FICA COMIGO?

By sofia_pott

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Natália não quer passar o feriado de dia dos namorados sozinha de novo. Ela procura por um par, alguém que po... More

I

II

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By sofia_pott

A sensação de não se sentir vazia durou até o final da noite de quinta-feira. Mas agora, numa manhã de sábado, ela já fez questão de se pronunciar na mente da garota de olhos e cabelos castanhos, que está jogada no sofá de cor exuberante. Natália já checou todas as suas redes sociais, limpou o pequeno apartamento, revisou as matérias da faculdade - inclusive a matéria do tão querido e gentil professor Maurício - e checou as redes sociais de novo. Olhando para o teto branco, a agonia de não fazer nada está deixando-a louca. Nenhuma mensagem de Pedro. O apartamento parece se encolher em torno dela, todos os móveis parecem gritar: "sozinha! Você está sozinha de novo!".
Numa reação súbita, mas previsível, Natália pega o telefone e disca o número já há tempos memorizado.
—Mãe?
—Oi Náti! Que saudades de você!
—Tô ligando só para dar um oi. Como estão as coisas por aí? — pergunta num tom casual.
—Ah filha, estou fazendo o almoço aqui... — O que era fácil concluir, com os sons tão familiares da mãe cortando os legumes e colocando água nas panelas. — E seu pai ainda não voltou da escola, hoje está dando aulas de aprofundamento. Mas por aqui vai tudo bem. E você, como está?
—Estou bem também. Mas fui mal numa prova...
—Jura? E por quê?
—Eu esqueci que a prova era naquele dia, e então entrei em pânico e não me lembrei de nada. — Ela suspira.
—Ah, que pena... Mas você precisa ir atrás desse professor e tentar recuperar, Náti.
–É...
–E de resto? – Dona Clara a interrompe. – Está comendo bem? Está tendo um surto de gripe de novo, hein! Não esqueça de se agasalhar e comer frutas. Não saia na friagem e...
—Tá mãe, já sei, já sei, pode deixar. E o que você e o papai vão fazer hoje?
—Bom, acho que iremos visitar a sua avó, ou talvez ir a um parque. Você não quer passar aqui hoje ou amanhã?
—Acho que sim... — A voz da garota oscilou um pouco, os olhos começando a marejar. —qualquer coisa eu te aviso mãe. Vou ter que desligar agora, beijo!
—Beijo, amo você! — A voz da mãe deixou-a com saudades de casa, o vazio apertando de novo. Uma lágrima escorre por sua bochecha, pingando no chão. Ela esfrega os olhos rapidamente.
—Não vou chorar agora.
Ela liga a TV, tentando afugentar todo esse sentimento, e para seu alívio, está passando uma maratona de FRIENDS. Rachel, Monica, Chandler, Phoebe, Ross e Joey fizeram companhia a ela por ótimas 3 horas. Já é uma da tarde quando Natália ouve o celular tocar.
—Alô?
—Náti! Tudo bem? Vai ter uma festa na praia hoje, vamos?
—Oi Lú... Na praia? Mas quem vai?
—Eu, o Davi, a Ana... O pessoal da facul que tá organizando, então vai bastante gente que nós conhecemos.
—Huuum. Tá bom, acho que vai ser legal. Que horas?
—Começa às 19. Eu pego você umas 18:30, tá?
—OK. Que roupa você vai por, Lú?
—Então... To em dúvida entre um vestido ou uma saia longa...
–Não sei o que por. Acho que vou falar com a Ana, ela é ótima com roupas.
—Verdade. Vou ter que desligar aqui Náti, beijo.
Mais animada por conta da festa, Natália finalmente levantou do sofá para fazer o almoço. Vasculhou os armários da cozinha e... Miojo vai servir, ela pensa. Em meio às mastigadas, digita um mensagem para Ana, implorando por ajuda com o guarda roupas.

(...)

Algumas horas depois, a garota loira está em frente ao apartamento da amiga. Ela bate com os nós dos dedos na porta de madeira clara.
—Ana? Pode entrar amiga, a porta está aberta! —Grita Natália do lado de dentro.
Ana gira a maçaneta, entrando no apartamento simples, mas bem decorado. A mãe de Náti tem mesmo talento, ela pensa. Pra conseguir combinar esse sofá amarelo com o resto da casa...
—Oi! Eu tava no banho, foi mal! – a dona do apartamento enfim aparece, de roupão e com uma toalha na cabeça.
—Tudo bem, relaxa. Então, vamos ao seu guarda roupa? — Ela pergunta com empolgação. Moda era algo quase inerente à Ana, desde criança; Aos 5 anos, já decidia as roupas que iria vestir sozinha. Aos 9, ajudava a mãe a escolher looks para o trabalho e festas. Aos 13, já tinha um blog, participava de pequenos concursos e começou a criar suas próprias roupas!
Agora os concursos foram deixados de lado por conta da faculdade, mas seu talento parece se aprimorar a cada dia. Ela está vestindo um macaquinho - peça de roupa que emenda camiseta e shorts - verde claro, com flores rosas e verdes. Embora o shorts seja curto, é também bem largo, dando um ar de elegância a roupa. Os cabelos loiros e compridos estão soltos.
Natália leva-a até seu quarto, onde as roupas estão, novamente, todas espalhadas no chão.

—Nossa.Você experimentou todas as roupas do armário antes de eu chegar?

—Quase isso. — Ela dá de ombros.

No final da tarde, as duas garotas já estão maquiadas e devidamente vestidas, para alívio da Natália, que está usando uma calça pantalona cor de areia de cintura alta, um top branco e uma sandália de salto baixo.

—Nossa Ana, valeu! Eu nunca teria conseguido montar um look assim sozinha.

—Imagina, Náti. Eu adoro fazer isso. Ei, você nem me contou como foi o encontro com o Pedro! —Ana dá uma cotovelada na amiga.

—Ah, foi tão... Perfeito. —Natália suspira. —Ele me levou num luau na praia. Música, luz de velas, nós dois sentados na areia...

—Nossaaaa, que fofo!

—É! Sabe, eu senti que ele gosta de mim, Ana! Eu posso estar errada,  mas ele foi tão fofo comigo...

—E você? Gosta dele?

—Ah...Eu acho que sim. Mas desde quinta a gente nem se falou mais.

—Ué!

—Eu não quero ser a primeira a chamar, oras!

—Ai, que besteira Natália! — Ana bufa, revirando os olhos.

Nesse momento, as amigas escutam um ruído insistente vindo do lado de fora. Náti gruda a cabeça no vidro da janela, e lá embaixo está Lúcia gritando de dentro de um carro preto:

—Ow! Vocês duas! Ô DE CASA! Vem logo, senão a carona vai embora, hein!

—Lúcia! Fica quieta! Os vizinhos vão reclamar! — Natália ralha.

—ENTÃO VEM LOGOOOOO! — Lúcia grita mais alto ainda, rindo.

As garotas descem do prédio correndo, antes que Lúcia cause uma confusão com os vizinhos.

—Oi! — Ela diz baixinho, com ar angelical, quando as duas entram no carro.

—Lú, você é doida? Eu posso levar uma multa!

—Multa? Credo, seus vizinhos são tão chatos assim?

—Eu tentei impedir, Náti. — Davi se explica. — Mas ela não me ouve! —Ele dá de ombros, suspirando. Seus cabelos castanho-claros, quase do mesmo comprimento do que os de sua namorada, estão presos num coque bem frouxo e bagunçado.

Chegando, enfim, ao local da festa, Natália logo reconheceu que estavam na mesma praia em que tinha sido o luau. Hoje, porém, há mais de cem pessoas, e o lugar está todo decorado com flores havaianas e conchas; Colocaram um tablado de madeira no chão, improvisando uma pista de dança, e várias barraquinhas de comida foram montadas ao redor. Fizeram até mesmo uma trilha de conchinhas até a beira do mar! Luzes coloridas iluminam o ambiente, e uma música agitada está tocando. Tem tudo para ser a festa perfeita, ela pensou, enquanto observa o casal que tanto admira, Davi e Lúcia. Eles combinavam até demais: ela, com seu jeito maluco e extrovertido de ser, ele, tímido e mais reservado. Davi a abraça pela cintura, enquanto eles seguem a pequena trilha até as ondas. Pareciam completar um ao outro, e é isso que, no fundo, todos querem. (Pelo menos, é o que Natália gostaria de ter. Para ela, estar praticamente solteira é uma tragédia, principalmente após seu último e desastroso namoro.)

—Dá? —A garota baixinha que conquista seu coração todos os dias – e também que o deixa maluco todos os dias – o chama.

—Oi, Lú? — Davi volta o olhar para ela. Seus cabelos escuros estão bagunçados com o vento da praia, o que torna-a ainda mais bonita.

—Eu só... Queria dizer que sinto muito. Sinto muito pelo o que eu disse em nossa briga hoje mais cedo, eu falei sem pensar.

—Lú...

—Não, me deixa terminar, Davi. Sabe, eu amo você e não é um pouco mais de tempo que vai mudar isso. — Ela observou o rosto do homem que amava há 4 anos. Ele parece estar tranquilo agora, mas só a lembrança de sua expresão quando o confrontou lhe dava calafrios. Suas sobrancelhas grossas franzidas, em sinal de frustação. A boca retorcida, como se ele não soubesse o que dizer. E seu olhar... Um misto de preocupação e tristeza. Aquele olhar havia feito com que ela percebesse a besteira que estava fazendo. —Dá, — respirou fundo e continuou — Eu pensei melhor e percebi que estava sendo incompreensiva. É que nós planejávamos casar quando completássemos 3 anos, já estamos com 4 anos de namoro agora e na minha cabeça, você estava inseguro com a nossa relação, inseguro se queria mesmo casar. —Ela disse tudo de uma vez.

—Lúcia. —Davi olhou diretamente em seus olhos. — Realmente, o que você disse me machucou naquela hora. Mas também me fez perceber que eu estava sendo preocupado demais. — As sobrancelhas de Lúcia se contraíram em sinal de confusão. —Vou explicar.Eu estava adiando o nosso noivado por medo de não conseguir te dar tudo o que você merece. Mas agora eu já estou no penúltimo semestre de veterinária, e meu chefe disse que vai me efetivar. Eu estava preocupado em como faríamos para pagar o aluguel, luz, água, comida... Mas o que você falou me deu um sinal: a gente consegue.

—Como assim, Dá?

—Lú.

O garoto de cabelos castanhos, tão alto se comparado com ela, ajoelhou-se na sua frente, sem se importar com as ondas molhando suas pernas.

—Eu comprei isso quando completamos 3 anos. Mas eu não estava pronto naquele momento. Há 2 meses atrás, eu pensei de novo, mas eu continuava inseguro, porque eu sou meio otário às vezes. —Ele sorri para ela, abrindo uma pequena caixinha em forma de gato. (Lúcia ama gatos). —Lúcia, meu amor, você quer se casar comigo?

—Dá... E... Eu... —Ela está petrificada, e fica assim por bons 20 segundos, deixando Davi preocupado.

—AI MEU DEUS! É CLARO QUE SIM! SIM, SIM SIM! EU ACEITO! — Ela berra finalmente, pulando e espirrando água no pobre noivo.

—Calma, garota, assim eu vou derrubar sua aliança! —Ele ri. Dentro da caixa, um anel de ouro rosé, com pequenos diamantes na borda e uma pedra azul no meio reluz nos olhos de Lúcia, que mais uma vez está paralisada.

Davi pega sua mão e coloca o delicado anel em seu dedo, beijando-o. Em seguida, beija sua mão, seu braço, seu ombro e finalmente, seus lábios. Uma pequena lágrima escorre dos olhos de Lúcia.

—Meu Deus. —Ela diz baixinho. — Eu te amo.

—Eu amo você também.­ — Ele sorri. E então a joga na água. Claro que ele iria sacanear sua noiva no primeiro dia de noivado.

—Davi! Seu idiota! — Ela grita, rindo. 

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