Floresta do Sul

By InTheClows

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• Livro I • Segundo livro já disponível: Colina do Sul. Chloe Lidell. Desde a barriga foi destinada a algo gr... More

Prólogo
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
Capítulo XXII
Capítulo XXIII
Capítulo XXIV
Capítulo XXV
Capítulo XXVI
Capítulo XXVII
Capítulo XXVIII
Capítulo XXIX
Capítulo XXX
Capítulo XXXI
Agradecimentos
Informações sobre o livro II
Curiosidades FS
Aviso extremamente importante
NOVIDADES DO LIVRO EM PAPEL
Aviso (leiam todos, inclusive os que ainda nao terminaram de ler, por favor)
Atualização Completa e Colina do Sul
Ainda há alguém aqui?
Por todos vocês

Capítulo XXXIII

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By InTheClows

O dia estava ameno, a neve estava derretida pela floresta, os pássaros cantavam.

Corri por horas, sem parar, e quando o fazia, não ficava por mais de cinco minutos.

Durante a longa corrida cheia de obstáculos como raízes altas, terra escorregadia e troncos jogados, usei boa parte do tempo para pensar, embora ainda estivesse alerta; as espadas pesadas em minhas costas, convidando a pegá-las ao menor sinal de perigo.

Uma chama crescente de amor e esperança enchia meu peito a medida que a mágoa e o pesadelo se dissipava. A medida que eu entendia que, não importava o que acontecesse, Rhys ainda estaria comigo, e que ele, de fato, me amava, mesmo diante de todas as circuntâncias.

Eu era o alvo o tempo todo, eu era a missão que tanto falavam. Por isso todos me olhavam torto, por isso alguns lançavam olhares reprovadores quando souberam que estávamos juntos. E mesmo assim, sendo líder, Rhys não se importou com isso, com a discórdia de seu povo, e permaneceu comigo.

Ele passou por cima de si mesmo, do ódio e da dor, por várias vezes, e usou todos os recursos para me proteger, mesmo os mais extremos. E em momento algum ele me deixou pensar que eu era fraca, que eu não poderia passar por aquilo. Não. Ele acreditou em mim quando todos me julgavam indefesa, inclusive eu mesma, e então me mostrou que eu podia ser quem eu quisesse ser, sem necessidade de mudar por ninguém, a não ser por mim.

E eu percebi que eu deixei que o castelo entrasse na minha cabeça e me moldassem da forma que queria. Eu me deixei confiar neles quando se mostraram educados. Aceitei meu destino quando vi que nem tudo era tão ruim como presumi lá dentro. E simplesmente fiquei surda para a pessoa dentro de mim que gritava a cada vez que estava sendo mais sufocada por aquela minha nova versão construída por outras pessoas. Fiquei cega para a verdade que estavam me moldando.

E quando meu sorriso e meus pensamentos hesitaram enquanto eu andava sobre o tapete vermelho do casamento, eu escutei eu mesma, lá dentro, dizendo que eu seria completamente infeliz se continuasse. E Rhydian me tirou de lá.

E eu percebi, tempos depois, que não se deve aceitar que te mudem apenas para que os agrade. A única pessoa que eu deveria agradar, era a mim mesma.

Com tantos pensamentos na cabeça as horas passaram rápido enquanto eu corria e suava, e torcia para encontrar Rhys ou para que as pessoas tivessem recuperado Nevra e tudo estivesse bem.

Mas então eu vi, de longe, a fumaça subindo por entre as árvores. E quando me aproximei, os portões estavam completamente abertos e uma fumaça tóxica circulava todo o perímetro em uma densa névoa, como se o ataque tivesse acontecido há apenas algumas horas atrás.

Comecei a tossir e puxei e levantei o braço, cobrindo o rosto, enquanto a outra mão estava pronta para pegar a espada ao menor sinal de perigo.

Mas parecia que tudo estava vazio.

Avancei pelos portões, tentando enxergar em meio a névoa de fumaça. Senti uma dor profunda ao pisar no asfalto velho e ver algumas casas destruídas. Casas que fizeram parte da minha vida durante os últimos meses. Onde tive uma vida tão tranquila quanto intensa. Onde meus amigos moravam. Meu povo.

A maioria das portas foram arrombadas, as janelas quebradas e os móveis revirados, jogados nas ruas. Senti as lágrimas turvando meus olhos enquanto outra crise de tosse me atacou.

Gritei o nome de Rhys.

Muitas vezes.

Gritei por Selena e Laurien.

Gritei por Patrick e Peter.

A tosse começava a me deixar fraca quando não consegui segurar o choro que irrompeu de minha garganta.

Se eles não estavam aqui, se haviam lutado, então foram levados.

Ouvi passos correndo atrás de mim e me virei rápido, sacando as espadas, embora estivesse tão fraca pela fumaça tóxica que os cabos pareciam bem mais pesados.

Mais lágrimas rolaram quando vi um dos gêmeos e Dressa correndo em minha direção. Comecei a tossir de novo, e as espadas escaparam de minhas mãos.

— Chloe! Você não pode respirar essa fumaça! — Dressa cobriu meu rosto com uma máscara enquanto uma tontura forte se abateu sobre mim, e o gêmeo me segurou antes que eu caísse. Ele me pegou no colo e começou a correr

— Onde... ele está? — Falei com dificuldade em meio a tosse.

— Evite falar agora. — Instruiu o gêmeo, e logo que saímos da camada de fumaça eu respirei fundo, largando a máscara, sentindo meus pulmões queimarem e minha visão ficar turva. Nem percebi que ainda chorava até sentir meu rosto molhado.

— Onde...? — Não consegui continuar antes que outra crise de tosse me atacasse. Dressa me encarou.

— Eu não sei. — Murmurou ela.

Senti meu coração se partindo. De novo e de novo, e comecei a chorar, sem conseguir ouvir o que mais eles diziam.

— Pare de chorar e forçar os pulmões. — Foi tudo que entendi em meio aos prantos.

Mas não parei.

E senti culpa e vergonha.

Porque eu queria ter lutado ao lado dele. Eu queria ter me rendido naquela noite e assim Rhys não teria continuado me atacando, e eu não teria fugido. Queria ter lembrado que ele prometera jamais me machucar, e assim desconfiar de alguma coisa.

Eu queria ter ficado.

Me senti culpada porque se Rhydian tivesse me matado no castelo, Nevra não teria sido atacada e destruída, contando que jamais saberiam quem fez aquilo.

Me lembrei do meu pesadelo, noites atrás.

Chorei tudo que segurei durante aquelas duas semanas enquanto minha visão escurecia e eu ficava ainda mais fraca.

E em algum momento eu apaguei.

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