Back For You

By thenglishrose

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A vida é cheia de tombos, aprendizados, vitórias, corações partidos e erros, mas talvez o erro seja o certo... More

Remembered
Going
Travel
London and Coffee
It's all right
Feel
Drink, pizza, stars and pub
Another City
New life, New York
You did it again
Beginning
Difference
Forever and the moment
Gift
Photograph
Wembley
Night Street
Are you going to be here tomorrow?
I fell in love next to you
Friends and the new man
Unearth
Yes, i love her
How would you feel If I told you I loved you
Stunning view
You came back to me part 1
You came back to me part 2
When I'm away
You breath and i see the stars
My snowflake
AVISO IMPORTANTE!
Stay by my side
Maybe I'll get drunk, again
So tell me when it kicks in
And there's no chance that we'll work it out
Just wish you'd never gone for the man
I knew he had his eyes on you
Loving can mend your soul
The truth is I got jealous She was with you and my ex
Tell me that you turned down the man Who asked for your hand
All my senses come to life while I'm stumbling home as drunk as I
And maybe I don't wanna be lonely darling you are my only love
You don't hold me anymore
Everything changes but we'll be strangers?
You came back to me 3
I will not give you up this time
I need to get in the right mind and clear myself up
Should see the way she holds me when the lights go low
Stealing kisses in a front yard
Not Shrek 'Cause we've watched it 12 times
Singing to "Tiny Dancer"
We're in love, aren't we?
She shares my dreams
I hope that someday I'll share her home
I'm having your baby
Give a little time to me
You are in home
You drink as much as me, and i get drunk a lot
We push and pull like a magnet to
I live in a tour bus
When i see
My Future
It is with you
We'll get there
Back For You

Hallelujah You're home

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By thenglishrose

Audrey x on 2016

Olhando as minhas redes sociais, sorrio por ver várias fotos de tia Sam e tio Will em sua Lua de Mel em Marrocos. Eles aproveitariam o lugar por 30 merecidos dias, e me peguei lembrando que quando morava com eles sempre dizia para darem um tempo no trabalho e irem aproveitar um pouco, e agora finalmente eles entenderam o que tinha dito.

O casamento foi simples. Foi em um salão em uma chuva de branco e dourado por todos os lugares pela decoração, muita risada, Rubi, Eddye e Philip, que finalmente se conheceram, em um estado alcoólico icônico e memorável fazendo o Grande Dia ser inesquecível.

Olhando para o lado, senti a falta de Edward, e lembrando do motivo, o meu sorriso desapareceu.

Estávamos em Framligham novamente, com a visita não sendo tão agradável de se fazer devido a internação da avó de Eddye que piorou nos últimos tempos. Ele estava utilizando o tempo aqui para vê-la todos os dias no horário de visita, assim como eu, e também para trabalhar no álbum com Matthew, a qual a pequena velhinha sempre sugeriu para os dois.

Ficando sem o que fazer nesses dias, tenho ido visitar meus amigos e minha família para aliviar a tensão que sinto pelo momento crítico.

_ O café está marcado ainda _ perguntava Chris.

_ Com certeza.

_ Ok. Encontro vocês lá.

_ Ok, até depois.

Com a conversa terminada, resolvi ligar para ele para perguntar sobre o almoço, na qual sempre era acompanhada por Calito, Ian e Dorito, já que ele dizia que comeria qualquer coisa. Eu estava preocupada com ele, era claro que não estava bem, porém eu não desistia de tentar anima-lo com o que pudesse.

_ Oi _ ouvia barulho de um violino ao fundo.

_ Oi, ainda ocupado?

_ Matt espere um pouco _ pediu para o irmão do outro lado. _ Desculpe, não te escutei por causa do barulho.

_ Quer ir comer algo ou quer que eu prepare algo para o almoço?

_ Estamos ocupados aqui, acho que vamos comer qualquer coisa.

_ Tem certeza?

_ Tenho _ não soou rude mas eu sentia um pouco te cansaço em sua voz.

_ Tudo bem. Qualquer coisa me ligue.

_ Ok.

_ Ok _ um silencio ficou entre nós _ Ei... Eu te amo... Você sabe né? _ agora eu parecia cansada. Por mais que eu estivesse tentando animar o ambiente, sempre achava que falhava.

_ Sei sim... Você me lembra todos os dias _ consegui ouvir o soar de um riso que fez meu coração se aquecer novamente.

_ Que bom. Nos vemos mais tarde. Vou deixar você trabalhando.

_ Ok, até mais tarde.

No período da tarde como planejado, estava sentada em um dos cafés da cidade esperando as meninas e o Henry. Finalmente depois de tanto tempo encontraria com eles, e estava entusiasmada por isso. Por poder compartilhar as novas notícias, relembrar as velhas coisa e claro tentar espairecer um pouco a minha cabeça.

Nos minutos em que permaneci esperando, pedi um capuccino e fiquei observando o lugar que possuía um cheiro doce e agradável que se juntava as risadas de alguns adolescentes que sentavam atrás de mim.

Como se elas fossem o sol surgindo no horizonte do dia cinza e frio que permanecia na cidade, vi da grande janela elas virando a esquina, nos encontrando nos olhares até elas entrarem pelo estabelecimento.

_ Quanto tempo, ah _ Hillary me abraçou apertado quando me levantei.

_ Não é _ sorri.

_ Vem aqui e deixa eu te apertar também _ Eva me envolveu em seus braços.

_ Cadê o Henry?

_ Foi passar em casa rapidinho e já vem.

_ Tudo bem.

_ Então, vamos pedir algo pois estou morrendo de frio e fome _ Chris se pronunciou sobre a comida... Nenhuma novidade.

Não muito tempo depois, Henry chegou e se juntou, oficializando o começo da deliciosa tarde. A boa conversa teve seus mais variados temas como o trabalho, a vida, crianças, casamento, envolvendo eu e a Chris obviamente e até na descoberta de que a mãe de Eva já tinha dado aula para os meus ex vizinhos, Lotte e Theo que em sua descrição eram os capetas. Saudades daqueles dois. Quando tiver a chance de estar em Paris, irei visitá-los.

Do lado de fora, a noite vinha chegando com as pequenas iluminações públicas se acendendo. O resto de tarde havia se passado tão rápido e divertido que nem me toquei nas horas, assim como todos.

_ Pessoal eu preciso ir _ lamentei.

_ Sério? _ Eva emburrou a cara.

_ Sim, eu e Eddye vamos ao hospital visitar a avó dele _ eu havia contado a situação para eles.

_ Tudo bem então, e quando você virá novamente? _ Henry perguntou.

_ Provavelmente daqui três dias. Vou tentar permanecer com mais frequência, prometo. E vocês precisam arrumar mais tempo para mim também _ rimos.

_ Então vamos dar um abraço em grupo _ Hillary fez todos se levantarem e darem um abraço carinhoso e bem forte.

Com a minha partida, todos também decidiram ir embora, comigo dando uma carona para Chris até a sua casa e de James.

_ Você escrevendo em um site é a sua cara _ disse enquanto colocava alguma estação no rádio.

_ Sério? Não parece estranho?

_ Não _ eu e ela estávamos falando sobre a oferta que recebi da Ruth, mais especificamente de sua sobrinha que estava procurando uma pedagoga para o seu famoso site.

_ E quando vocês irão se encontrar?

_ Depois de amanhã. Vou para Londres e depois voltarei.

_ E a opinião do ruivo?

_ A mesma coisa que você, disse que combina comigo.

_ Eu te disse.

Quinze minutos depois nós ainda conversávamos no carro sobre a oferta, mas paradas em frente de sua casa.

_ Tenho certeza de que se sairá bem.

_ Espero. Acho que seria algo legal. Eu poderia continuar com o meu plano e de Eddye e ainda ter contato com a minha profissão.

_ Perfeito. Seria trabalhar como em casa.

_ Exatamente.

_ Ei suas loucas, o que estão fazendo? _ olhamos para a janela da casa e vimos James.

_ Vendo se alguma amante chega _ respondi divertidamente.

_ Sempre receptiva né Audrey _ ele riu.

_ Como vai James?

_ Muito bem, até agora _ mostrei a língua para ele e os dois riram.

_ Ok, agora que as crianças se cumprimentaram eu vou indo. Até amanhã _ me abraçou.

_ Até.

_ Café novamente?

_ Vamos ficar lá em casa.

_ Tudo bem então _ abriu a porta e saiu.

_ Tchau _ disse James e ela acenou.

_ Tchau.

Andando com o carro ainda na esquina da casa de Chris, o meu celular começou a tocar. Era John.

_ Oi John, avisa para o Eddye que estou indo e... _ ele me interrompeu.

_ Audrey... _ sua voz era obscura e grossa. Nunca tinha escutado sua voz daquele jeito antes. Me deu um calafrio.

_ Sim? _

_ Ed está em casa... te esperando _ o tom da sua voz ainda era assustadora.

_ Achei que ele ia para ai... John... aconteceu alguma coisa _ pelo modo dele falar era quase obvio que algo não estava certo, de que algo tinha acontecido... Não podia ser que...

_ Ela... ela... faleceu Audrey _ eu freei o carro com tudo. No instante tudo pareceu girar. Foi como se um choque passasse pelo meu corpo e afetasse o tempo deixando em câmera lenta. Eu tentava entender, aceitar.

_ John eu... _ eu não sabia o que dizer. O que eu deveria? Nada parecia que iria funcionar. _ E a Imogen?

_ Ela está desacreditada... _ ao imaginar a minha segunda mãe chorando meu coração se apertou dentro de mim.

_ Devemos ir para a casa de vocês?

_ Não, não precisam. Acho que o melhor é tentar aceitar a situação.

_ Ok.

_ Qualquer coisa eu te ligo, ok.

_ Ok.

Com o telefone desligado e parada no meio da rua, eu tentava recuperar a minha respiração. A doce senhora que conhecia desde de criança dissera adeus para nós. Dissera adeus a sua atenciosa filha e os seus amorosos netos que eram apegados... Era como se o chão caísse e tudo tivesse sido engolido. Eu pensava em como deveria estar Imogen, Matt, John e Eddye... Como ele estaria? Religuei o carro novamente e sai disparada para chegar em casa o mais rápido possível.

As curvas, lombadas, árvores, postes e casas passavam como flashes para mim, e pensei por um segundo que se meu pai me visse dirigindo daquela maneira me daria uma bronca. Mas meu corpo estava com a minha mente, em pânico.

De frente para casa, eu vi luz em apenas um quarto, o nosso quarto. Desci do veiculo e disparei abrindo a porta, não me lembrando se havia fechado e subindo as escadas procurando por ele.

Ao chegar na porta o vi de costas. Daquela maneira eu via que sua respiração estava forte e seus punhos cerrados.

_ Eddye? _ perguntei o mais doce e gentil possível, como se ele fosse uma cão raivoso que sem devido cuidado poderia me atacar. Sem respostas o chamei novamente e cheguei mais perto. _ Eddye... _ encostei a mão em seu ombro e ele se virou lentamente e eu pude ver o seu rosto. Seus olhos estavam cheios d'agua, com uma coloração verde e vermelha, como suas bochechas e seu nariz que ele assou levemente.

_ Ela se foi... _ quase como um sussurro ele disse pela primeira vez. De frente agora, via também que sua respiração estava irregular como a minha, com o meu coração sangrando dentro de mim vendo aquela cena.

_ Eu sei... _ fui me aproximando. _ Eu sinto muito _ os meus olhos estavam ardendo com as lágrimas querendo sair. Eu nunca o tinha visto devastado daquela maneira.

_ Ela... ela... _ e como se a qualquer instante ele fosse cair, eu o abracei e ele começou a chorar.

Sentados na cama, ele botava tudo do peito para fora, suas lágrimas, sua respiração quente, seu desespero e sua dor. Ele tinha suas mão em volta de mim e seu rosto em meus ombros, se afogando em sua perda, e eu tentando ser o mais forte possível para não deixar me levar e o deixar sem apoio. A cada respirada forte, a cada gota quente que descia de seus olhos e molhava minha fina camiseta, a cada engasgo do choro, era como se colocassem e retirassem uma faca do meu peito infinitas vezes. Era uma dor insuportável, era quase insuportável ver ele daquela maneira e não poder tirar toda a sua dor de uma vez e jogar pela janela. Consertar um coração não era fácil assim, infelizmente.

Tentando parar de chorar e de se recuperar, que não deu muito certo, em meio aos soluços ele disse:

_ Eu não entendo... _ negava com a cabeça.

_ Querido, todos se vão um dia e esses dias são uma droga, eu sei _ limpava com o polegar as teimosas lágrimas que ainda caiam.

_ Ela é uma das melhores pessoas da minha vida. Ela me deu todo amor, carinho e puxão de orelha que eu precisei e... _ seu rosto ainda vermelho olhava para o além procurando respostas.

_ Eu sei, eu sei... É muito doloroso.

_ É insuportável _ ele me olhou como se pedisse piedade.

_ Venha aqui _ o puxei para mim novamente. _ Sua avó foi uma pessoa incrível. Eu sei o quanto ela fez por vocês e o quanto significava... Ela era doce, gentil... _ por um instante eu quase deixei meus olhos derrubarem aquele mar, mas me segurei, estancando a dor dentro de mim. _ Extremamente carinhosa e engaçada. Eu a via como uma pequena vó também, já que perdi a minha cedo e eu e a minha outra nunca fomos próximas. Eu sei que é doloroso e sufocante o que está sentindo, eu também estou devastada _ ele me encarava atento ao discurso. _ Bote para fora tudo o que sente, vamos passar por isso, vamos lidar com a dor que temos que lidar mas... vamos lembrar dos ótimos momentos que ela trouxe, e no quanto fomos sortudos por poder estar ao lado dela... por alguém lá de cima ter colocado ela nas nossas vidas _ peguei o seu rosto e sequei com a manga da camiseta. _ É clichê dizer isso mas logo tudo vai passar, e você vai enxergar esses momentos felizes que falei e irá sorri, agradecido por ela ter feito parte da sua vida.

_ Eu sei que um dia vai passar... Eu sei _ o olhar que ele fazia me despedaçava. Era meio inútil tentar dizer que tudo ficaria bem pois isso seria algo que demoraria para acontecer, para cicatrizar, entretanto era a única forma de tentar amenizar a situação.

Logo depois ele voltou a chorar novamente. Como um recém nascido, eu cuidei dele. Ele tomou um banho quente para relaxar e eu fiz um chá para adoçar um pouco a boca salgada das lágrimas. No meio das cobertas encostado em mim, ele ia tomando o chá calmamente tentando deixar os nervos passivos, enquanto eu acariciava o seu cabelo como uma mãe protegendo o filho das coisas ruins da vida, tentando o proteger da perda de uma vida.

Felizmente para ele, o sono bateu em pouco tempo, onde sua respiração tinha apaziguado e ele se encontrava melhor do que uma hora atrás. Sem querer arruinar isso, desci as escadas e liguei para a minha mãe para explicar o ocorrido.

_ Nossa filha eu... não consigo imaginar o quão doloroso deve estar sendo _ ela ainda estava surpresa e horrorizada com a péssima novidade.

_ É. Eu não consegui falar com a família pois estava ocupada com Edward. Mas só te ter visto como ele ficou...

_ Tenho certeza de que estão da mesma maneira ou até piores, infelizmente.

_ É... _ eu estava um pouco perdida com tudo. Eu queria ajudar de alguma forma mas achava que seria em vão... Não sabia onde me posicionar.

_ E Ed? Onde está?

_ Está dormindo. Passou a última hora acabado e totalmente desamparado. Espero que o sono o ajude um pouco.

_ Pode ser bom para acalmar.

_ Espero...

_ Eu vou tentar falar com o John para ver como estão por lá. Te ligo para dar alguma informação.

_ Tudo bem.

_ Filha... Eu sei que é difícil essas coisas ruins da vida mas, Ed precisará muito de você durante um tempo, mais do que normalmente precisa.

_ Eu sei.

_ E independente... não saia do lado dele.

_ Não vou _ dei um pequeno sorriso pelo concelho.

_ Ok, vou desligar, te vejo amanhã.

_ Até lá.

Depois de desligar, sozinha novamente, resolvi pedir uma pizza, no caso de Edward acordar e querer comer alguma coisa, algo que posa o animar um pouquinho.

O resto da noite eu passei na sala na companhia de Chris por alguns instantes e de Ian, Dorito e Calito assistindo qualquer coisa. Era impossível minha mente se manter distante do que havia acontecido. Em todo o período eu desejava que tudo fosse uma mentira, um sonho, um pesadelo, entretanto eu estava mais acordada do que nunca, e como eu tinha dito para ele, eu também deveria começar a aceitar.

Na tentativa de ir dormir, subi as escadas e me deitei ao lado dele. Ele estava quente e quieto, como quando o deixei. Me aconcheguei no mais silencio possível para não acordá-lo. Olhando para o seu rosto, eu só imaginava que no dia seguinte, ou mais cedo pois o relógio marcava 03:00 da manhã, aquele mesmo rosto voltaria a estar como no início da noite, triste, vermelho e com o coração em pedaços novamente... Toda a dor voltaria novamente.

Ao passar o braço para onde ele deveria estar, senti um vazio, e ao recuperar os sentidos danificados pelo sono, foi concretizado que ele havia acordado. Me levantando e indo em direção ao banheiro, ouvi algumas vozes vindo do andar de baixo, provavelmente sua família.

Entrei no banheiro para fazer minhas higienes e ao descer o vi sozinho no sofá com a mesma roupa da noite passada, que era blusa preta, calça de pijama azul xadrez, meias e agora usava os óculos. Seu violão estava ao seu lado, o que era um sinal de que ele tinha criado alguma coisa, alguma coisa triste.

_ Oi _ disse enquanto me aproximava dele.

_ Oi _ o seus sorriso que sempre me recebia pela manhã era inexistente.

_ Tinha alguém aqui? Ouvi vozes.

_ Meu pai e meu avô.

_ Entendi. Quer que eu faça o café?

_ Estou sem fome, mas tem café na cafeteira. Vou subir e tomar um banho. O velório será daqui duas horas _ seus olhos estavam vazios e cansados, como se não tivesse dormido o suficiente, e olhando ao redor era o que parecia pelas bolinhas de papel na mesa de centro junto com dois copos onde tempos atrás tinha o líquido.

_ Tudo bem. Vou me apresar aqui e logo subo _ ele assentiu com a cabeça e passou por mim subindo os degraus. Parada no mesmo lugar, quando vi que ele não podia mais me ouvir e me ver, soltei uma respiração forte para me controlar. Eu tinha que ser forte, por mim e por ele.

No horário combinado, lá estávamos nós, familiares e pessoas próximas de sua avó. A multidão era toda igual, todos de pretos com os rostos vermelhos lamentando a perda. Demorou um pouco para mim poder chegar perto de Imogen, a qual eu gostaria de abraçar, e quando ocorreu eu não pude conter o oceano que segurei. Junto com ela eu me desmanchei um pouco, ela estava devastada. Sua respiração era acelerada, os soluços de dor incontroláveis e as mãos trêmulas. Algum tempo depois meus pais também estavam na igreja para dar todo o apoio que eles precisavam.

A cerimónia foi pesada e linda ao mesmo tempo. Palavras incríveis foram ditas para a senhora que alegrou o dia de todos com sua simpatia e bom humor... Ela faria muita falta.

Na manhã cinza e insossa que ocorreu, eu permaneci ao lado de Edward o quanto pude, porém ele permanecia distante de mim. No enterro suas lágrimas caíram como uma cachoeira assim que mostrou o que fez nos papeis em casa, e com o emocional extremamente abalado desistindo de segurar tudo, eu chorei com todos.

Em casa, assim como no caminho, permanecemos quietos, como se nunca tivéssemos conhecido um ao outro. Eu não gostava daquilo, mas entendia.

_ Quer comer alguma coisa? _ perguntei para quebrar o gelo. Durante todo o período ele não tinha se alimentado.

_ Não _ sua voz saiu carregada.

_ Tem certeza?

_ Tenho.

_ Eu posso preparar algo se quiser e... _ antes que eu pudesse terminar ele veio como uma locomotiva.

_ Audrey eu disse que não quero! Ainda não me entendeu? _ sua voz foi estrondante. _ A única coisa que quero é... _ sem saber mais o que dizer ele apenas subiu as escadas e me deixou plantada sozinha. Aquilo cortou o meu coração. Eu estava ali para ele mas ele não para mim. Ele nunca tinha feito isso antes. Ele ficava quieto por um tempo e e escondia mas não simplesmente gritava e me ignorava como acabou de fazer. Eu fechei os olhos e respirei fundo antes de sentir uma água salgada molhar minhas bochechas novamente, até meu celular tocar. Era Chris.

_ Oi _ tentei disfarçar a minha voz.

_ Oi, você está bem? Que pergunta besta Christina, é claro que não _ ouvindo a briga com ela mesma dei um pequeno sorriso.

_ Não mesmo.

_ Desculpe Dry não poder estar aí. Sabe que ontem eu não ligaria de passar a madrugada inteira falando com você_ lamentou.

_ Você ia trabalhar, não seria justo atrapalhar o seu sono. Só que esta comigo agora e eu estou feliz pois estou me sentindo sozinha _ com a garganta cheia de magoa, botei para fora a frase e mais algumas gotas de água e fui me sentar no sofá.

_ Eu sei que deve estar sendo difícil segurar o Ed.

_ Mais do que imaginei.

_ Como ele está reagindo?

_ Como um desconhecido. Ele conversou comigo ontem logo que cheguei mas após isso... as palavras são curtas.

_ Isso é péssimo.

_ Eu... _ respirei fundo. _ Sei que não é uma simples perda, uma simples pessoa... E eu queria muito que ele falasse comigo. Eu venho apenas concordando e existindo do lado dele... Eu não quero isso, quero conversar, abraçá-lo se ele chorar... e não vê-lo me ignorar e me deixar de lado quando eu estou tentando ajudar _ com o rosto encharcado, olho para a escada e o vejo com a expressão abalada e de culpa.

_ Muitas pessoas reagem dessa maneira, ignoram os outros e ficam frios. Acho que ele precisa de um tempo com sigo mesmo para colocar os pensamentos no lugar.

_ Deve ser _ não prestando muito no que ela disse eu apenas pensava na presença dele me observando. _ Ah Chris, minha mãe chegou, posso te ligar mais tarde? _ enxuguei os olhos.

_ Claro, quando quiser. Se quiser vou ai quando sair do trabalho.

_ Parece ótimo. Te ligo depois _ desliguei a ligação. Olhando a situação, eu fiz com ela o mesmo que ele vinha fazendo... Droga Audrey.

_ Eu... _ me olhava perdido. _ Me desculpe por agir dessa maneira.

_ Eu não te culpo _ respondi suavemente.

_ Deveria. É que eu... estou perdido comigo mesmo em meus pensamentos.

_ Eu sei. E eu apenas estou tentando te ajudar como posso. Se precisar de algo, me diga. Prometemos sempre ficar ao lado do outro lembra?

_ Lembro... _ vestindo pijamas novamente ao invés do terno, ele parecia uma criança indefessa que teve um pesadelo vívido, que em uma ironia escura se encaixava no contexto.

_ Estou cumprindo minha parte do acordo _ ele assentiu.

_ Eu posso te abraçar? _ e aqueles olhos azuis tristes mexeram comigo como nunca. Ele estava frágil e quebrado... Eu não poderia recusar nada, nunca recusaria o seu pedido de amor em tempo algum, especialmente de desespero.

_ Venha aqui _ ele se aproximou e eu passei meus braços ao redor do seu pescoço, ficando na posta dos pés. Seus braços me apertavam forte e ele encaixava o seu rosto em meu pescoço e ombro como um pedido de abrigo. Com sua respiração leve, senti um alívio vindo dele.

_ De verdade, me desculpe por afastar você é falar daquele jeito. Não poderia ter feito isso, você é a minha luz.

_ Eu entendo. Fiquei sentida como viu, porém eu entendo. Perfeitamente.

_ Eu... _ antes de puder dizer qualquer coisa eu passei em sua frente.

_ Edward... Eu sei a sua dor, estou sentindo também. Eu sei o motivo de ter feito isso e te desculpo, entretanto o que quero, o que sempre quero é sinceridade. O que quiser, precisar... eu vou fazer, vou te ajudar... mesmo se achar que algo vai me machucar, diga a verdade, não se afaste e me deixe mais nervosa _ ele prestava atenção em casa palavra.

_ Eu vou _ deu um pequeno sorriso de lado.

_ Por favor _ devolvi o sorriso. _ Eu pedi pizza ontem, não quer comer nada mesmo?

_ Quero_ concordou e me arrastou para a cozinha onde foi pegando um dos pedaços que estava na geladeira enquanto eu me sentava no balcão. _ Posso te pedir uma coisa?

_ Pode.

_ Volte para Londres amanhã como tinha planejado.

_ Não. Eu não vou. Posso remarcar, eu vou remarcar.

_ Audrey... _ ele parou de frente para mim. _ Vá.

_ E deixar você assim? _ olhei incrédula. Como eu voltaria com o pensamento de que ele ficaria assim?

_ Eu vou ficar bem. Minutos atrás eu disse que você é a minha luz, e é verdade. Eu fui rude e ainda permanece comigo, sempre permanece e sempre permanecera, como disse, e é isso. Estará lá, um pouco distante, porém estaremos juntos aqui _ apontou para o meu coração. Eu quero trabalhar um pouco. Sei que se fizer isso me sentirei melhor.

_ Quer ficar sozinho? É esse o seu pedido?

_ É _ desviou o olhar pois sabia que eu poderia fuzilá-lo com os olhos se quisesse.

_ Se eu for e te deixar por alguns dias, promete que ficará bem? Que não fará besteira? _ fixei meus olhos nos seus. Era doloroso o seu pedido, deixá-lo sabendo que não se sentia bem, como minha mente ficaria tranquila? Não seria fácil realizar o seu desejo.

_ Vou. Tenho certeza de que me ficarei bem _ apoiou as mãos no balcão me cercando.

_ Pode ficar bem e eu... ficarei louca lá.

_ Confie em mim. Não foi o que pensou que eu pediria, imagino _ acariciou meu rosto.

_ Não _ olhei para o chão. Eu poderia enlouquecer ou confiar em sua palavra... era confuso tomar a decisão. Ele viu como fiquei minutos atrás... Ele não faria nada para me aborrecer, faria? Ele não mentiria para mim, mentiria? _ Eu vou _ voltei a olhar para ele que parecia me agradecer.

_ Obrigado.

_ Eu juro que se fizer algo eu... _ cerrei os olhos.

_ Eu sei do que é capaz.

_ E se precisar de mim... _ peguei o seu rosto ainda um pouco vermelho e inchado por tanta destruição. _ É só me ligar que eu venho correndo.

_ Eu sei que vem _ um sorriso, um sorriso verdadeiro formou em seus lábios. _ Eu te amo Audrey _ me deu um longo selinho.

_ Eu te amo Edward _ sorri. Sorri por ver o seu lindo sorriso e por sentir meu peito se pacificar. Eu confiava nele, ele sabia como se curar, e se ele precisasse de tempo para si, eu daria todo o tempo do mundo... só para ver a verdadeira paz, alegria e felicidade chegar em sua alma novamente. 

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