida às vezes...

– Não, não Vero, você é o que torna minha vida leve!

– Eu... Não estou me sentindo assim no momento. Me sinto só como mais uma coisa pra você se preocupar.

– Não amor, não fala assim!

– Olha, deixa um beijo pro Jake, eu vou desligar agora, porque amanhã acordo cedo, vou estar esperando se você quiser me ligar e dizer o que realmente está acontecendo. Te amo princesa.

– Vê! Espera! – Ela já havia desligado. Lucy deixou umas lágrimas escaparem, mas logo as enxugou, pois seu menino voltava sorridente para a cama com o boneco do astronauta nas mãos.

– Ué, cadê a tia Vero?

– Ela dormiu com o celular na mão, acredita? Mas deixou um beijo pra você. – Lucy se esforçou pra sorrir.

– Bobona, nem viu o desenho legal que eu fiz no capacete dele. – Jake revirou os olhos sorrindo.

– Ela estava com muito sono filhote, acorda cedo, e eu acho que nós dois deveríamos dormir também, amanhã você tem escola.

– É mesmo, eu esqueci! – Ele pôs o boneco na cômoda e deitou ao lado da mãe. – Boa noite mama, te amo!

– Também te amo meu pequeno, muito...

Uma semana se passou e Lucy não teve coragem de ligar para Verônica, ela na verdade ainda não tinha uma desculpa plausível para as desconfianças da amada, havia algo de errado, sempre houve, mas Lúcia possuía esperanças de que depois dessa tal festa ele a deixasse em paz e viajasse novamente, assim poderia voltar para os braços de sua médica e teria tempo de inventar algo que a convencesse mais uma vez de que está tudo bem.

– Você está linda. – Austin falou quase sem olha-la quando Lucy saiu do quarto, ele mexia no celular.

– Obrigada. – Ela disse seca. Imaginou como Vero reagiria se a visse vestida assim, com certeza a cobriria de elogios e beijos, sorriu com a lembrança de sua amada, mas também ficou triste, pois sentia uma saudade absurda, não só ela, mas o Jake também, o pequeno chegou a chorar algumas vezes, dilacerando o coração da mãe, mas Lúcia tinha de ser forte, tinha que manter sua Verônica longe daquelas pessoas perigosas.

A festa correu bem, como sempre muita gente fútil, muita gente que só pensa em trabalho, e sobretudo, muita gente pra cuidar da vida dos outros, era o que se sobrepunha sobre qualquer assunto, as fofocas, ela nem sabia porque tinha de ler tanto sobre mercado de capitais, se ouviu duas conversas sobre isso foi muito.

Por volta da meia noite eles voltaram para a mansão Mahone, Lucy iria diretamente para seu quarto, mas o marido a interrompeu no meio do caminho.

– Lúcia.

– Sim. – Ela o olhou impaciente, queria tomar banho e correr para o quarto do filho, mas não seria possível.

– Eu não falei nada a noite inteira por motivos óbvios, mas agora eu quero saber, o que significa isso? – Ele lhe estendeu o celular e ela arregalou os olhos ao notar que eram fotos suas com Verônica, as duas estavam se beijando dentro de uma cafeteria. 

– Austin, isso, eu não vi os f-fotógrafos...

– Você sabe quanto dinheiro isso vai custar à Mahone&Mayer para tirar de circulação?! – Ele gritou.

– M-muito, provavelmente.

– Sim, muito, rios de dinheiro! E com certeza um sermão de duas horas do meu pai, porque a imbecil da minha esposa não consegue ficar sem chupar a boceta de uma puta qualquer!

– Não fala assim dela! Seu filhinho de papai mimado, está irritado porque está morrendo de medo do papaizinho?! – Ela criou coragem para enfrenta-lo, ele não podia falar dessa maneira de Verônica, de modo algum.

– Olha como fala comigo sua vadia! – O homem lhe deu um tapa no rosto e Lucy virou o rosto.

– Maldito, você não vai mais me bater! – e partiu para cima dele com toda sua fúria, a moça tentava machuca-lo como podia, mas ele era bem mais forte e a empurrou contra uma poltrona, ela caiu sentada e Austin foi até ela para continuar a agredi-la, mas algo o parou.

– Mama? – Jake surgiu no corredor com os olhinhos vermelhos de sono. – Vocês estavam brigando?

– Não amor, Austin só...

– Volte pro seu quarto! – O homem ordenou ao menino rispidamente.

– Não fala assim com meu filho! – Lucy levantou da poltrona e pegou o pequeno no colo o levando de volta para o quarto.

– Onde você vai Lúcia? Nós não terminamos ainda!

– Vou pôr meu filho para dormir! – Ela quase corria com o menino nos braços e Austin resolveu ir atrás dela.

– Ele dorme sozinho, já é grande o suficiente para isso! Ainda não acabei com você! – Ela não lhe deu ouvidos, correu para o quarto do menino e se trancou lá com ele.

– Mama! – Jake chorou.

– Vai ficar tudo bem amor, eu só preciso do meu celular. – Ela procurava o aparelho desesperadamente enquanto Austin chutava a porta e gritava como um louco para ela abrir. – Onde está o celular Jake? – Lucy olhou o filho, ela o havia deixado com o pequeno, porque não lhe era permitido ir a festas com ele, e também porque o menino queria ligar para Verônica, mas ele não o fez, acabou pegando no sono enquanto jogava um joguinho.

– Eu deixei em cima da cama!

– Mas não está aqui, tem certeza?!

– Sim, eu estava jogando, aí eu dormi!

Nesse momento a tranca da porta cedeu um pouco, ele conseguiria abri-la a qualquer momento!

– Rápido meu amor, pra debaixo da cama!

– Mas...

– Vai Jake! – O menino obedeceu e se enfiou debaixo da cama machucando os joelhos no processo, não era a primeira vez que isso acontecia, mas algo lhe chamou a atenção, algo com uma tela grande e brilhante.

(🎵)

S.M.: Let me love you – DJ Snake feat. Justin Bieber.

Verônica tomava um copo de água na cozinha, fazia um bom tempo que tentava dormir, mas seu peito doía, se apertava, não conseguia parar de pensar em Lucy e Jacob, ainda mais por ter ligado e enviado inúmeras mensagens e não ter obtido uma mísera resposta.

Essa semana longe de sua amada e do pequeno foi difícil, só que ela sabia que a moça não se abriria com ela tão cedo, então resolveu lhe dar espaço, um pouco de tempo, mas não abandonou os dois completamente, sempre no horário do menino largar do colégio Vero ia para a frente da escola, num carro diferente, para não chamar atenção dos seguranças, e observava os dois, de longe pareciam bem, mas ela sabia que não era bem assim, e isso lhe corroía por dentro.

Ela voltava para o quarto lentamente quando ouviu o telefone tocar, correu para atender, com certeza era Lucy.

– Lu?

– Tia Vero! – Jake chorava ao telefone.

– Jake, o que está havendo?!

– Vem, por favor, ajuda a gente! – Ele chorou mais alto, e logo um barulho de algo quebrando e um grito de mulher foi ouvido.

Verônica não esperou um segundo sequer, pegou a chave do carro e correu mais do que um dia já precisou correr em toda sua vida. O elevador nunca demorou tanto para chegar até a garagem e ela saiu em disparada pelas ruas vazias de New York, agradeceu pelos semáforos estarem todos piscando a essa hora, mas não se importaria de levar seja quantas multas fossem, ela queria apenas salvar Lucy e Jake.

Estacionou o carro de qualquer jeito na frente da casa do Mahone e se aproximou do enorme portão de ferro, tudo escuro, e sem pensar muito ela escalou e pulou o portão fazendo o mínimo de barulho possível.

– Espero que os cachorros não me ouçam, e não ser presa antes de chegar até Lucy. – Ela pensou alto.

Apesar da pressa ela foi preparada, pegou um revólver que possuía há anos, mas nunca sequer tirou da gaveta onde colocou. Ajeitou a arma na cintura e imaginou uma forma de entrar na casa, a grande porta de madeira estava trancada, talvez a porta dos fundos, mas quando estava no meio do caminho foi parada pelos seguranças.

– Onde pensa que vai senhorita?

– E-eu recebi um pedido de socorro vindo daqui! – Ela ainda caminhava em direção à porta de vidro que dava na cozinha.

– Nós não ouvimos nada.

– Eu recebi uma ligação, do Jacob! Ele precisa de ajuda! – Ela pegou na maçaneta e o segurança segurou seu braço

– Eu vou ter que pedir que se retire, senão chamaremos a polícia.

– Eu já chamei a polícia meu amigo, Lucy e Jake estão correndo perigo! – Ela se desvencilhou dele. – Pode acontecer algo sério aí dentro, um assassinato, Deus me livre! Me ajude, ajude eles!

Os dois homens se entreolharam, não poderiam deixar que algo ruim acontecesse a uma moça tão boa e a uma criança inocente. – Tudo bem, vamos entrar.

Um deles arrombou a porta e Verônica entrou em disparada na casa. – Lucy! Jake! – Ouviu um grito abafado e seguiu o som, os dois seguranças foram junto, mais uma vez o som de grito abafado, o coração de Vero se contraía, ela não queria acreditar que isso estava acontecendo.

Mas quando chegou ao local, aparentemente um escritório, Austin estava em cima de Lucy tapando sua boca com uma mão e apertando seu pescoço com a outra.

– Sai de cima dela seu maldito! – Vero gritou.

– Ah, essa daí que é sua puta? Você pediu socorro a ela? – Ele sorriu como um louco. – Você vai fazer o quê putinha da Lucy?

– SAI DE CIMA DELA CRETINO! – Vero puxou o revólver e apontou para o homem, ele arregalou os olhos e soltou Lu, que continuou no chão com as mãos no pescoço e tossindo. Logo os dois seguranças o seguraram e ele esperneava como um animal irracional.

Vero correu para ajudar sua amada e seu sangue ferveu ao ver as marcas de agressão pelo corpo da mais nova, mas antes que pudesse dizer ou fazer qualquer coisa um corpinho se chocou contra o seu.

– Tia Vero! – Jake a agarrou com toda força de seus braços magrinhos.

– Jake! – Ela o segurou, mas ao olhar o rosto do menino um ódio descomunal tomou conta do seu corpo, ele estava com um machucado no olho. – O que foi isso Jacob? – Vero perguntou séria.

– Eu tentei ajudar a mama, mas ele me bateu e eu caí... – O menino disse entre lágrimas.

Nesse momento ela deixou o revólver com Lucy e partiu para cima de Austin o tirando das mãos do segurança e o derrubando no chão, Verônica sentou no abdômen do homem e encheu seu rosto de socos, ele tentava se defender, mas às vezes, quando estamos tomados por emoções fortes, como o ódio, adquirimos uma força fora do comum.

Quando cansou, ela o segurou pelo colarinho e disse bem perto do seu rosto ensanguentado. – Você nunca mais vai encostar um dedo sequer neles, entendeu?! – Ele não respondeu. – Entendeu, desgraçado?! – Austin assentiu com dificuldade. – Se chegar perto deles novamente eu te mato! – E o largou no chão, ela foi em direção à Lucy e Jake e os três ficaram abraçados até a chegada da polícia.

A madrugada foi longa, depoimentos, exames, hospital, delegacia, testemunhos, os seguranças ficaram a favor de Lucy e Vero, e Austin foi preso, e por volta das quatro da manhã Verônica levou os dois para seu apartamento, pegaram algumas roupas e pertences e foram.

Se segurando ao máximo para não chorar e com o coração dilacerado, Vero deu um banho em sua menina com todo carinho do mundo, Jake olhava a cena sonolento, mas não ousava dormir sem ter certeza de que sua mãe estaria completamente bem. A médica carregou a moça para cama e a pôs para dormir.

– Dorme agora minha princesa, descansa. – a mais velha deixou algumas lágrimas escaparem e Lu as enxugou.

– Desculpa te envolver nisso meu amor, eu sinto muito.

– Você não tem que se desculpar de nada, você é a vítima, mas agora eu quero que descanse bastante, quando estiver disposta vai me contar o que aconteceu. – Lu torceu um pouco a boca. – Lulu, eu te amo, e quando eu te quis, quis tudo que vinha junto, eu quero você inteira, com todos os seus fantasmas e problemas, agora eles são meus também.

– Eu te amo tanto! – Lu abraçou Vero, ainda chorou um pouco, mas logo pegou no sono, estava extremamente cansada. Jake beijou sua testa e subiu no colo da médica.

S.M.: Asleep – The Smiths

Depois que deu banho no pequeno e o pôs para dormir, Vero pôde pensar com mais clareza sobre toda aquela loucura, embrulhou seu estômago imaginar quantas vezes aquele miserável encostou em Lucy e Jake, suas lágrimas desceram mais uma vez, mas ela as enxugou quando ouviu um barulho vindo da varanda.

– Jake? – Ela foi até o menino que havia aberto a porta da varanda e estava levando um belo banho de chuva, o temporal era tão forte, que apesar de já ser dia, ainda parecia de noite. Mas ele parecia não ter medo, estava de costas olhando o céu, usando apenas meias de bolinhas e um calção curto.

– O que está fazendo na chuva campeão? – Ela o pegou no colo, trancou a porta da varanda e o levou para o banheiro para tirar suas roupas molhadas e seca-lo, devagar ela passava a toalha pelo corpo magrinho, ele não dizia nada, parecia perdido em seu próprio mundinho, então com o menino ainda enrolado no tecido ela caminhou com ele lentamente pela casa o ninando. – Porque estava na chuva? Hum? – Beijou sua testa.

– Porque ele me odeia tanto? – Ele perguntou de repente.

– O quê?

– Meu pai, ele me odeia, ele também não gosta da mama... – O pequeno fungou. – Se eu não existisse a mama podia ir embora, e nunca mais ele ia machucar ela... – Vero segurou o choro.

– Eu não sei porque ele não gosta de você ou da sua mãe meu amor, mas isso não é culpa sua e nem dela, de jeito nenhum.

– Mas se não fosse por mim a mama já podia ter ido embora, eu ouvi ela e o vovô conversando. – O menino olhou para ela com os olhinhos vermelhos.

– Você não pode pensar assim, sua mãe te ama demais, e não ter você para ela seria muito doloroso, ela iria sofrer mil vezes mais. – Jake assentiu e encostou a cabecinha no ombro dela, suas lágrimas ainda brotavam e escorriam pelo braço da médica.

– Eu não entendo, a Bel disse que um papai sempre gosta do filho... – Sua vozinha embargada dilacerava o peito da mulher e ela deixou algumas lágrimas caírem, antes de o abraçar mais apertado e começar a dançar lentamente com o menino.

– Eu não sei como alguém pode não gostar de um menino tão incrível, doce e especial, mas se te basta, saiba que eu amo você Jacob Vives, amo muito!

– Também amo muito você mamãe... – Vero sorriu em meio a um soluço.

– Eu não vou deixar ninguém te machucar meu amor, nem sua mãe, nunca mais... – Ela soluçou discretamente mais uma vez.

– Eu quero ficar com você, não quero voltar pra lá...

– Vocês não vão, vão ficar aqui comigo, custe o que custar.

A médica caminhava pela casa com o menino, numa dança suave e triste, e ao mesmo tempo em que o confortava, buscava nele paz, conforto para seu coração também, saber que uma criança sofria a ponto de não querer existir era assustador e doloroso demais para ela, mas ela não o deixaria mais chorar de tristeza, estava decidida a dar tudo de si para curar as feridas dessas duas pessoas que ela aprendeu a amar mais do que tudo no mundo.

Ao perceber que o menino já havia dormido pôs seu pijama e o colocou na cama junto com Lucy, e foi até o banheiro social, se trancou lá e chorou copiosamente, por sabe-se lá quanto tempo, Vero só queria pôr pra fora toda aquela angústia, aquela sensação ruim, só de imaginar por quanto tempo os dois haviam sofrido nas mãos daquele homem... Quando seu corpo não aguentou mais ela levantou com certa dificuldade, também estava muito cansada, e foi até o quarto.

Observou os dois dormindo tranquilamente em sua cama e um sorriso triste brotou de seus lábios, Vero subiu no colchão e engatinhou até eles, deu um beijo na testa de cada um e deitou, Jake ficou entre as duas, protegido pelo amor incondicional que aquelas duas mulheres tinham por ele. Verônica percebeu que tinha formado sua família, e lutaria com todas as suas forças para protegê-la.

_______________________________________

Foi phoda né? Eu sei, chorei pra kct quando escrevi a última parte, chorei revisando e chorei agora depois de ler de novo, mas agora as coisas vão melhorar para eles, acreditem.

No próximo tem Camren e coisas importantes acontecendo também.

Beijocas, fiquem com Deus, amo vocês!
❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️

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