Stupid Wife (REMAKE)

By Horsinha

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Prólogo.
Capítulo 1 - Sonho Louco
Capítulo 2 - Encarando a realidade.
Capítulo 3 - Egoísmo
Capítulo 4 - Carinha.
Capítulo 5 - Diários
Capítulo 6 - Família.
Capítulo 7 - O Maldito Verão.
Capítulo 8 - Desejos.
Capítulo 10 - Aniversário.
Capítulo 11 - Recomeço.
Capítulo 12 - Reconhecer.
Capítulo 13 - Conexão.
Capítulo 14 - Primeiro beijo.
Capítulo 15 - Esperanças.
Capítulo 16 - Lugar Certo.
Capítulo 17 - Familiar.
Capítulo 18 - Um pedaço do seu coração.
Capítulo 19 - Resposta óbvia.
Capítulo 20 - Até quando resistir?
Capítulo 21 - Minha pessoa.
Capítulo 22 - Dias melhores.
Capítulo 23 - Tudo acontece por um motivo.
Capítulo 24 - Cuidar dela.
Capítulo 25 - Na alegria e na tristeza
Capítulo 26 - Feliz natal
Capítulo 27 - O primeiro passo.
Capítulo 28 - Ponto de paz.
Capítulo 29 - O pedido dela.
Capítulo 30 - Tudo.
Capítulo 31 - Momentos.
Capítulo 32 - Diversas sensações.
Capítulo 33 - Uma lembrança.
Capítulo 34 - Pronta.
Capítulo 35 - Eu sou seu presente.
Capítulo 36 - A escolha perfeita.
Capítulo 37 - Gravidez dupla?
Capítulo 38 - FINALMENTE COMPLETAS.
Capítulo 39 - O GRANDE DIA.
Capítulo 40 - Esposa estúpida.
LIVRO!

Capítulo 9 - Dor Compartilhada.

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By Horsinha


Olá carinhas! Surpresinha da manhã.

Tudo bem, meus amores? Espero que sim. Se cuidem sempre!

BEBAM ÁGUA!

Voltei rápido dessa vez e serei muito breve.

Espero que gostem.

*******


CAMILA CABELLO.


— Como estão as coisas realmente entre vocês?

Ouço a pergunta de meu pai. Desvio o olhar da cena a minha frente. Minha mãe e Lauren estão na cozinha de minha casa; em uma conversa animada e descontraída. Elas se dão muito bem, fico me perguntando sempre o que ela fez para conquistar dona Sinuhe dessa forma. Não que seja difícil cativar minha mãe, mas ter a aprovação total dela é algo nada fácil.

— O que?

Papai abre um sorriso. Estamos sentados à mesa, um pouco distante de onde elas estão preparando um lanche.

— Eu perguntei como estão as coisas entre você e Lauren. De verdade.

— Hm... – Remexo-me na cadeira. Sinto-me desconfortável com essa pergunta. — Estamos sendo... sociáveis.

— Sociáveis?

Ele ergue uma sobrancelha. Sua voz transmite a curiosidade que está sentindo. Não entendo o questionário, mas acho que papai é mais um dos que querem ver nós duas nos dando bem outra vez. Bom, ser amigável não é difícil.

— Uh, sim. – Olho de relance para ela. Lauren está sorrindo enquanto minha mãe conta algo. Não faço noção do que seja, mas parece deixá-la alegre. Um pequeno sorriso surge em meu rosto. — Ela mudou mesmo.

— Você nem percebe...

— O que?

Encaro meu pai. Ele nega com a cabeça, soltando uma risadinha. Fico confusa e sem entender sua reação.

— Nada. Mas fico feliz que as coisas estejam menos ruins. É bom para vocês e para o meu neto. Ele realmente venera as mães que tem, não seria nada bom presenciar as duas brigando e se separando. – Papai olha para frente. Na direção delas. Eu faço o mesmo. Mamãe e Lauren parecem amigas de longa data que se dão muito bem. Um pequeno sorriso surge em meus lábios outra vez. É um ato involuntário. — Sabe quantas vezes eu senti vontade de me separar da sua mãe?

— Nenhuma?

— Foram várias. – Ele responde de imediato. Eu abro os olhos, surpresa. Diria até chocada. Sempre achei o casamento dos meus pais perfeito. Como naqueles filmes de comédia romântica, sabe? Quando os casais ficam juntos independente do que aconteça e jamais pensam em separação. — Tantas vezes que se eu pudesse contar, você ficaria chocada com o número.

— Mas... vocês se amam...

— Eu não disse o contrário, filha. Amo sua mãe de uma forma que jamais seria capaz de amar outra pessoa. Sou capaz de tudo por ela.

— E ainda assim houve momentos dos quais o senhor quis largá-la?

Estou horrorizada para se dizer no mínimo. Não consigo imaginar um mundo onde meus pais não estejam juntos. Sei que isso parece coisa de filho mimado que não aceita que as coisas sejam de outra forma, mas eu só não consigo idealizar os dois separados. Parece muito surreal. Meu pai solta um longo suspiro e levanta-se da cadeira. Eu o encaro sem reação. Ele abre um pequeno sorriso e estende sua mão, um sinal de que é para eu me levantar também. Confusa, e curiosa, eu o obedeço. Ele nos guia por minha casa.

— Casamentos são como um contrato. E contratos são quebrados todos os dias. Você pode amar muito uma pessoa e ainda assim preferir não estar com ela. Nem sempre as coisas são da forma que desejamos.

— Eu não entendo.

Chegamos ao quintal. O dia está com um clima agradável e uma leve brisa bagunça meus cabelos. Cruzo meus braços. Estamos de pé próximos da bela piscina. Essa conversa está me deixando mais confusa do que tudo.

— Só porque sua mãe e eu nos amamos, não quer dizer que não possamos cogitar a hipótese de nos separarmos. Ela mesma já admitiu algumas vezes que pensou o mesmo que eu. O casamento é feito de fases, e nem todas são boas. Somente amor não segura um relacionamento, entende?

Concordo com a cabeça. Finalmente começo a entender sua linha de raciocínio. Mas ainda é apavorante pensar nos meus pais separados.

— Eu entendi, mas não sei aonde o senhor quer chegar exatamente...

— Uma vez você me disse que a Lauren era a sua pessoa. – Olho para ele. Curiosa. Meu pai está olhando para frente. Parece relembrar de algo, e o brilho nostálgico em seus olhos me dá essa certeza. — Eu demorei um pouco a entender como era isso, mas então eu comecei a perceber as coisas. Você disse também que ela é sua alma gêmea. Que o destino de vocês sempre esteve selado. No inicio eu morria de ciúmes. Só que com o passar do tempo, sentia meu coração alegre em ver vocês duas juntas.

— Nós éramos felizes?

— Se vocês eram felizes? Parecia mais do que isso, filha. Era como se Lauren renovasse a sua alma todos os dias. E eu vi todos os momentos bons, e até mesmo os ruins. Convivi com vocês duas durante o caminho em direção ao casamento. Sua mãe e eu estivemos presentes da melhor forma que pudemos.

Sinto algo estranho dentro de mim com as palavras do meu pai. É estranho não lembrar de nada, mas eu sinto uma coisa. É como se o sentimento estivesse escondido aqui em algum lugar, mas tentar encontrá-lo e como andar no escuro sem uma lanterna. Consegue entender a agonia?

— Por que o senhor está falando dessas coisas agora?

— Porque te conheço, filha. Sei que está pensando em separação, e imagino que também tenha medo de como as coisas serão para o Louis. Só que ele é um garoto crescido, e bem maduro para a pouca idade que tem. – Engulo a seco. Será que Lauren sabia que eu pensava sobre divórcio? Eu não imaginei que era tão transparente. — Mas o que eu estou tentando fazê-la entender, é que casamentos tem seus altos e baixos. Você não se lembra agora, mas dentro de você tem um amor imenso por aquela mulher. Ela move barreiras por você, é capaz de tudo. Falo isso com certeza, pois como pai, eu a vi fazer coisas das quais imaginava que apenas sua mãe ou eu faríamos. Então pense bastante antes de dar qualquer passo. É a sua decisão que importa, e tenho certeza que Lauren irá respeitá-la. Mas pense bem, você já a amou uma vez... Dê ao menos uma chance ao seu coração de entender o motivo e talvez sentir aquilo tudo outra vez. Camila, nunca a vi tão feliz quanto no dia do seu casamento.

— É muita coisa. Tão pouco tempo desde que tudo aconteceu. – Nego com a cabeça. Fecho os olhos e levo as mãos ao meu rosto. Minha mente parece um trem desgovernado. — Eu tenho medo.

— Arrisque-se, hija. – Papai segura minhas mãos e as retira de meu rosto. Ele me vira de frente. Seu olhar é de compaixão e me conforta. — Se for para acontecer, vocês duas irão se reencontrar. Mas se por acaso esse tiver sido o fim definitivo, ao menos não desista fácil. Permita-se. Quero ver aquele seu brilho no olhar outra vez. Gosto da Camila que exala felicidade.

— Farei o melhor...

— Não se vive duas vezes. Lembre-se disso.

Papai sorri para mim antes me puxar para um abraço forte e apertado. Em seus braços, sinto que as coisas parecem menos pesadas ao meu redor. É como um alivio momentâneo. Sei que preciso me arriscar mais e parar de me esconder nos meus medos. Só irei saber se tentar, e mesmo que seja difícil conviver dessa forma com ela, tenho que ao menos dar uma chance.

Ela parece ter me dado tantas. Chegou a hora de retribuí-las.

— Oh! Encontrei vocês. – Afasto-me de meu pai ao ouvir a voz de minha mãe. Ela está sorrindo e caminhando em nossa direção. Analisa meu rosto com cautela, parece buscar o vestígio de algo. — O que aconteceu?

— Apenas uma conversa de pai e filha.

Meu pai abraça a cintura de minha mãe e lhe dá um beijo delicado. Eu sorrio para a cena adorável. Sempre adorei vê-los em momentos afetuosos.

— Vocês e essas conversas. – Desdenha, mas seu tom é divertido. Papai e eu rimos do claro ciúme. — Será que podem vir comer? Está tudo uma delícia e vai acabar esfriando.

Mamãe ordena e papai ergue as mãos, ficando rapidamente ao seu lado e entrelaçando seus dedos aos dela. Olho para aquele contato e sinto o coração aquecer. Sempre desejei ter isso na minha vida. E agora, sabendo que meus pais também tiveram seus momentos difíceis, sinto que devo mesmo dar uma chance de conhecer essa Lauren que conquistou meu coração.

Parece que chegou o momento de deixá-la entrar outra vez.


***


Como era de se esperar, meus pais não ficaram muito tempo. Eu ainda não assimilei que não sou mais a adolescente de antes. Moro sozinha, sou casada e tenho um filho. Tenho que lembrar-me disso a todo instante. O dia, apesar da notícia desagradável em relação a minha memória, foi bom. É claro que a presença da minha mãe e do meu pai ajudou bastante nisso. Senti-me mais confortável. Eles foram embora logo após Louis ter chegado. Dinah o trouxe, mas ela também foi embora rápido. O jantar foi tranquilo. Estou no quarto de meu filho, o colocando na cama.

— Eu fiz um desenho na escola.

Louis diz assim que saí do banheiro. Eu o olho, sem parar de arrumar sua cama. Seu cheiro de banho recém tomado toma conta do quarto.

— Fez?

— Sim. – Louis pega um papel dentro de sua mochila. Ele sobe na cama e eu me aproximo dele para ver seu desenho. — Somos nós três. Mamãe, a senhora e eu.

Minha boca se abre em choque com o belo desenho que ele fez. Não é muito detalhado, mas para uma criança da idade dele é admirável de verdade. Meu filho tem um talento natural para isso. Dá para ver. Sorrio, orgulhosa.

— Ficou incrível, Lou.

— Minha professora disse que eu serei um ótimo desenhista quando crescer. Não desenho tão bem ainda quanto a mamãe, mas quero ser tão bom quanto ela.

Estou sorrindo para sua fala. Ainda analiso o desenho em minhas mãos. Lauren realmente é uma boa mãe, o fato de Louis se inspirar nela de alguma forma só prova quão real esse fato é. Ela realmente sempre teve um talento para desenho. Lembro-me que tínhamos um mural na escola que foi todo decorado com desenhos e nomes, os dela eram sempre destaque.

Não a suportava, mas nunca fui cega. Lauren tinha um talento.

— Tenho certeza que você será um ótimo desenhista. Podemos colocar em um quadro depois, que tal?

— Sério?

— Sim, filho. – Ele abre um enorme sorriso. Puxa seu grosso edredom e entra debaixo do mesmo. Cubro-o corretamente e sento-me ao seu lado para dar-lhe um beijo na testa. — Durma bem.

— Amo você, mommy.

Meu coração dispara ao ouvir aquelas três palavras sendo ditas de forma tão verdadeira. Tenho certeza que sempre reagirei assim. O amor de um filho deve ser o tipo de amor mais sincero que se pode sentir na vida. E eu sou muito grata por tê-lo, apesar de não me lembrar das coisas.

— Amo você, pequeno. Boa noite.

Desligo a luz de seu abajur e levanto-me da cama. Continuo o olhando enquanto saio do quarto. Sinto vontade de dormir com ele outra vez. Não sei se eu era tão apegada nele antes, mas agora sinto vontade de viver grudada. Eu acho que toda mãe se sente dessa forma. Principalmente quando os filhos são tão novos quanto o meu. Mas não acredito que serei diferente daqui há alguns anos. Creio que serei assim até o fim da eternidade. Ele é meu tesouro.

— Teve alguma dificuldade em fazê-lo deitar?

Olho para o lado, na direção de sua voz. Lauren está com os cabelos presos. O rosto sem qualquer vestígio da maquiagem de antes. Uma olhada rápida e noto que também está usando um conjunto de pijama branco. Parece ser seda. Ela sorri de lado. Para em frente a porta de meu quarto e me encara.

— Não. – Respondo apenas. Vou em direção ao quarto, passo por ela para abrir a porta e faço sinal com a cabeça para que ela entre também. Mesmo que não estejamos dormindo juntas, todas as coisas dela ficam em meu quarto. E ela é bem respeitosa na maior parte do tempo. Sempre espera minha permissão para entrar. — Ele é um bom garoto.

— Sim. Ele realmente é, mas adora ficar conversando ao invés de dormir.

Solto uma pequena risada. Pego meu pijama da noite anterior que está sobre os travesseiros em minha cama. Lauren passa por mim, indo em direção ao banheiro. Continuo ali no quarto para esperá-la fazer sua higiene pessoal.

— Você se importa se eu olhar algumas fotos nossas? Eu sei que temos bastante. O mural no corredor mostra que gostamos de guardar lembranças.

Ela não responde de imediato. Ouço o barulho da torneira e então um som de cuspe. Demora apenas breves minutos para que Lauren apareça na porta, com uma toalha branca de rosto para enxugar sua boca.

— Tudo nessa casa é seu também, Camila. Você não precisa da minha permissão para isso. Caso não tenha reparado, tem uma caixa de madeira dentro da gaveta que fica do seu lado na cama.

Ergo a sobrancelha. Estou surpresa. Realmente não tinha reparado em caixa alguma. Para ser sincera, eu não fazia ideia que ela estava ali. Sei que meu lado favorito de dormir sempre foi o esquerdo, então vou até lá verificar.

— Como eu não vi isso antes?

Pergunto retoricamente. Uma bela caixa de madeira, com desenhos estampados nela, estava debaixo de uma montanha de documentos. Retiro-a lá de dentro. É um pouco pesada.

— Vou me deitar. Qualquer coisa me mande mensagem. – Olho em sua direção. Lauren acena com a cabeça e respondo com o mesmo gesto. Certos momentos com ela são muito constrangedores. Acompanho com os olhos seu caminho até a porta, mas antes de sair totalmente, ela para e pensa durante alguns segundos. Vira-se para mim, seu olhar parece transmitir muitas coisas não ditas. — Boa noite, Camila. Durma bem.

É tudo o que ela diz antes de retirar-se dali. Deixando-me sozinha e intrigada.

— Você também...

Sussurro baixo, mesmo sabendo que ela não irá escutar. Solto um longo suspiro e nego com a cabeça, voltando minha atenção para caixa em meu colo. Quando abro a tampa, deparo-me com milhares de fotos polaroid. Todas empilhadas de maneira organizada.

Abro um enorme sorriso. Eu amo polaroids.

Pego a primeira foto. Sou eu. Estou de short jeans claro e camiseta preta. Com um óculos escuro e um boné branco na cabeça. Tem uma bela vista do que parece ser a cidade de Miami atrás de mim. Parece uma foto antiga. Olho atrás e pela data confirmo. É uma imagem datada há sete anos atrás.

Eu parecia bem alegre.

Não sei se Lauren e eu já morávamos aqui ou ainda morávamos em Miami. Nunca a questionei. Para ser sincera não faço ideia do motivo de termos saído daquele lugar. Eu sempre amei minha cidade "natal". E até onde sei, ela também adorava morar lá. Preciso lembrar de perguntá-la o motivo de virmos morar em Jacksonville. Não que eu não goste daqui, é claro.

As fotos seguintes também são todas minhas. Em diversos lugares bonitos. Tem anotações dos locais e as datas atrás de todas elas. Gostei disso.

Uma em especial chama minha atenção. Estou sentada na borda de uma piscina. De perfil, mas dá para ver boa parte do meu corpo. E nossa... Os anos realmente me fizeram bem. Lembrando-me de como eu era na adolescência e me vendo agora, realmente, nada que uma boa puberdade na vida de alguém.

Deixo meu ego de lado no instante em que começo a ver fotos de Louis. Um enorme sorriso se abre em meu rosto. Eu realmente amo essa criança. Uma dele bem novo me deixa chocada. Fico assustada de verdade.

Como ele pode se parecer tanto com Lauren se foi eu quem o gerou?

Continuo olhando suas fotos. Uma dele no halloween fantasiado de coelho. Essa é mais recente, porém nem tanto. Em outra ele está com Lauren e Ian. Os três um ao lado do outro vestindo jaquetas de couro e óculos escuros. Parecem um esquadrão de motoqueiros. Isso me faz rir.

Em uma outra ele está sentado entre Lauren e eu. Nós estamos beijando sua bochecha. Sua língua presa entre os dentes apenas frisa de quem ele é filho.

Na foto seguinte, Lauren está deitada em um tapete e Louis sobre ela. Os dois pareciam dormir profundamente. Usavam roupas iguais. O que me leva a imaginar que eles são muito grudados mesmo. É um fato cada vez maior.

E então, começam as fotos que eu realmente não queria ver.

Continuar vendo ou não?

Estou dividida. Curiosa, mas receosa. Eu realmente não quero ver algo romântico de Lauren comigo.

Você sabe que não irá conseguir dormir direito se não olhar essas fotos.

Cale-se, Camila! Você precisa deixá-las e ignorá-las.

Não! Olhe todas!

Merda...

Maldita curiosidade.

Na primeira não tem nada muito surpreendente. Estamos juntas, sentadas lado a lado na praia e sorrimos para a câmera. Na foto seguinte não dá para ver o ambiente, mas estou com os braços em volta do pescoço dela e meu rosto escondido no mesmo. Ela tem um enorme sorriso em seu rosto.

Quanto grude. Reviro meus olhos.

Na terceira foto ela está sozinha. Deitada na cama e concentrada em um livro.

Nota mental: Lauren de óculos de grau é quente.

O que foi isso, Camila Cabello?!

Estou ficando louca. Só isso pode explicar.

Continuo olhando as fotos até chegar nas que de fato eu não gostaria de ver. Lauren e eu nos beijando, em diversas delas. Uma me faz arregalar os olhos. Estamos deitadas na cama usando apenas um par de lingerie. O dela vermelho e a minha branca. Meu rosto esquenta de vergonha e passo para a próxima.

E as outras seguintes seguem o mesmo padrão. Tirando apenas uma em que estávamos dentro de uma banheira. Eu na frente com uma taça de champanhe na mão, e ela atrás, com o queixo sobre meu rosto e beijando meu rosto.

Fico sem jeito outra vez. Mas continuo vendo as fotos, até quase ter uma parada cardíaca.

Não pode ser.

Não, de forma alguma isso é possível.

Recuso-me a acreditar.

Uma Lauren nua e sorridente. Sentada na cama. Com os cabelos bagunçados de uma forma sensual. Um dedo na boca e as pernas um pouco afastadas. O olhar que parece hipnotizar. Engulo a saliva em minha boca e fico horrorizada.

Eu estava a desejando? Senti mesmo uma atração somente com essa foto?

Caramba...

Lauren não tem pudor algum. Será que ela também tem fotos minhas assim? Eu espero que não. Porque eu não conseguiria encará-la de novo.

Guardo todas as fotos dentro da caixa outra vez e a coloco no mesmo lugar. Levanto-me da cama para trocar de roupa, mas ao invés de só colocar o pijama, resolvo tomar um banho. Preciso me acalmar e colocar os pensamentos em ordem. Essa mulher está mexendo comigo.

Preciso de um remédio que me cure dessa doença chamada Lauren Jauregui.

Mas por que estou tão preocupada e mexida? Eu nem a amo.

O dia foi intenso demais. Estou ficando louca.


*****


Frequentar meu estúdio de dança tem sido terapêutico. Isso é claro, além das consultas com a doutora Brooke. Mas focando em meu trabalho, eu realmente gosto de poder estar voltando a essa rotina. Mesmo que não esteja totalmente acostumada e confortável, ainda assim, adoro poder passar o dia lá. E hoje, foi um dos dias em que fui trabalhar. É o melhor emprego do mundo; faço o que amo e não tenho que me estressar com nada. Tem coisa melhor?

O silêncio em casa lembra-me que estou sozinha. Louis passará a noite na casa de Dinah. Lauren não chegou ainda. O taxista que me trouxe em casa era muito simpático, e disse coisas que me fez refletir um pouco. Parecia que suas falas eram como conselhos. Fiquei intrigada com a história dele sobre o seu primeiro amor. Ele pareceu chateado e arrependido por não ter lutado.

Infelizmente, como ele mesmo disse, era tarde demais.

E isso me fez pensar bastante. Será que irei me arrepender no futuro?

Será que é tarde demais para Lauren e eu?

Esses pensamentos não saem da minha cabeça. Nem mesmo durante o banho. Ou quando estou na cozinha preparando algo para comer. Doutora Brooke conversou algumas coisas comigo durante nossa consulta no dia anterior. Falamos sobre Lauren e nossa evolução. Bem, a minha evolução com relação a minha vida e a amnésia. Tudo parece menos difícil a cada novo dia.

Embora, eu ainda não esteja acostumada e odeie tudo isso.

Meu celular vibra sobre a bancada. Paro de mexer a massa de panqueca e vou até o aparelho. Uma mensagem é notificada na tela.

Mi suerte: "Estou com Ian. Não chegarei tarde. Precisa de alguma coisa?"

"Acho que não... obrigada por perguntar."

"Certeza? Tem cupcakes."

"Droga... você me conhece mesmo."

"Conheço muito bem. Irei levá-los."

"Obrigada."

Ela apenas visualiza a mensagem e não responde mais nada. Uma coisa curiosa me assusta quando reparo que estou sorrindo. Rapidamente fico séria. As coisas têm estado meio estranhas com relação a Lauren. Sinto-me... ligada a ela de alguma forma. E isso é apavorante.

— Preciso parar de pensar nessas coisas.

Termino de preparar minhas panquecas. Senti vontade de comê-las. Estava com desejo. Fiz o suficiente, e um pouco além do que eu deveria. Mas devorei todas. Estavam ótimas. Limpei tudo e voltei para a sala. Liguei para Dinah, queria saber sobre meu filho. Ele estava ocupado brincando com Toni, mas parou e me atendeu. Meu coração ficou apertado de saudade. Queria muito um abraço. Odeio chegar aqui e não o ter comigo.

Será que serei sempre assim?

As horas passam e Lauren ainda não chegou. Fico preocupada e tentada a ligar, mas não o faço. Ela disse que estaria com o irmão. E se Dinah não reclamou de nada quando nos falamos no telefone mais cedo, é porque provavelmente não deve ser nada além de um programa de irmãos. Eles têm mesmo esse costume de viverem saindo apenas os dois. Isso é legal. Gostaria de poder conviver um pouco mais com minhas irmãs, mas Sofia está na faculdade e vive ocupada, e Karla, bem... Tem uma família.

Quando não encontrei nada mais de interessante na televisão, a desliguei e resolvi subir para o meu quarto. Estava quase no topo das escadas quando ouvi o som de um carro sendo estacionado em frente a casa. Não queria mostrar a ela que fiquei esse tempo todo esperando sua chegada, então, me escondi no corredor e esperei. A porta da frente foi aberta, mas Lauren não estava sozinha. Hunter entrou com ela também.

— Louis está lá em casa?

— Sim. Toni pediu que ele fosse.

— Logo percebi. Está muito silenciosa essa casa.

Ele brinca e os riem. Eu sorrio. Era verdade, a casa sempre fica muito quieta quando meu filho não está aqui. Com cuidado eu me esgueiro para olhar lá embaixo. Não queria que eles me vissem, então precisaria tomar cuidado.

— Pensei que encontraria Camila na sala. Ela deve ter dormido.

Lauren comenta e senta-se no sofá. Hunter a acompanha.

— Por falar na minha cunhada... Como estão as coisas entre vocês?

Minha curiosidade fica aguçada.

— Melhores do que antes, mas ainda continuam difíceis.

Ela fala como uma confissão e suspira longamente. Parece exausta.

— Não teve nenhum avanço no quadro dela? Nenhuma lembrança? – Ele questiona. Lauren nega com a cabeça, olhando para baixo. Seus ombros estão encolhidos e não demora muito para acontecer algo que faz meu coração ficar apertado. — Oh, pequena... Ponha para fora. Irá se sentir melhor.

Hunter a puxa para seus braços, embalando-a em um forte abraço para tentar confortá-la. Lauren está chorando de forma audível. Seu corpo treme e ela agarra o casaco de seu irmão. Sinto-me cada vez mais estranha ao ver aquilo. Minha vontade é de correr para o meu quarto, me trancar lá dentro e não sair até que ela tenha parado de chorar. É horrível vê-la assim. Nunca fui o tipo de pessoa que consegue ficar indiferente ao ver o sofrimento de alguém. Um choro sempre foi meu ponto fraco. E por mais que não estivesse apaixonada por aquela mulher, seu sofrimento me machuca.

— Eu juro que tento ser forte, sabe? – Lauren se pronuncia depois de um longo tempo chorando. Hunter seca seus olhos quando ela se afasta dele e acaricia seu rosto com o polegar. — De vez em quando ela me olha como se estivéssemos no passado. Quando ela me desprezava. Isso dói tanto. – Uma pausa e um suspiro pesado. — É horrível vê-la sendo indiferente a mim. Eu estou acostumada com seus olhares amorosos. Com o carinho e o afeto.

— Imagino que esteja sendo difícil mesmo.

— Apesar da fase difícil que estávamos, eu tinha aquela certeza de que tudo ficaria bem. Ela me olhava com amor... O mundo fazia sentido.

Fase difícil? Será que nosso casamento estava passando por altos e baixos da forma que meu pai tinha dito hoje mais cedo?

— Vocês conversaram sobre o casamento de vocês?

— Ainda não.

— Precisam fazer isso logo. Você sabe...

— Eu sei.

— O que pretende fazer?

Lauren olha para cima e encara o teto. Hunter coloca uma mão em suas costas, alisando-a com carinho para reconforta-la.

— Prometi que sempre estaria ao lado dela. Nos momentos bons e nos ruins. Não importa se no final do dia eu me sinta como merda por não conseguir ao menos um sorriso da mulher que amo com a minha vida. – suspira. — Vou apoiá-la e estar com ela. Só quero vê-la bem e ajudá-la com a amnésia.

— Sabe que ela pode nunca se lembrar de nada.

— Eu sei disso. E morro de medo...

— Que ela não lembre de você?

Lauren para de olhar o teto e o encara.

— Que ela não lembre de ter me amado um dia.

Sua frase me atinge de uma forma surreal. Sinto cada palavra penetrar minha pele como se fossem facas afiadas. O coração aperta mais. Por que ela me afeta tanto?

— Não fique assim. Você sabe que pode conquistá-la outra vez. Já aconteceu antes, pode acontecer de novo.

— Não é tão fácil quanto parece. Eu gostaria muito que fosse.

— Eu sei, mas... Tente.

— Fiquei pensando em tudo isso desde que soubemos das probabilidades dela não se lembrar de nada. Lembrei dos nossos momentos juntas. O casamento. De como nossa família é unida. Da nossa felicidade. E a realidade me machuca porquê... Hunter, ela nem se lembra do nosso filho. Não faz ideia de como foi gerá-lo. Não sabe como foi feliz quando ele nasceu. – Sua voz falha um pouco. Sinto que ela irá chorar outra vez. — Ele a ama tanto. Minha maior preocupação era que por alguma razão ela o rejeitasse.

— Ela jamais faria isso mesmo sem lembrar de nada.

— Minha Camila não faria isso. Essa Camila de agora... Bom, ela é uma desconhecida para mim. Não vejo aquele brilho. Ela não está feliz.

— Conheço esse seu jeito de falar... Está cogitando pedir o divórcio?

O ar parece faltar em meus pulmões. Lauren para de encará-lo e abaixa a cabeça. Estou sem me mover, esperando sua resposta.

— Se for o desejo dela, então sim... Faço tudo por aquela mulher. Você sabe disso. Desde que ficamos juntas, venho dando o meu máximo para fazê-la feliz. E infelizmente não estou fazendo isso agora. Então se eu precisar abrir mão da minha felicidade pela dela... Eu o farei. Minha prioridade sempre será Camila. Eu não me importo comigo mesma... Não mais.

Seu desabafo termina quando ela começa a chorar outra vez. Hunter a abraça de novo. Lauren esconde o rosto na camisa dele e deixa toda sua emoção sair. Estou com os olhos cheios de água. Meu peito parece cada vez mais apertado.

Como pode alguém desistir de si mesmo por outra pessoa como ela está fazendo?

Ela me ama tanto ao ponto de passar o resto da vida infeliz somente para que eu possa ser feliz. Sou sua prioridade. Lauren me põe em primeiro lugar sempre.

Finalmente me dou conta de que estou chorando. Sinto toda a sua dor mais uma vez. Não me importo que seja estranho para mim. Só quero vê-la bem.

Choro por sua dor. Por não conseguir me lembrar dela.

*****

Como estamos?????

Camila se importando cada vez mais com a Lauren. Chorando por não lembrar dela.

Como disse o Alejandro... Ela nem percebe, rs...

Mas será que as coisas realmente tem conserto? Hm, deixem-me saber o que pensam.

Estou com animada. E tenho uma SUPER novidade... Só não quero contar agora, apenas quando tudo estiver resolvido. Mas é algo que muita gente sempre pedia com relação a essa fanfic. 

Bom, era isso, carinhas. Espero que vocês tenham gostado e vamos nos ver em breve de novo. 

Não esqueçam que o amor nem tudo suporta, mas lutar é sempre uma opção. Todo mundo tem o seu limite, não se vive uma vida toda investindo em algo sem futuro.

Desculpem pela melancolia, toda essa coisa da Demi mexeu comigo de uma forma surreal...

Vejo vocês em breve, amo todos. ♥

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