Mistery of Love - H.S

By MyWords1d

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Isabelle e Harry se conhecem desde que são crianças e têm sentimentos fortes um pelo outro. Harry está decidi... More

Prólogo
Capítulo 1 - Atrapalhado por um rio desonesto
Capítulo 2 - Eu construí suas paredes ao meu redor
Capítulo 3 - E que diferença faz?
Capítulo 4 - Amaldiçoado pelo amor que recebi da filha do patrão
Capítulo 5 - Sem limites no momento em que chorei
Capítulo 6 - Mão de Deus, me entregue.
Capítulo 7 - Como Heféstio, que morreu amante de Alexandre
Capítulo 9 - Ruído branco, que som horrível
Capítulo 10 - Bendito seja o mistério do amor

Capítulo 8 - As maravilhas cessarão?

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By MyWords1d

O corpo de Isabelle balançava sobre o galope de Axel. Tinha seus braços em volta do tronco magro de Harry e segurava-o com força, mesmo sem perceber, enquanto o rapaz guiava o cavalo pelos vastos campos de grama escura e molhada.

A garota ainda estava chocada com a rapidez com a qual tomara a decisão que agora direcionava ambos para um futuro cheio de incertezas. Agora, longe de casa, Isabelle se perguntava de onde tirara tamanha coragem. Como conseguira, com tanta frieza, recuperar seus pertences mais preciosos e correr para Harry como se todo o resto não mais importasse? Como pudera agir normalmente em frente à seus pais e deixá-los sem sequer se despedir? Sabia que este era o único jeito de ficar com quem realmente amava, mas não conseguia entender de onde viera tanta crueldade.

- Está muita quieta.- a voz do rapaz era o único ruído audível além do vento cortante batendo em seus ouvidos - No que estás a pensar?

- Não consigo deixar para lá o pensamento de que estou fazendo algo terrível.

Os ombros do rapaz ficaram visivelmente tensos, Isabelle apertou carinhosamente os braços ao redor dele. Sabia que ele estava sofrendo, profundamente. A dor era visível na opacidade de seus olhos.

- Eu tampouco estou satisfeito com isso. - ele falava baixo como se tivesse medo de que alguém os ouvisse naquele pasto deserto - Sabes que só precisa dizer algumas palavras para que eu dê meia volta, não é Isabelle? Eu não tentaria te impedir.

Isabelle sentia vontade de chorar novamente. Não acreditava que estavam passando por tão grotesca situação. Tudo sempre fora tão simples para eles, como brincadeiras de crianças.

- Eu quero a ti, Harry. Esta é a única certeza que tenho.

- Mas?

- Mas não posso fingir que não estou fazendo algo errado, covarde. Embora eu saiba que esta é a única opção para nós.

Havia tantos obstáculos em todas as outras alternativas que ela sequer pensara em considerar algumas delas. Sabia que seu pai entenderia que ela não podia se casar com Will, mas Harry estava fora de questão e esta não era uma solução. Precisava de Harry em sua vida e não havia como voltar atrás agora que tudo estava exposto. Ela sequer podia olhar para Will depois de ter beijado Harry. Não podia mentir sobre o que  havia sentido quando seus lábios se juntaram aos do rapaz, ela sentira-se amada por completo e não podia cogitar esquecer seus sentimentos.

- É nojento. - o rapaz concordou - Sinto tanto por fazê-la passar por tamanha vergonha.

- Eu te amo, Harry. - ela apertou novamente os braços no tronco do rapaz e descansou a cabeça no ombro dele, ele continuava controlando as rédeas de Axel - Não sinto vergonha de nós. Apenas queria ter tido a oportunidade de contar tudo à eles e a Will, poderíamos viver com dignidade então.

- Jamais viverá com dignidade ao meu lado. Sabes disso.

Isabelle odiava ouvir Harry falar com tanta brutalidade sobre si mesmo, a voz soava repleta de raiva.

- Tu és a pessoa mais digna que já conheci.

- Tu és a mais gentil.

                                 ***

Harry decidira que tinham parar para dormir em algum lugar. Já anoitecia e outra chuva formava-se no céu, as nuvens pareciam emburradas e as estrelas estavam todas escondidas.

Por sorte conseguiram chegar a uma estrada logo no fim da tarde e as pousadas começavam a aparecer, uma mais medíocre que a outra, típicos estabelecimentos de estrada, mas tanto Isabelle quanto Harry estavam ansiosos para descansar, tomar um banho e comer. Deram um jeito de prender Axel embaixo de um lugar coberto que, aparentemente, era feito para isso e entraram no lugar.

- Quanto é uma noite?

Os olhos de Harry arregalaram-se ao ouvir a resposta do homem no balcão. Finalmente o rapaz começava a ver problemas em seu plano. Jamais conseguiria sustentá-los por tanto tempo com o dinheiro que tinha. Teve vontade de voltar com Isabelle para a casa de campo imediatamente.

- Quero um quarto. - passou algumas moedas pelo balcão.

- Vou levá-los até lá.

Foram conduzidos pelo homem até a parte de cima da pousada. Subiram uma escada de madeira que rangia e chegaram à um corredor estreito que dispunha de poucas portas de madeira. O homem atarracado que ia na frente parou no meio do corredor e voltou-se para eles:

- Estão todos disponíveis, podem escolher.

- Ficamos com aquele no fim do corredor. - Harry respondeu.

- Certo, a chave está perto da porta. - o homem gesticulava muito com as mãos - Posso ajudá-los com mais alguma coisa?

-  Tem água quente aqui? - Isabelle se manifestou - Preciso de um banho.

- Vou pedir para a minha mulher esquentar.

- Obrigada.

- Boa estadia!

O homem fez uma reverência esquisita e voltou a descer as escadas, fazendo muito barulho.

Harry entrou no quarto. Era um lugar muito simples, mas ainda era mais sofisticado que seu próprio quarto na casa de seus pais.
Havia uma cama de tamanho razoável no meio do quarto, protegida com um lençol branco, um criado-mudo ao lado dela e uma cortina que separava um canto do quarto para troca de roupas ou algo assim. Harry achava o lugar pouco confortável para a quantidade de moedas que havia pagado.

- É tudo o que consigo por hoje. - disse à Isabelle.

- Está mais do que bom. - ela tentou sorrir para ele, mas o rapaz desviou os olhar rapidamente.

Alguém bateu na porta, Isabelle apressou-se a abri-la, sentindo-se desconfortável com a atitude de Harry.

- A água, senhorita.

Uma mulher robusta estava na porta com um balde de água quente e uma bacia de metal aos seus pés.

- Ah, claro...

- Se precisar de mais alguma coisa é só pedir.

Ela tinha um sorriso agradável, fazia Isabelle lembrar de Anne, ela sentiu um aperto repentino no coração. Tomou o balde das mãos da mulher, a água fazia subir um vapor de tão quente que estava.

- Muito obrigada. Ah, só mais uma pergunta.

- Sim, senhorita?

- Onde eu tomo banho?

- Só precisa puxar aquela cortina até o fim. - ela apontou para a cortina curiosa no canto do quarto - Desculpe, não temos estrutura...- a mulher corava em constrangimento.

- Tudo bem, tudo bem. - Isabelle sorriu para a mulher - Muito obrigada, senhora.

- As pessoas fazem o que podem para sobreviver, Isabelle. - Harry disse quando a mulher saiu, ele observava algo por uma pequena janelinha no canto direito do quarto. - Acho que moram naquela cabana, estou vendo aquela senhora voltar para lá.

Isabelle apenas assentiu. Era vergonhoso admitir o quão pouco sabia da vida de verdade. Da vida em sua essência, cheia de dificuldades. Ela sempre tivera de tudo e, por vezes, era difícil acreditar que existiam realidades tão distintas da sua.

- Posso sair para você tomar banho.

- Tem uma cortina. Além disso... - Isabelle sorriu- Quantos banhos de riacho já não tomamos juntos?

-  Você sabe que é diferente.

- Só estou brincando.

Isabelle levou a água e a bacia para o canto do quarto e fechou a cortina, que realmente tampava toda a visão para o resto do quarto. Ela ouviu Harry sentar-se na cama.

- Tem algo te incomodando, não é Harry?

Isabelle despia-se com rapidez, queria acabar logo com aquilo. Os banhos de riacho não passavam de uma brincadeira, ela sentia-se profundamente envergonhada só de pensar que Harry estava do outro lado daquela cortina. Sentou-se na bacia e jogou a água pelo corpo. Felizmente era miúda o suficiente para que desse certo.

- Estou pensando sobre os meus pais. Não pensei no quanto seriam afetados.

- O que quer dizer?

- Seus pais não vão manter o emprego dos pais do homem que arruinou a filha deles.

- Você não me arruinou.

Harry queria dizer que não haveria outra interpretação para aquela situação, mas apenas ficou quieto. Sentia-se cansado como nunca

Isabelle terminou seu banho, vestiu rapidamente a camisola que vestia por baixo do vestido úmido e abriu a cortina. Ainda tinha o corpo gelado por conta da chuva que tomara e a camisola  de alças finas não ajudava, por mais que tampasse suas pernas quase até joelhos.
Ela sentou-se ao lado de Harry na cama e passou as mãos no cabelo emaranhado.

- Você também pode mudar de ideia quando quiser, Harry. - disse suavemente.

O rapaz olhou para ela com os olhos molhados. Ainda tinha o cabelo úmido e as bochechas coradas de frio.

- É tão difícil simplesmente fazê-lo, Isabelle. Eu te perderia para sempre.

Isabelle não sabia o que responder, não podia dizer que as coisas não seriam assim apenas para consolá-lo
Ela simplesmente o abraçou, juntando seu corpo frio ao dele. Ambos tremiam. A chuva caía lá fora.
Harry olhou nos olhos de Isabelle, seus rostos estavam muito próximos.

- Posso?

Ela apenas assentiu e fechou os olhos, esperando pelos lábios do rapaz.
Quando eles finalmente chegaram ela suspirou, parte do frio que sentia dissipou-se e ela enrolou os braços no pescoço do rapaz à procura de mais calor humano.
O rapaz, por sua vez, envolveu o corpo gelado da garota entre suas mãos, a pele dela era gelada e macia. Jamais sentira sensação tão crua.

Harry descolou suas bocas e delicadamente afastou os cabelos da garota, deixando-lhe o pescoço à mostra. Beijou suavemente a pele macia do local e Isabelle estremeceu com os lábios gelados do rapaz. Ela tinha um cheiro natural maravilhoso, Harry sentia-se embriagado.
Ela voltou a procurar a boca dele e encontrou com sucesso. Beijaram-se como não haviam feito antes, com pressa, como se dependessem disso. E, de certa forma, dependiam.
Eram nesses momentos de proximidade que ambos entendiam a importância do que estavam fazendo.

Harry deitou suavemente o corpo da garota para trás na cama e continuou a beijá-la. Descendo os beijos até seus ombros delicados.

- Desculpe, Isabelle, desculpe. - Harry tentou se afastar, mas Isabelle o segurou com os braços e com as pernas.

- Não precisa se desculpar.

- Não quero passar dos limites. - Harry confessou, com os olhos brilhantes.

- Estamos fadados á desgraça, Harry. - Isabelle sussurrou - Você é tudo que faz sentido para mim.

A garota voltou a beijá-lo e ele cedeu, voltando-a beijá-la com vontade. Desceu os lábios até a clavícula de Isabelle com beijos suave, afastou ligeiramente a alça da camisola branca e olhou novamente para a garota.

- Tem certeza?

- É a única certeza que tenho.

Harry livrou-se de sua própria camisa com calma, jogando- a para o chão. Isabelle tentou não encarar muito o tronco nu do rapaz.

- Quero que saiba que te amo mais do que tudo, Isabelle. - a voz de Harry estava rouca, ambos os seus braços estavam pousados na cama ao lado da cabeça de Isabelle- Nunca imaginei que chegaria a te tocar dessa maneira, sempre foi muito mais que isso.

- Eu sei.

- Eu viveria conformado apenas sabendo que você é feliz. Eu nunca esperei por isso. - o peito de ambos subia e descia freneticamente - Eu vou fazer apenas o que você quiser.

- Eu te amo, Harry.

Harry voltou a beijar a garota. Ambos sabiam que não havia saída para o que estava prestes à acontecer.

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