Acordei me sentindo mais cansada do que quando dormi, provavelmente os remédios estavam me deixando fraca. Taehyung tinha a cabeça em meu ombro e un braço dele estava caído sobre mim apesar de não estarmos tão próximos.
Contato demais.
Ele precisava ir embora antes que meus pais tivessem a chance de encontrá-lo em meu quarto.
— Hum...ainda é cedo — Taehyung resmungou quando me mexi tentando sentar.
— São quase sete horas, precisa sair logo — passei as mãos pelo rosto — dormiu como uma pedra, isso porque era só um cochilo.
— Em minha defesa, eu dormi bem depois de você — se afastou quando se deu conta da nossa proximidade — por isso estou com sono.
Me sentei resmungando, os músculos da minha barriga estavam doloridos, talvez continuar deitada fosse melhor.
— Pelo visto vou ficar na cama o dia todo — suspirei.
— Você está bem? Pensei que o remédio tinha ajudado.
— Ajudou — lhe encarei atentamente, aquele piercing era muito sexy — mas meu corpo não é de ferro, são muitas coisas acontecendo.
— Talvez fosse melhor ir ao hos...
— Nada de hospital — me encolhi — não estou passando mal, só estou cansada. Ficar quietinha vai resolver tudo.
— Qualquer coisa me avisa — levantou se espreguiçando.
— Olha só, o senhor mafioso se preocupando — provoquei — Não era você que tinha coração de pedra?
— Não trabalho pra máfia — franziu o cenho — pelo menos não mais. E não se aproveite da minha boa vontade.
— Hana, está falando com quem? — a voz da minha mãe soou e eu fiz sinal pra Taehyung sair pela janela.
— Estava assitindo uma série — menti me levantando rápido, o que causou uma onda de dor — é ótima, a senhora devia assistir depois.
Taehyung saiu pela janela e eu suspirei aliviada. Abri a porta, minha mãe parecia estar acreditando.
— Venha comer logo, a comida vai esfriar.
— Já estou indo, vou apenas trocar de roupa — sorri tentando não estragar tudo.
— Ok.
Assim que ela saiu fechei a porta e me dirigi a janela. Taehyung estava encostado na grade de proteção da escada.
— Foi por pouco, obrigada por ontem.
— De nada, pensei que ia trocar de roupa.
— Não com você aqui, pervertido — fiz uma careta — vai logo.
— Já estou indo — riu começando a descer.
— É sério, se eu te pegar me espiando...
— Não vou — rolou os olhos — se cuida.
Apenas assenti, observei até ver Taehyung chegar lá em baixo e seguir em direção ao fim da rua, só aí fechei a janela e troquei de roupa.
Tomei café da manhã com meus pais, eu com certeza passaria o dia inteiro na cama, precisa melhorar o mais rápido possível.
***
Tomei coragem o suficente para bloquear Seon Woo, não o queria mais em minha vida. Assim que melhorasse eu precisava arrumar um emprego e dar algum rumo para a minha vida.
Meus ex-colegas da escola pareciam todos estar se dando bem, eu os via colocando vídeos e fotos nas redes socias. Podiam não estar todos ricos, mas com certeza estavam melhor que eu.
As vezes um sentimento horrível tomava conta de mim e tudo em que eu conseguia pensar era em como me sentia sozinha e inútil.
Talvez seja por isso que me rendi a Seon Woo, ele pelo menos me dava um pouco de atenção.
O dia passou rápido, eu comecei a me sentir bem melhor, o que fez com que eu ficasse mais relaxada.
Uma batida na janela chamou minha atenção, era Taehyung.
O que ele queria uma hora daquelas?
Eu até mesmo já tinha tomado banho e escovado os dentes, estava pronta para dormir.
— Você gosta mesmo de aparecer tarde — abri a janela deixando que ele entrasse.
— Só queria ver se você estava bem.
— Tem meu número — cruzei os braços quando lembrei do pijama que estava usando.
Ele ficava na metade da coxa e tinha mangas curtas. O tecido era muito confortável, no entanto eu não teria colocado se soubesse que Taehyung iria aparecer.
— Eu só...— puxou o piercing entre os lábios — pessoalmente é diferente.
— Eu estou bem — inclinei a cabeça focando em seu rosto — o que foi isso?
Ele tinha um arranhão próximo ao olho esquerdo.
— Eu caí.
— Ah — mordi o lábio sem saber o que dizer — deve estar cansado, não perca seu tempo comigo.
Eu não conseguia entender. Taehyung me queria longe mas vivia por perto. Claro que fazia algum sentido por causa de tudo que aconteceu, mesmo assim eu sobreviveria sem ele ali.
[ coloquem a música da multimédia]
A unica iluminação no quarto, vinha dos postes la fora. Reparei na camisa de Taehyung, tinha uma raposa na frente.
— Eu nunca durmo a essa hora mesmo — soltou o ar — Comprei uma coisa para você.
— Não precisava.
— Ainda não está pronto, mas quando estiver eu trago — passou as mãos pelo cabelo — acho que combina com você.
— O que é?
— Ainda não posso dizer — sorriu.
— Não acredito que vai me deixar curiosa — resmunguei.
— Pode aguentar até lá.
Não fazia a menor idéia do que poderia ser. Taehyung estava sendo bom demais aquilo não ia acabar bem. Ia ser apenas mais uma decepção.
— Precisa parar de vir aqui — encarei meus pés — não quero me acostumar e de repente ver você sumir.
— E quem disse que eu vou sumir? — pareceu surpreso.
— Ah, por favor, Taehyung — lhe incarei incrédula — só Deus sabe com o que você trabalha, mas eu tenho certeza que não é nada seguro. Caras com você não tem tempo para garotas como eu. Agradeço por tudo mas para com isso.
— Hana, eu disse que ia te ajudar e eu vou — ele tentou se aproximar mas eu me afastei — tem medo de mim?
— Não, eu só não quero acabar em outra situação complicada. Já basta tudo com o Seon Woo, eu não preciso de outro cara problemático.
— Eu não sou ele — sua voz estava rouca.
Taehyung não seria capaz de me bater, pelo menos eu queria acreditar que não. No entanto agora que finalmente enxergava tudo que Seon Woo fez, eu só não queria me machucar de novo.
Ele estava envolvido com coisas perigosas, sem nem mesmo o conhecer quase fui morta, o que poderia acontecer se nos tornassemos mais próximos.
— Você não entende — respirei fundo — a única que tem a perder sou eu e se aqueles caras vierem atrás de mim? Eu não tenho pra onde fugir.
Meu cérebro parecia estar entrando em colapso. Taehyung não podia garantir que eu estava segura, ninguém podia. Por um segundo senti como se o chão sob meus pés desabasse, por que tudo aquilo justo comigo?
— Hana, me escuta — Taehyung se inclinou na minha direção — ninguém vai fazer nada com você, eu garanto.
— Não pode — enxuguei algumas lágrimas que escorriam — você não vai...
E então ele me puxou para perto e depositou um beijo em minha testa antes de me abraçar forte. Seus braços me envolviam e Taehyung apoiou a cabeça na minha.
— Só confia em mim, eu sei que não sou um cara legal e você tem todo direito de estar com medo — seus dedos acariciavam meu braço — mas eu vou fazer meu melhor pra te ajudar, pelo menos um de nós dois tem que conseguir consertar as coisas, não é? Eu prometo que ninguém vai vir atrás de você.
— Tem certeza? — funguei, o cheiro do perfume dele era forte.
— Tenho, vai ficar tudo bem abelhinha. Eu vou cuidar de você.
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Sinto muito galera, eles se conhecem a pouco mais de uma semana, tá cedo pra dar uns amassos, considerando tudo que aconteceu.
Taehyung tá muito amorzinho
Uma pena que a vida cobra as coisas...