Mistery of Love - H.S

Por MyWords1d

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Isabelle e Harry se conhecem desde que são crianças e têm sentimentos fortes um pelo outro. Harry está decidi... Más

Prólogo
Capítulo 1 - Atrapalhado por um rio desonesto
Capítulo 2 - Eu construí suas paredes ao meu redor
Capítulo 3 - E que diferença faz?
Capítulo 4 - Amaldiçoado pelo amor que recebi da filha do patrão
Capítulo 5 - Sem limites no momento em que chorei
Capítulo 6 - Mão de Deus, me entregue.
Capítulo 8 - As maravilhas cessarão?
Capítulo 9 - Ruído branco, que som horrível
Capítulo 10 - Bendito seja o mistério do amor

Capítulo 7 - Como Heféstio, que morreu amante de Alexandre

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Por MyWords1d

Isabelle ansiava por ver Harry como jamais ansiara por coisa alguma. O sentimento que se espalhava por seu ser era agonizante, uma tensão que subia dos pés a cabeça. Ela não conseguia parar quieta e a mãe já começara a notar que algo mudara.

- Tens as bochechas coradas, Isabelle.

- O sol está radiante lá fora. - ela respondia sempre com poucas palavras e frases evasivas.

O que causava tamanha tensão na garota era o pleno conhecimento que adquirira ao ler as linhas do romance de Catherine e Heathcliff. Não era estúpida, tampouco passiva, jamais fora boa em ignorar qualquer que fosse o tópico que a incomodava, sabia que não poderia simplesmente deixar para lá. Assim como sabia que ceder aos tortuosos pensamentos que rodeavam sua mente era como jogar a si mesma na fogueira e deixar queimar. Deixar os desejos tornarem-se realidade era como como atiçar mais fogo e tudo queimaria, como sua pele queimava ao pensar em Harry com afeto.

No fim do dia, as nuvens grossas que decoravam o céu finalmente cederam e fizeram derramar um verdadeiro dilúvio sobre a casa de campo. Isabelle estava no estábulo com os cavalos quando as primeiras gotas caíram, precisava de um lugar silencioso onde pudesse pensar com clareza. Quase chegou a convencer a si mesma que somente temia o relacionamento e as responsabilidades que viriam com o casamento, e que seu cérebro pregava-lhe peças para deixá-la insegura. O sorriso havia voltado aos seus lábios e ela voltara a ver beleza na vida. O sol brilhando mesmo enquanto a chuva caía era um verdadeiro espetáculo e ela amava Will e se casaria com ele, e essa decisão estava tomada.

Mas as dúvidas voltaram com a mesma rapidez com a que as gotas de chuva engrossaram. Harry aparecera para guardar os cavalos e o coração da garota disparou ao vê-lo.

- O que você está fazendo aqui? Esta chuva está muito forte!

- O que você está fazendo aqui então?

- Estou fazendo o meu trabalho.

Harry trabalhava com mãos ágeis enquanto fechava os cavalos em suas baias e servia comida e água limpa. Ele tinha suas roupas molhadas e seu cabelo úmido, algumas mechas grudavam-se em sua testa. O coração de Isabelle voltou a apertar.

- Vá para casa, Isabelle.

- Vou te ajudar antes.

- Já estou terminando.

- Vou colocar água para o Axel.

- De qualquer maneira, acho melhor esperarmos a água diminuir.

Raios partiram o céu enquanto a chuva fazia barulho no telhado do estábulo. Isabelle não sentia medo, mas estava incomodada com a intensidade daquela chuva enquanto acariciava as costas de Axel.

Harry, já tendo finalizado seu trabalho, olhava para o céu lá fora, com os braços cruzados e o olhar longe distante de Isabelle. A tensão no ambiente era quase tão pesada quanto as nuvens que agora se aliviavam. Isabelle precisava de alívio, queria chover palavras em cima de Harry; verdades, segredos, lágrimas. Queria que ele fosse seu melhor amigo agora, embora soubesse que ele também não tinha solução para seus problemas.

- Você me perguntou se eu estava feliz.

- Nós já falamos sobre isso, Isabelle.

- Faria diferença para você se eu não estivesse?

Harry virou-se lentamente para a amiga, tremia ligeiramente que a umidade das roupas causava.

- Faria toda a diferença. - havia uma sinceridade crua em suas palavras e também tristeza- A única coisa que peço de você é que faça algo que te deixe feliz para sempre. Não viverei em paz sem ter essa certeza.

- Ah, Harry...

Lágrimas doloridas picaram nos olhos de Isabelle, a garganta doía com o esforço de manter-se firme. Por que raios estava em uma situação tão difícil? Feria Harry, traía Will e machucava e traía também a si mesma da mesma forma.

Naquele momento era impossível imaginar- se feliz um dia. Mesmo que Will lhe desse afeto e estabilidade, como o pai dissera. Mesmo que ela tivesse um futuro esplêndido, dona de uma belíssima casa, com um marido inteligente e amoroso ao seu lado, com filhos e um infinito de oportunidades futuras. Mesmo com tudo isso, ainda sentiria que fizera algo errado, que agira contra sua própria natureza e com seu parceiro de alma.

- Por que choras, Isabelle?

A garota apenas assentira. Não era preciso muito, ela sabia, Harry conhecia-a tão bem quanto ela conhecia a ele. Sabia que ela nunca conseguia falar sobre as coisas mais difíceis, nunca fora boa em falar sobre o que doía e ele tinha a habilidade de lê-la além do que era dito diretamente. Assim como ela sabia dos sentimentos mais íntimos de Harry, mesmo que ele jamais tenha dito uma sequer palavra sobre eles.

- Dói como o inferno.

- O que...O que dói, Isabelle?

- As dúvidas.

- Do que duvidas?

- De mim mesma. Preciso de ti, Harry.

- O que quer dizer?

Isabelle agora chorava, deixava as lágrimas caírem sem escrúpulos e não conseguia parar. Estava agindo por impulso, ela sabia. Precisa sair dali e voltar para onde tudo fazia sentido novamente, para onde uma vida com Will parecesse correta acima de tudo.

Ela saiu do estábulo, desviando de Harry no caminho. A chuva caíra com força sobre ela, mas seus pés continuaram a avançar com passos rápidos de volta para a casa principal. O campo era extenso e a grama encharcara seus pés, mas estava desesperada, as palavras de seu pai ecoavam em sua cabeça e ainda mais altas eram as frases carinhosas que Will havia dito a ela nos melhores momentos do relacionamento. Lembrava-se exatamente de quando ele admitira que estava apaixonado por ela pela primeira vez e isso quebrava seu coração. Não podia fazer mal à Will.

- Isabelle! Não faça isso!

- Não posso, Harry.

O rapaz já estava a poucos passos da garota, seguindo-a de maneira protetora. Preocupava-se com o estado dela, mesmo estando tão confuso com a situação.

- Você quer me dizer o que está acontecendo?

Isabelle não podia acreditar que ele não soubesse. Sentia-se ainda mais estúpida. Voltou-se para o rapaz com raiva.

- Por que fez isso?

Eles estavam próximos novamente, a poucos centímetros de distância um do outro. A chuva torrencial ainda caía sem piedade sobre eles.

- Não compreendo...

- Por que me fez amá-lo?

- Do que está falando, Isabelle?

- Sinto-me tão idiota!

- Não pode estar falando sério.

- Sinto- me uma completa idiota.

Harry aproximou-se ainda mais, acabando com o espaço entre eles. Tomara os braços de Isabelle entre os seus, com as mãos firmes, mas suaves. A pele dela estava fria sob a sua.

- O que está dizendo, sua maluca?

- Não posso controlar.

- Você vai se casar.

- Meu maior desejo era que esse fato pudesse impedir meus sentimentos.

Harry olhava fixamente para a garota, e ela retribuía tudo na mesma intensidade. Verde no castanho, perfeitos como as nuances do céu sobre eles. Cansado, ele pressionou a própria testa contra a de Isabelle. Não havia como estarem mais tão próximos sem infligir qualquer que fosse a regra,  nem sem cometer um pecado. Eles compartilharam o olhar, a respiração e e o desejo. A mesma temperatura em seus corpos.

- Vou ficar louco, Isabelle. Vou ficar louco se não fizer nada.

- Não ceda a insanidade. Sou sua e sempre fui.

O rapaz avançou com uma ferocidade carinhosa sobre os lábios da garota. Experimentando-os como algo novo e conhecido ao mesmo tempo. Era como fundir-se com algo esplêndido.
Isabelle sentia mil coisas ao mesmo. Sua pele esquentava, seus lábios se moviam naturalmente sobre os de Harry, tão macios e gelados. Todo seu corpo tremia e ela sentia o poder da proximidade. Era como beijar sua própria alma. Ele a completava como nada mais no mundo podia.

Harry afastou- se ligeiramente, respirava com um pouco de dificuldade. Isabelle abriu os olhos e olhou para ele. Estava lindo como sempre

- Não posso te perder.

- Tampouco eu.

- Precisamos falar com alguém, Isabelle.

- Ninguém vai aceitar que eu termine as coisas com Will. - as palavras do pai latejavam em sua cabeça.

- Vamos fugir então.

- O que?!

- Eu sei que você perderia muito mais, mas não me importo desde que fiquemos juntos.

- Isso loucura, Harry. - Isabelle estava sem fôlego, a chuva fazia seu corpo tremer sem parar- Não posso deixar tudo para trás.

- Não consigo encontrar outra opção para que isso dê certo. Eu sou apenas um pobretão, filho do caseiro...seu pai jamais aceitaria.

Havia dor na voz de Harry, mas firmeza na sua expressão, como se aquilo não o afetasse tanto quanto realmente afetava. Ele estava disposto a viver com pouco para o resto da vida se ainda tivesse Isabelle ao seu lado. Não conseguia imaginar uma vida sem ela naquele momento.Isabelle sentia o mesmo.

A garota também sabia que era uma decisão arriscada, que podia estragar suas vidas e as dos outros ao seu redor tomando-a, mas não conseguia pensar em mais nada.

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