Orgulho e Preconceito (1813)

By ClassicosLP

456K 37.8K 15.3K

Obra da inglesa Jane Austen. More

CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
CAPÍTULO 31
CAPÍTULO 32
CAPÍTULO 33
CAPÍTULO 34
CAPÍTULO 35
CAPÍTULO 36
CAPÍTULO 37
CAPÍTULO 38
CAPÍTULO 39
CAPÍTULO 40
CAPÍTULO 41
CAPÍTULO 42
CAPÍTULO 43
CAPÍTULO 44
CAPÍTULO 45
CAPÍTULO 46
CAPÍTULO 47
CAPÍTULO 48
CAPÍTULO 49
CAPÍTULO 50
CAPÍTULO 51
CAPÍTULO 52
CAPÍTULO 53
CAPÍTULO 54
CAPÍTULO 56
CAPÍTULO 57
CAPÍTULO 58
CAPÍTULO 59
CAPÍTULO 60
CAPÍTULO 61

CAPÍTULO 55

2.6K 325 129
By ClassicosLP

Poucos dias depois de sua visita, Mr. Bingley apareceu novamente, e sozinho. Seu amigo o deixara naquela manhã, indo para Londres, mas deveria voltar para casa em dez dias. Sentou-se com elas por mais de uma hora e estava num notável bom-humor. Mrs. Bennet o convidou para jantar; mas, com muitas expressões de preocupação, ele se confessou comprometido em algum outro lugar.

"Da próxima vez que vier", disse ela, "espero que tenhamos mais sorte."

Ele ficaria particularmente feliz a qualquer hora, etc etc; e, se ela o permitisse, aproveitaria uma oportunidade imediata de jantar com eles.

"Você pode vir amanhã?"

Sim, ele não tinha nenhum compromisso para o dia seguinte; e o seu convite foi aceito com alacridade.

Ele veio, e em tal boa hora que nenhuma das damas estava pronta. Mrs. Bennet correu para o quarto de sua filha, que estava se vestindo, e com o cabelo meio terminado, exclamou:

"Minha querida Jane, apresse-se e desça. Ele chegou... Mr. Bingley já chegou. Ele já está aqui. Apresse-se, apresse-se. Aqui, Sarah, venha para o quarto de Miss Bennet agora e ajude-a com o vestido. Não se importe com o cabelo de Miss Lizzy."

"Desceremos assim que pudermos", disse Jane; "mas ouso dizer que Kitty já se adiantou a todas nós, pois ela desceu as escadas há meia-hora."

"Ó! Maldita Kitty! O que ela tem a ver com isso? Venha rápido, rápido! Onde está sua faixa, minha querida?"

Mas, quando sua mãe saiu, Jane não se convenceu a descer sem que estivesse acompanhada de uma de suas irmãs.

A mesma ansiedade em ficar sozinhos foi visível novamente durante a noite. Depois do chá, Mr. Bennet se retirou para a biblioteca, como de seu costume, e Mary subiu para tocar seu instrumento. Com dois dos cinco obstáculos sendo removidos, Mrs. Bennet sentou-se olhando e piscando para Elizabeth e Catherine por um bom tempo, sem conseguir ser notada por elas. Elizabeth não olhou para ela; e, quando por fim Kitty o fez, disse muito inocente, "Qual é o problema, mamãe? Para que você pisca para mim? O que eu devo fazer?"

"Nada, filha, nada. Não pisquei para você". Ela então se sentou por mais cinco minutos; mas, incapaz de desperdiçar tal preciosa ocasião, de repente se levantou e, dizendo para Kitty, "Venha aqui, minha querida, quero lhe falar", tirou-a da sala. Jane instantaneamente deu um olhar para Elizabeth que indicou seu incômodo com tal premeditação e seu rogo para que ela não cedesse a isso. Em poucos minutos, Mrs. Bennet entreabriu a porta e chamou:

"Lizzy, minha querida, quero falar com você."

Elizabeth foi forçada a ir.

"Você bem sabe que podemos deixá-los sozinhos", disse sua mãe, assim que ela chegou ao corredor. "Kitty e eu vamos subir para nos sentar em meu quarto de vestir."

Elizabeth não tentou argumentar com sua mãe, mas permaneceu quieta no corredor, até que ela e Kitty saíssem de sua visão, e então, voltou para a sala de estar.

Os planos de Mrs. Bennet para aquele dia fracassaram. Bingley foi tudo o que era encantador, menos o enamorado declarado de sua filha. Sua tranquilidade e alegria fizeram com que ele fosse uma adição das mais agradáveis ao grupo da noite; e ele suportou a equivocada intromissão da mãe e ouviu todos os seus comentários tolos com uma paciência e disfarce que foram particularmente gratos à filha.

Ele mal precisava de um convite para ficar para o jantar; e antes de ir embora, um compromisso foi acertado, principalmente por meio dele e da Mrs. Bennet, para que ele viesse na manhã seguinte para caçar com seu marido.

Depois desse dia, Jane nada mais disse de sua indiferença. Nem uma palavra se passou entre as irmãs, relativa a Bingley; mas Elizabeth foi se deitar com a feliz crença de que tudo deveria se concluir muito rapidamente, a menos que Mr. Darcy voltasse dentro do tempo previsto. Seriamente, porém, ela se sentia toleravelmente convencida de que tudo deveria ocorrer com a conformidade daquele cavalheiro.

Bingley foi pontual em seu compromisso; e ele e Mr. Bennet passaram a manhã juntos, como fora combinado. O último estava muito mais agradável do que seu companheiro esperara. Não havia nada de presunção ou de fantasia em Bingley que poderia provocar seu ridículo ou enojá-lo em silêncio; e estava mais comunicativo e menos excêntrico do que o outro jamais o vira. Bingley, claro, voltou com ele para o jantar; e, à noite, a invenção de Mrs. Bennet foi novamente colocada em trabalho para tirar todos do caminho dele e de sua filha. Elizabeth, que tinha uma carta para escrever, foi para a sala de desjejum com esse propósito, logo depois do chá; pois, como todas as outras iam se sentar para os jogos de cartas, ela não poderia ser cobrada a contra atacar os planos de sua mãe.

Mas, ao voltar para a sala de estar, ao concluir sua carta, viu, com infinita surpresa, que havia razão para temer que sua mãe fora muito engenhosa para ela. Ao abrir a porta, percebeu sua irmã e Bingley juntos diante da lareira, como se engajados em firme conversa; e tivesse isso levado a nenhuma suspeita, os rostos dos dois, já que eles apressadamente se voltaram e se distanciaram um do outro, teriam dito tudo. A situação era muito constrangedora; mas a dela, ela pensou ser ainda pior. Nem uma sílaba foi emitida por ambos; e Elizabeth estava a ponto de ir embora novamente, quando Bingley, que assim como a outra tinha se sentado, subitamente se levantou e sussurrando algumas palavras para a irmã dela, saiu da sala.

Jane não poderia ter reservas com Elizabeth, de quem a confiança lhe dava prazer; e, instantaneamente lhe abraçando, reconheceu, com vívida emoção, que ela era a criatura mais feliz do mundo.

"Isto é demais!", ela acrescentou, "excessivamente demais. Não mereço isto. Ó! Por que não estão todos felizes?"

As congratulações de Elizabeth foram dadas com uma sinceridade, uma candura, um prazer, que as palavras mal poderiam expressar. Cada frase de bondade era uma nova fonte de felicidade para Jane. Mas ela não se permitiria ficar com sua irmã, ou dizer metade do que restou para ser dito sobre o presente.

"Devo procurar agora para minha mãe", ela exclamou. "Eu não iria de forma alguma desprezar a afetuosa ajuda dela; ou permitir que escute de alguém que não eu mesma. Ele já foi falar com meu pai. Ó! Lizzy, saber que o que tenho para contar dará tanto prazer para toda a minha família! como devo suportar tanta felicidade!"

Ela então correu até sua mãe, que de propósito interrompera o jogo de cartas, e estava em seu quarto com Kitty.

Elizabeth, que foi deixada sozinha, agora sorria com a rapidez e a tranquilidade com que o caso foi finalmente resolvido, que lhe dera tantos meses de suspense e irritação.

"E isto", disse ela, "é o fim de toda a circunspeção ansiosa de seu amigo! De toda a falsidade e artifício da irmã dele! O conclusão mais feliz, mais sábia e mais lógica!"

Em poucos minutos Bingley se juntou a ela, cuja conferência com o pai dela tinha sido curta e objetiva.

"Onde está sua irmã?", disse ele apressadamente, assim que abriu a porta.

"Com minha mãe, no andar de cima. Descerá em um instante, ouso dizer."

Ele então fechou a porta e aproximando-se dela, rogou pelos bons votos e a afeição de uma irmã. Elizabeth honesta e sinceramente expressou seu prazer com o futuro do relacionamento deles. Cumprimentaram-se com grande cordialidade; e assim, até que a irmã descesse, teve de ouvir tudo o que ele tinha a dizer sobre sua felicidade e as perfeições de Jane; e, apesar de estar apaixonado, Elizabeth realmente acreditou que todas as expectativas de alegria eram fundamentadas na razão, pois tinham como base a excelente compreensão e o temperamento extraordinário de Jane, e uma similaridade geral de sentimentos e de gostos entre ela e ele.

Foi uma noite de incomum prazer para todos; a satisfação de Miss Bennet deu-lhe um brilho tal de animação ao seu rosto que a fez mais bonita do que nunca. Kitty sorria tolamente e esperava que sua vez chegasse logo. Mrs. Bennet não poderia dar seu consentimento ou expressar sua aprovação em termos calorosos o suficiente para satisfazer os seus sentimentos, embora não falasse de outra coisa para Bingley por meia-hora; e, quando Mr. Bennet se juntou a eles para o jantar, sua voz e seus modos claramente mostravam o quão feliz realmente estava.

Nenhuma palavra, porém, passou pelos seus lábios em alusão a isso, até que seu visitante deu boa noite; mas assim que se foi, voltou-se para sua filha e disse:

"Jane, eu a felicito. Você será uma mulher muito feliz."

Jane correu até ele rapidamente, o beijou e o agradeceu pela bondade.

"Você é uma boa menina", ele replicou; "e tenho grande prazer em pensar que se estabelecerá com felicidade. Não tenho dúvidas de que viverão muito bem juntos. O temperamento de vocês não é de maneira alguma diferente. Cada um de vocês é tão condescendente que nada será decidido; tão tranquilos, que todos os criados os enganarão e tão generosos, que sempre excederão a renda de vocês."

"Espero que não. A imprudência ou o agir sem pensar sobre questões financeiras seriam imperdoáveis para mim."

"Gastar mais do que ganham! Meu querido Mr. Bennet", exclamou sua esposa, "do que você está falando? Ora, ele ganha quatro ou cinco mil por ano, e provavelmente mais". Então, dirigindo-se à sua filha, "Ó, minha querida, querida Jane, estou tão feliz! Estou certa de que não deverei pregar os olhos por toda a noite. Sabia como seria. Sempre disse que seria assim, afinal. Estava certa de que você não poderia ser tão bonita à toa! Lembro, assim que o vi, quando veio para Hertfordshire pela primeira vez, no ano passado, que pensei o quão provável seria que ficassem juntos. Ó! Ele é o jovem mais bonito que eu já vi!"

Wickham, Lydia, estavam todos esquecidos. Jane estava além da competição contra sua filha favorita. Naquele momento, ela não se importava com ninguém mais. Suas irmãs mais jovens logo começaram a se interessar pelos seus objetos de felicidade que ela poderia, no futuro, ser capaz de dispensar.

Mary pediu o uso da biblioteca em Netherfield; e Kitty implorou muito para que alguns bailes fossem realizados lá a cada inverno.

Bingley, a partir de então, certamente se tornou um visitante diário em Longbourn; vinha frequentemente antes do desjejum, e sempre ficava até depois do jantar; a menos quando algum vizinho cruel, que não poderia ser suficientemente detestado, lhe fizesse algum convite para jantar, o que pensava ser obrigado a aceitar.

Elizabeth tinha agora pouco tempo para conversar com sua irmã, pois enquanto ele estava presente, Jane não tinha atenção para dedicar a mais ninguém; mas ela se descobriu consideravelmente útil a ambos, naquelas horas de separação que deveriam ocorrer às vezes. Na ausência de Jane, ele sempre se aproximava de Elizabeth, pelo prazer de falar com ela; e, quando Bingley partia, Jane constantemente buscava os mesmos meios de alívio.

"Ele me fez tão feliz", disse ela, uma noite, "ao me dizer que ignorava que eu estivesse na cidade na última primavera! Eu não acreditava ser possível."

"Eu suspeitava", respondeu Elizabeth. "Mas a que ele atribuiu isso?"

"Deve ter sido obra de sua irmã. Certamente não gostavam do relacionamento dele comigo, o que não me surpreende, já que ele poderia ter escolhido muito mais vantajosamente em muitos aspectos. Mas quando virem, como confio que verão, que o irmão delas é feliz comigo, aprenderão a se contentar e ficaremos em bons termos novamente; embora nunca possamos ser o que éramos uns para as outras"

"Este é o discurso mais imperdoável", disse Elizabeth, "que já ouvi você expressar. Boa garota! Irritar-me-ia, de fato, vê-la novamente como ingênua a acreditar na falsa consideração de Miss Bingley."

"Você acreditaria, Lizzy, que quando ele foi à cidade em novembro passado, ele realmente me amava e nada além da persuasão de que eu era indiferente evitou que ele voltasse para cá outra vez!"

"Ele cometeu um pequeno erro, de fato; mas credite-o à modéstia dele."

Isso naturalmente acarretou elogios de Jane sobre a timidez dele e o pequeno valor que ele colocou em suas próprias boas qualidades. Elizabeth estava satisfeita por ver que ele não traíra a interferência do amigo; pois, embora Jane tivesse o mais generoso e complacente coração do mundo, sabia que seria uma circunstância que a diminuiria diante dele.

"Sou, certamente, a mais sortuda criatura que já existiu!", exclamou Jane. "Ó, Lizzy! Por que estou assim isolada de minha família e abençoada mais do que eles! Se eu pudesse vê-la tão feliz! Se houvesse outro homem igual para você!"

"Se você pudesse me dar quarenta homens assim, nunca poderia ficar tão feliz quanto você. Mesmo que eu tivesse o seu temperamento e a sua bondade, nunca poderia ter a sua felicidade. Não, não, deixe-me mudar por mim mesma e, talvez, se eu tiver muito boa sorte, possa encontrar outro Mr. Collins a tempo."

A situação da família Longbourn não poderia ser por muito tempo um segredo. Mrs. Bennet teve a sorte de sussurrá-la para Mrs. Phillips e ela se aventurou, sem qualquer permissão, a fazer o mesmo para todos os seus vizinhos em Meryton.

Os Bennet foram rapidamente anunciados como a família mais afortunada do mundo, embora poucas semanas antes, quando Lydia fugira, tinha sido comprovado por todos como assolada pelo infortúnio.

Continue Reading

You'll Also Like

13.3K 897 52
Neste livro será vários contos de Terror. Espero que tenham um ótimo estômago! TENTE DORMIR DEPOIS DE LER😁!!! Terá uns 30 contos mais ou menos!!! I...
373K 30.4K 49
Jenny Miller uma garota reservada e tímida devido às frequentes mudanças que enfrenta com seu querido pai. Mas ao ingressar para uma nova universidad...
2.4K 74 9
Segundo a história tradicional contada pelos mais idosos e categorizados "Nganga" (sacerdotes) de tribo bantu (Angola), que todos os povos negros des...
18K 2.2K 7
O quinto ano está chegando ao fim, e Remus parece ser o único dentre os marotos que ainda nunca beijou alguém de verdade (e não, o selinho com aquela...