Hey guys! Tudo bem? Espero que sim!
Segue o capítulo 28, a partir daqui as coisas vão começar a evoluir, mas aos poucos, e com muita doçura, como a fic sempre foi.
Beijocas, amo vocês! 😘😘😘
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Camila
O mês de fevereiro chegou num piscar de olhos e o frio de New York parecia ainda mais severo, o Central Park sempre vazio era sinal disso, ninguém se arriscava a sair e congelar até os ossos, mesmo com agasalhos.
Descobri que Lo tinha medo de morrer congelada tadinha, não tinha muita lógica, pois estava sempre muito bem protegida, exageradamente, devo acrescentar, e o aquecimento sempre ligado, mesmo assim ela não podia deixar de pensar na possibilidade disso acontecer.
Passei quase janeiro inteiro tentando fazê-la sair mais de casa, não queria nem ir aos ensaios, mas com jeito, muita paciência e amor, ela conseguiu superar esse medo algumas vezes, só que ontem à noite tivemos uma bela nevasca.
Lo dormiu aqui em casa e Chris na Ally, enquanto que a Sofi dormiu na casa da Nina, minha irmã insistiu que minha namorada e eu tínhamos que ter mais tempo sozinhas, acho que ela tem razão, pois com nossos irmãos o mês passado inteiro de férias e com a aproximação da estreia, quase não fizemos nada só nós duas.
Só que hoje, domingo, tínhamos combinado de irmos todos ao boliche, mas mais uma vez a neve frustrou nossos planos, então ficamos exatamente onde estávamos, pois no jornal disseram que não pararia de nevar até amanhã à tarde.
- Se comporte direitinho, obedeça a Ally e não brigue com a Bel.
- Eu sei Loli, não se preocupa, eu vou ficar direitinho. – E eu só ouvindo o jeitinho lindo que ela dava instruções ao irmão.
- Se quiser ir ao banheiro peça, lave bem as mãos, e escove os dentes. – Ela enfatizou a última frase.
- Eu vou escovar, tia Ally disse que se eu não escovar não vou ver desenhos.
- Muito bem. Boa noite Chris, eu te amo muito.
- Também te amo muitão Loli. Te amo mama Camila!
- Também te amo meu lindo! Dorme bem! – Respondi rindo e eles desligaram. Laur me abraçou pela cintura e se aconchegou no meu corpo, estávamos no sofá vendo séries, debaixo de um edredom bem quentinho, mas demos pausa quando Lo quis ligar para o Chris pela terceira vez.
- Amor, se importa se eu ligar pra Sofi de novo? Eu esqueci de dizer algo a ela.
- Nem um pouco anjo, eu vou lavar esses pratos. – Ela levantou e pôs um casaco comprido, não precisaria, pois o meu aquecimento é muito bom, mas fazer o quê? Então pegou a louça onde jantamos.
- Não precisa cariño, deixe lá, depois eu lavo.
- Não tem nada de mais, eu lavo rapidinho e volto pra cá.
- Mas eu vou ficar com frio... – Fiz manha.
- Quer que e-eu pegue uma manta pra você? – Lo me olhou com os olhinhos preocupados.
- Não, eu quero você me esquentando... – Fiz bico e ela riu.
- Eu... E-eu preciso lavar os pratos. – A carinha aflita dela me dizia que estava difícil ignorar esse TOC, então caprichei na expressão dengosa, só para ver se algo a faria superar essa barreira, pelo menos momentaneamente.
- Tô com frio dengo... – Me encolhi embaixo do edredom.
- Oh meu Deus... – Ela mordeu o lábio inferior. – E-eu vou deixar os pratos lá e volto correndo! – Lo saiu rapidamente da sala, será que vai conseguir deixar os pratos sem lavar na pia?
Em se tratando de qualquer outro casal isso seria motivo de briga, mas se ela apenas deixasse os pratos lá, sem lavar, me deixaria extremamente feliz.
- Pronto. – Lo se aconchegou em mim, voltou rápido mesmo, acho que conseguiu.
- Conseguiu meu amor, estou orgulhosa de você! – Beijei seu rostinho vários vezes a fazendo rir.
- Eu não iria te deixar passar frio por causa de uns pratos.
- Agora eu sei que você me ama mesmo! – Brinquei e nós rimos alto.
- Você ainda vai ligar pra Sofia?
- Vou falar com ela pelo aplicativo, se não responder eu ligo.
- Ok. – Laur se aconchegou em mim escondendo o rosto no meu pescoço, me protegendo do frio. Coisa mais linda...
Eu: Sofi [19:45]
Lesba Mirim: E aê Lesba mor!! [19:46]
Eu: eu esqueci de te dizer umas coisinhas [19:46]
Lesba Mirim: Aff Kaki, a gente já passou quase quinze minutos no telefone, o que mais você quer dizer?! [19:46]
Eu: Ei, sem malcriação! Eu só quero enfatizar que você se comporte na casa da Nina!
Lesba Mirim: Você já disse isso Kaki 🙄
Eu: O que eu quero dizer com se comportar é não ficar beijando a Nina na frente da família dela, e pelo amor que você tem à sua língua Sofia Cabello, não vá transar com a menina na casa dela, vocês não estão namorando ainda e a família dela sequer sabe que estão ficando.
Lesba Mirim: Minha filha, nem que eu quisesse fazer alguma coisa, a Nina é jogo duro demais!
Eu: Mesmo assim, quero que tenha cuidado, Mani disse que você é a primeira menina com quem ela fica, ela precisa de tempo pra se acostumar e pra preparar a família dela, não faça nada que atrapalhe isso.
Lesba Mirim: Eu sei Kaki, vou me comportar, prometo. Tudo que eu menos quero é prejudicar a Nina, eu gosto mesmo dela.
Eu: Sei que gosta dela, por isso vocês duas têm todo meu apoio, e da Lo também! 😊
Tirei uma foto minha e de Lauren e enviei para Sofi.
[Foto]
Lesba Mirim: Aê Loren, pega leve com a minha irmãzinha! Deixa a preciosa dela descansar um pouquinho, deve tá toda assada, sua tarada! 😆😆
Eu tive que mostrar a última mensagem da minha irmã para Lauren, e quando ela viu seus olhos se arregalaram, eu não aguentei e caí na gargalhada, minha namorada ficou bem envergonhada.
-É só brincadeira dela amor, não liga. – Beijei sua bochecha vermelha.
Eu: Deixa minha namorada em paz sua pervertida! Vou nessa, boa noite, te amo! 😘😘
Lesba Mirim: Kkkkkkkkkkk boa noite, amo vocês! ❤️❤️
Bloqueei o celular e estiquei o braço para o colocar na mesinha de centro, mas ao me virar para Lauren percebi minha namorada com a cara emburrada mais linda do planeta!
- Que foi? – Beijei seu bicão.
- S-sua irmã às vezes é pior que a Vero e a Dinah juntas!
- Ela só estava brincando Lo, esquece isso.
- Eu não sou tarada! E-e eu nunca machuquei sua, sua p-pre... Eu nunca machuquei você! – Ela disse realmente chateada, mas logo sua expressão mudou para preocupada. – Ou machuquei?
- Claro que não cariño! – Sorri lhe dando beijos carinhosos pelo rosto. – Às vezes pode ficar intenso, mas não chega a machucar.
- Jura? – Ela perguntou com um meio sorriso, morre de medo que eu me machuque, ou pior ainda, ser responsável por isso.
- Juro, você é carinhosa demais, eu só posso amar o que me faz sentir... – sussurrei a última frase, essa conversa está ficando séria.
- Eu... te faço sentir bem... – Ela sorriu fechando os olhos e cheirou meu rosto.
- Demais... – Ajeitei meus óculos no rosto e Lo arregalou ligeiramente os olhos.
- Camila, eu... E-eu acho que não quero mais ver essa série.
- Eu também não estou mais muito interessada nela. – desliguei a TV, beijei o pescoço dela e senti seus pelos se arrepiarem na minha boca.
Sem dizer nada Lauren me abraçou deitando por cima de mim, e retribuiu os beijos no meu pescoço colocando a coxa entre minhas pernas, eu gemi baixinho e arranhei sua costas levemente a fazendo ofegar, a cada dia que passa ela está mais solta comigo, isso me deixa feliz de uma forma que eu não consigo explicar, porque há alguns meses ela mal podia me beijar sem ficar envergonhada e se sentir culpada, e agora estamos aqui quase fazendo amor no sofá!
- Lauren... – ofeguei quando ela sugou meu pescoço de leve e pressionou meu sexo com mais vigor. Afastei mais as pernas para aumentar o contato e nós iniciamos um beijo lento, gostoso e quente, mas muito terno também.
Quando não era possível mais respirar Lo espalhou beijos carinhosos pelo meu rosto e ofegou no meu pescoço, eu a apertei mais em meus braços e rebolei na perna dela, acabamos gemendo juntas.
- Eu te amo tanto... – Ela sussurrou no meu ouvido me arrepiando a pele inteira.
- Também te amo muito Lo... – Eu gemi, não aguentava mais, eu precisava dela mais perto, então me esforcei para começar a tirar nossas roupas.
Lauren sentou nos meu quadris apoiando os joelhos no sofá e eu sentei puxando sua blusa para cima, ela ergueu os braços e nos livramos do tecido, estava sem sutiã por baixo, eu sorri e ela ficou vermelha, mas me deixou beijar seus seios carinhosamente, enquanto eu acarinhava e arranhava suavemente suas coxas por baixo da cueca boxer preta que ela usava, eu fico louca quando ela usa apenas camiseta e cueca boxer, acho que ela nem tem noção do quanto fica gostosa assim!
Lo segurou meus ombros enquanto eu me dedicava a beijar e sugar seus seios perfeitos, são tão macios, tão lindos, eu não canso de passar minha língua sobre eles, de sentir sua textura delicada e de arrancar gemidos e suspiros da minha namorada ao fazer isso.
- Camila... – Ela suspirou e eu olhei para cima um instante, sua expressão de prazer era belíssima, de olhos fechados, lábios entreabertos, totalmente entregue, eu sorri e a puxei delicadamente pela nuca para mais um beijo enquanto ela puxava minha blusa para cima timidamente, deixei que a tirasse, eu também estava sem sutiã, e ficamos apenas com as roupas íntimas de baixo, eu usava algo parecido com ela, mas no meu caso era uma calcinha boxer.
Deitei no sofá sorrindo manhosamente para ela, Lo ficou sentada me olhando, com um sorriso bobo e ao mesmo tempo nervoso, apesar de estar bem mais a vontade, ela nunca perde esse jeitinho, e eu não quero que perca nunca, eu amo demais isso nela.
Arrastei minhas mãos pelos seus braços e trouxe suas mãos frias para os meus seios me arrepiando ao ser tocada por elas, e a fiz os massagear lentamente, sorri safada e ela entreabriu os lábios, completamente perdida no movimento de suas mãos no meu corpo.
Suas mãos levemente trêmulas se arrastaram pela minha cintura, com as pontas dos dedos ela tateava minha pele, como se decorasse cada pedacinho, cada curva do meu corpo, me comove demais a adoração com que seus olhos me admiram, eles parecem me venerar, como se eu fosse algum tipo de deusa ou rainha, confesso que me envaidece ter esse tipo de olhar sobre mim.
Mas Lauren não fica para trás, eu nunca serei capaz de descrever com precisão o quanto o corpo da minha namorada é lindo e perfeito, tudo nela me faz desejar tê-la em meus braços a todo instante, seus lábios carnudos e róseos, seus lindos cabelos negros ondulados, sua pele branquinha de porcelana, e sobretudo os olhos, ah os olhos! Meu Deus, quantas vezes já me perdi nesse olhar penetrante? Ela jamais faz de propósito, e mesmo assim me prende em seus lindos olhos verdes tão facilmente quanto me apaixonei por ela.
- Vem cá meu amor! – sorri puxando seu corpo para deitar-se por cima do meu, sua pele estava tão quente, talvez tanto quanto a minha.
Ela me beijou e suas mãos corajosas puxavam o tecido da minha calcinha para baixo, sorri entre o beijo e ousadamente enfiei as mãos dentro da sua cueca boxer para apertar sua bunda.
- Camila! – Ela ofegou e acabou puxando minha calcinha com mais força. Com certo esforço nos livrei das roupas íntimas e ela deitou por cima novamente, e pude me deliciar com o som do seu gemido ao sentir nossos sexos se tocarem.
Nossos quadris iniciaram uma dança lenta e deliciosamente dolorosa, a abracei possessivamente enquanto Lauren segurava minha coxa com a mão direita, aumentamos o ritmo um pouco e ela ergueu minimamente o corpo se apoiando no cotovelo esquerdo, só para poder me olhar nos olhos.
- Oh Lauren! – A olhei enquanto acariciava suas costas, sentindo sua respiração quente no meu rosto, e seus olhos escuros de desejo penetrando os meus sem pudores nesse momento.
Sem que pudéssemos evitar rebolamos mais forte, mais rápido, Laur encostou sua testa na minha, erguendo mais minha coxa em sua cintura, sem nunca tirar seus olhos dos meus, seus cabelos caiam sobre seu rosto e sobre o meu, os ajeitei carinhosa e lhe dei um selinho demorado, sendo imediatamente correspondida.
Eu sentia agora o prazer se acumulando em grande quantidade, não podia mais controlar meus gemidos e suspiros, minha namorada ofegava e gemia bem rente ao meu ouvido, me enlouquecendo de tesão, nossos corpos balançavam em movimentos incessantes, e eu já podia sentir o suor se formando em nossas peles, se misturando com o líquido que brotava a todo instante dos nossos sexos, nos excitando absurdamente.
- Oh! – Gemi alto quando ela apertou minha coxa mais forte, e sem me conter espalmei suas nádegas em minhas mãos.
- Camila! – Ela gemeu longa e manhosamente, foi como música para meus ouvidos, meu sexo se contraiu fortemente, e apesar de querer prolongar o prazer o quanto fosse possível, meu corpo implorava pelo ápice.
- Laur! Mais forte amor... Mais... – Eu gemia quase em súplica e sentindo a mesma necessidade que eu, Laur escondeu o rosto no meu pescoço, apoiou os braços no sofá e atendeu meu pedido com maestria. – Oh Deus! – Agarrei sua cintura com força e afastei as pernas o quanto pude, estávamos perto, não duraríamos muito mais.
- Oh, Camila! Porra! – Ela gemeu alto e atingiu um dos orgasmos mais intensos até agora, nos prendemos uma à outra com força, tremendo, gemendo, seus músculos tensos, eu não conseguia solta-la, estava bom demais ali, mas eu ainda não havia atingido o ápice.
Lo relaxou o corpo e me olhou. – Camz, você não...
- Não, mas não tem problema.
- Tem sim, desculpe, eu fui egoísta.
- Acontece amor.
- Pode ser, mas você merece meu melhor. – Lo sentou sorrindo timidamente.
- O que quer dizer?
- V-você poderia sentar por favor? – Sorri e fiz o que ela pediu, apoiando as costas numa almofada no braço do sofá. Lentamente Lo se aproximou e beijou a parte interna das minhas coxas com um carinho que me fez suspirar. Ela não vai fazer o que estou pensando... Ela...
- Lo você... Ah Deus! – Joguei a cabeça para trás quando ela deu o primeiro beijo na minha intimidade. – Lauren... – Mordi o lábio inferior com força, minha cabeça girava, eu mal podia acreditar, ela estava me fazendo um oral! Um maravilhoso oral, preciso dizer.
Ela sugava meus lábios menores, prendia meu clitóris entre os lábios, passava a língua rapidamente sobre ele, e o sugava deliciosamente, nossa! Eu acho que ela prestou bastante atenção no que eu faço, porque isso está gostoso demais!
- Laur... – Eu gemia manhosa enquanto ajeitava seus cabelos e acarinhava suas costas com o calcanhar, ela foi um pouco mais rápido, parecia gostar dos sons que eu emitia. – Eu te amo... Te amo... – Sussurrei e ela sugou mais forte. – Ah! – Gemi mais alto, meus quadris se moviam sozinhos, eu mexia as pernas inquietas e ela as segurou com carinho. – Ai amor! Aaaaah... – E eu atingi o orgasmo, Deus do céu! Eu quero um oral desses todos os dias! Ela é incrível!
- Ai Lauren... – ofeguei exausta quando finalmente consegui parar de tremer. – Meu Deus, você... Nossa, foi incrível amor... – Eu sorria, provavelmente com a cara mais idiota e feliz do mundo. Eu deitei e ela engatinhou beijando meu corpo com devoção, para logo depois deitar por cima de mim.
- Foi bom mesmo? - Me perguntou ainda incerta.
- Meu amor, foi o melhor oral da minha vida! - E nós rimos. - Mas está tudo bem pra você? Digo, você sabe que me beijou lá, lá embaixo...
- Tudo bem, com você eu me sinto à vontade demais. Você... é muito cheirosa aí também. - Ela riu e seu rosto ficou extremamente vermelho, gargalhamos alto, e apesar do momento de brincadeira, eu sabia que esse era um passo gigante para Lauren.
A beijei delicada e Lo deitou a cabeça manhosa no meu peito, ficamos ali durante algum tempo, mas ela fez questão de que vestíssemos as roupas por causo do frio para depois irmos direto para o banho, só que quando terminamos comecei a rir de repente, me lembrando de algo.
- Que foi? – Laur me fitou e beijou minha bochecha.
- Não sabia que falava palavrão durante o sexo. – Beijei seu queixo com uma expressão levada e ela arregalou os olhos.
- E-eu não falo! Eu falei...? – Ela franziu o cenho confusa, eu não sei se fica mais bonita com essa carinha ou com a carinha de boba, não consigo me decidir.
- Sim, e eu adorei... – mordi o queixo de Laur e ela corou, mas me lançou um sorriso tão bonito e radiante que eu até me emocionei, e antes que eu pudesse dizer algo ela levantou comigo em seus braços de repente, as aulas de natação estão fazendo efeito!
- Lo! Eu vou cair sua doida! – Sorri e enlacei as pernas em sua cintura e os braços em seu pescoço, parecendo um coala amedrontado.
- Não, eu não vou deixar! – Ela disse com uma confiança que poucas vezes senti em sua voz, ela estava mudando, mais segura, mais forte, mais feliz, e isso era, consequentemente, a minha felicidade também.
- Você fica mais linda a cada dia que passa sabia? – me afastei um pouco para olhar seu rostinho feliz, e sorri franzindo o nariz e com a língua entre os dentes.
- Não mais do que você, e-esse jeitinho de criança que você tem as vezes só me faz sentir ainda mais trouxa! – Laur me olhou de um jeito tão apaixonado, senti meu rosto esquentar absurdamente, eu nunca amei alguém com tanta intensidade, nunca vi tanto amor emanando dos olhos de alguém, por mim! Foi quando ela fez algo que eu não esperava.
She's got a smile and It seems to me... – Lo cantou devagar, eu conhecia aquela música.
- Não Lo, você não vai fazer isso! – Ri alto, meu rosto estava pegando fogo, ela deu para ser mais espontânea e eu amo que seja assim, mas as vezes me pega tão de surpresa que eu fico encabulada.
Reminds me of childhood memories... – Ela continuou lento e tão lindo que senti as lágrimas enchendo meus olhos.
Where everything was as fresh as the bright blue sky – Deitei a cabeça em seu ombro e ela começou a dançar devagar.
Now and then when I see her face
She takes me away to that special place
And if I'd stare too long
I'd probably break down and cry – rimos juntas, sabíamos que essa última frase combinava perfeitamente com o fato de Lo ser muito emotiva.
Oh, oh, oh
Sweet Child of mine
Oh, oh, oh, oh
Sweet love of mine – Ela me encarou e eu cantei junto com ela o refrão
Oh, oh, oh
Sweet Child of mine
Oh, oh, oh, oh
Sweet love of mine...
(*) Sweet Child of Mine - Guns n' Roses
- Te amo mucho mi cielo... – Lauren falou em espanhol no meu ouvido e eu suspirei, descobri que a freira que a criou no orfanato, Irmã Isabel, a ensinou.
- Te quiero más cariño... – Ela sorriu tímida e me beijou devagar, aos poucos fui descendo de seus braços, mas não paramos o beijo, quando não foi possível mais respirar encostamos as testas com os olhos fechados.
- Nós poderíamos tomar um banho quente? – Lo perguntou baixinho.
- Eu acho que é uma grande ideia, mas... Que tal se fosse de banheira? – Sorri e ela assentiu.
Tomamos o banho juntas, fiz massagem nas costas dela e ela nas minhas, conversamos e trocamos inúmeros beijos e carinhos, fizemos amor, mas mesmo que nada acontecesse, nosso amor não se resume apenas a sexo, também há muito companheirismo, carinho, apoio, cumplicidade, proteção, e, sobretudo, gostar da estar juntas, eu amo com todas as minhas forças estar com Lauren, fazendo seja lá o que for.
- Seus olhos estão pesados... – passei o dedo delicadamente sobre seu nariz e ela riu, já estávamos na cama e Lo lutava contra o sono.
- Deixa eu te olhar, só mais um pouquinho... – Ela disse sonolenta e dessa vez eu ri.
- Dorme amor, você está cansada. – Beijei sua testa e a aconcheguei melhor em mim.
- Até amanhã então anjo... – Ela bocejou. – Te amo.
- Também te amo. – Eu também estava com bastante sono e dormi rapidamente.
Acordei de madrugada com frio, quis levantar para aumentar a temperatura do aquecedor, mas franzi o cenho ao notar que Lauren não estava na cama, achei que tivesse ido ao banheiro, mas tomei um susto ao escutar um barulho de vidro quebrando, foi muito baixo e eu deduzi que viesse da cozinha.
Levantei e calcei meus chinelos para ver o que havia acontecido, quando cheguei na cozinha vi minha namorada apanhando os cacos de algo que deduzi ser um prato, ela levou um tempinho para notar minha presença, mas arregalou os olhos com o susto quando me viu.
- C-camila?!
- Deixa eu te ajudar. – Fui até a área de serviço e trouxe uma pazinha e uma vassoura, apanhamos tudo e jogamos na lixeira de recicláveis que ela me incentivou a comprar semana passada. – Você veio lavar os pratos. – Afirmei, mas meu tom não era de acusação, mesmo assim vi que Lauren ficou envergonhada.
- S-sim, e-eu acordei de madrugada e lembrei dos pratos... Eu não pude esquecer, desculpe, eu não consegui... – Ela mordeu o lábio inferior para impedir seu queixo de tremer.
- Não precisa ficar assim, eu sei que tentou o quanto pode. – me aproximei e ela se afastou olhando para o chão, seu corpo dava leves espasmos e foi o suficiente para partir meu coração. – Lo...
- Eu não mereço...
- O quê? Não, não fala assim...
- E-eu não consigo nem m-manter uma promessa para a mulher que eu amo, eu não m-mereço você Camila...
- Não! – A fiz olhar para mim, tive vontade de chorar com sua expressão dolorida, mas me mantive firme. – Você foi muito bem hoje, conseguiu ficar horas sem lembrar dos pratos, conseguiu até dormir, é um passo enorme meu amor, não pense que não!
- E-eu devia ter me segurado mais, mas você n-não sabe o inferno que foi ficar rolando na cama t-tentando não vir até aqui, e-e a angústia que ainda estou sentindo por ter vindo!
- Eu sei sim! Sei que o quanto sofre com isso meu amor, eu sinto! – A abracei apertado. – Mas você conseguiu até aqui, e eu estou orgulhosa! – Lo fungou algumas vezes e assentiu devagar no meu pescoço. – Hoje você conseguiu algumas horas, amanhã um pouco mais, e assim por diante, sabe que não vai parar com os TOC's de uma hora para outra, não sabe?
- Sei... – Sua voz rouca soou um pouco mais alta que um sussurro.
- Será aos poucos, mas você vai conseguir.
- Eu sei, m-mas eu queria poder provar pra você que eu era capaz.
- Mas você provou! – Nos olhamos e ela sorriu meio de lado.
- Um dia... – Ela baixou o olhar por uns instantes. – Um dia e-eu consigo?
- Esse dia vai chegar, acredite nisso, porque eu acredito em você, com todo meu coração. – Lauren me olhou e me apertou em seus braços.
- Você é m-mesmo um anjo meu amor.
Lauren
Fevereiro estava quase indo embora, e junto com ele as nevascas, mas continuava frio e nevando de qualquer forma, e às vezes chovia, eu estava sempre muito bem agasalhada e mesmo assim não conseguia me convencer de que era suficiente, mas eu vou fazer de tudo para não pensar nisso, hoje é um dia muito importante.
Vamos apresentar o musical quase completo para os patrocinadores e alguns convidados especiais, entre eles, Vero, Lucy, Nina, Sofi e Louis, as crianças quiseram vir, mas têm escola e também as roupas e cenários não estão todos prontos, não seria tão mágico para eles quanto nós queremos que seja, então dissemos que seria apenas um ensaio geral, e não deixa de ser, o que não contribuiu em nada para amenizar meu nervosismo.
- Isso meu amor, respira fundo... Comigo... – Camila tentava me acalmar segurando minhas mãos, mas ela também mesma estava bastante ansiosa, e ao mesmo tempo muito feliz, assim como todos aqui.
- E-eu acho que não vou aguentar. – minha respiração falhava e eu tinha vertigem a cada dez minutos.
- Tomou o remédio?
- Sim, mas não está adiantando muito.
- Eu vou ligar para a Doutora Moore.
- Eu já liguei, ela disse p-para tomar meio comprimido daqui há meia hora.
- Consegue aguentar mais meia hora então?
- T-talvez, eu não sei...
- Ei, vem cá... – Camila me fez sentar entre suas pernas na linda poltrona vermelha de seu camarim e começou a massagear meus ombros. – Nossa amor, você está muito tensa!
- Eu sei, mal consigo mexer os ombros, m-meu pescoço dói demais.
- Eu vou dar um jeitinho nisso. – Ela deu um beijinho na minha nuca e esticou o braço para pegar algo, em poucos segundos senti suas mãos com um óleo quente no meu pescoço.
- O que é isso?
- Um óleo de massagem, camomila. – Ela afastou o tecido da minha blusa e apertou meus ombros com carinho, mas eu senti vontade de rir e não consegui segurar por muito tempo. – Que foi?
- N-nada, eu sou muito idiota, deixa pra lá.
- Ah não, agora eu fiquei curiosa! – Ela parou a massagem e me balançou de leve.
- É que só mesmo algo chamado camomila p-pra me acalmar. Entendeu? Camomila, Camila. Eu sou uma idiota, desculpa. – Pedi quando ela não disse nada, mas então minha namorada caiu na gargalhada.
- Ai meu Deus Lo, eu não sabia que minhas piadas ruins eram contagiosas! – Ela ria e eu acompanhei.
- É a convivência.
- Está dizendo que minhas piadas são ruins? – Ela me fez cócegas.
- N-não Camz, suas piadas são muito engraçadas! – Eu tentava segurar suas mãozinhas, mas elas são muito ágeis.
- Muito bem, só quem pode acha-las ruins sou eu. – Ela abraçou minha cintura e beijou minha bochecha várias vezes.
- Você é m-mesmo uma ditadora, não posso nem expressar minha opinião? – Brinquei e com certo esforço, porque meu pescoço ainda doía, olhei para ela.
- Que seria... – Camz arqueou uma sobrancelha.
- Suas piadas são muito... Boas, hilárias. – Forcei um sorriso e ela gargalhou me enchendo de beijos onde seus lábios alcançavam. Ela conseguiu mais uma vez, me acalmou, deixou tudo bem mais leve e bonito. Camila terminou minha massagem e no final me deu um beijo na boca, então tomei meu remédio como recomendado pela minha médica.
- Eu vou olhar os bailarinos, daqui há pouquinho volto pra fazer minha maquiagem. Você vai ficar bem? – Levantamos da poltrona.
- Sim, vou olhar a mesa de som e ver como Tommy e Sally estão indo. – Nos beijamos mais uma vez, mas percebi minha namorada preocupada, parecia querer me dizer algo. – Algo errado amor? – Ela me olhou por alguns segundos e pressionou os lábios, mas logo sorriu.
- Não, está tudo bem. Eu vou olhar as meninas. – Ela sorriu novamente, me deu um selinho e foi.
Mesmo tendo dito que não havia nada, eu a percebia travando uma batalha interna, parecia em grande dúvida sobre alguma coisa, mas imaginei que tivesse a ver com as coreografias do espetáculo, ela é muito perfeccionista quando se trata do seu trabalho, e devo dizer que realiza tudo com maestria, não é a toa que Camila é uma das melhores bailarinas e coreógrafas de New York. Seja o que for ela vai conseguir resolver, minha Camz é incrível!
Subi as escadas em direção ao mezanino, onde ficava a sala de som, e encontrei Tommy e Sally organizando os as mesas.
- Tudo pronto Laur, só falta o Peter chegar com os benditos microfones, já faz mais de meia hora e nada! – Ele se irritou no final.
- Tinha que ser o embuste. – Sally bufou e Tommy riu.
- Tudo bem, eu vou buscar, ele nunca foi de muita ajuda mesmo. – Sorrimos e eu desci em direção ao almoxarifado, onde guardamos todos os insumos do espetáculo.
Quase chegando ao meu destino resolvi passar antes na copa para pegar minha caneca de café que havia lavado e deixado para secar, o dia hoje estava uma correria só e eu não tive tempo antes, mas não cheguei a entrar no local, porque ouvi a voz do Peter falando ao telefone, parecia exaltado.
- Eu não vou! – Fez uma pausa. – Não adianta, está decidido... – Mais uma pausa, desta vez bem mais longa. – Ok, eu sei... Eu sei, tudo bem, amanhã então, mas não garanto nada. Sim, mas descobri pouco. Até mais. – Ele provavelmente desligou a ligação, e eu fingi que acabava de entrar na copa.
Ele me olhou cerrando minimamente os olhos, eu não dei muita atenção, passei por Peter, peguei minha caneca e já ia saindo quando ouvi sua voz irritante.
- Ouvindo atrás da porta Jauregui?
- Nem todo mundo é assim. – Forcei um sorriso e ele tornou a falar.
- Está insinuando alguma coisa? – Camila me falou que desconfiava dele no episódio antes do Natal, e eu acho que minha namorada tem razão, senão por qual outro ele apareceria na portaria do prédio dela justamente naquele dia? Por isso eu prestei queixa semana retrasada, mas não tenho muita esperança de que vão descobrir algo.
- Eu não, você está escondendo alguma coisa? – O olhei séria, direto nos olhos, sem hesitar, aprendi essa com a Vero.
- É claro que não! – Ele ficou vermelho e saiu irritado, eu não vou deixar esse rato me intimidar, ele pode pagar homens truculentos para fazer seus serviços sujos, mas quando está só não é corajoso. Agora eu vejo o quanto o amor de Camila, e ama-la, me deixou bem mais forte.
Sorri e guardei minha caneca na mochila, fui até o almoxarifado buscar o benditos microfones, e quando entrei na sala com eles Tommy e Sally suspiraram aliviados, e nós fomos colocá-los em Harry e nos cantores do pequeno coro de backing vocals.
- Ai mulher tu tá me espetando! – Harry reclamou com Sally, que riu pela milésima vez, ele é muito engraçado. Estávamos no palco e Dinah terminava de repassar o posicionamento dos bailarinos com Mani, elas estavam muito concentradas e decidimos não atrapalhar.
- Fica calmo, só mais um pontinho e... Pronto! – Ela sorriu.
- Vamos testar. – Fiz sinal para o Tommy que já estava na sala de som e podia nos ver através do vidro, e ele ligou o equipamento. Era para o Peter estar fazendo isso, mas desde que o vi na copa ele não apareceu mais, não faço ideia de onde esteja.
- Alô som... – Harry falou. – Um, dois, três, testando...
- Mais grave Tommy. – Pedi através do meu microfone, que não precisava ser tão discreto quanto o do Harry e dos cantores.
- When I'm gonna come down... – Harry cantou tão bonito que os bailarinos pararam uns instantes para ouvir.
- Só mais um pouco. – Pedi e Tommy atendeu.
- You know you can hold me forever...
- Perfeito! – Fiz sinal de positivo para o Tommy e ele retribuiu sorridente, estava tudo dando certo. Espero não estragar nada.
- Sally, eu vou ver como a Camila está, vai ficar tudo bem por aqui?
- Claro, vai lá ver sua namorada, está quase na hora e você precisa estar calma e concentrada. – Sally me recomendou, mas ela mesma estava precisando se acalmar também.
- Vai dar certo Sally. – Toquei seu ombro e ela assentiu respirando fundo, mas sorriu e se recompôs.
- Laur, diz pro Rogie que eu preciso retocar? – Harry pediu fazendo bico.
- Claro, digo sim. – Sorri e fui rapidamente em direção ao camarim de Camila, mas ele gritou chamando minha atenção.
- E diz pro Franz que um pontinho do meu paletó soltou! Ai Jesus, eu vou ter um troço antes de subir nesse palco! – Sally ficou lá tentando acalmar o Harry e eu fui depois de dizer um ok para ele.
- Licença, posso entrar? – Abri minimamente a porta, mas pude ver Camila sentada na cadeira enquanto Roger fazia sua maquiagem.
- Entra amor! – Ela sorriu gigante pra mim e eu entrei fechando a porta logo em seguida.
- V-você está muito linda... – Roger criou uma maquiagem belíssima para o espetáculo.
- Sem bitocas por enquanto, por favor, não vão estragar minha obra de arte! – Roger avisou e nós rimos.
- Nem umazinha? – Camz fez bico.
- Não mulher, abaixa esse fogo! – Roger sorriu.
- Rogie, o Harry pediu pra avisar que ele precisa retocar a maquiagem, e pediu pro Franz ajeitar o paletó dele.
- Ajeitar o paletó? O que houve com ele?! – Roger arregalou os olhos.
- Parece que soltou um ponto.
- Virgem Maria! Vou correr atrás desse viado agora mesmo! Não pode ter uma linha fora do lugar! – e saiu correndo porta afora.
Camila e eu rimos, mas logo ela fez uma carinha levada me chamando com o dedo indicador. – Vem cá, vem.
- Camz... O Rogie disse que a gente não pode. – a repreendi, mas já estava rindo.
- Só um, depois eu passo mais batom. – Ela fez um biquinho se esticando.
- Tá bom, mas só um. – Me curvei e lhe dei um selinho rápido.
- Ah Lo, não valeu, foi muito rápido!
- Ok, só mais esse. – Me curvei para lhe dar mais um selinho, mas ela foi mais rápida e segurou minha nuca me dando um beijo um pouco mais forte. – V-você é uma trapaceira sabia?! – Eu sorria.
- Eu sei! – ela riu com a língua entre os dentes e eu me desmanchei. – Me dá aquele batom pra eu retocar antes que o Rogie volte!
Peguei o objeto para ela e Camila retocou o batom vermelho em sua boca perfeitamente, então ela fez sinal para que eu sentasse em seu colo e assim o fiz, antes eu tinha medo de machuca-la sentando sobre suas pernas, ela é tão magrinha, mas descobri que por ser bailarina ela é bem forte, mais até do que essa velha sedentária que vos fala. Mas estou mudando isso, estou quase, praticamente aprendendo a nadar.
- Camz, você está meio distante hoje, tem alguma coisa te preocupando? – Perguntei quando a vi perdida em pensamentos mais uma vez.
- Estou nervosa por causa da nossa apresentação, só isso. – Ela tentou sorrir.
- Tem algo além disso, eu sei. – A olhei e acariciei seus cabelos. – Me fala anjo, talvez eu possa te ajudar.
- Não, não tem cariño, é só por causa das coreografias mesmo. Por falar nisso, preciso resolver umas coisas com a Ally e a DJ. – Ela bateu na minha perna levemente para nos levantarmos, e saímos tomando direções diferentes, não sem antes eu lhe dar um beijo carinhoso na testa.
Aos poucos os patrocinadores iam entrando no teatro e tomando os lugares da frente, eu estava dentro da sala de som com Tommy e Sally, e pude perceber meus amigos chegando junto com aquele monte de gente de paletó e gravata, e sorri um pouquinho mais calma. Continuei olhando as pessoas chegando, quando Sally chamou minha atenção.
- Laur, dez minutos.
- Ok. – assenti e posicionei melhor o microfone na minha boca. – Harry, tudo bem aí embaixo?
- Na medida do possível, eu estou nervoso! – Ele riu.
- Eu também, mas Camila disse que é normal, é nosso primeiro musical.
- Eu sei, vai dar tudo certo, tem que dar!
- Pessoal do coral, em suas posições por favor. – Pedi.
Percebi a movimentação da cortina se fechando e senti um frio enorme na barriga, iria começar a qualquer momento! Foi quando Harry subiu na plataforma elevatória com o piano e ela foi erguida, depois da introdução a plataforma iria descer enquanto ele tocava.
- Cinco minutos pessoal! – Tommy avisou e meu coração batia na garganta, olhei lá para baixo e vi Camila se posicionando com alguns bailarinos, como se fosse combinado ela olhou para cima e sorriu pra mim, eu retribuí e mandei um beijo no ar, que ela pegou e guardou no coração.
- Todos em seus lugares! – Ouvi a voz de Ally no meu fone de ouvido. – DJ ajeita a gola da blusa!
Ao todo o espetáculo teria quatorze canções, a maioria do Elton, é claro, e algumas minhas, espero que as pessoas gostem das que eu fiz, foi trabalhoso e as vezes pensei que não fosse terminá-las a tempo, mas gostei do resultado final, inclusive Ally elogiou muito e Camila achou todas lindas, eu não tinha mostrado as letras até semana passada, era surpresa. Nós decidimos focar o musical mais na carreira dele que na vida pessoal, achamos que o público iria gostar muito mais assim.
- Um minuto! – Ally anunciou. Ai meu Deus!
As luzes foram ajustadas e eu verifiquei a mesa de som pela milésima vez, para ver se não estava nada fora do lugar, tudo nos conformes, ótimo, olhei para os lados e Sally e Tommy sorriram me passando confiança. Respirei fundo.
- Três, dois... – Ally disse baixando a voz e... Foi!
Cortinas se abriram ao mesmo tempo em que eu soltei a primeira canção, um arranjo que fiz com a introdução de I'm still Standing, uma das canções mais dançantes do Elton, porque acima de tudo, e apesar das dificuldades que passou na vida, incluindo problemas com drogas, ele é um cara muito alegre, ele passa isso através de sua imagem, com seus paletós coloridos e óculos extravagantes e tão diferentes, eu amo os óculos do Elton, até comprei alguns parecidos para colecionar.
O corpo de baile, comandado por Camila e Dinah, dançava como nunca, a coreografia era agitada e muito bem estruturada, contagiava com tanta energia que eles passavam ao público. Minha bailarina estava linda, se entregando completamente ao momento, seus movimentos eram impecáveis ao meu ver.
Quando a música terminou logo dei início à segunda, desta vez mais lenta, um arranjo que fiz estendendo a introdução Your Song, primeiro grande sucesso dele, para poder dar condições à ideia de Ally, pôr um garotinho tocando piano no canto do palco, com uma iluminação especial, representando o Elton quando era criança e tinha aulas de piano, com apenas três anos de idade!
Eu não tinha certeza, mas conhecia aquele menino de algum lugar... Meu Deus do céu! Christopher?! Ele estava fingindo tocar piano enquanto uma atriz sorria ao seu lado, representando a mãe do Elton! Mal pude surtar com a surpresa, ele logo levantou do banco e deu lugar a um rapaz que fingia tocar também, mas que logo levantou do banco e a atriz lhe deu um paletó, um chapéu, um beijinho na bochecha, e ele correu para o centro do palco.
As luzes mudaram novamente, e quando vimos esse rapazinho que tomou o lugar do Chris, que era um ator temporário, ainda não havíamos decidido quem faria o Elton adolescente, já estava no meio do palco com uma banda, representando o grupo de blues Bluesology, do qual ele fez parte no início dos anos 1960.
Soltei a canção que fiz, um blues rock bem animado, os “integrantes” da banda tocavam e dançavam, enquanto os bailarinos tornavam tudo ainda mais mágico, acho que até agora estávamos agradando, pois os pessoal na plateia sorria e balançava a cabeça no ritmo na música, digo, acho que estavam sorrindo sim, estava escuro, não conseguia ver seus rostos direito.
Quando a música acabou as luzes mudaram novamente e vários holofotes focaram a plataforma com o Harry, ela foi descendo lentamente enquanto ele cantava e tocava Your Song com uma beleza incomparável, decidi que essa música não teria nada eletrônico, apenas a voz e o piano do Harry, como ele toca bem, escolhemos arriscar. E parece que deu certo.
Assim que a plataforma atingiu o solo, Harry vestiu uma jaqueta de couro, de onde puxou um óculos escuros, e um ator representando Bernie Taupin, grande parceiro de composições do Elton, contracenou com o Harry por alguns instantes, dizendo como a próxima canção iria fazer sucesso, e fez, era Crocodile Rock.
Logo soltei a canção, e confesso que fiquei emocionada, foi a primeira que arranjamos para o espetáculo, lembrei de Camila, de quando ela chamou a atenção dos bailarinos para que não me vissem limpando o piano, dos chocolates que ela me deu, e de quando me ajudou com a porta trancada do teatro, sorri ao lembrar que mal conseguia olhar para ela, era beleza e brilho demais, eu não estava acostumada.
Depois que o Rock do crocodilo acabou, as luzes mudaram novamente criando uma atmosfera que lembrava o espaço, foi quando outros bailarinos iniciaram uma coreografia linda, liderada por Camila, eles tinham tanta leveza, tanta precisão, pareciam realmente flutuar no espaço, e foi o tempo que o Harry precisou para vestir uma roupa que lembrava a de um astronauta, e começou a cantar Rocket Man, canção que dava nome ao espetáculo. Acho que foi uma das partes mais bonitas, e olhe que o cenário ainda não estava completo.
Assim que a música terminou a iluminação mudou e um cenário que lembrava o filme O Magico de Oz foi trazido com uma velocidade incrível, novamente Harry estava sentado ao piano, usando uma roupa parecida com a do espantalho do filme, esse era o momento que o cantor tinha para descansar um pouco para poder dar prosseguimento ao espetáculo, Mani estava vestida de Dorothy, com sapatinhos vermelhos e tudo, minha amiga estava muito linda... A música era Goodbye Yellow Brick Road, por isso esse cenário.
Depois dessa soltei a música que fiz para embalar o momento que eu considerava um dos mais bonitos, quando o coro cantava sozinho para Camila dançar junto com Harry, antes dele começar a cantar Tiny Dancer, a plateia não aguentou e bateu palmas entusiasmada.
Depois dessa veio Don't go breaking my heart, quando a plateia novamente se entusiasmou demais, como a cantora que faria a Kiki Dee ainda não havia sido escolhida, uma das moças do coral cantou essa com ele, e logo depois veio Bennie and the Jets e I'm still Standing em sequência, essa última exigiu demais do Harry e dos bailarinos, então resolvemos colocar mais uma música que fiz com influências africanas, cantada apenas pelo coral, o que daria tempo de mudar o cenário mais uma vez.
Nesse momento Harry entrou junto com os bailarinos num ambiente de savana africana, cantando Can you feel the love tonight, da animação O Rei Leão, quando Elton ganhou o Oscar de melhor canção original. Depois que a música acabou eu me emocionei ao ver que o público estava aplaudindo quase de pé.
Quando os bailarinos dessa música saíram, logo um outro grupo entrou com maquiagens que fazia parecer que eram bonecos de marionetes, para representar mais uma vez uma das grandes características do Elton, os duetos, e o Harry também foi “transformado” em marionete para cantar I'm your Puppet junto com um dos cantores do coral, representando Paul Young, que gravou essa com ele, também não havíamos escolhido o cantor que faria o Paul.
Para encerrar, o cenário mudou e nós decidimos que não havia música melhor que Don't let the sun go down on me, que Elton gravou com George Michael, e se não fosse pedir demais nós estávamos tentando trazer para cantar essa com o Harry ninguém menos que Justin Timberlake.
Acabou. Aplausos. Os ouvimos durante mais de um minuto, sem interrupções, eu já estava chorando, mas não era a única manteiga derretida da vez, Tommy e Sally estavam do mesmo jeito, nos abraçamos, o momento era mais do que especial, mas logo uma ansiedade incontrolável me tomou e eu saí correndo da sala de som.
Desci as escadas em direção aos camarins, eu precisava mais que tudo nesse momento olhar para um rosto em especifico.
- Camz!! – Ela ria junto com os bailarinos no corredor, estavam tão eufóricos que sequer conseguiam entrar nos camarins.
- Meu amor! – Ela correu e se jogou nos meus braços, a segurei e girei no ar, nem sei de onde tirei forças para fazer isso, mas não pensei sobre na hora. – Deu certo! Deu certo Lo, eles amaram, nós vamos estrear!
- Eu sei, e-eu nem acredito!
- Conseguimos viadas! – Dinah nos envolveu com seus braços compridos, e logo veio Mani, Rafa, Robbie, Roger, Mariele, Amber, Ally e Harry, Camila desceu dos meus braços e ficamos pulando abraçados, eles estavam suados, mas sabe que não me importei no momento? Eu estava feliz demais!
- Gente! Gente, o povo que falar com vocês! – Franz nos avisou no final do corredor e logo um batalhão de engravatados veio sorridente em nossa direção
- Meus parabéns pessoal! Foi magnífico! – Um deles falou apertando a mão de Ally, Camila, Harry... – Perdão, nem me apresentei! – Ele riu. – Meu nome é Willem Defoe, sou executivo da Nike, e devo dizer que nossa empresa está muito feliz em fazer parte desse espetáculo!
- Obrigada! Obrigada! – Ally dizia, e a voz dela se misturava com as dos outros.
- Com certeza o musical será um sucesso! – Uma mulher falou sorrindo largo. – Sou Larissa Benevides da Ford, a empresa não poderia ter feito nada melhor que patrocinar essa obra prima!
- Obrigada, f-fico feliz em saber! – Eu tentei não gaguejar, mas não deu, era muita euforia.
- Você é Lauren Jauregui, diretora de trilha sonora não é? – Um homem baixinho sorriu e eu assenti. – Sou Danny Whelsh, da Mahone & Mayer, eu, juntamente com todos esses parceiros, soubemos que você é a maior fã do Elton John que se teve notícias!
- E-eu o amo, ele é um artista incomparável! – Meus olhos marejaram e Camila segurou minha mão firmemente, ela me olhou nervosa, tem algo acontecendo?
- Por isso fizemos um esforço para lhe fazer uma bela surpresa.
- O-o quê... Camz? – Olhei para minha namorada e ela me deu um beijo demorado na bochecha e acariciou minha mão.
- Venha conosco. – O senhor Whelsh nos conduziu junto com a senhorita Benevides e o Senhor Defoe, e mais alguns patrocinadores de outras empresas, caminhamos pouco e logo entramos num dos camarins, o restante do pessoal saiu e ficamos só Camz e eu. E lá estava, um senhor de paletó engraçado sentado de costas para nós.
- Sir? Ela está aqui. – Camila falou e ele girou a cadeira, senti meu corpo inteiro desmoronando por dentro, meu Deus do céu!
- Lauren Jauregui! – Ele levantou e falou sorridente, com seu sotaque britânico inigualável! – Muito prazer, sou Elton John!
- E-eu... Eu s-sei, eu, nossa! – Eu mal conseguia falar e olhava entre ele e Camila, eu não esperava nunca ele aqui! Parecia um sonho, ou delírio, eu sei lá! Ele deu um sorriso carinhoso e segurou minha mão a apertando. – O s-senhor está aqui mesmo?! – Ri como uma idiota e ele gargalhou.
- Estou Lauren, e por favor, me chame de você, afinal somos colegas de profissão!
- N-não, eu nunca poderia me-me comparar ao senhor!
- Deixe de modéstia, eu simplesmente amei! Amei seus arranjos, suas composições, estou lisonjeado, extasiado, por ser representado por alguém tão talentosa quanto você, quanto todos vocês! – Ele olhou entre Camz e eu. – Camila Cabello, estou certo?
- Sim, também estou muito feliz em contar uma história tão bonita de talento e sucesso!
- Obrigado Camila, você é esplendorosa, nossa que bailarina incrível! – minhas pernas bambearam, nossa, ele estava realmente ali, conversando e elogiando nosso trabalho! Fraquejei e Camila me olhou preocupada.
- Tudo bem cariño?
- Lauren, está se sentindo mal? – Elton segurou minha mão e me levou até o sofá, Camila veio e eu sentei entre os dois.
- N-não, digo, sim, eu só... E-eu – Respirei fundo.
- É apenas ansiedade, ela muito sua fã. – Camila explicou acariciando meu rosto. – Quer um copo de água? – Neguei tentando sorrir.
- Entendo, mas não precisa ficar ansiosa, eu sou de carne e osso igual a você, sou músico igual a você, e também sou do vale, igual a vocês! – Ele brincou e nós rimos bastante, até esqueci um pouco a ansiedade.
Conversamos por quase quarenta minutos, ele é muito engraçado, suas piadas são geniais, muito inteligentes, falamos sobre música, dança, cinema, teatro, musicais naturalmente, sobre como a indústria da música ainda é extremamente homofóbica, e faz de tudo apenas pelo lucro, falamos de tudo! Tiramos fotos também! Ele é simplesmente incrível, acho que me tornei ainda mais fã agora que o conheço pessoalmente!
- Bom, agora eu vou cumprimentar os outros artistas, mas foi um prazer imenso conversar com duas moças tão inteligentes e talentosas quanto vocês! – Ele dizia enquanto íamos em direção à porta.
- Para nós também foi um imenso prazer, e digo sem medo de errar que para Lauren foi a realização de um sonho. – Camila me abraçou de lado.
- C-com certeza foi. – Confirmei ainda com um sorriso bobo, eu não conseguia tirar ele do meu rosto.
- E meu sonho, de conhecer cada vez mais e mais artistas como vocês, continua se realizando! – Ele disse e me abraçou apertado, Camila também veio, minha nossa senhora, meu coração quase fugiu do meu peito!
- O-obrigada por vir. – O olhei.
- Obrigado por existir criança. – Ele beijou minha testa. – Eu virei para a estreia, e se não for pedir demais, me convidem para o casamento! – Meu rosto esquentou e Camila sorriu largo olhando entre ele e eu.
- Nós enviaremos convite, com certeza! – Ela beijou minha bochecha.
- Muito bem! – Nós rimos e finalmente ele saiu para falar com o restante do pessoal.
Eu caminhei lentamente até o sofá e me afundei lá, mal podia acreditar em tudo que acabara de acontecer.
- Lo, você está gelada amor, quer um copo de água agora? – Camila sentou ao meu lado segurando minhas mãos.
- Q-quero, obrigada. – Ela levantou e pegou uma garrafinha de água num frigobar, então sentou ao meu lado novamente, eu bebi uma boa quantidade e coloquei a garrafa em cima de uma mesinha de centro.
- Melhor? – Ela me olhou preocupada e eu assenti, Camila soltou o ar aliviada e me abraçou.
- Você já sabia anjo? – Perguntei com o rosto escondido em seu pescoço.
- Sim, nossa, eu estava me corroendo em dúvida, não queria estragar a surpresa, mas também estava morrendo de medo que você não aguentasse, eu nunca me perdoaria se te fizesse ter mais uma crise! – Eu a fitei e percebi que tinha os olhinhos marejados.
- Não fica assim anjo, eu gostei muito da surpresa, e estou bem, n-não precisa chorar. – Sequei suas lágrimas e ela sorriu beijando minha mão. Mas minha ficha caiu e então meus olhos me traíram e marejaram de repente.
- Que foi amor?
- E-eu, eu conheci o Elton John, Camz! Eu nem acredito! – E as lágrimas começaram a escapar, Camila me abraçou sorrindo e eu chorei demais, feito um bebê nos braços dela. Eu realizei mais um sonho, graças a ela, graças ao amor que tenho por ela, que me fez querer sair do meu casulo e conquistar novos horizontes!
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E aí, o que acharam? A Losren tá evoluindo tanto, orgulhosa do nenê!
A Camila é um verdadeiro anjinho Xisuis, trás uma namorada dessa pra mim, nunca pedi nada!
E se não for pedir demais keria conhecer o Elton John também 😁❤️
Até o próximo amores! 😘😘😘