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Adam Hennig
— Senhor, diga-me logo de que novidade estás falando! — suplico.
O médico me fita atentamente, deve estar percebendo o meu desespero em tentar entender do que ele estava falando.
— Há algumas horas Elena esteve aqui, acompanhada de seu primo, Rei Benjamin. — disse o médico. Logo minha expressão enrijece. — Parece que sua esposa havia passado mal...
— O que ela tinha? Ela está bem? — pergunto tão desesperadamente quanto antes.
— Calma, alteza! Deixe-me terminar! — pediu. — Como dizia, fizemos alguns exames e eu pude constatar que sua esposa está grávida. Meus parabéns!
O médico estende-me sua mão. Minha mente está processando cada palavra dita por ele, demoro um pouco para reagir e segurar sua mão.
— É, o-obrigado! — digo ainda extasiado.
— Está tudo bem, alteza? — sua mão livre pousa sobre meu ombro. — Parece que a notícia não lhe agradou.
— N-não, fico feliz, muito feliz! — esboço um sorriso. — Tudo que mais quero é um herdeiro, só estou digerindo a notícia.
— Certo. Vamos para reunião? Estão a nossa espera.
— Vamos.
Caminhamos o resto do percurso e então entramos na sala, todos os funcionários que foram solicitados para a reunião estavam a nossa espera, cumprimento a todos e sento-me no lugar reservado à mim.
Logo o responsável pela organização do hospital da início a reunião. Em meio a tantas palavras dita pelo mesmo, perco-me em meio aos meus pensamentos.
Elena está grávida. Eu deveria estar feliz, mas por que não estou? Lembro-me bem da visão que o Destino mostrou-me. Elena estava feliz com Benjamin, eles riam e mostravam se amar muito. Este filho é mesmo meu? Ou será que...
— Alteza?
Ergo meus olhos e vejo que o doutor José (comandante geral do hospital) está me observando.
— Pois não? — agito a cabeça um pouco para espantar meus pensamentos. — Desculpe-me, o que dizia?
— Lhe perguntei o que acha de ampliarmos a ala infantil e investirmos mais em pesquisas para as doenças mais graves. — ele observa-me.
— Sim, sim! Concordo com suas propostas, e acho que seria bom investir em novos equipamentos, os pacientes merecem um ambiente confortável. — digo por fim. — Formule um documento com o que precisa ser melhorado em cada ala hospitalar e o valor que será necessário, verei os meios para conseguirmos a verba.
— Está bem, alteza!
Eros Hennig
Adam está me tirando do sério com toda essa insistência em ver aquela garota. Eles se odiavam, por que não conseguem ficar longe um do outro agora?
A Elena é uma ótima menina, eu vejo isto. Além de ser a filha do meu melhor amigo, que agora não está mais entre nós, sinto muito por isso e sei que ele estaria me odiando neste exato momento. Mas eu não posso arriscar a segurança do meu reino e dos meus súditos por um capricho de jovens. Não sei como ela conseguiu mudar tanto a personalidade prepotente e irresponsável de Adam, mas não posso ceder, não até ter a certeza de que ninguém será punido pela escolha dos dois.
Sei que neste momento muitos estão me odiando, entre todos a minha família. Adam está sendo ignorante e cabeça dura, Kiara está me deixando louco com sua greve de beijos e sexo. Ela diz que se nosso filho não tem o direito de estar junto da pessoa que ama, eu também não teria o direito de desfrutar de nosso amor.
Othon também está se rebelando, está trancado naquela torre e disse que não desceria e nem faria nenhum feitiço para mim, até ver Elena de volta no castelo. Oswald não deve está nada contente com o que fiz a sua filha, não o culpo, sei o quanto ele a ama e não quer vê-la mal. Sandy nunca mais pisou no castelo, desde a saída de Elena, ela pegou suas coisa e mudou-se para casa de Pietro.
Me encontro assim: um filho rebelde novamente, uma esposa que está de greve, um mago revoltado, um aliado perdido e uma hóspede que nem se quer pisa em meu castelo.
Avisto Kiara sentada no banco dentro do circulo de arbustos, com as cristais-da-noite. Aproximo-me por suas costas.
— Elas só brilham durante a noite. — sussurro em seu ouvido. Pude ver sua pele arrepiar-se.
— Eu sei disso. — levanta e vira-se para mim. — Esqueceste que eu mandei cria-las?
— Meu amor, chega desta frieza! — adentro o círculo e seguro sua cintura.
Ela envolve suas mãos em meu pescoço e eu a puxo para mais perto de mim.
— Então deixe Elena voltar para cá. — Kiara brinca com suas mãos nos botões de meu traje, o que me deixa particularmente, louco.
— Kiara, sabes que não posso fazer isto. — suspiro pesadamente. — Eu também não estou feliz com está situação, gosto da Elena e odeio que todos tenham que sair magoados disso tudo. Mas eu manterei minha decisão.
— Então... — Kiara fica na ponta dos pés e deixa nossos lábios a poucos centímetros de distância. Eu quis agarra-la e lhe beijar loucamente naquele momento mas... — Manterei firme a minha decisão também.
Então ela desvencilhou-se de meus braços e deu-me as costas indo em direção ao castelo.
— AAAAAAAAAH! — brado inconformado.
Eu preciso de um banho com água fria. Volto para o castelo e sigo para meu quarto, assim que toco a porta para abri-la...
— Alteza!
— Pois não! — respondo ao guarda.
— Alteza, tem uma fada lhe esperando no escritório.
— Uma fada? — pergunto franzindo o cenho.
— Sim, alteza! Como ela disse que se chamava... — ele pensa por alguns segundos. — Ah, Grimm!
— Grimm, tens certeza disto? — pergunto espantando.
— Tenho certeza, alteza!
Logo desço as escadas e corro até meu escritório, seguro a maçaneta e respiro fundo antes de abri-la.
— Olá! — digo ao entrar na sala.
— Olá, alteza! — a fada que estava de costas vira-se.
— Quando meu guarda disse que era você, eu não acreditei. — afirmo ainda surpreso e nervoso.
— Rei Eros, vim aqui a mando do Destino. — um calafrio percorre todo o meu corpo. Será que Adam andou se encontrando com Elena e o Destino mandou a sua mensageira vir nos avisar sobre as consequências?
— Olha, eu juro que estou tentando manter meu filho longe de Elena e...
— Eros, acalme-se! — ela me interrompe. — Vim aqui exatamente por isso. O Destino quer que pare de tentar separa-los.
— O quê? — pergunto totalmente surpreso.
— Ela esteve na floresta e se arriscou, foi atrás do Destino para resolver isto... — fico ainda mais surpreso com está notícia. Elena se arriscou a sua vida na Floresta Encantada para poder ficar perto de Adam. — E após tudo ser esclarecido, o Destino declarou que Adam e Elena não só devem como merecem ficar juntos.
Uma felicidade enorme consome meu coração. Finalmente vou poder ficar em paz com toda essa história, todos sairão felizes.
— Que maravilha! — um sorriso enorme surge em meus lábios. — Muito obrigado por essa notícia. Mas se me der licença, tenho uma pendência para ser resolvida.
Saio do escritório e corro para a entrada do Castelo.
— Eros o que a mensageria do Destino queria? — Kiara pergunta ao levantar-se do banco onde estava.
Sem pensar duas vezes agarro-a pela cintura e a beijo sedentamente e logo ela retribui.
— Eu vou resolver a besteira que eu fiz.
Saio sem dar explicações e entro na carruagem, peço para o cocheiro me levar até a vila, mas precisamente para onde Elena está hospedada.
Elena Hughes
Saio correndo da Floresta e ao chegar no portão novamente vejo Lauruel sentada no chão, encostada na macieira. Sem pensar duas vezes corro em sua direção e me jogo em seus abraços dando-lhe um caloroso abraço apertado.
— Lauruel, muito obrigada, muito obrigada mesmo! — começo a chorar. — Se não fosse por sua ideia maluca, estaria em casa me lamentando por não poder contar ao Adam sobre nossos filhos.
— Que isso! — ela retribui meu abraço e seca minhas lágrimas. — mas como assim, nossos filhos?
— São gêmeos. — digo muito empolgada e feliz.
— Gêmeos? Oh, meu Deus! — ela toca minha barriga. — Que alegria, dois bebezinhos para brincarem com a Lily.
— Toda essa felicidade significa que o Destino deixou você e o Adam viverem juntos novamente? — perguntou com um brilho exuberante nos olhos.
— Sim, ele disse que a lei não se aplica ao Adam e eu, pois eu sou mortal.
— Vem! — ela se levanta e me estende a mão. — Vamos para casa, você precisa tomar um banho e ir encontrar o amor da sua vida.
Montamos no cavalo e voltamos o mais rápido possível para a vila.
Durante o trajeto fui pensando em como eu iria chegar ao castelo, digo, com que coragem iria até lá? De qualquer forma, por mais que o Destino tenha nos libertado — Adam e eu — para viver nosso amor, Eros ainda se mantém contrário a isto. O Destino dissera-me que enviaria sua mensageira até o rei para informa-lo, mas quando será feito isto? Como saberei que já posso voltar aos braços de Adam sem que ninguém nos atrapalhe?
Estava tão dispersa em meu conflito interno que só percebi que havíamos chegado após ver Benn correndo em minha direção.
— Onde estava e o que houve com você? — perguntou segurando minha mão e avaliando-me. — Estás ferida?
— Eu estou bem. Muito bem, aliás. — abro um sorriso enorme. — Fui até a Floresta Encantada para resolver a situação entre Adam e eu. O Destino nos liberou, disse que podemos ficar juntos. Isso não é ótimo?
Sem pensar duas vezes o abraço fortemente.
— Sim, é ótimo! — disse em voz baixa, apertando-me em seu abraço. — É... Eros está aqui, ele está lá dentro conversando com seu pai.
Ao ouvir isto minha mente parou e meu coração acelerou-se.
— O que ele veio fazer aqui? — pergunto temerosa.
— Não sei, ele quis conversar em particular com seu pai. — explica. — Vamos entrar e descobrir?
— Claro! Apenas deixe-me despedir de Lauruel. — Benn apenas assente com um balançar de cabeça.
Caminho até minha amiga que estava esse tempo todo parada ao lado do cavalo, nos observando.
— Eros está aqui. — ela me olha surpresa.
— O que ele quer? Será que já sabe da sentença do Destino? — perguntou eufórica.
— Não faço ideia. Precisarei entrar e descobrir. — seguro suas mãos. — Muito obrigada por ter me ajudado hoje, obrigada por não desistir da minha felicidade quando eu já nem cogitava mais tê-la.
Abraço-a afetuosamente.
— Não precisa agradecer, estou aqui sempre que precisar de um plano maluco ou de uma simples conversa. — seu sorriso sincero passa-me a confiança de que preciso. — Agora vai, creio que a conversa será longa.
Dou-lhe outro abraço antes de seguir, caminho até Benn e sem dizer nenhuma palavra se quer entramos na pousada. Encontro meu pai e Eros assentados no sofá da sala, Eros rapidamente levanta-se ao me ver passar pela porta, logo vem o espanto ao olhar-me dos pés a cabeça e constatar a bagunça em que estou.
— Minha filha, o que houve? Estás ferida? — meu pai levantou-se e caminhou rapidamente em minha direção inspecionando-me.
— Eu estou bem, pai. No máximo tenho alguns arranhões, nada que um pouco de magia não resolva. — olho para Eros. — O que lhe trouxe até aqui?
Ele me encara por longos segundos, abre a boca algumas vezes ameaçando falar algo mas nenhuma palavra é dita. É perceptível seu nervosismo.
— Elena, eu... — ele passa a mão no pescoço, encara o chão... fecha os olhos com força, respira fundo e: — Elena, eu vim aqui para lhe pedir perdão.
Meu coração acelera ainda mais, posso jurar que meus olhos arregalaram-se ao ouvir tais palavras.
— Peço perdão por ter sido um tolo, por não ter pensando em uma hipótese viável... — Eros respira fundo novamente, era como se ele buscasse as palavras certas. — Sei que foi até a Floresta, pelo modo como está suponho que esteja voltando de lá. Admiro sua coragem e seu amor pelo meu filho, arriscou-se indo procurar o Destino e o enfrentou, tudo para poder viver ao lado de Adam.
Encaro meus pés, mordo o lábio inferior e solto uma lufada de ar antes de encarar seus olhos castanho e me pronunciar.
— Rei Eros, Adam e eu nos amamos muito, não a nada no mundo que nos impeça de viver este amor. Não seria uma mera superstição, ou uma má interpretação, que nos manteria afastados um do outro. — Eros mais uma vez encara seus pés sentindo-se culpado, talvez. A sua postura imponente de rei autoritário e poderoso parecia ter sido retirada. — Agora a algo ainda mais forte que nos une, além do nosso imenso amor.
Eros agora me encara confuso, assim como todos na sala, exceto por Benn, que pelo visto sabe do que eu irei falar neste momento.
— Estou grávida novamente. — digo de uma vez e várias reações são expressadas.
Benn se mostra frustrado, talvez por saber que agora sua chances acabaram de vez. Meu pai esboça um sorriso de felicidade, seus olhos brilham. Eros espanta-se com tal afirmação, talvez por ver que sua proibição de Adam e eu não podermos nos ver não tenha dado tão certo quanto ele imaginava, mas logo um sorriso surge em seu rosto, iluminando-o.
— Isto é maravilhoso, Elena. — Eros vem em minha direção e abraça-me sem se importar com meu estado deplorável. — Adam já está sabendo?
— Ainda não. — afirmo.
— Ótimo. — ele sorrir como se planejasse algo.
Eros chama um dos guardas, diz algo a ele e o mesmo se retira após receber sua ordem.
— Vá tomar um banho, vista seu melhor vestido e arrume-se o mais elegante possível. Temos uma festa para ir. — diz com um sorriso travesso nos lábios.
Meus amores estou muito feliz por ter conseguido escrever o capítulo em um tempo recorde comparado aos outros.
Então, digam-me o que acharam?
Eu estou simplesmente boquiaberta com este capítulo.
Gostaram da narração do nosso convidado ilustre? Rei Eros.
Como puderam ver, Eros sofreu as consequências por ter afastado o nosso casal marivigold.
E que pensamento é esse do Adam, minha gente?! Como pode!
E agora, o que vocês acham que irá acontecer?
Estou ansiosa para o próximo capítulo.
Até mais, XOXO 💋👋👋
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