Eu acabei dormindo antes mesmo de Taehyung sair do quarto, a noite passou como um borrão e logo ele estava me acordando para tomar o remédio.
— Por que tão cedo? — resmunguei antes de engolir o comprimido.
— O Jin disse pra tomar de doze em doze horas — lhe entreguei o copo vazio — tomou sete da noite, então...
— Já entendi — passei as mãos pelo rosto e encarei o abajur de fantasminha — onde comprou? È fofo.
— Um amigo me deu de presente — ele parecia distante — deveria voltar a dormir.
— Normalmente eu diria que não, mas esses remédios me deixam sonolenta.
— Ok, eu peço para o Jungkook te acordar mais tarde — se virou em direção a porta.
— Espera! Vai sair cedo assim?
— Não que seja da sua conta mas tenho coisas a fazer — grosso — nos vemos a noite.
Taehyung iria passar o dia inteiro fora, eu me perguntei o que ele faria em todo aquele tempo, torci para que não envolvesse matar pessoas.
Assim que ele me deixou sozinha, caí no sono, o fantasminha era a única iluminação presente no quarto.
— Acorda, já são quase dez e meia — Jungkook abriu as janelas e a luz invadiu o quarto.
— Me deixa dormir, garoto — resmunguei cobrindo o rosto.
— Não pode ficar aí o dia todo — ele parecia animado — vem jogar comigo.
— E se eu não quiser? — deixei apenas meus olhos pra fora do lençol.
— Sou mais velho que você, tem qie me obedecer — remsungou.
— Um mês, uau, como você é velho — sorri me sentando — já sente dor nas costas, oppa?
— Oppa, não — fez uma careta — vamos logo.
— Não me olha assim — cruzei os braços, Jungkook estava encarando meu pijama — foi o Taehyung que comprou, não tenho culpa.
— Bom gosto ele tem — provocou — mas vamos encontrar outra coisa para você vestir.
Jungkook disse que ia arranjar algo para eu comer, segui para o banheiro, meu cabelo estava uma bagunça então fiz uma trança.
Bochechei o enxaguante bucal e em seguida cuspi, tinha um gosto forte. Saí me perguntando se Jungkook teria posto fogo na cozinha, Taehyung tinha dito para ele não mexer em nada, mas não disse nada sobre mim.
— Eu cozinho — chamei a atenção dele que encarava a geladeira como uma vitrine — você fica só olhando, já que é desajeitado.
— Fui um pequeno acidente, eu não sabia que era perigoso usar uma panela com a borracha folgada.
— Tem sorte de não ter explodido no seu rosto.
Encarei o armário, eu não podia comer ovo, carne de porco ou camarão, ou iria acabar com tudo inflamado. Acabei pegando dois pacotes de lamen, já que Jungkook também estava com fome.
— Grande cozinheira ein, fazendo lamem — apoiou o rosto na mão.
— Pelo menos nunca explodi uma panela — lhe dei língua — eu devia te deixar com fome.
— Não seja má — piscou de modo fofo — eu mereço por ser um bom enfermeiro.
— Para algo você tinha que servir — provoquei sorrindo.
— Também gosto de você — passou a mão pelos cabelos — falando sério, pode ser a irmã que nunca tive.
— Também sou filha única — joguei o pozinho no lamem — meus pais brigam demais para terem outro filho.
— Sinto muito — seus lábios formaram um bico.
— Já me acostumei.
Me servi e em seguia servi Jungkook. Ele era divertido, imaginei como seria crescer com um irmão como ele, com certeza eu não seria tão solitária.
Taehyung ligou quando estávamos no meio de uma partida de Mario kart. Ele queria saber onde eu morava, iria mandar alguém pegar roupas para mim.
O resto da manhã passou rápido, Jungkook pediu comida japonesa no almoço e comprou um pote de sorvete. Eu estava rindo da cara dele, após comer uma colher grande demais e congelar o cérebro, quando a companhia tocou.
— Está esperando alguém? — lhe encarei.
— Deve ser o Hobi, ele foi pegar suas roupas.
— Aah — levei mais uma colher de sorvete a boca.
Jungkook abriu a porta, um cara com roupas engraçadas apareceu, nunca imaginei que alguém usaria tênis de corrida verde néon, com uma blusa alaranjada.
— Hana, este é o Hoseok.
— Oi — sorri tímida.
— Oi, seu armário é muito arrumado — me entregou uma sacola — acho que peguei o essencial.
— Obrigada e desculpe o incômodo.
— Sem problemas — o sorriso dele era brilhante — eu estava devendo uma ao Tae.
— Hum, tem sorvete — segurei minha tigela — você quer? Se recusar o Jungkook vai acabar comendo tudo.
— Até parece que você também não ia — Jungkook cruzou os braços.
Hoseok acabou ficando e tomando sorvete, pelo visto os amigos de Taehyung eram bem simpáticos.
— Mensagem do Tae — Jungkook encarou o celular — ele quer que eu fique aqui, vai chegar tarde.
— Aconteceu algo? — engoli em seco.
— O Taehyung é esperto, não deve ser nada demais.
***
Eu estava sozinha com Jungkook, era tarde mas eu não conseguia dormir. A chuva torrencial caía lá fora e eu me enrolei mais no cobertor.
— Vai dormir, eu sei que está cansada — Jungkook insistiu pela milésima vez.
— Não consigo, estou preocupada.
— O Taehyung sabe o que faz, ele vai ficar bem — afagou minha cabeça — não se preocupe.
Eu mal conhecia Taehyung, mesmo assim me sentia esquisita, como se estivesse esperando algo ruim acontecer. Me recostei no sofá, passar o dia todo sentada ali era entediante.
Minutos depois uma batida na porta me assutou, alguém parecia estar tentando abri-la de modo desesperado e logo Taehyung caiu pra dentro.
Jungkook levantou correndo, no entanto fiquei congelada, não podia me esforçar mesmo que quisesse. Taehyung estava ensopado, seu rosto pálido nos encarou, não sabia o que estava acontecendo.
— Tae? Fala comigo — Jungkook o segurou desesperado.
— Banheiro, remédio — ele balbuciava.
Taehyung ficou de pé se apoiando em Jungkook, ele cambaleava demais e parecia prestes a cair de novo. Me levantei, Jungkook o ajudou a chegar ao banheiro e eu parei na porta.
— O que ele tem? — estava aflita.
— Eu não sei — Jungkook me encarou confuso.
Um barulho fez com que nos virassemos, Taehyung estava vomitando, algo estava muito errado.
— Você não pode se abaixar, eu limpo isso — Jungkook me entregou o celular desbloqueado — ligue para o Jin.
Obedeci, Jin não demorou a atender, ele saberia como ajudar.
" Fala, nochu. Meu expediente ainda não acabou. "
— É a Hana. O Taehyung está passando mal, não sabemos o que aconteceu.
" O que exatamente ele está sentindo?"
— Eu não sei, ele parece meio desorientado e estava vomitando — Taehyung agora estava sentado na borda da banheira.
" Ok, tente olhar os olhos dele, as pupilas estão dilatas?"
Me aproximei com cuidado desviando do vômito no chão. Me inclinei o máximo que meus ferimentos me permitiam e chequei seus olhos.
— Muito pouco.
" Ok, ele está tendo alucinações? " neguei " dificuldade pra respirar?"
— Está um pouco ofegante — Taehyung me encarava atentamente — consegue dizer o que tem?
— Me dá — apontou pro celular.
Eu lhe entreguei, Taehyung parecia fraco.
— Aquilo de novo — Taehyung murmurou — eu sei — recostou a cabeça contra os azulejos — tá.
Ele me devolveu o celular, eu estava completamente confusa.
" Eu vou te dizer o que fazer, se não conseguir peça ajuda ao Jungkook. Ok?"
— Ok, pode falar.
Encarei Taehyung, seus olhos sem vida fizeram meu coração se apertar.
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Dividi o capítulo porque ia ficar muito grande.
Hana achou um amigo.
Taehyung vai levar sermão do Jin....
Eu tenho várias ideias para essa história e queria att super rápido, mas tem acontecido algumas coisas e eu acabo não conseguindo escrever, mas não se preocupem eu não vou sumir.