Coroa De Fogo - Livro 1 - Tri...

De JenniferGKS

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Mais

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Pequeno atraso!
Obrigada!
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
500!!!
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
CHEGAMOS A 1000!
Capítulo 21
Capítulo 23
Capítulo 24
Concurso Caneta de Ouro
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28 - Diário de Morgana Galiano
É 3K que está mostrando mesmo? 😱😱😱😱
Capítulo 29
Divulgação!
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Epílogo
Livro 2 e Agradecimentos
SEGUNDO LIVRO!!
BOOKTRAILER
GRUPO NO WHATS! 😱😱
VAMOS SER PUBLICADOS
@escritorajenniferkepler

Capítulo 22

13.2K 1.7K 405
De JenniferGKS

-Scarlett, esse é o capitão Félix. Ele será o responsável pelo seu treinamento. –Diz o príncipe.

Tento não encará-lo e somente aceno com a cabeça afirmativamente. Félix me cumprimenta e começa a descrever como funcionará nossa dinâmica.

-Primeiro, quero testar como está sua resistência física, por isso hoje não focaremos tanto no aprimoramento dos dons. Não preciso dizer o quanto é importante sua dedicação, não é mesmo? –Fala.

-Não. –Respondo simplesmente.

-Pois bem, vamos começar. –Fala Félix.

O príncipe se retira sutilmente da sala e consigo respirar normalmente novamente. Quando Félix disse que iria testar minha resistência física, não imaginei que me faria correr por duas horas sem intervalo, fazer séries infinitas de abdominais e testar minha força com levantamento de peso.

-Você pode descansar por meia hora. –Diz o capitão enquanto estou levantando um enorme pneu.

-Meia hora? Quanta generosidade. –Respondo sarcasticamente.

Ele dá um pequeno sorriso de lado que é quase totalmente encoberto por sua barba e joga em minha direção uma garrafa com água. Nem mesmo hesito em beber todo o líquido de uma vez só. Sentando-me no chão, sinto meus músculos reclamarem.

-Você tem um ótimo condicionamento físico. Meus soldados iriam reclamar assim que a primeira hora de corrida fosse completada. –Comenta Félix se sentando ao meu lado.

-Nosso treinamento no quartel não é muito diferente disso. Sua corrida foi até fácil, nosso capitão costumava colocar obstáculos pelo caminho e seu dia preferido para exercícios ao ar livre era o mais chuvoso e frio. –Digo rindo um pouco.

Félix ri comigo e levanta suas sobrancelhas em surpresa. Ele não se parece com os demais homens que formam a guarda real, demonstra tranquilidade e segurança em sua posição sem a necessidade de impor isso aos outros. Ao encarar o rosto de um soldado que permanece próximo a uma parede, percebo que isso não causa espanto apenas a mim, já que o mesmo carrega uma expressão de incredulidade ao olhar para seu capitão.

-Scarlett, eu preciso saber o que você acredita ser a motivação do seu dom ter se manifestado. O príncipe me contou como tudo aconteceu, mas quero saber o seu ponto de vista. –Fala Félix, mudando de assunto.

-Bem, as minhas memórias daquele dia estão um pouco confusas, porém, lembro que tudo começou quando vi um pequeno menino ser surrado por dois soldados reais. Não sei ao certo como tudo realmente aconteceu. –Digo com certo receio.

Não queria falar a ninguém como aquilo havia me afetado e, por mais que Félix se mostre extremamente cordial, continua sendo um completo estranho para mim. Ele fica alguns segundos analisando o que eu disse e depois se levanta do lugar em que estava sentado.

-Proteção, então. –Diz simplesmente mais para si mesmo do que para mim. –Agora nós vamos treinar sua pontaria. –Continua dizendo como se a conversa anterior não fosse de importância alguma.

-Mas a minha meia hora ainda não acabou. –Reclamo ao me levantar.

-Tcs, tcs. Você estava indo tão bem. Vai começar a reclamar agora? –Félix pergunta com uma sobrancelha levantada.

Bufando, posiciono-me na marcação no chão em frente a vários alvos pendurados no teto. Eles se afastam entre si em diferentes intervalos e o mais distante parece estar a sessenta metros de mim.

Pela próxima hora, utilizo facas, balas e fechas para acertar o círculo vermelho central a minha frente. Todas as minhas tentativas são praticamente perfeitas, apenas com as flechas acerto a borda vermelha e não o centro.

-Bem, precisamos treinar tiro com flechas, então. –Diz Félix as minhas costas.

Reviro os olhos em sua direção e ele sorri. Quando o relógio marca vinte horas, sou dispensada e saio praticamente correndo da sala. Ao chegar em meu quarto, sou surpreendida com a presença de Cecília e Suzi.

-Oi! Estou ansiosa para saber como foi o seu dia. Triny é uma diva não acha? Eu mesma a escolhi para ensinar você. –Cecília começa a me metralhar sem parar.

-Então foi você que colocou aquele demônio em forma de mulher no meu caminho? –Pergunto dramaticamente me jogando em minha cama.

-Sabia que você iria amá-la. –Responde Cecília com sua gargalhada estridente.

-Cecília, deixe Scarlett fazer sua higiene para que ela possa se alimentar. –Repreende Suzi.

-Claro, claro. Vá e volte logo. Quero saber de tudo. Irei jantar aqui com você se não se importar. –Fala Cecília.

-É claro, eu adoraria. Você também pode ficar conosco, Suzi. –Digo lhe dando um sorriso.

-Obviamente que não. Isso seria muito inadequado. –Exclama Suzi.

Cecília e eu rimos de sua negação a minha proposta. O resto da noite se passa com Suzi me fazendo comer mais do que eu consigo e Cecília falando em como Triny é uma excelente e premiada modista.

Um sentimento de conforto brota em meu peito e acredito que poderia facilmente me acostumar a essa rotina. No momento em que minha cabeça toca o travesseiro, não demoro mais do que alguns segundos para adormecer. 

-Vamos, Scarlett, precisa se concentrar. O seu dom é como uma extensão do seu corpo. Precisa encontrar uma forma de acessá-lo e manipulá-lo. –Félix fala exasperado pela centésima.

Sete dias se passaram desde a minha chegada ao castelo e não consegui progresso algum no desenvolvimento do meu dom. Félix tentou diferentes métodos, inclusive colocar minha vida em risco ao atirar de raspão em minha cabeça. Nada despertou em mim a magia do fogo até agora.

-Estou tentando. –Respondo com raiva.

Aquele se tornou meu inferno pessoal. Consigo aguentar a injúria que os sapatos de pico fino causam aos meus pés, os alfinetes com os quais os costureiros perfuram minha pele e até mesmo o chato monólogo sobre etiqueta de Triny. Entretanto, quando noto o olhar de decepção nos olhos de Féliz por mais um dia sem progresso, sinto-me péssima.

-Já chega! Isso não está nos levando a lugar nenhum. Vou precisar recorrer à sorte. –Declara Félix.

-O que quer dizer? –Pergunto.

-Chame o príncipe. –Fala para um soldado me ignorando.

-Capitão, o que o senhor vai fazer? –Pergunto novamente.

Félix pega um pistola e a carrega sem me dar atenção. Depois de alguns minutos, o príncipe adentra a sala de treinamento um pouco descabelado, com as mangas da camisa repuxadas para cima e sem seu costumeiro blazer.

-Vamos ter que apelar. –Fala Félix quando o príncipe se aproxima de nós.

-E você acha que vai funcionar usando a mim? –Pergunta o príncipe levantando as sobrancelhas em surpresa.

-Tenho quase certeza. –Félix responde com um sorriso de lado.

-Vocês podem me dizer o que está acontecendo? –Falo praticamente gritando.

Os dois me olharam surpreendidos com minha alteração. Sem dizer nada, Félix se posiciona na linha de tiro ao alvo e o príncipe se coloca em frente ao mais apartado deles. Meu coração acelera quando compreendo o que está para acontecer.

-Você não pode fazer isso. –Digo a Félix um pouco descontrolada.

-Você não está alcançando nenhum progresso, Scarlett. Acredito que ainda não compreendeu que sua vida está em jogo aqui. Não podem haver falhas. –Diz Félix com seriedade.

-E você acha certo colocar a vida de outra pessoa em detrimento da minha? –Questiono zangada.

-Está tudo bem, Scarlett. –O príncipe interrompe.

Seu semblante não demonstra nada além de serenidade. Ele não parece preocupado ou inquieto com o que pode vir a acontecer. Antes que eu possa formular mais alguma indagação, Félix aponta a arma em direção ao coração do herdeiro do trono de Pélagus.

Isso não pode estar acontecendo!

-Se você não conseguir fazer nada para parar a bala que sairá dessa arma, o povo pelaguiano ficará sem seu sucessor. Está em suas mãos, Scarlett. –Fala Félix.

Antes que sua sentença chegue ao fim, Félix puxa o gatilho. Tudo parece desacelerar naquele exato momento. Enquanto observo o trajeto do disparo, sento meu corpo esquentar. Sem entender como é possível, uma bola de fogo se forma entre meus dedos e a lanço em direção ao projétil.

O fogo desvia o tiro por alguns centímetros do príncipe e ouvimos uma explosão na parede mais próxima. As chamas ainda ardem em minhas mãos e é inacreditável que não me cause dano algum.

Dessa vez, identifico algo diferente se apossar de meu ser. É como se uma segunda vida pulsasse em mim através do fogo, uma força incontrolável que luta para se libertar. Aos poucos, as labaredas se espalham por meus braços e pernas até o ponto em que todo meu corpo está tomado por elas e minhas roupas começaram a se deteriorar.

-SCARLETT, CONTROLE-SE! –Grita Félix.

Ao som de sua voz, perco a concentração e as chamas voltam a pairar fracamente somente sobre minhas mãos. Olhos surpresos me encaram de todos os lados; Félix, o príncipe e os demais soldados presentes.

-Eu duvidava de você até agora, Alteza. –Félix diz se dirigindo ao príncipe.

-Eu disse que ela não era comum. –Contrapõe o príncipe me encarando.

Quando miro seus olhos, a gravidade de tudo que ocorrera ali cai sobre meus ombros. A adrenalina remanescente em meu corpo alimenta minha raiva e me instiga encarar Félix com toda a fúria que habita em mim independente das consequências.

-Você é completamente intransigente. E se eu falhasse? Acredita que o rei seria benevolente em relação a minha vida ou a sua? –Sibilo em sua direção.

-Scarlett, eu sabia o que estava fazendo. Agora tenho certeza que o seu gatilho é a proteção das pessoas com quem você se importa. –Félix responde simplesmente.

-VOCÊ É COMPLETAMENTE MALUCO? Uma vida não vale o risco de testar qualquer teoria sua! –Grito com o dedo indicador em riste.

-Acalme-se, soldado. Não tolero nenhum tipo de desacato, nem mesmo vindo de você. –Félix fala com a voz controlada.

-Scarlett, nós sabíamos o que estávamos fazendo. –Diz o príncipe enquanto desabotoa alguns botões de sua camisa. –Eu estava usando um colete a prova de balas. O máximo que poderia acontecer comigo era o desenvolvimento de um hematoma, caso nosso plano falhasse. –Tenta explicar.

-Eu jamais colocaria a vida do príncipe em risco. –Félix diz com ressentimento marcando sua voz.

Olhando para os dois alternadamente, noto que minha reação está sendo exagerada e idiota de certa forma. Nunca um capitão da guarda real iria colocar em risco a vida de seu soberano, nem por mim ou por qualquer outra pessoa. Entretanto, a simples menção de causar qualquer dano aquele homem faz com que meu raciocínio lógico entre em colapso.

-Não quero que você envolva outras pessoas nisso, capitão. O senhor não tem nenhum direito de colocar uma vida em risco por minha causa independente de ter a situação sobre controle. Se eu falhar, será apenas minha responsabilidade. –Digo encarando Félix.

Sem conseguir dedicar mais um olhar a qualquer um dos dois, dou as costas a ambos e saio da sala. Ouço meu nome sendo chamado, mas não hesito em continuar. Minha mente não funciona plenamente bem, por isso, caminho entre os corredores sem me dar conta de para onde estou me encaminhando.

A mesma urgência de ver o céu de quando cheguei ao castelo me invade e começo a correr ao invés de caminhar. Quando encontro uma saída, deparo-me com mais um dos jardins daquele lugar imenso e me sento em um banco. Pouco a pouco, minha respiração volta ao normal e a adrenalina diminui em meu corpo. Um familiar cansaço se apodera de mim, porém mais brando do que da última vez.

-Você não pode fugir sempre que encontra um problema pelo caminho. –O príncipe diz em minhas costas.

-Não vou voltar àquela sala hoje. Não vai adiantar insistir. –Respondo com os olhos voltados para a natureza.

-Eu convenci o capitão a lhe dar uma folga maior hoje, já que você alcançou um grande progresso. –Ele fala e se senta ao meu lado.

-Não julgaria aquilo um progresso. Sua vida não vale o risco. –Contraponho.

-Por que você se importa com a minha vida, Scarlett? –Questiona-me.

O tom de sua voz me faz olhar em sua direção. Ele me fita com intensidade e expectativa em seus olhos azuis.

-Porque você é a esperança de algo bom. Algo melhor para aqueles que realmente necessitam. A minha vida não vale tanto quanto a sua. Acredito que o rei não concordaria com os métodos do capitão. –Respondo.

-Sua vida vale muito mais do que você pensa e os métodos de Félix me mostraram que, de alguma forma, você se importa comigo. Pelo menos o suficiente para libertar o seu dom. –Responde com um sorriso de lado.

Seu sorriso me distrai por alguns minutos até que suas palavras fazem sentido em meu cérebro anuviado. Minhas bochechas traidoras ficam intensamente vermelhas e seu sorriso se alarga ainda mais.

-É meu dever proteger você e sua família, Alteza. –Digo em um tom mais baixo.

-John. –Responde simplesmente.

-O quê? –Pergunto sem compreender.

-Quero que me chame de John. Esse é o meu nome. Sei que você trata a todos aqui pelo primeiro nome e não gostaria que me tratasse de forma diferente. –Fala enfaticamente.

-Eles são meus amigos. –Respondo sem pensar.

-E eu não? –Questiona o príncipe com certa mágoa.

Analiso seus olhos para tentar captar qualquer inverdade. Todavia, tudo que consigo ver é pura sinceridade. Contrariando a todas as regras de etiqueta de Triny, o príncipe busca a amizade de uma plebeia.

Talvez ele mereça uma chance, Scarlett.

-Está bem, John. Você venceu, somos amigos. –Respondo lhe estendendo a mão direita como se fossemos selar um acordo.

John aperta minha mão com suavidade e sua expressão é de completo contentamento. Nossas mãos se tocam por mais tempo do que o necessário e não consigo desviar os olhos de seu sorriso; meu próprio sorriso se alarga espontaneamente em resposta ao seu.

O som de alguém limpando a garganta atrás de nós quebra nosso momento. Instantaneamente, solto a mão de John e me afasto.

-Alteza, o senhor tem uma visita na sala do trono. –Diz um mordomo.

-JOHN! –Ouvimos uma voz feminina gritar de dentro do palácio.

Logo em seguida, uma garota com o cabelo castanho claro na altura do ombros e com um longo vestido rosa vibrante sai do castelo e se lança nos braços do príncipe. Ele a envolve com os braços e demonstra ficar surpreso.

-Katrina? –John pergunta ceticamente.

-SIM! Voltei e não poderia esperar para vê-lo. –Exclama Katrina com uma voz fina e estridente.

Ah, o ciúmes é realmente um veneno ao coração!

E aí, gostaram? :)

Na próxima semana tem mais!

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