[ UM MÊS DEPOIS ]
Observo Giulia colocar três dedos da sua pequena mão, na boca. Eu a vejo sugar seus dedos com força e vontade.
— Isso é fome não? — indago a olhando.
Seus olhinhos claros me observava também. Ao escutar minha voz, vejo um meio sorriso em seus lábios, o sorriso banguela que eu mais amo.
— Anna — grito. — Giulia quer jantar. — continuo.
— Segura ela mais um pouco, estou terminando de dar banho na Malia. — diz um pouco alto também.
Giulia dá alguns resmungos, não gostando dos gritos. Às vezes eu e Anna esquecemos que agora temos duas crianças em casa, e acabamos gritando como dois loucos.
E só lembramos disso quando escutamos seus resmungos ou choros.
Giulia é mais calma, ela resmunga todas às vezes que não gosta de algo, e isso com pouco tempo de vida. Já Malia é mais agitada, ela chora por quase qualquer motivo. Ela adora atenção.
Malia sempre é a primeira a tomar banho e mamar, pois não tem nem um pouco de paciência. Anna sempre tenta ser rápida, para não ter motivos de mais choros.
Tentamos uma vez colocar as duas para mamar, mas outra vez Malia não gostou da ideia. Ela chutou sua irmã.
Como pode um bebê tão pequeno fazer esses tipos de coisas ?
Eu fico impressionado e babando como um papai babão.
As duas ganharam bastante peso nesses últimos dias. Jussara a enfermeira, já não "morava" mais aqui. Ela vinha apenas algumas vezes para ver como às três estavam.
Saio do transe quando Giulia começa a se mexer demais no carrinho. Pego ela em meus braços e vou em direção ao quarto, onde encontro Ayla ajudando Anna a tirar Malia de seus seios.
— Olha só, Malia é como o papai, adora mamar. —digo entrando no quarto.
— Só finja que não escutou. — escuto Ayla murmurar para Joanna.
— Vou seguir seu conselho. —murmura seria.
— Cadê Pietro Ayla? Já faz dois dias que está em casa. — digo sorrindo.
— Por acaso estou o incomodando? Ou isso é só uma indireta para eu ir embora? — pergunta agora com as mãos na cintura.
— Nenhum dos dois — dou de ombros. — Só estou curioso.
— Ele está com o pai. — diz.
Assim como eu, Anna a olha chocada. Olha só, nem a sua irmã sabia disso.
— Mas você disse que ele nunca iria conhecer o pai. — Anna diz.
— E não iria tá legal? — diz irritada. — Só que quando um filho lhe pede algo, é impossível dizer não. Pietro pediu para conhecer o pai, de presente de aniversário. Disse que sente falta disso, mesmo que nunca tenha tido um pai por perto — suspira. —Enzo vinha me ligando já fazia alguns dias, e eu aproveitei isso para dizer a ele.
— Você disse para Enzo que ele era pai, assim, de uma hora para outra?
— Sim. — diz apenas.
— E como foi isso? — Anna pergunta, e eu só fico observando e escutando.
— " Enzo, é o seguinte. Na nossa última noite, a qual eu fiquei sabendo que seu nome não era Enzo, e que você havia mentido para mim sobre sua vida inteira, se lembra? Pois então, essa nossa última noite se resultou na minha gravidez. Isso mesmo, nos temos um filho de seis anos. E ele é a sua cara.". — diz gesticulando com as mãos.
— Você realmente disse isso? — agora sou eu quem pergunto.
— Disse — murmura. — Ele desligou na minha cara, e não demorou nem quinze minutos para ele aparecer em casa.
— Ele aceitou? — Joanna indaga.
— Ainda ele está em processo de aceitação. Entretanto, Pietro é uma criança doce e é fácil de conquistar qualquer pessoa, até o pai que é um idiota sem coração.
— Quem é esse cara? — pergunto curioso.
— Um cara qualquer. — diz sem me olhar.
— Eu ainda vou conhecer ele, até por que, não quero que meu sobrinho ande por aí com um homem idiota.
Ayla bufa.
— Ele não é seu sobrinho. — diz.
— Mas é claro que é. — retruco.
— Pietro só será seu sobrinho no momento em que pedir minha irmã em casamento. — sorri petulante.
— Ayla, como você deixou Pietro com ele em tão pouco tempo? — Anna pergunta para a irmã, deixando o assunto "casamento" de lado.
Por isso que eu te amo boneca.
— Você ainda não vai fugir de mim — aponta para mim. — E respondendo sua pergunta, sim, eu deixei meu filho com o pai, mesmo não tendo muito tempo de convívio. Mas eu conversei com a babá de Pietro, ela está com eles, e ainda mais tem a sua empregada, que é um amor de pessoa.
— Bom, isso nos deixa mais sossegadas, espero que ele não decepcione meu sobrinho. — Anna diz.
— Eu também — suspira. —Agora vamos, me dá essa comilona, Giulia deve estar morta de fome.
Ayla consegue tirar Malia dos braços da mãe, e assim eu levo a outra para mamar.
Não demora muito para Ayla me entregar a pequena barulhenta, enquanto saí para atender uma ligação de seu filho.
— Você sabe quem é o pai de Pietro? —pergunto para Anna, assim que me sento ao seu lado.
— Não. — diz sem me olhar.
— Anna, você sabe. Me diz. — peço.
— Ayla não quer que ninguém saiba. Apenas eu sei sobre toda a história. Não me faça te contar.
— Boneca, eu sou muito curioso. Por favor, me conta, prometo que ela não saberá. — digo sorrindo.
— Meu Deus Enrico, você é pior que criança — ri. —Certo, eu vou te dizer, mas se ela descobrir, vou contar que você ameaçou a tirar as meninas de mim. — diz apontando.
Coloco a mão no coração, fazendo uma careta.
— Você seria tão cruel assim?
— Oh, eu seria meu amor. — pisca rindo.
— Bom, então me conta. — digo batendo de leve nas costas de Malia, para que ela possa arrotar.
— Enzo, o pai de Pietro é o Enzo — diz e eu a olho sem entender. — Seu primo Enrico, ele é o pai. Enzo mentiu para minha irmã, inventou outro nome outro homem para a conquistar. Ele achou que no tempo ela ainda era alguém com que Lucca estava, mas se enganou. E assim que ele descobriu, fez de tudo para se livrar dela. Mas em um dia, ela acabou descobrindo. Ayla estava tentando esquecer Philip, e ela achou que ele seria esse homem. Mas outra vez se enganou. Enzo Agnelli, esse o nome foi idiota.
Só pode ser brincadeira.
— Bom irmã, eu vou indo agora. Pietro quer me ver, mas assim que eu o pegar, eu volto aqui. — Ayla diz.
Eu ainda estava em choque, e o pequeno arroto de Malia em meu ouvido faz com que eu acorde do transe.
Cazzo, o merda do Enzo é o pai do pequeno Pietro.
Que merda de mundo pequeno.
— Enrico? — escuto uma voz ao longe me chamar. —Enrico?
Balanço a cabeça e olho para Ayla.
— Está tudo bem? — indaga e eu apenas aceno com a cabeça. — Tem um homem na porta, diz ser Marco, ele quer falar com você.
— Certo. — digo apenas.
Saio do quarto ainda com Malia em meus braços, e deixo Anna com Ayla no quarto, se despedindo.
— Marco? — pergunto surpreso com a sua visita.
— Enrico — cumprimenta. — Me desculpe por atrapalhar vocês, só vim aqui por dois motivos rápidos. — diz de pé na porta.
Maneio a cabeça.
— Bom, o primeiro motivo que me trás aqui é para lhe entregar a chave do restaurante. Hoje mais cedo recebi os um dos construtores em casa, e me entregaram as chaves, tudo está pronto para a inauguração. — diz sorrindo, balançando as chaves.
— Cazzo, isso é .... Cazzo .... — digo sorrindo, sem saber o que dizer.
— É meu amigo, eu compartilho essa mesma alegria— ri. — Aqui está, suas chaves — me entrega. —Agora a nossa única preocupação é a inauguração. E precisamos marcar alguma coisa para que possamos conversar sobre isso.
— Sim claro, amanhã mesmo se quiser podemos nos encontrar lá mesmo. — digo.
— Por mim tudo bem. — diz.
— Mas então, qual é o segundo motivo de estar aqui?— indago.
— Preciso que me ajude a conquistar Ester. — da de ombros.
— O que? — o olho sem entender.
— Isso menso meu amigo, acho que estou amando pela primeira vez, e preciso da sua ajuda. Ester é a mulher difícil, mas Joanna é amiga dela. E sua ajuda é essencial.
— Marco, você sabe que ela é mãe de duas crianças.
— Sei.
— E sabe também que a qualquer momento o pai deles pode aparecer.
— Sei .... — bufa.
— E também sabe que ela não pode se magoar outra vez ....?
— Porra Enrico, eu sei sobre tudo isso aí — gesticula. — Sei os riscos que tenho que correr, e eu quero isso. Ester merece mais do que uma única noite, ela merece uma vida toda. E eu quero ser o homem a dar isso a ela.
— Meu Deus, você está mesmo apaixonado. — digo assustado.
— Quem está apaixonado? — a voz de Anna aparece na sala.
Olho para trás e eu a vejo com Giulia em seu colo, e Ayla vem logo atrás. Anna me olha curiosa, esperando para uma resposta.
— Marco está apaixonado por Ester. — digo.
— Enrico . — eu o escuto resmungar e bufar.
O que? Ele queria minha ajuda, e não posso fazer isso sem a ajuda de Joanna.
— Boneca, adivinha só, eu estou com às chaves do restaurante em minhas mãos. — digo as balançando em sua direção sorrindo.
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Cazzo Enrico, não adianta tentar distrair Anna. rsrs
O que acharam dessa bomba sobre o pai de Pietro ? Algumas de vocês já desconfiavam ???
Amoraaas, me desculpem a demora de postar capítulo, mas o Wattpad tá muito bulgado mesmo, ele deletou esse capítulo, por muita sorte eu tinha ele salvo no word. Uffa.
Eu fiquei tão desesperada e ao mesmo tempo com raiva. Mas no fim deu tudo certo.
Aaaaa e agora estou de férias do curso, e assim irei conseguirei ter mais tempo para vocês e para tudo.
Kiss, Carol ;*;*
Olhem só isso ! Se tudo der certo chegaremos até o final do último livro dos Ambrosio. Sim, todos esses livro aí é alguns que me pediram, de personagens que apareceram ao decorrer das histórias da família Ambrosio.
Qualquer dúvida, é só perguntar.