BROKEN HEART

By _bluelights

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Pior que uma pessoa competitiva, são duas pessoas competitivas! Os alunos do colégio Fox Mount já estava cans... More

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By _bluelights

§ KYKE MADDOX §

Se eu pudesse voltar no tempo, voltaria no momento que meu pai escolheu minhas eletivas e o impediria de fazer uma merda dessas com a minha vida.

Odiava biologia com todo o meu ser, ainda mais quando nos aprofundávamos no estudo sobre o corpo humano. Sim, ele era e sempre foi fascinante, mas não para pessoas que têm hemofobia. Quando eu era criança, tinha medo do escuro. Mas, quando cresci, tive medo de algo que corre dentro de mim e que ocupa mais de 160.000 km em vasos sanguíneos, de acordo com o livro.

Vai entender.

Dude, me empresta a borracha. — pedi a Tito, do outro lado da mesa.

Estávamos na biblioteca, estudando para a prova de biologia no final da semana. Ele estava olhando para o nada, e nem parecia ter ouvido o que eu disse. Ele estava assim desde a sexta-feira, e continuo assim durante o final de semana. Amassei uma folha de papel e joguei ele, tentando chamar a atenção dele.

— Sua mãe não te ensinou a jogar lixo no lixo, não? — ele pegou a bolinha de papel e a amassou mais.

— Estou fazendo isso.

— Haha. — disse, sarcástico. — O que você quer?

— Uma borracha. Você ficou com a minha na aula de geografia e não devolveu.

Ele jogou a borracha e voltou a olhar para o nada. Joguei outra bolinha de papel nele.

— Que inferno, Kyle! O que você quer, afinal? — ele gritou.

A bibliotecária mandou que fizéssemos silêncio.

— O que aconteceu com você? Por que tá assim, "perdido"? — disse mais baixo, evitando que a bibliotecária reclamasse.

— Nada. Só... me deixa em paz.

— Tem certeza, man? Eu posso ajudar com alguma coisa?

— Não acho que você poderia ajudar com o que tá acontecendo. Se está fora do meu alcance, imagine do seu.

— E o que tá fora do seu alcance?

Ele riu, e fechou os olhos. Tito sabia como eu era curioso, e insistente. Ele fechou os livros e aproximou mais sua cadeira de mim.

— Eu vou te contar um segredo, mas só porque eu confio muito em você, Kyle. Me prometa que você não vai contar pra ninguém.

— Relaxa, dude. Você fala como se tivesse matado alguém.

Ele ficou quieto. Espero que a clássica fala "quem cala, consente" não se aplicasse nesse caso.

— Você não sabe muita coisa sobre a minha infância, não é? — ele perguntou.

— Desde que você não tenha matado ninguém, acho que consigo ouvir.

— Ok, vamos lá. — ele respirou fundo. — Eu nasci em Acapulco, uma cidade de Guerrero que fica no México.

— Eu sei disso.

— Mas, o que você provavelmente não sabe é que minha mãe era canadense.

— Sério? Você não tem nenhum traço do Canadá!

— Quando minha mãe tinha uns 25 anos, ela viajou com umas amigas para Acapulco. Lá, ela conheceu meu pai e perdeu toda a inteligência que ela tinha por se apaixonar por ele. Então, as amigas dela voltaram pro Canadá, mas ela não. Então, ela acabou tenho dois filhos com meu pai, eu e o gêmeo, Theodoro.

— Não sabia que você também tinha um gêmeo.

— Eu não costumo falar muito dele porque nós não nos falamos há um bom tempo. Theo se tornou como meu pai, e eu não gosto do meu pai.

Tito nunca havia falado nada sobre o pai, muito menos do irmão. Pelo visto, a coisa era mais pesada do que eu imaginava.

— Meu pai nunca pareceu um pai, sabe? É mais como uma fruta podre, que apodrece todos ao seu redor. Ele batia na minha mãe e outras coisas que eu não gosto nem de lembrar. Quando eu devia ter uns 14 anos, ela decidiu que iríamos viríamos pro Canadá. Eu e meu irmão iríamos com ela, e estava tudo pronto para começarmos uma nova vida aqui. Mas, meu irmão preferiu ficar com o meu pai. Então, contou para ele que estávamos fugindo. — ele engoliu seco. — A história tinha tudo pra ter um final feliz, sabe? Eu finalmente conheceria meus avós, estudaria aqui com meu irmão e ficaria longe do meu pai, para sempre. Mas, não foi isso que aconteceu. Minha mãe mandou que eu entrasse no avião porque meu irmão tinha atrasado ela. Na verdade, Theo só estava tentando ganhar tempo até que meu pai chegasse e... matasse ela.

Ele parou por um tempo, e engoliu alguma coisa. Eu diria que era o choro que estava entalado na garganta, mas Tito era durão, e não iria chorar.

— Então, meu pai foi preso. — ele continuou. — Eu voltei para cá e decidi que iria estudar em um internato. Eu conheci os pais da minha mãe, e talvez eu pudesse ser mais próximo deles se tivéssemos sido apresentados por ela. Eles também não fazem muita questão, mas pagam a escola e alguns outros gastos. Ninguém saberia de mim, então poderia começar uma nova vida como eu e minha mãe queríamos. Não soube mais o que aconteceu com meu irmão, mas acho que ele deu continuidade ao trabalho do meu pai.

— Por que você tá assim, então? Isso não aconteceu há uns 3 anos?

— Theo meu ligou há uns dias. Ele disse que meu pai morreu, e quer que eu volte pra lá para ajudar nos "negócios" do meu pai.

— E o que são esses negócios? — perguntei.

— Ele era chefe de uma quadrilha, uma gangue. Talvez fosse a única coisa que ele conseguia administrar bem, e que fosse inteligente o suficiente pra criar e cuidar de tudo aquilo. Tinha de tudo ali, mas o principal era tráfico de drogas e roubo. Aquilo dominou Acapulco inteira, e ele se tornou o maior traficante do México. Diziam até que ele era o Pablo Escobar do México.

— Espera, espera, espera. Você é filho do "El Carniceiro"? — disse, ligando os pontos. Tinha visto uma reportagem sobre ele há um tempo, e até meu pai ficou assustado.

Nunca imaginei que teria estudado e dormido no mesmo quarto que o filho dele. Mas, Tito era meu melhor amigo. Eu não conseguia o ver fazendo esse tipo de coisa.

— Exatamente. E agora, meu irmão quer que eu largue tudo e volte para o México pra ficar com ele.

— E você não quer isso, certo?

— Eu sei que não quero sair daqui, do Canadá. Tem a escola, vocês e a Blair: coisas que eu não quero abandonar. Mas, viria dinheiro suficiente para que eu fosse independente. Nunca fui do tipo que se acomoda com dinheiro vindo sem trabalho. Em compensação, eu me tornaria como meu pai e eu odiava tudo aquilo que meu pai fazia.

— Por isso você não conta muito sobre a sua vida, não é? — perguntei.

— Você me conheceu o ensino médio inteiro e é meu melhor amigo e me olhou dessa maneira quando soube quem era o meu pai. Imagine as pessoas que não me conhecem, Kyle. Mas, de uma coisa você pode ter certeza: eu não sou meu pai.

— A Blair não sabe disse, não é? — perguntei, sabendo já a resposta.

— Não, e nem vai. — ele disse, sem dúvida nenhuma.

— Por que? Ela te entenderia, eu tenho certeza.

— Blair foi a melhor coisa que me aconteceu desde que minha mãe foi morta. Eu não posso arriscar perder ela.

— Ela te ama. — disse.

— Não, Kyle. Ela ama o Tito que ela e todo mundo conhece: jogador de basquete, que tem umas notas legais e bonitinho. Ela não ama Timóteo, filho do El Carniceiro e que seria chefe da maior gangue de tráfico de Acapulco, e que, agora, do México.

O silêncio predominou.

Tito não queria falar mais nada, e eu fiquei pensando o peso que deveria estar sobre as costas dele nesse momento. Sem mãe e sem pai, mas com um irmão e uma gangue que ele não quer nas costas.

— Sinto muito. — foi a única coisa que conseguir dizer.

— Não sinta. Porque, eu não sinto. — ele olhou para mim. — Aquilo ficou pra trás, e eu já superei. Theo vai continuar com aquela vidinha de merda, e vai me esquecer aqui. Eu vou ficar bem, hermano.

A porta da biblioteca foi aberta, e Tito sorriu sem perceber. Era Blair.

— Ela vai me fazer ficar bem. Sem saber de nada, e sem fazer nada de especial. — ele apontou para ela.

Ele disse, e ela se aproximou dele por trás. Ela abraçou e beijou ele quando chegou.

— Oi, mi vida. — ele disse, e se afastou para olhar no rosto dela.

Ela disse alguma coisa no ouvido dele, e ele riu. Depois, percebeu que eu estava ali.

— Oi, Kyle. — ela disse, olhando para mim.

— Obrigado por notar minha existência. — disse, e ela riu.

— Você já ficou muito tempo com ele, baby.

— Eu sei. Já estou enjoado de ver a cara dele. — Tito brincou também. — Você deve estar com fome depois do treino, não é? Vamos, vou te alimentar.

— Por isso que eu te amo. — ela sorriu, e beijou ele de novo. — Eu vou ali pegar um livro pra aula de amanhã, e já volto. Depois, nós vamos.

Ela se distanciou dele e entrou em um corredor de livros de gramática.

— E se ela descobrir? — perguntei, ainda me referindo ao segredo dele.

— Apenas eu e você sabemos disso. Eu não vou contar, e você não quer morrer. — ele disse, olhando pra ela.

— Você não teria coragem. — disse, duvidando.

— Um assassinato só é um assassinato se as pessoas descobrem quem foi. Nesse caso, El Carcereiro dá um curso bem melhor do que o da Annelise Keating.

Ri, com a ameaça dele. Ele riu também, e depois voltou a ficar sério. Comecei a ficar preocupado. Blair voltou com um livro na mão, e parou quando viu meu rosto.

— Sobre o que vocês estavam conversando pro Kyle tá assim? — ela perguntou, preocupada.

— Jogos.

— Inverno. — dissemos juntos.

— Jogos de Inverno, na verdade. — Tito disse.

— É verdade, está chegando daqui a pouco. Esse ano será a melhor temporada de todas. — ela nos olhou, maliciosa.

— O que tem de diferente essa temporada das outras? — Tito perguntou.

— Além dos jogos de hóquei e os outros, vamos ter a Animal Race. Apenas os últimos anos das escolas podem participar, e eu estou ansiosa pra acabar com os ursos de New Green.

— É tipo um caça-bandeira com vários competições e uma racha, que duram a noite toda. Todos os formandos de Fox Mount e outras escolas participam. — completei o que Blair disse.

— Quando começa?

— 1º dia de inverno recebemos as informações. Por enquanto, ninguém sabe de nada. — Blair disse baixo, como se contasse um segredo. — Isso é totalmente ilegal, e fazemos fora da escola. Ninguém além dos alunos pode sonhar que isso existe.

— Então, por que fazem? — Tito tentou entender.

— Pelo mesmo motivo que fazemos coisas estúpidas para nos arrepender depois: diversão, baby.

Tito rolou os olhos, e logo saiu com ela.

Na biblioteca, apenas mais alguns outros estudantes estavam ali. Voltei a estudar anatomia na companhia dos livros.

— O que você tá fazendo aqui? — Cece perguntou, na minha frente.

Ela estava com o uniforme das cheerleaders. Uma saia que cobria o que não era politicamente correto mostrar na escola e uma blusa, todos em cor vermelho escuro. Tinha algumas linhas em branco nas bordas, e as iniciais da escola nas costas. Combinava com o casaco de capitão que eu usava, com as mesmas cores do uniforme dela.

— Estudando anatomia. Quer se juntar comigo? — disse, e coloquei a caneta na boca.

— Não agora. — ela me olhou maliciosamente e sentou onde Tito estava.

— Você ficou boa com esse uniforme.

— Percebi que você achou isso. Obrigada. — ela riu, e eu também. — Te desculpo por me secar inteira se você me ajudar.

— Foi mal. Como posso te ajudar?

— História. — ela abriu o livro e me entregou. — Ah, fiquei sabendo que você foi o escolhido para a Aristocrate League. Parabéns, Kyle.

— Valeu... — disse, sem muita animação.

— O que foi? Não está feliz de ter sido chamado?

— Pra falar a verdade, não. Embora seja uma liga ótima e com várias possibilidades, não consigo me ver em algo assim e nem quero. Eles são muita coisa pra mim!

— Você seria aceito em qualquer universidade se estivesse dentro dela.

— Eu quero jogar hóquei, não entrar em uma faculdade. Ou, talvez só entre para jogar.

— Oh... entendi. Mas, então por que aceitou? — Cece tentou entender.

— Meus pais. — disse, lembrando do que meu pai disse quando eu contei para ele. — Também, a Nina disse que faria qualquer coisa por mim se eu entrasse.

— Você saiu ganhando, Kyle. Não é todos os dias que se tem um favor do seu rival.

— Eu sei, mas eu quero mais do que isso. Sei que fui eu quem aceitei, mas vai ser um saco ter que entrar nessa junto com ela.

— Se divirta enquanto isso, então. — ela apoiou as costas na cadeira.

— Impossível se divertir com ela.

— Brinque com ela.

— Tipo, flertar com ela?

— Mais do que isso. Faça ela se apaixonar por você, e então você vai ter ela na palma da sua mão. Ela vai fazer tudo que você quiser, e quem sabe até levantar a bandeira branca.

Comecei a rir.

— O que? Isso é golpe baixo, Cece. Tenho certeza que ela perceberia que não é pra valer. Ela não é tão burra quanto parecel. — disse.

— Ela não vai perceber se você fizer o trabalho direito. Até os mais inteligentes ficam burros quando se apaixonam.

— E como eu faria isso?

— Faça como o Cavalo de Tróia. — ela pegou um apontador do meu estojo, fazendo-a de cavalo. — Você é o cavalo, e Nina é Tróia. Seja amigável e conquiste a confiança dela. Quando a noite chegar e ela tiver abaixado a guarda e entregado seu coração a você, é a hora de atacar. Destrua tudo até não sobrar mais nada, e ela nunca mais será a mesma. — ela jogou o apontador no chão, de modo que todas as lascas de lápis que tinham dentro dele caíram no chão quando o apontador quebrou.

— Como você tem certeza que vai funcionar? — perguntei.

— Uma vez que uma garota tem a inocência de um coração inteiro, como ela parece ter, nunca mais se torna o mesmo. Ela vai mudar, e quando estiver destruída, vai parar de brigar com você. Você vence, e ela perde para sempre.

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Genteeee, quantas coisas nesse capítulo duplo!

Vocês imaginavam que a Cece era assim? 🐍

E sobre a vida do Tito?
Não acho que meu bebê tinha que passar por uma coisa dessas. É triste ser escritora e fazer isso com os personagens.
Maaaaas, ainda vai ter uma surpresa (boa) sobre ele no final do livro.

Será que o Kyle vai ser tão embuste a ponto de fazer isso?
Bem, quem sabe o que pode acontecer, não é?

Acho que é isso.

Xoxo

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