Attention - Min YoonGi

Bởi _litmus

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Kim (S/N) era uma adolescente cheia de vida. Gentil, bondosa, extrovertida, e feliz, vivia com o pai em Busan... Xem Thêm

Prólogo
Um
Três
Quatro
Cinco
Seis
Sete
Oito
Nove
Dez
Onze

Dois

80 8 2
Bởi _litmus

Acorde!


E eu exijo vida

Nos seus olhos negros e opacos

— Ágata Silva.

(S/N) sequer estremeceu quando a jaqueta de SeokJin foi arremessada na mesa. Continuou sentada na cadeira, abraçando as próprias pernas e ignorou o tio.

— (S/N), não vai olhar para mim? — ele questionou, sentando-se à sua frente. Sentia-se culpado, já que a menina estava dessa maneira desde que a levara à delegacia.

— Oi, tio Jin. — cumprimentou, pedindo a benção. Ele respondeu um "Deus te abençõe."

Ficaram calados.

— Kai te procurou ontem. — começou, analisando a expressão da sobrinha: não houve reação.

— Ah. — respondeu vagarosa, e esforçando-se para prestar atenção, perguntou: — Onde eu estava?

— Dormindo. — era só o que ela fazia. Se não estava na sala, olhando para o nada, estava dormindo. — Ele disse que voltaria depois.

— Okay. — foi só o que respondeu, encarando o chá-mate e se sentindo culpada. Esqueceu-se disso quando o tio recomeçou:

— (S/N)... olha... — pareceu escolher as palavras certas enquanto falava — meu amor, eu sei... eu sei que está difícil, mas você tem que voltar a fazer as coisas de antes...

— Tio, eu... — ela interrompeu, na intenção de dizer "não quero falar sobre isso", mas SeokJin continuou:

— Espera, escuta o tio. — tomou suas mãos, e virou o rosto dela para si, para que pudesse encará-lo. — Não é dessa maneira... que as coisas fluem. Se continuar assim, vai acabar perdendo a si mesma, e NamJoon não iria querer isso, iria? — ela arregala os olhos quando a dor a invade, surpresa com as palavras de Jin: era a primeira vez que ele mencionava explicitamente o pai e sua morte.

O tio ainda esperava uma resposta.

— Não. — murmurou, mortificada. Não podia olhar para baixo, de fato, mas encarava seu nariz no lugar dos olhos: era estranho, não conseguia mais pensar, nem encarar as pessoas nos olhos.

— Então! — concluiu ele. — Vamos recomeçar, devagar... uh?

— Tudo bem. — os olhos dela estavam marejados.

[...]

— Me ajuda a fazer o jantar? — ele pediu. Fazia algum tempo que Kai havia ido embora, mas pelo menos, (S/N) não tinha deixado dominar-se pelo sono antes do garoto chegar. Conversaram um pouco, e ela tinha até uma expressão melhor, mais suave.

— Tá bom. O que quer que eu faça? — fez o perímetro da cozinha com os olhos antes que Jin respondesse, apontando para os tomates na bancada:

— Corta em cubinhos, por favor?

— Uhum. — a franja dela caiu no rosto quando começou, mas (S/N) não se importou, menos ainda colocou-a no lugar. Parecia longe, pensativa, e SeokJin parou o que estava fazendo para observá-la: muito mais triste, mas pelo menos, consciente. O comportamento robótico dela começava a assustá-lo — ainda mais ele, que era acostumado a vê-la alegre e cheia de vida —, e pensou se não deveria levá-la à um psicólogo. O luto era normal, mas aquele comportamento, não. Porém, conseguiu ficar feliz, pois a sobrinha parecia um pouco mais viva agora.

Talvez tivesse jeito.

[...]

Uma semana depois da "conversa" na cozinha, (S/N) já apresentava melhoras. Não estava saltitante nem sequer sorria, mas ela tentava sair do torpor e sono que a envolviam, tarefa nada fácil.

Mas as tardes com Kai ajudavam bastante.

Ele era adorável. Agradável e gentil, tinha na manga vários assuntos, que sempre a envolviam: livros, filmes, artistas, jogos... mitologia grega. (S/N) era louca por mitologia grega, e passava horas falando sobre para Kai, que pouco entendia do assunto. Entusiasmava-se de verdade e nem percebia — tamanha foi a surpresa de SeokJin, ao, um dia, encontrá-la assim, que ele não conseguiu falar: saiu antes que o percebesse, com um sorriso no rosto — as vezes até um riso lhe escapava. Kai estava, aos poucos, desabrochando-a: fazendo-a acordar.

— Anya, até o momento, meu Deus favorito é Zeus... o pai do Olimpo! Ele é um líder, assim como eu! — exclamou ele, fazendo graça.

A gargalhada de (S/N) ecoou pela sala, e Kai adorou o som.

— Líder em me fazer rir, só pode. — respirou fundo para ficar séria, mas o esforço foi pelos ares: assim que olhou para o amigo, começou a rir outra vez.

O Jung riu da risada de (S/N).

— Olha só, o papo tá bom aí, hein...? — Jin adentrou a sala, dando um mínimo sorriso. Seus olhos brilharam ao ver aquela cena: a sobrinha não corava havia tempos. Corar de rir, então? Ele não podia se lembrar da última vez.

— Kai-oppa é engraçado, tio Jinnie. — constatou ela, respirando fundo e limpando as lágrimas dos olhos.

Quando percebeu o que estava fazendo, murchou.

Sentiu-se culpada, a mais desprezível criatura da terra. O pai enterrado, largado há sete palmos de terra, e ela rindo?

A vergonha atingiu-a como um soco. Seus olhos marejaram, mas não por consequência das risadas.

SeokJin não precisou perguntar o porquê da repentina mudança de humor, já imaginava o que era. Suspirou, perguntando-se quando isso ia passar, não aguentava mais vê-la devastada.

— É... já está tarde, eu vou indo. — Jung falou, após alguns minutos de um silêncio esmagador. Olhou para (S/N) com pena, imaginando sua dor: o tio contara a ele do passado dos Kim, o motivo de terem vindo para Daegu.

Na verdade, contou para o Sr Jung — consequentemente, ele soubera.

— Tem certeza? (S/N) adora a sua companhia. — o mais velho insistiu por pura educação: todos os dois sabiam que agora, ela precisava ficar sozinha.

— Sim, sim, eu volto amanhã. Jaa ne! — se despede, bagunçando os cabelos da menina, que olha para ele como se pedisse desculpas.

— Jaa ne... obrigada por vir, Kai-oppa. — apesar do timbre triste, ela não dava sinais de que viria a chorar. Leva Kai até a porta, e espera o menino abrir a própria, para finalmente fechar a sua.

Ainda está parada — encarando a madeira — quando o tio chega, abraçando-a por trás carinhosamente e diz:

— Você não tem que se sentir culpada, (S/N).

— Eu estava lá... e não fiz nada. — o soluço mal reprimido no fim da frase fê-lo afagar a barriga dela e suspirar.

— Sei que não... mas porque não tinha o que fazer. — finalmente, tinha posto para fora. SeokJin sabia que (S/N) sentia culpa por não poder socorrer o pai, mas a agonia e o remorso eram tantos que ela não ousava falar.

Apenas balançou a cabeça, concordando, enquanto as lágrimas caiam.

[...]

— Bom dia, (S/N). — ela parou de encarar os tênis e olhou para cima, encontrando YoonGi com uma expressão pensativa. Assentiu, como se o cumprimentasse, e voltou a olhar para os próprios pés, enquanto cutucava a parte encardida do All Star roxo.

Uh, um progresso. Pensou YoonGi.

Os fones estavam em seus ouvidos, mas mais uma vez, não havia música, apenas o silêncio. Refletia sobre o dia anterior, e a última "conversa" séria com o tio... tudo passava em sua mente como um borrão, tão rápido que ela sequer conseguia concluir o pensamento e isso a frustrava. Não pregou os olhos por um minuto e ainda assim, não sentia sono, apenas ansiedade e uma angústia torturante: era novidade para ela, e desejou o torpor outra vez. O lugar não ajudava: odiava a escola, era infeliz, chata, sufocava-a, e tinha Min YoonGi.

Um inferno pessoal.

A despeito dos defeitos que conseguiu formar — um milagre, já que não conseguia concentrar-se o suficiente para pensar —, Min YoonGi não a incomodou mais naquele dia, e como só ele lhe dirigia a palavra, teve paz pelo resto da aula.

O menino, por sua vez, estava inquieto, observava-a com tanta concentração que parecia estar radiografando a garota.

— Ai, cara, vamo' lá, tem treino. — ele não ouviu quando TaeHyung falou. O ruivo repetiu um punhado de vezes, antes de resolver usar a força e dar um tapa no nariz de YoonGi.

— Ou, seu desgraçado... — xingou, massageando o local. — isso doeu!

— Eu to' falando aqui há meia hora... vamos logo, o treinador tá chamando. — ignora o xingamento do amigo.

— Ela falou comigo hoje. — comenta, meio bobo.

— A novata? — questionou. Ainda que (S/N) estivesse na escola há mais de trinta dias — talvez quarenta e cinco —, Kim TaeHyung insistia em chamá-la de novata. E estava abobalhado: sinceramente, achava que a garota era uma psicopata ou algo do tipo. — O que ela falou?

— É, a (S/N). Quer dizer, ela não falou mesmo comigo, mas quando a chamei, meneou a cabeça me cumprimentando. — ele parecia entusiasmado: TaeHyung revirou os olhos, pensando em como o coitado do amigo era patético. Parecia uma menininha apaixonada.

— Uau, que progresso. — debochou.

— Eu sei. — YoonGi respondeu, irritado. — Agora cala a boca.

— Tá legal, nervosinha. — ainda zombou, vendo-o revirar os olhos ao entrar no ginásio.

— Cala a boca,TaeHyung!

[...]

— Chegamos. — anunciou SeokJin. Entrou no estacionamento da academia e adentrou numa vaga, parando.

— Tem certeza? — perguntou a menina, assim que saltou do carro. Não queria admitir, mas estava com preguiça, muita preguiça. Ela amava dançar, mas estava tão cansada...

— Desfaça essa cara de preguiça e entra logo. — Jin sorriu, ela apenas fez um biquinho, suspirando.

— Aish, mas estou tão cansada, tio... não podemos deixar pra outro dia? — sugeriu, permitindo-se a esperança.

— Poderia se você não tivesse usado essa desculpa semana passada. — o outro riu outra vez, abraçando a sobrinha pelos ombros. — Vai acabar ficando sedentária desse jeito!

Dando-se por vencida, ela apenas bufou, e quando as portas automáticas se abriram, encontrou apenas aparelhos de malhação e balcões com supletivos, barras de cereais, roupas e acessórios para o exercício físico.

— Acho que estamos no lugar errado...

— É no terceiro andar. — ele interrompe, suspirando para a insistência dela.

— Escadas? Que?! Que?!

— Elevador. — murmura, parando em frente ao aparelho e acionando-o.

Quando ele chega, (S/N) está fazendo uma careta para o tio, estirando a língua como uma criança, ele apenas ri, encarando as pessoas quando as portas se abrem — ou, no caso, a pessoa.

Min YoonGi se pergunta que diabos a Kim estaria fazendo ali, e quem era o bendito policial — ainda fardado — que a acompanhava. Não lhe passa despercebido a intimidade com que ele a trata, abraçando-a pelos ombros e conversando normalmente, menos ainda, a visão de (S/N) estirando-lhe a língua e brincando. Entram no elevador, em silêncio, e apenas SeokJin o cumprimentou: (S/N), aparentemente, estava fingindo que não o conhecia.

Abobado, esquece de sair, percebendo apenas quando é tarde demais: o elevador já sobe. Irritado, fecha a expressão e encara os Kim pelo espelho, virando-se de costas e fingindo mexer no celular.

— Aish, que preguiça. — murmura ela para o tio, torcendo para que ele não renda assunto: o coração bate forte com a adrenalina pura do medo, temia que YoonGi a cumprimentasse ou ofendesse, pois o tio não ignoraria as palavras, como ela. E ela queria o Min o mais longe possível.

— Vai suar muito hoje. — zombou o tio, rindo para ela, que apenas revirou os olhos e deu-lhe a língua de novo. — Bobinha. — Parou de abraçá-la pelos ombros e deram as mãos: o Min quase caiu para trás, interpretando o gesto erroneamente.

É, pelo visto, ela não é um fantasma. Pensou YoonGi, com desprezo.

— Até parece, tio Jin. — mordiscou os lábios, achando que estava demorando demais, e o elevador parou no terceiro andar, abrindo as portas. Eles saíram, conversando, e Jin abraçou a cintura dela, protetor: sorriu para a sobrinha.

E você é um idiota, Min YoonGi. Pensou ainda, tomado por um estranho alívio.

Estava mesmo ficando obcecado.

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