We're a mess (let's finish wh...

By yuritheanti

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"Então, começa assim: Cinco anos atrás todas se tornaram amigas, e elas perceberam que a razão de serem tão p... More

II - Reacender
III - Ressaca
IV - Recesso
V - Recarregar
VI - Recuo
VII - Realizações
VIII - Rebobinar
IX - Resultados [M]
X - Reajuste
XI - Remorso
XII - Reforma [M]
XIII - Repouso
XIV - Rebote
XV - Refletir
XVI - Restringir
XVII - Refugio
XVIII - Registro
XIX - Reparar
XX - Renovação [M]

I - Recrutar

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By yuritheanti



       Então, começa assim: Cinco anos atrás todas se tornaram amigas e  perceberam que a razão de serem tão próximas não era apenas porque compartilhavam um amor gigante por musica, animes e séries de TV horríveis, mas elas também compartilhavam mais um gosto: garotas.

        É, as pessoas dizem que: "As crianças consideradas estranhas tendem a ficar juntas" 

        O ensino médio foi uma droga – Especialmente para as mais novas que tiveram de assistir suas amigas se formarem antes - e a puberdade foi uma grande filha da puta. Sentimentos estavam envolvidos. Sana escorregou numa casquinha de sorvete e quebrou o pulso.

         E então, todas entraram na faculdade.

         Agora elas eram adultas.  Suas personalidades mudaram, conheceram novas pessoas, alguns cabelos foram tingidos, algumas delas fingiram ser mais interessantes – Algo que dolorosamente, e obviamente, não eram. E apesar de estarem envolvidas em coisas diferentes, as nove ainda eram tão próximas quanto antes. Ninguém entenderia elas da mesma forma que elas se entediam.

         Consequentemente, os sentimentos nunca pararam de se infiltrar em seus relacionamentos. As coisas ficavam mais complicadas, mas o amadurecimento as deu maior capacidade de lidar com tudo.

          Quero dizer, algumas delas conseguiram de alguma forma.

          Sana tropeçou e quebrou o pulso novamente.

"Você vai na festa da Nayeon? Por favor, diz que sim!" Sana praticamente se jogou em cima de Momo, antes que ela pudesse seguir para a próxima aula.

"Você quer dizer a festa do clube de teatro? Aquela em que todas as pessoas populares vão?" Momo terminou de colocar os cadernos em sua bolsa e então olhou para Sana. "Não, por quê?"

"Como assim? Por quê?" Sana estava fazendo biquinho e Momo revirou os olhos.

"Muita gente que eu não quero ver..."

"Mas a Mina vai estar lá!"

"Eu sei." Momo acertou um peteleco na testa de Sana e sorri de canto para ela. "Ela me disse. Nós temos aula de cálculo."

          Sana gemeu de dor por conta do pequeno golpe, enquanto passava a mão na testa. "Eu não entendo o motivo de você não ir se Mina e Nayeon vão estar lá."

          Este era um bom argumento, mas Momo estava muito cansada para o drama – Tanto figurativamente quanto literalmente, não é como se ela odiasse o clube de teatro. - Também conhecido como as pessoas que roubaram Nayeon do grupinho (e dela). Ela só não estava interessada nos sabichões, esnobes e hipócritas alunos de teatro, que estavam convencidos de ganharem um Oscar ao se graduarem.

           Ela tinha tentado se dar bem com eles – Nayeon havia a arrastado para o backstage a fim de que a amiga conhecesse todo mundo após sua primeira performance. Porém, essas pessoas estavam mais interessadas em aumentar o ego de Nayeon do que deixar Momo confortável.

           O clube de teatro é obcecado por Im Nayeon, o que era... bem, compreensível. Confiança e autoestima transbordavam dela e a mesma já estava farta de elogios. Sua atuação não era brincadeira e ela podia cantar como um anjo. Teatros musicais eram tudo que ela sempre quis, e todas sabiam disso. Nayeon tinha se tornado um pouco insuportável, mas no fim do dia, ela continuava sendo a mesma nerd, que tinha todas as temporadas de Sailor Moon escondidas no seu armário.

           Momo só sentia falta de passar tempo com ela todos os dias, isso era tudo.

           Tudo bem, talvez ela estivesse com ciúmes do clube de teatro, grande coisa...

           Já a Mina...

"Eu só não estou no clima, Sana!" Momo afastou-se, enquanto acenava levemente, Sana suspirou.

"Eu vou dizer para Mina que você furou com ela!" Sana gritou como uma última tentativa de fazer Momo mudar de ideia, mas ela somente foi embora dando uma gargalhada.


              Sana se levantou a procura de seu próximo alvo.

--


              O estúdio de arte era silencioso e calmo, pois possuía o intuito de inspirar a alma. Estava sempre cheio de alunos que compartilhavam o mesmo espaço, mas eles não interagiam entre si. Parecia mais uma biblioteca, contudo, haviam mais pessoas nuas e tinta.

               Son Chaeyoung praticamente vivia ali.

               Sua aula da tarde tinha sido cancelada, então ela se dirigiu até lá a fim começar seu projeto. Honestamente, era só uma desculpa para passar algum tempo naquele lugar. Tinha algo que fazia aquela sala silenciosa a atrair. Ela costumava ir no horário do almoço também, quase sempre para se inspirar a escrever alguns poemas ou contos. Suas amigas estavam começando a achar que ela tinha uma obsessão, mas ela sempre as assegurava que era apenas sua grande vontade de aprender.

                E também para fugir das pessoas, sabe? Ansiedade e toda essa droga.

                Chaeyoung estava quase terminando seu esboço quando viu a porta se abrir com sua visão periférica. Ela tentou ignorar, focando em sua tela novamente, mas então uma garota super saltitante, cheia de personalidade e um pulso quebrado começou – quase que literalmente- a pular em cima dela. Chaeyong nem piscou.

                Sana se aproximou dela por trás e ficou ali com as mãos nas costas. 

                Ela ficou no mesmo lugar, em silêncio, por cinco minutos.

                Chaeyong finalmente suspira abaixando seu pincel. "O que foi?"

"Changie, você é tão boa no que faz. Alguém já te disse isso?" Sana se curvou enquanto elogiava a pequena artista. Sua respiração quente ia de encontro com a orelha de Chaeyoung.

"Sim. Várias pessoas, na verdade. Geralmente quando querem algo de mim..."

                  Sana gargalhou, deixando um pequeno beijo no topo da cabeça da amiga. "Vamos para a festa da Nayeon comigo?"

                  Chaeyoung franziu a testa e finalmente virou-se. "Você, por acaso, bateu a cabeça quando quebrou o pulso?"

                   Sana se ajoelhou e Chaeyoung começou a entrar em pânico olhando em volta. Tinham mais três estudantes na sala e todos eles pareciam encará-las agora. O que não ajudou a ansiedade de Chaeyong. "Levanta! O que você está fazendo?"

"Son Chaeyoung! Você é minha melhor amiga. Minha parceira de crime. Minha primeira e única." Sana segurava as mãos de Chaeyoung enquanto dizia isso, e ela quis morrer.

"Primeiro de tudo, besteira! Mina e Momo são suas melhores amigas." Ela retira suas mãos das de Sana e cora. "Segundo... Levanta sua idiota, você está me envergonhando!"

"Não levanto até você dizer que vai a festa comigo!"

"Eu não vou à festas, Sana!" Ela vira de costas para sua amiga teimosa e foca novamente em seu projeto. "Você sabe disso."

                   Sana se levantou e a abraçou por trás, ganhando um resmungo de sua amiga. Era difícil ficar perto de Sana às vezes, mas o que elas podiam fazer? Sana era praticamente o coração do grupo, sua energia era invejável e ninguém conseguiria odiá-la mesmo se tentasse. "Só dessa vez, Changie... Por favor! Lá vai estar cheio de artistas assim como você!"

"O clube de teatro é cheio de atores, não artistas! É diferente..."

"Mas..."

"Isso tudo é por causa da Dahyun, certo?" Sana ficou sem reação e Chaeyoung revirou os olhos. Na mosca! "Você não tem jeito mesmo..."

"Não é nada disso..." Sana tentou desconversar, mas não tinha como negar. Além de Mina e Momo, haviam mais duas pessoas que sabiam sobre seus sentimentos complicados por Dahyun, Chae era uma delas. Ela sempre foi observadora.

"Ela vai estar lá e você não quer ficar sozinha na festa com ela." Chaeyoung continua. "E você já perguntou a Momo e ela recusou. Então você veio até mim, estou certa?"

"Você tem me seguido, mocinha?"

"Você é apenas muito fácil de ler." Chaeyoung gargalha e Sana solta o aperto que tinha envolta dela. "E Dahyun é incrivelmente lerda, por isso vocês têm se evitado, parece que estão num drama ruim ou algo do tipo."

                  A garota mais velha bufa, largando Chaeyoung. "Eu não quero falar sobre isso. Você realmente não vai?"

                  O tom que Sana utilizou dava até pena, Chaeyoung realmente queria ajudá-la, mas ela não era capaz de ir a uma festa cheia de estranhos. Ela odiava multidões, e sabia que Sana iria se enturmar rapidamente lá. "Desculpa, você sabe que eu não posso."

                  Elas se encararam um pouco e Sana sorriu docemente. "Eu sei. Desculpa. Não quis te forçar." Ela estendeu sua mão e fez um pequeno cafuné em Chaeyoung. "Acho que vou ter que tentar o plano C"

"Boa sorte!" Ela sorriu de volta. Ela ama Sana apesar de tudo.

"Eu realmente disse a verdade." Sana falou indo embora. "Você é uma artista incrível! Estou orgulhosa de você!"

                  Ela então foi embora e Chaeyoung se sentiu feliz e amada. Suas amigas eram casos perdidos quando o assunto eram suas "crushs".

                  Ela não era diferente. Talvez devesse ligar para essa pessoa.


--


                  Entrar na quadra de basquete era um tanto intimidador. Provavelmente por estar sempre cheio de atletas altos, musculosos e atrativos de todos os gêneros. Eles eram praticamente as estrelas do campus. Todos querem namorar um atleta na faculdade. Isso era apenas um fato, até mesmo na faculdade de artes. Esportes não eram o ponto chave dessa universidade, mas ainda assim chamava atenção.

                  O distinto barulho de tênis deslizando no chão bem polido da quadra chegaram aos ouvidos de Sana assim que ela pisou no local. Ela sorri com o cheiro de suor e bolas de borracha. Isso a fazia lembrar-se de coisas engraçadas, como na vez em que tentou ser atlética uma vez na vida e acabou quebrando o pulso novamente. Era sempre seu pulso; Ela estava começando a notar o padrão.

                   Ela imediatamente localizou a pessoa que estava procurando e acenou para ela. "Jeongyeon!"

                   A garota de cabelos curtos parou de arremessar bolas na cesta e acenou de volta. "Sana! Estarei logo aí!"

                  Sana apenas assentiu com a cabeça e sentou na arquibancada esperando o treino acabar. Não levou muito tempo, logo Jeongyeon estava indo em sua direção com uma toalha em volta do pescoço e uma garrafa de água na mão.

"Se eu não te conhecesse eu teria infartado agora." Sana provocou Jeongyeon que estava sentanda ao seu lado. "Jeongyeon toda suada e descabelada vindo em minha direção em câmera lenta...parece um sonho!"

"Meu Deus...Cala a boca!" Jeongyeon a empurrou com um dos ombros levemente e Sana riu alto. "Você diz isso como se as pessoas não te imaginassem nua o tempo todo também..."

"Eu não sei do que você está falando..." Sana cruza as pernas e pega a garrafa de água das mãos de Jeongyeon.

"Certo. Quantas pessoas você beijou e não mandou mensagem no outro dia, só no ultimo semestre?"

"Você me faz parecer uma vadia."

"Nós aceitamos os títulos que achamos merecer." Jeongyeon pode ser uma atleta de coração, mas sua alma ainda pertencia às Belas Artes. Sana não conhecia mais ninguém que havia assistido mais filmes que ela, e suas amigas sempre a pediam sugestões baseadas em seu humor. Ela também tinha o pen drive mais sagrado do campus, a fazendo ser conhecida não só por ser atlética, mas também pela grande quantidade de filmes piratas que ela carregava no bolso.

                   Todo mundo queria Jeongyeon por algum motivo.

"Ok, então, o que foi?"

"Bom..." Sana pausou enquanto pensava na melhor forma de falar sobre isso. "Como você sabe, nossa talentosa Im Nayeon tem tido alguns problemas ultimamente..."

"Problemas?" A expressão de Jeongyeon ficou séria substituindo o tom brincalhão que ela tinha há alguns segundos atrás.

"Ela não te contou?" Sana perguntou colocando a mão na coxa de sua amiga. "Ela provavelmente não queria te preocupar..."

"O que aconteceu?"

"Sabe..." Sana começou a falar com a franja caindo sobre os olhos. "Ela tem se sentido isolada ultimamente. Parece que o clube achou alguém novo e a deixou de lado. "

               Jeongyeon ergueu uma das sobrancelhas em descrença. "Isso não soa nada como eles."

"É verdade! Nayeon me contou ontem." Ela forçou os olhos a ficarem brilhando. "Ela tentou fazer uma piada, mas eu pude sentir a tensão em sua voz."

"Uhum."

"E então eu lembrei que..." Sana se aproximou dela. "Vai acontecer a festa do clube de teatro esta noite, e Nayeon com certeza vai estar lá."

"Hm"

"Você consegue imaginar Nayeon sozinha deixada de lado por essas pessoas? Então, como amigas leais que somos eu pensei que deveríamos ir à festa...."

"Então você quer me arrastar para a festa do clube de teatro?"

"Eu estou tão feliz que Nayeon pode contar com você!" Sana abraçou a atleta. Jeongyeon apenas bufou e a afastou.

"Não vai acontecer!"

"Mas o quê?" Sana se afastou chocada. "Por que não?"

"Eu tenho uma prova amanhã e tenho que estudar." Jeongyeon sorri de canto se levantando. "E isso não é uma desculpa. Porque eu te diria se fosse, eu odeio aquelas crianças do teatro!"

"Ah... Você também não!" Ela levantou e se jogou nos braços de Jeongyeon novamente. "Sua colega de quarto fez uma lavagem cerebral em você? "

"Momo não fez nada! Eu já os odiava muito antes dela"

"Então você fez isso com ela! Como ousa? Você sabe como ela é influenciável"

                   As duas garotas saíram da quadra lentamente. Jeongyeon sorria e acenava para as fãs que a esperavam ao lado de fora. Sana tentava convencer Jeongyeon a ir para a festa com todas as suas forças. Jeongyeon fingia escutar, mas já havia se decidido.

                   O motivo pelo qual ela não gostava dos alunos de teatro era o mesmo de Momo – Eles roubaram a Nayeon do grupo. E tudo bem, Nayeon tinha agora seu próprio círculo, não é como se ela pertencesse a alguém de qualquer forma. Mas Jeongyeon tinha todo o direito de não querer se aproximar deles tão cedo.

"Sana, você não pode apenas perguntar para outra pessoa?" Jeongyeon interrompeu o monólogo da amiga quando elas chegaram no vestiário e se afastou do enlaço da outra. "Você tem vários amigo que provavelmente irão."

"Eu tenho, mas... Eu queria ir com vocês." Ela diz se referindo ao grupo original, as nove. "Momo não vai, nem a Chaeyoung e a Tzuyu está doente..."

"Mina?"

Sana mordeu seu lábio inferior, cruzando os braços. "Ela vai, mas... é complicado!"

"Interessante..."

"O que isso quer dizer?"

"Mina não gosta de festas." Ela franziu a testa. "Pera aí, vocês brigaram?"

"O que te faz pensar isso?"

"O fato da Momo não ir e Mina sim. Você claramente está querendo a evitar na festa."

                  Ela não estava totalmente errada, mas Sana não iria admitir. Era difícil de explicar, muito cansativo e complexo. Para falar a verdade, nem ela mesmo entendia. "Nós não estamos brigadas, é apenas uma precaução temporária. "

"Se é o que você diz..." Jeongyeon pausa. "Mas ela está bem, né? Digo, a Mina."

                 A preocupação de Jeongyeon com Mina era algo que existia desde os tempos de ensino médio, e Sana achava isso a coisa mais fofa do mundo. Ela quase suspirou ao analisar todo o cenário - Pobre Jeongyeon! Mal sabe que está envolvida na bagunça também, mas ela preferia não contar agora, isso só aumentaria as perguntas.

"Sim, ela está bem!" Sana sorriu sinceramente, e foi tudo que Jeongyeon precisava para acreditar nela. Sana pode até ser uma cobra que mexe com as pessoas para conseguir o que ela quer, mas era fácil saber quando estava sendo verdadeira. Porque era raro a garota ser manipuladora com suas amigas.

"Que bom!" Jeongyeon entrou no vestiário. "Te vejo depois! Boa sorte com a festa!"

"Okay..." Sana deu um tapa na bunda de Jeongyeon em forma de brincadeira. "Vai tomar um banho, você está fedendo..."

"E..." Jeongyeon coça sua nuca. "Se você ou a Mina precisarem de algo não hesite em me pedir."

                 Sana olha para ela de maneira compreensiva - Ela não precisava adicionar "você" na frase, ela já sabia com quem Jeongyeon estava preocupada de verdade.

                 Foi sempre assim. Jeongyeon cuidava da Mina o tempo todo, e quando ela não estava com ela, perguntava sobre ela. Fazia isso com todo o grupo, como um guardião silencioso, mas com a Mina era diferente. Ela era mais gentil, falava suavemente e olhava para a outra gentilmente. Sana foi a primeira a perceber, mas não disse nada.


"Okay Romeo..." Ela disse de maneira provocativa, fazendo a amiga revirar os olhos. Jeongyeon finalmente se despediu e elas foram uma para cada lado. Sana não pôde evitar suspirar com toda a tragédia. "Você precisa parar de ser tão protetora Jeongyeon!" Ela sussurrou para si mesma enquanto caminhava para seu próximo alvo. Ela não havia desistido ainda!


--


             A primeira coisa que Momo queria fazer ao chegar ao quarto era tomar um banho e então comer uma barra de proteína. Seu estômago estava roncando, já que ela tinha feito a estúpida decisão de começar uma dieta no começo do ano. Os resultados podiam ser percebidos quando olhava seu abdômen visível no espelho, mas ela ainda não estava contente em ter a mesma dieta que um roedor.

              Ela tinha acabado de ter sua última aula e estava saindo do prédio quando esbarrou em alguém.

"Me desculp..." Ela sentiu o cheiro do perfume. "Nabongs?"

"Momoring!" A expressão de Nayeon se iluminou e então abraçou a amiga de lado apesar de estar levando um grande livro em seus braços. "Eu ia te ligar mais tarde."

"Eu estou aqui agora." Ela observou a dificuldade de Nayeon em carregar o enorme livro e então foi até ela. "Me deixa levar isso."

"O que? Não... Não precisa." Mas Momo não aceitaria um não como resposta e então ela suspira e entrega o livro para Momo. "Eu juro que você está se transformando na Jeongyeon com toda essa atitude de cavaleiro em uma armadura reluzente."

"Uma versão mais sexy da Jeongyeon, certo?" Ela não podia evitar provocá-la apesar das batidas intensas de seu coração. Ela não queria agir diferente com Nayeon, não importa o que seus estúpidos sentimentos a diziam, e ela não iria. A amizade delas era mais importante.

            Nayeon desceu seu olhar do rosto para os músculos do abdômen de Momo e sorriu sacana. "É, talvez... Eu te conto depois."

            Momo a empurrou com um dos ombros e elas começaram a andar. "Para onde vamos?"

"Para o escritório do clube de teatro. Isso que você está carregando é a lista de convidados." Nayeon encarou Momo novamente. "E era isso que eu ia te perguntar mais tarde. Você vem?"

             Momo abriu a boca para responder, mas ouviu alguém distante. Não era difícil reconhecer Sana, mesmo no meio da multidão, e Momo não queria passar pela mesma discussão novamente. Ela sabia que se Sana as vissem juntas ia fazer Nayeon se virar contra ela com ótimos argumentos.

"Merda! Vem comigo" Momo pegou Nayeon pela blusa e a arrastou para o outro lado andando rápido, só parou quando tinha certeza que Sana estava longe. Sana nunca correria mesmo.

"Está fugindo de quem?" Nayeon perguntou dando risada.

"Ninguém." Momo suspirou e diminuiu seus passos- Ela infelizmente sabia onde era o escritório do clube de teatro graças ao fato de sempre estar de olho em Nayeon. "Sobre a festa, eu não acho que vou."

"Ah, sério?" Era muito mais difícil permanecer estática quando Nayeon estava choramingando. "Eu esperava que você fosse. Mina e Dahyun serão as únicas a irem pelo que eu saiba. Eu ainda não falei com as outras, mas duvido que vão." Então ela pensa mais um pouco. "A Sana vai, mas ela vai a toda festa que surge, então..."

"Isso é verdade." Momo riu, virando a direita num corredor. "Eu acho que não estou no clima. Jeongyeon vai ficar no quarto porque precisa estudar para uma prova. Acho que vou ficar com ela e, sabe, assistir algo do pen drive dela, comer algo saudável..."

"Você ainda está de dieta?" Nayeon parecia chateada. "Momo, você vai desaparecer se não comer mais."

"É apenas por mais alguns meses." Apesar do tom rude, ela sorri. Ela gostava quando Nayeon mostrava se preocupar. Era raro. "Eu prometo comer melhor no outono. "

            Nayeon não se sentia convencida, ela caminhou a frente de Momo, fazendo a mesma parar. "Olhe nos meus olhos e prometa que vai parar de ficar tão obcecada com um corpo perfeito e que irá comer"

            Não deveria ser tão difícil fazer algo tão simples, mas Nayeon ficava extremamente atraente quando estava brava e mandando. Momo podia sentir suas bochechas queimando. Ela odiava esse sentimento na boca de seu estômago que reaparecia toda vez ao estar próxima de Nayeon, onde a mesma estaria se preocupando com ela, porque era o que amigos deveriam fazer, certo? Cuidar e se preocupar uns com os outros, mas isso enlouquecia Momo às vezes.

            Depois de uma risada nervosa e revirar os olhos, Momo finalmente encarou Nayeon nos olhos.

             Deus!

             Ela é tão linda que doí.

"Eu prometo." Ela estava grata por sua voz não oscilar tanto quanto sua temperatura.

            Nayeon eventualmente sorriu, mostrando os dentes e tudo. Momo só queria dizer a ela o quanto ela amava esse sorriso.

"Bom!" Ela se virou e andou o resto do caminho enquanto Momo observava todos os seus movimentos.

             Era difícil, mas ao mesmo tempo, ela não podia evitar sorrir igual uma idiota para a garota a sua frente. Tudo sobre Nayeon a fazia se sentir viva; ela tinha essa aura que envolvia os outros e os faziam se apaixonar por ela. Claro, ela era egocêntrica, e podia ser extremamente irritante se você não soubesse lidar com sua personalidade flamejante, mas Momo esteve ao seu lado tempo o suficiente para admirar até mesmo a parte mais feia dela.

              E ela amava cada parte.

              Pensar em quão fácil ela se apaixonou por esta garota fez algo em seu estômago corroer, e não era fome dessa vez. Ela tinha essa urgência em fazer algo estúpido que iria acabar machucando-a, mas...

"Na verdade" Ela ia se arrepender depois. "Eu acho que vou."

              Nayeon quase tropeçou e em um segundo Momo estava ao seu lado garantindo que ela estivesse bem. "Você vai?" Seu sorriso bobo estava ali novamente, e estava perto, lindo.

              Os olhos de Momo focam em seus lábios por uma fração de segundos. "Sim!" E então. "Eu não posso deixar os nerds do teatro te roubarem de mim sempre."

              A expressão de Nayeon era indecifrável, mas Momo não ligava. Ela queria estar com ela, e era isso que ela faria.

              Então a atriz simplesmente tira o livro dos braços de Momo e o joga no chão, tirando uma caneta de sabe se lá onde e a entregando. "Então assine seu nome Hirai."

              A forma como ela falou era empolgante de certa forma, era como assinar sua sentença de morte.

              De repente ela estava animada para a festa.


--


                Sana estava cansada.

                Nenhuma de suas mais importantes amigas queria a acompanhar em uma simples festa, e agora seu pé estava doendo por ter andado pelo Campus inteiro, pois ninguém sabia usar a droga de seus celulares. Seu pulso quebrado também doía, porque, estava quebrado.

                Depois de andar pelos prédios principais, Sana sentou-se e encostou as costas na parede mais próxima, suspirando, enterrando a cabeça entre os braços. Ela sabia que ninguém iria se incomodar em perguntar se ela estava bem, a imagem de estudantes como ela não era tão raro, ainda mais no período das provas finais. Talvez um ou outro professor ia se questionar, mas passariam direto como se nada estivesse acontecendo, e Sana agradecia por isso.

               As aulas do período noturno estavam para começar, mas o lugar estava praticamente vazio. Zeladores limpando banheiros, os estudantes no jardim voltando para seus dormitórios, a maioria indo se arrumar para a festa, o Sol se pondo laranja atrás das paredes brancas.

              Sana levantou a cabeça, encostando sua bochecha em seu braço bom e observou os pássaros voando lá fora.

              Ela então sentiu alguém se sentando ao seu lado. O calor era familiar então ela sorriu fechando os olhos.

"Dia difícil?" A voz era tão afetuosa e calmante que Sana sentiu todas suas preocupações a deixando.

"Sim" Ela resmungou em resposta. "Eu andei pelo campus o dia todo. Quase cai novamente, vi algumas pessoas que me reconheceram, mas que eu não reconheci."

"E então?"

"Discuti com minhas amigas. Nenhuma delas quer me ajudar, acredita?"

"Não..."

"E então eu fiquei cansada. Decidi pensar na minha vida um pouquinho. " Sana abriu os olhos, olhando para frente. "Muita gente me chama de fácil, sabia? Falsa, a garota que fica se achando e que dormiu com o departamento de artes inteiro."

             A garota ao lado de Sana se deslocou para perto da mesma, encostando os ombros.

"Eu sei que eu não devo nada a ninguém, especialmente minha atenção. Mas às vezes eu me pergunto se eles estão certos." Sana então se virou para encarar a garota. "Patético, não acha?"

"Um pouquinho, sim..." A garota respondeu e sorriu. Sana sorriu de volta e elas se encararam por um tempo. A expressão de Sana se suavizou. Ela esticou suas costas e suspirou, encostando a cabeça nos ombros da garota.

"Vamos na festa comigo?"

                 Jihyo encostou sua cabeça na de Sana. "Isso vai fazer com que você pare de falar merda sobre a linda, talentosa e perfeita pessoa que você é?"

                  Sana gargalhou, escondendo seu rosto no pescoço de Jihyo. Ela absolutamente a amava. "Sim!"

"Então eu vou!"

                   E simples assim, ela achou companhia e sentiu-se menos sozinha. Talvez existisse uma lição para se aprender com tudo isso afinal.

                   Talvez ela devesse parar de correr atrás das pessoas e esperar que elas fossem até ela.


--


                   Chaeyoung bateu três vezes na porta do quarto que ela compartilhava com Dahyun e Tzuyu, e então entrou silenciosamente. As luzes estavam ligadas, isso significava que sua "paciente" estava acordada. Ela se preocupou um pouco com isso; ela queria que Tzuyu descansasse o máximo que pudesse – Nunca era fácil perder três dias de aula seguidos. Claro que Chaeyoung trazia as tarefa e anotações todos os dias, mas ela não era a melhor professora do mundo.

"Tzuyu?" Chaeyoung se aproximou da garota cuidadosamente. Ela estava deitada na cama, uma cumbuca de sopa na sua escrivaninha e o controle remoto em mãos.

"Ei..." Tzuyu disse com uma voz fraca. Ela estava melhorando da gripe, mas sua garganta ainda estava doendo, então ela falava apenas o mínimo. "Dahyun comprou o jantar."

             Virando-se para o banheiro, Chaeyoung percebeu que sua outra colega de quarto era o motivo pelo qual Tzuyu não estava dormindo. "Bom, era o mínimo que ela podia fazer depois de te acordar."

"Aqui é meu quarto também, sua babaca!" Dahyun gritou do banheiro fazendo as outras duas sorrirem. O quarto delas era geralmente bagunçado, porque eram as três ali, mas hoje especialmente. - Graças à Dahyun se arrumando para a maldita festa.

"Parece que passou um furacão por aqui." Chaeyoung tinha ido ao banheiro lavar suas mãos sujas de tinta e quase se engasgou com o que viu.

"Uma garota tem que ficar linda, e beleza gera bagunça." A maquiagem de Dahyun estava literalmente metade feita, ela tinha esse estranho hábito de fazer um olho de cada vez. Ela diz que lhe dá uma sensação de perspectiva, mas honestamente, isso fazia Chaeyoung rir bastante. "Que foi?"

"Essa sua maquiagem bizarra."

"Isso é arte Chaeyong, e arte toma tempo." Kim Dahyun já estava praticamente perfeita, mas com um olho grande e bem produzido, já  o outro pequeno tornava ela uma piada. "Pare de rir! Vai cuidar da Tzuyu, esse banheiro é pequeno demais para duas pessoas."

"Ai, ai..." Chaeyoung limpava uma lágrima que caia por conta de sua crise de risos.

"Como é que ela está?" Perguntou Tzuyu curiosa.

"Eu vou desenhar ela mais tarde. Eu nunca vou tirar essa imagem da cabeça." Chaeyoung disse enquanto tentava recuperar seu ar, Tzuyu riu também e  acabou tossindo. Isso fez todos os músculos de Chaeyoung agirem rapidamente, ela se sentou na cama de Tzuyu e pegou o copo de água que estava no criado mudo ao lado.

"Aqui, toma."

"Obrigada." Ela bebeu o líquido e depois suspirou aliviada. "Eu odeio estar gripada."

"Vai passar logo..." Chaeyoung fez um cafuné em Tzuyu e depois pegou a cumbuca de sopa. "Come." Já era natural ela alimentar Tzuyu a esse ponto, e a outra não estava reclamando.

             Elas conversaram por um tempo, Chaeyoung contou a ela sobre o seu dia, e ela continuava preocupada com seu projeto de fotografia que não estava terminado devido a gripe. A pintora garantiu a ela que a ajudaria assim que se sentisse melhor. Tzuyu agradeceu.

             Tinha certa suavidade entre as membros mais novas do grupo de amigas –Exceto Dahyun, mas essa era uma outra história.- Chaeyoung e Tzuyu sempre se deram bem, mais do que pessoas comuns. Elas nunca tiveram uma briga de verdade antes, porque não havia motivo. Elas sempre dialogaram honestamente e eram abertas com suas dificuldades, então nada deu muito errado entre elas.

             Elas não escondiam segredos uma da outra.

             Não até agora, pelo menos. E esse segredo em particular estava comendo Chaeyoung viva.

             Ela não podia contar pra ninguém.

             Depois de um tempo, a sopa tinha acabado, o programa de TV que passava era decente, e Dahyun estava fora do banheiro – Agora ela tinha maquiagem dos dois lados do rosto.- "Como eu estou?"

"Bem...Dahyun." As duas garotas responderam ao mesmo tempo.

"Ajudaram muito..."

"Você está linda!" Tzuyu disse honestamente.

"Não se esqueça de levar suas chaves. Você sabe que a gente vai estar dormindo quando você voltar." Chaeyoung se levantou para colocar seu pijama.

"É, eu sei." Dahyun pegou as chaves e a carteira colocando em sua bolsa. Olhou em volta mais uma vez pra ter certeza de que não estava esquecendo-se de nada. "Se comportem! Não quebrem nada, durmam cedo e não assistam pornô na minha conta Premium."

"Ata." Chaeyoung revirou os olhos. "Não beba muito, eu não vou cuidar de você quando voltar."

           Apesar da forma cômica e hostil que elas jogavam palavras uma a outra, Chaeyoung e Dahyun se abraçaram e Tzuyu as observava com carinho. Elas eram amigas apesar de tudo. "Vê se descansa, Tzuyu." Dahyun depositou um beijo no topo da cabeça de Tzuyu e se dirigiu a porta. "Tchau crianças."

            É incrível o silêncio que pairava no ar com a saída de Dahyun.

"Ela é uma grande dor de cabeça." Chaeyoung reclamou enquanto tirava sua camiseta.

"Ela é complicada, sim." Tzuyu concordou. "Mas nosso grupo não seria o mesmo sem ela."

"Essa é a pior parte!" Tinha um sorriso em seus lábios. "Ela é tão lerda quanto é irritante."

"Como assim?"

"Esquece..." Chaeyoung esqueceu que Tzuyu não sabia de todo o drama de Sana e Dahyun, então mordeu a língua. Quando ela terminou de se trocar, pegou um travesseiro de sua cama e subiu na cama de Tzuyu se ajeitando em baixo dos lençóis. Tzuyu riu.

"Você vai ficar doente se ficar perto de mim."

"Eu não ligo." Disse se sentando na cabeceira da cama. "Eu quero ficar com você."

Tzuyu olhou para baixo envergonhada, mas não reclamou.

"Além do mais, a TV fica bem em frente a sua cama." Chaeyoung disse recebendo tapas em resposta. Ela segurou a mão de Tzuyu. "Eu estou brincando."

"Você também consegue ser uma dor de cabeça às vezes." Tzuyu provocou, mas encostou sua cabeça no ombro de Chaeyoung. Elas ficaram em silêncio depois disso, aproveitando a companhia uma da outra e assistindo a um programa culinário qualquer. Elas ainda estavam de mãos dadas, e Tzuyu entrelaçou seus dedos em algum ponto, o que fez o coração de Chaeyoung quase parar. Mas ela não se moveu, fingindo não notar.

            O remédio estava deixando Tzuyu com sono e não demorou muito para ela apagar no ombro de Chaeyoung. Seus roncos baixinhos eram muito fofos, e era assim como você sabia que ela dormia profundamente.

             Cuidadosamente, Chaeyoung levantou para apagar as luzes. Ela estava indo para sua cama quando ouviu Tzuyu resmungar em seu sono.

"Fica aqui."

             O coração de Chaeyoung se apertou em seu peito e ela mordeu seu lábio, suspirando. Ela foi até a cama de Tzuyu novamente, ela tinha pegado algumas almofadas do sofá e colocou em baixo do queixo da garota. Aparentemente convencida que tinha um corpo quente ali, Tzuyu apagou novamente. Chaeyoung suspirou aliviada e foi para sua cama.

              Ela desligou a TV e fechou os olhos, tentando ignorar a dor em seu peito.

              Chaeyoung tinha um segredo que ela não podia contar a ninguém.

              E ela se recusava a revela-lo.


--


"Te vejo amanhã, professora." Jeongyeon se despediu de sua professora de literatura e finalmente soltou o bocejo que estava segurando por conta de sua reputação. Ela amava a senhorita Sumni, mas sua aula era densa e tinha informações demais. Ela queria ir bem em sua prova de amanhã, por isso ela tinha pedido uma aula extra durante a noite. Agora que tinha acabado, ela podia finalmente voltar ao seu quarto e descansar.

               Mas tinha algo a agoniando, e ela queria fazer este estranho sentimento sumir antes de ir para a cama. Ela pegou o celular e ligou. Chamou duas vezes antes de alguém atender.

"Minari?"

"Jeongyeon," Sua voz soava alegre, o que era bom. "Como você está?"

"Eu estou bem." Jeongyeon respondeu sorrindo levemente. "Um pouco cansada, para falar a verdade. O treino foi pesado e eu acabei de sair de uma aula extra de literatura."

"Olha só pra você, estudando bastante."

"Alguém tem que fazer isso. Você não pode ser a única inteligente do grupo."

Mina gargalhou levemente como sempre fez e isso deixou Jeongyeon mais leve. "Estou feliz de te ver empenhada em roubar meu título."

"Pois é" Ela bagunçou um pouco os cabelos. "Então, Sana disse que você vai à festa hoje a noite."

                Mina ficou em silencio por alguns segundos. "Eu vou. Eu pensei que eu deveria tentar tudo isso de 'socialização' antes de me graduar." Ela pigarreou. "E outra, Nayeon vai estar lá. Se algo der errado eu posso sempre grudar nela como cola."

                Jeongyeon virou à esquerda e começou a descer as escadas, imaginando a cena. "E você sabe que essa é uma festa do clube de teatro, certo?"

"E o que isso quer dizer?"

"Quero dizer que eu duvido que a deixem sozinha por um segundo" Ela soltou uma risada ofegante. " As crianças do clube de teatro a adoram como um tipo de divindade, o que é justificável, honestamente."

"Acho que sim" Mina soou para baixo de repente, mas pode ter sido apenas a imaginação de Jeongyeon. "Bom, Dahyun estará lá de qualquer forma. Quem sabe eu possa fazer alguns amigos."

"É! Quem sabe..." A conversa morreu e elas ficaram em silêncio por um tempo. Não era desconfortável, de qualquer forma. Mina e Jeongyeon podiam ficar no telefone por horas sem falar nada e ainda seria legal. Elas se entendiam bem.

"Era tudo que queria me perguntar?" Mina falou do nada, tirando Jeongyeon de seus pensamentos.

"Hm, é... Eu só queria ter certeza que você ficaria bem."

"Como sempre!" Ela podia ouvir o sorriso gentil de Mina em sua voz.

"Como sempre." Jeongyeon respondeu. Outro silêncio se iniciou e logo ela estava no dormitório. "Bom, eu preciso ir. Me liga se precisar de algo."

"Ligo sim."

"Falo sério. Você pode me ligar às quatro da manhã..."

"E você atenderia. Eu sei!"

"Isso!" Ela sorri sem jeito e sobe os últimos degraus da escada antes de ficar frente a frente com sua porta. "Divirta-se!"

"Eu vou." Pouco depois. "Obrigada por ligar."

"Sem problemas." Jeongyeon estava em frente a sua porta com um sorriso bobo em seus lábios. "Te vejo depois."

             Elas finalmente desligaram e a atleta suspirou, olhando para o celular. Apesar de ter garantido que Mina estava bem, ela ainda se encontrava apreensiva por algum motivo. Jeongyeon negou com a cabeça afastando os pensamentos, e finalmente abriu a porta. Ela ia ter que estudar e não podia ser incomodada por uma ansiedade sem motivo.

             Ela deu um passo para dentro do quarto e se deparou com uma bagunça de roupas em cima da cama de Momo, essa que estava passando batom no espelho próximo ao banheiro. Isso era inesperado.

"Ué, Sana disse que você não ia." Foi mais uma pergunta do que uma afirmação.

"Mudança de planos." Momo disse, dando de ombros. E então ela se virou. "Devo ir de cropped ou camiseta?"

"Você quer que as pessoas vejam seu abdômen?"

"Sim."

"Cropped, então!"

             Momo sorriu de canto e foi ao banheiro terminar sua maquiagem. Jeongyeon jogou sua bolsa na cadeira e jogou-se em sua cama, encarando o teto por um momento, e depois as roupas. Ver Momo se arrumando para a festa engatilhou algo dentro dela, fazendo com que franzisse a testa e fechasse os olhos. Ela, então, os abriu novamente, virando de barriga e coçou a cabeça.

"Ah foda-se!" Ela pensou.

              Quando Momo tinha terminado, ela saiu do banheiro e parou com a cena. "O que você está fazendo?"

"Sendo arrastada para essa droga de festa."

"...Por quem?"

              Jeongyeon suspirou pegando sua melhor roupa. "Pela minha estupidez, aparentemente."

              Momo ergueu uma sobrancelha e gargalhou. "Acho que somos duas, então."

              Essa festa seria maravilhosa ou péssima em níveis astronômicos.

              Honestamente, Momo não via a hora de descobrir qual das opções seria.

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