Coroa De Fogo - Livro 1 - Tri...

By JenniferGKS

819K 87.1K 27K

More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Pequeno atraso!
Obrigada!
Capítulo 7
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
500!!!
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
CHEGAMOS A 1000!
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Concurso Caneta de Ouro
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28 - Diário de Morgana Galiano
É 3K que está mostrando mesmo? 😱😱😱😱
Capítulo 29
Divulgação!
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Epílogo
Livro 2 e Agradecimentos
SEGUNDO LIVRO!!
BOOKTRAILER
GRUPO NO WHATS! 😱😱
VAMOS SER PUBLICADOS
@escritorajenniferkepler

Capítulo 8

18.7K 2.2K 692
By JenniferGKS

-Você está bem, querida? -Pergunta uma voz feminina as minhas costas.

Olhando em sua direção, deparo-me com uma mulher de estatura média e rosto marcado com rugas. Vestida de branco dos pés à cabeça, ela exala uma aura de bondade com os grandes olhos cor de chocolate.

-Não está acostumada a navegar, não é mesmo? -Fala novamente sem esperar minha resposta para a pergunta anterior.

Nego com a cabeça. Esse realmente não é o motivo, mas como poderia explicar tudo o que havia acontecido alguns minutos atrás para essa senhora? Provavelmente se o príncipe ficasse sabendo disso, me acharia ainda mais estranha e talvez deixasse Locus me colocar em uma gaiola para estudo.

-Sou Suzete Collins ou Suzi se preferir, uma das governantas do palácio que está acompanhando o príncipe nessa viagem. Ele pediu para que eu a leve até a cabine em que a senhorita irá ficar. -Ela diz simpaticamente.

-Ok, Suzi. -Respondo, tentando corresponder sua gentileza.

Ela me olha por alguns segundos com um leve sorriso no rosto, depois coloca a mão na base da minha coluna e me instiga a caminhar. Agradecida por me distanciar do mar, deixo que ela me guie sem resistência. Descemos algumas escadas e viramos em alguns corredores, entretanto, sinto um entorpecimento familiar tomar meu corpo. Não consigo manter a atenção em nada a minha volta. Apenas mentalizo o movimento de colocar um pé em frente ao outro.

Paramos em frente a uma porta amarela. Suzi a abre e uma enorme cama no meio do quarto retém toda a minha atenção. Dirijo-me a ela, mas minha acompanhante segura em meu braço, impedindo-me de continuar.

-Espere, você deveria tomar um banho e comer algo antes de deitar, senhorita. -Ela me censura.

Minha resposta se constitui somente por um aceno em negativa e me desprendo de sua mão. O cansaço toma conta do meu corpo assim que deito sobre o macio colchão. Tenho capacidade de reconhecer a sensação agora, é a mesma que me fez desmaiar quando o fogo surgiu. A voz do príncipe ecoa em minha mente "usar um poder, sendo ele de qualquer natureza, exige muito treinamento e seu corpo não está preparado pra isso."

Aquilo não poderia continuar acontecendo. Necessito aprender a controlar essa força que vive em mim porque esse descontrole não pode durar sempre. É sabido que estar no controle se torna a opção mais segura. Dessa forma, você governa seu próprio destino.

Todavia, a quem eu estava querendo enganar? Minha vida já não me pertence desde o momento em que vi o príncipe pela primeira vez. Agora, sou mais um artefato da coroa assim como esse navio.

Será que em algum momento isso realmente foi diferente?

Escuto a porta se fechar, provavelmente pela desistência de Suzi em tentar me deixar limpa. Sua sinceridade em se importar com meu bem-estar é estranhamente reconfortante. A única pessoa que já havia se interessado nisso foi o capitão Carter.

Sinto um aperto no peito ao pensar nele e a certeza de que jamais o verei novamente é dolorosa. Os mistérios que denotam envolver tanto a ele quanto a Juliette parecem muito distantes agora. Possivelmente, não passam de produtos da minha imaginação. Eles não podem fazer nada para mudar meu destino; a distância entre nós aumenta cada vez mais. Talvez eu já fosse apenas uma lembrança.

Minha mente está cada vez mais nublada pelo cansaço e, antes que a consciência me abandone, estabeleço um pacto comigo mesma: lutaria por liberdade independente de haver ou não alguém me esperando no fim da jornada, iria aproveitar a nova chance que a vida estava me propondo. Não há mais nada para mim além de lutar. Não deixarei que me desfaçam sem deixar minha marca.

O suave balanço do navio me acalma. A escuridão me envolve e aceito de bom grado entrar no mundo dos sonhos.

-Scarlet, Scarlet, onde você se escondeu? -Pergunta uma voz masculina melodiosa.

Estou em um labirinto com altas colunas de folhas verdes. Por mais que eu corra, não consigo achar a saída. Sinto uma estranha urgência de aumentar a distância entre mim e aquela voz. Porém, ela parece cada vez mais próxima.

-Você não pode fugir para sempre, minha bela. Seu destino sou eu. Apenas eu.

Na tentativa de continuar correndo, percebo que fiquei presa em um arbusto. Olhando para baixo, vejo que a barra do imenso vestido branco moldado ao meu corpo está enrolada nos pequenos galhos. Por mais que eu puxe, não consigo soltá-la. O traje se estende pelo caminho com sua imensa causa, além de ser adornado por joias azuis reluzentes, característica que o torna ainda mais inadequado em mim.

Uma escuridão começa a tomar conta do ar e sei que meu perseguidor está muito próximo. Desesperada, puxo o vestido com mais intensidade, rasgando-o consequentemente. Liberta, acelero minhas passadas. Corro como jamais o havia feito. O ato de respirar é dificultado pelo aperto do espartilho do vestido em minha cintura, mas não paro.

Ao encontrar o fim do labirinto, creio ter alcançado a liberdade até me deparar com um imenso penhasco. Não há mais nenhuma saída, apenas uma enorme cratera no solo, cujo término meus olhos não discernem. O vento açoita meu rosto, caio de joelhos e grossas lágrimas começam a escorrer por minha face.

-Eu disse que não havia para onde ir, meu amor. -Diz o homem que estava me seguindo.

Mantenho minhas costas voltadas para ele, pois só de pensar em ver seu semblante sinto nojo. Aos poucos, sua escuridão começa a me rodear como se fossem mãos tentando me aprisionar.

Jamais o aceitaria. Jamais me dobraria a sua vontade.

Resignada, respiro fundo, seco minhas lágrimas e levanto.

-Nunca serei sua nem farei o que quer que me peça. Prefiro a morte a estar ao seu lado. -Digo a ele ainda sem me virar em sua direção, aborrecendo-o.

-Para sua infelicidade, você não tem essa escolha, meu bem. -Ele responde sarcasticamente.

Reunindo todas as forças que me restam, acelero em direção ao penhasco. Escuto seus passos atrás de mim ao compreender minhas intenções e suas sombras tentam me parar. Entretanto, não conseguem.

Jogo-me na imensidão sem fim do penhasco. Sinto-me livre e leve. Entrego-me a ela e sou recebida. Sinto os dedos gelados do homem em meu braço, mas ele não consegue me trazer de volta.

-NÃO! -Ele grita.

Ainda consigo sentir sua cólera antes de fechar os olhos e abraçar a morte.

Acordo com as mãos no peito e com a respiração curta. Ao perceber que tudo não passa de um sonho, tento respirar normalmente. Ainda consigo sentir os dedos frios em meu braço e, por instinto, envolvo a mim mesma em um abraço, colando os joelhos ao peito para diminuir a sensação. Quando era criança e sentia medo, permanecia exatamente nessa posição. Era como se pudesse impedir que quebrassem tudo que havia em mim com esse gesto.

Olhando ao redor, noto que o quarto está parcialmente escuro. Pouco a pouco, meus sentidos retornam e sinto o balanço do navio. Para meu alívio, a impressão de sentir o mar desapareceu. Talvez tudo que ocorreu no convés tenha sido apenas resultado de estresse.

Talvez, apenas talvez.

Um feixe de luz ilumina o quarto vindo de uma pequena janela acima da cama, deixando tudo na penumbra. O dia está em suas primeiras horas.

Desperta demais para dormir, começo uma peregrinação pelo vasto cômodo. As paredes são tingidas de branco, o que aumenta ainda mais seu tamanho.

Há mais móveis além da enorme cama: uma penteadeira, um armário de roupas, um sofá, algumas cômodas. Todos com uma aparência velha, porém, extremamente conservados. Sentando em frente a penteadeira, analiso os objetos deixados ali: escovas, perfumes, espelhos, colares, pulseiras...

Claramente, esse quarto pertence a alguém e, provavelmente, a pessoa não ficaria nada contente com o príncipe por ter me colocado ali. Vou até um armário e o abro. Longos vestidos me recebem, um mais bonito do que o outro; comedidos, delicados e sofisticados.

Com certeza a dona desse lugar é da realeza.

Deixando o luxo e os objetos caros, retorno à cama. Aquilo tudo jamais faria parte de mim. Nunca me encaixaria em qualquer parte do mundo dos elementais, a não ser que fosse como uma empregada.

Essa nova ideia não me parece tão ruim, já que poderia ter um salário e um dia partir para algum lugar em que pudesse construir uma vida. Isso com certeza poderia ser um bom plano.

Com o passar do tempo, a imensidão branca a minha volta começa a me sufocar e preciso sair do quarto. O corredor está vazio e silencioso, iluminado por pequenas lâmpadas fixas nas paredes. Tanto para direita quanto para a esquerda há várias portas.

Uma carência em ver o céu e sentir o vento me invade e, apostando na sorte, sigo para direita. Aquele com certeza é o andar da realeza no navio, pois por onde passo encontro obras de arte e vasos de ouro com flores adornando-os. Os corredores parecem um labirinto luxuoso e essa semelhança desperta a memória do sonho recente, instigando-me a caminhar ainda mais rápido.

Avisto uma escada em espiral que leva a uma porta de ferro. Coincidentemente, ela está semiaberta e tenho que empurrá-la um levemente.

Todo o desespero se esvai do meu corpo assim que sinto o vento. O sol está começando seu caminho preguiçoso pelo céu e caminho até a borda do convés para admirá-lo. O mar permanece calmo, como se também venerasse o movimento do astro no horizonte.

Ao contrário do dia anterior, as águas me trazem paz ao invés de desespero. O vento parece mais quente aqui do que em Marina Azul, lembrando-me que no Norte a primavera está em seu auge.

Boatos proclamam que a capital é como um vasto e multicolorido jardim. Ainda não há sinal de terra à vista na imensidão azul que se estende a nossa frente, fazendo com que as flores ainda não possam ser vistas. Porém, quando chegasse o momento, eu poderia conferir com meus próprios olhos.

-Menina, o que você faz fora da cama a essa hora?! -Exclama Suzi atrás de mim.

Ao virar em sua direção, vejo outros empregados atarefados pelo convés, anteriormente vazio. Enquanto eu admirava a bela paisagem ao meu redor, o tempo havia passado sorrateiramente.

-Estava muito agitada para ficar no quarto. A propósito, meu nome é Scarlett. -Respondo estendendo minha mão para ela.

-Eu sei o seu nome, senhorita. Sei tudo sobre você. O que importa agora é que tenho que aprontá-la para o desjejum. Você nem mesmo jantou na noite passada, deve estar faminta. Lembre-se: saco vazio não para em pé. -Contrapõe Suzi.

Ela ignora meu cumprimento e agarra meu braço antes que eu possa reagir. Sou praticamente arrastada pelo corredores até meu quarto.

-Já preparei a banheira para você. Está bem quente. Posso lhe ajudar no banho se quiser, senhorita. -Ela fala.

A submissão em sua voz ao falar comigo me incomoda profundamente. Aquela mulher me tratou tão bem desde que me viu pela primeira vez, que acabo questionando o que o príncipe falou sobre mim e minha origem.

-Não é necessário. Você com certeza já possui muitos afazeres. Consigo me virar sozinha, mas obrigada, Suzi. -Respondo o mais docemente possível.

Ela parece surpresa pela forma educada e impessoal com a qual lhe trato, mas não contesta. Curvando levemente a cabeça, despede-se e vai em direção a porta.

-Irei buscá-la em alguns minutos para o desjejum, senhorita. -Alerta.

-Sem o senhorita. Apenas Scarlett. -Censuro-a.

-Como? -Ela responde franzindo a testa.

-Você não precisa me chamar de "senhorita". Não sou sua chefe, não estou acima de você, nem mesmo sou da realeza. Estou aceitando sua ajuda porque não conseguiria andar sozinha nessa lata gigante sem me perder. Entretanto, isso não quer dizer que você precisa ser formal comigo ou achar que está me servindo. Na verdade, infelizmente também estou aqui para servir aos interesses da coroa. Não sei o que o príncipe lhe disse, mas não sou um deles. Tampouco, sou como eles. Provavelmente todos os outros empregados pensam que sou uma esnobe arrogante por estar nesse luxo todo. Mas sou uma de vocês, pode ter certeza. Sendo assim, você pode simplesmente me chamar de Scarlet e eu lhe chamarei de Suzi, caso contrário, irei chamá-la de senhora Collins. Combinado? -Respondo despejando as palavras sobre ela como jamais havia feito.

Por algum motivo que desconheço, desejo que aquela mulher goste de mim, quero que perceba que, mesmo a situação indicando o contrário, não sou parte do mundo ao qual ela serve e também sou forçada a obedecer suas vontades. Somos todos marionetes na mão de um homem que busca os próprios interesse.

Ela olha em meus olhos por alguns instantes e perece surpresa com meu falatório desenfreado. Aos poucos, seus lábios se abrem em um largo sorriso, juntamente com o aparecimento de várias marquinhas em torno de seus olhos. Ao invés de deixá-la com aparência mais velha, as pequenas rugas tornam sua face ainda mais bonita e gentil.

-Combinado, querida Scarlett. Agora, apresse-se. -Ordena e sai do quarto.

Com um sorriso bobo em meu rosto, começo a me aprontar e me dirijo a enorme banheira de madeira no meio do quarto. A temperatura da água na banheira está perfeita e me afundo nela. É a primeira vez que tomo um banho realmente quente e não imaginava o quão prazeroso seria. Ao sair da banheira, sinto-me mais limpa do que em toda minha vida.

Quando me aproximo da cama, encontro um lindo vestido azul deixado ali por Suzi. Ele tem mangas longas, é fino na cintura e solto a partir do quadril. Além disso, está meticulosamente passado, provavelmente com placa de ferro quente. Sei disso porque éramos obrigados a passar nosso uniforme no quartel.

Pensando o quanto ficaria desajeitada com aquele vestido e que sua dona com certeza não ficaria feliz por eu usá-lo, vou até minha mala que permanece ao lado da cama e analiso as poucas peças que tenho. Elas pereciam adequadas e comuns no quartel, mas certamente não terão o mesmo efeito na corte real. E isso vai ser realmente ótimo, pois assim posso mostrar que não faço parte daquele lugar.

Opto por uma camisa branca, a calça de outro uniforme e minhas botas pretas. Penteio o cabelo e decido deixá-lo solto para secar naturalmente. Longos e irreverentes cachos avermelhados pendem até minha cintura. Olhando meu reflexo no espelho da penteadeira, espanto-me com o quanto minha aparência parece melhor depois de um banho.

Exatamente como havia dito, Suzi retorna após alguns minutos. Ao olhar para mim, franze a testa, levando-me a acreditar que esse é um hábito característico seu.

-O que há de errado com o vestido? -Questiona-me.

-Não é meu. -Respondo com um dar de ombros.

-Claro que é, menina. O príncipe mesmo pediu para que eu o ajustasse para você! -Exclama ela.

-O príncipe? Por que ele faria isso? -Pergunto.

-Como vou saber o que se passa na cabeça de sua Alteza Real? Assim como eu, você não deve questionar e, sim, seguir as ordens. Não vai ser bom desapontar o príncipe. -Fala Suzi.

-Por que eu usaria um vestido desses para comer com os empregados, Suzi? Isso não é nada adequado. -Questiono-a.

-Comer com os empregados? É isso que você pensa que vai fazer? -Ela solta uma gargalhada antes de continuar. -O príncipe está lhe esperando para o desjejum e ele mesmo me pediu para vesti-la para a ocasião. -Ela termina.

Descrença toma conta do meu corpo. Pensava que depois do episódio no carro, o príncipe manteria distância. Pelo visto, estava muito enganada. Quem ele pensa que sou? Sua boneca para arrumar como bem entendesse? Além disso, por que eu teria que comer com ele e não com os outros? Isso tudo é um exagero.

Uma raiva conhecida começa a acordar em meu interior. Nem conseguia imaginar no que o príncipe estava pensando em me tornar, mas iria fazê-lo reconsiderar. Levantando-me, caminho em direção a porta.

-Suzi, onde os demais empregos fazem as refeições aqui? -Pergunto.

-Na cozinha, obviamente. -Ela responde a contragosto.

-Vamos para lá então. -Digo.

-O quê? -Ela questiona com incredulidade.

-Quero que você me leve até a cozinha. -Respondo.

-Você irá desobedecer as ordens do príncipe? -Ela pergunta com os olhos arregalados.

-Sim, Suzi. Espero que seu caro príncipe goste de ser desapontado. -Respondo sorrindo e dando uma leve piscadela para ela.

Não esqueça de deixar sua estrelinha e de adicionar a história a sua biblioteca, caso tenha gostado do capítulo! Além disso, deixe seu comentário, adoraria saber sua opinião :D

Continue Reading

You'll Also Like

187K 15.2K 98
Plágio é crime!! Três amigas acabam se perdendo na floresta e conhecendo pessoas que irão mudar completamente suas vidas. ( Capa: @nataliapotter22 )
1.3K 299 46
Aspen vive com a cabeça nas nuvens. João Vítor, o JV, é um rapaz sob uma enorme quantidade de pressão. Para Aspen, que sempre foi considerada brilhan...
Lily By Yasmim Malta

Mystery / Thriller

5.8K 370 11
Duas garotas, dois diários, 40 anos e um mistério
23.8K 2.3K 21
! FICÇÃO CRISTÃ ! - ROMANCE Eles só tinham um Motorhome, um notebook roubado e um sonho, mas isso foi mais do que suficiente para embarcarem em uma d...