A Vamp estava colocando o corpo da garota morta em sua cama, Gloria Barcovick podia ser qualquer tipo de garota, ela não se importava. Sentia que era o certo a fazer, ao menos traze-la para sua própria casa.
Assim talvez seu espirito conseguisse ter paz. Filipha deixou-a deitada de barriga para cima, com as mãos entrelaçadas. Ela estava coberta com os edredons de sua cama, mas por baixo usava a roupa que ela havia lhe colocado no hotel Le' Vintage. Antes de sair pela janela do quarto da garota, deu uma última olhada para ela. Ao menos ela acreditava ser a última vez que a veria. Então pulou a janela do segundo andar e saiu correndo.
Mal sabia ela, que Gloria estava ali naquele momento, com ela. A alma de Gloria tinha sofrido o trauma de sua morte, assim ela saiu do corpo e como não conseguia voltar, acabou morrendo. A garota tentou de todas as formas chamar a atenção da Vamp, mas não conseguiu. Sua mãe adentrou no quarto dela, tomada por uma felicidade repentina, porém, não duraria muito. A mulher começou a gritar, destapou o corpo da filha e percebeu que ela estava ali, mas estava morta.
Seu marido e demais filhas entraram no quarto em pânico, fitando a mãe agarrada ao corpo pálido e frio que um dia tivera vida. Uma das garotas ligava para polícia, a outra para emergência e as outras duas abraçavam a mãe e o pai.
Aquela cena era dolorosa demais para Gloria presenciar, chorou e gritou de todo folego, tentando se comunicar, mas de nada adiantava. Saiu correndo de sua antiga casa, indo para o único lugar que achava que seria ouvida, o hotel Le' Vintage.
Ao chegar à boate Padlux, não estava lá tão empolgada como antes. Era dia, mas Filipha não tinha vontade de ir para sua casa, queria se distrair um pouco e beber muito. O segurança de outro dia ainda estava ali, achou que talvez ele pudesse embaçar, mas maior foi sua surpresa quando ele a chamou:
- Senhorita, entre por favor. O Dono deseja falar com a senhora. - Pediu Sebastian, um homem alto, forte, negro e atraente.
- Obrigado... - Disse ela, tentando lembrar o nome dele. Ele usava o típico terno de segurança, mas sem crachá.
- Sebastian senhorita. - Ele ignorou o fato dela não saber seu nome, afinal ela só tinha estado ali uma vez, mesmo sem passar por ele, as informações se espalham.
- Ok, até mais bonitão. - Provocou ela, balançando sua bolsinha, entrando na boate e deixando uma fila imensa eufórica. Alguns queriam entrar a qualquer custo, mas Sebastian só permitia aqueles que soubessem as cartas ou tivesse acesso liberado ( Fosse um monstro).
Lá dentro, tudo estava diferente. Não havia tanta gente, pelo contrário, só funcionário limpando tudo. No balcão havia uma mulher servindo drinks para um cavalheiro sentado à mesa. Ela falou algo para ele em seu ouvido, ele virou-se revelando sua identidade: Era o Dono da boate.
Dominic era um homem alto, de pele branca e cabelos negros. Usava um terno sofisticado e tinha sempre uma postura descontraída. Já a mulher que lhe servia no bar, era todo oposto.
Era baixa, usava uma roupa justa de couro que ressaltava suas curvas e seios. Usava uma maquiagem escura, cabelo curto e preto. Tinha uma bela pele negra, olhar sombrio e bem antipática com clientes estranhas. Ainda mais, mulheres.
- Olá querida, é bom vê-la aqui outra vez. - Dizia Dominic, bebendo o resto de uísque de seu copo, deixando-o no balcão, indo até ela, sem pressa.
- O que quer de mim? Quem é você e o que sabe? - Disse a vampira rudemente, pulando em sua direção.
- Ora, para que toda essa agitação minha cara? - Dizia ele em deboche, mostrando seus olhos negros.
- Demônio. - Disse ela, surpresa.
- Exatamente! Bingo! Agora venha beber comigo. - Chamou ele receptivo.
- Não me junto com criaturas como você. - Falou ela, se negando a sentar com um demônio.
- Para com isso, não tem o que temer. Venha, aqui. Está é minha amiga e também um demônio, Megan! - Dizia ele batendo no mármore do balcão, fazendo um barulho de tambor.
- Como se eu fizesse gosto da presença de uma vampira sem sal como você. - Resmungou a demônio no bar, servindo duas doses.
- Megan, isso não é jeito de tratar convidados. Bom, sirva uma dose para minha amiga aqui.
- Não sou sua amiga. - Respondeu Filipha se sentando, indo beber a dose de rum, mas Megan tirou dela e a bebeu primeiro.
- Ha! Delicia. - Provocou ela, rindo e zombando de Filipha.
- Isso não é cortês Megan, o que nossa convidada irá pensar da nossa casa, hein? Traga logo uma dose para ela caramba! - Disse Dominic, tentando não se irritar com o ciúme tosco da amiga e guardiã.
- Como sabe sobre mim? - Perguntou Filipha a Dominic, que a admirava, sentado ao seu lado.
- Digamos que andei perguntando há alguns demônios que falaram com outros e por ai vai. - Riu ele, exagerando.
- O que quer de mim? - Perguntou ela diretamente, encarando a bebida que Megan lhe serviu.
- Só estou curioso... O que traz uma Suprema a Chicago? - Perguntou ele, bebendo sua dose de Rum com gim.
- Cidade grande, mais vítimas. Pergunta idiota. - Respondeu ela rude, bebendo a dose de uma vez.
- Ela tem uma língua afiada, deixe-me corta-la. - Provocou Megan, passando a língua em seu copo vazio que antes tinha tequila.
- Megan, chega caralho! - Disse ele, mostrando seus olhos negros.
- Tudo bem. - Disse ela levantando as mãos em rendição, ficando quieta.
- Vou refazer a pergunta, sem gracinhas. Porque está aqui? Porque não em outro bairro, outra boate?
- Porque não aqui? Porque não a Padlux? - Perguntou ela, sinalizando o copo, pedindo por sinais que o demônio a sua frente lhe servisse mais.
- Porque já tenho merdas o suficiente para cuidar por aqui, então a menos que você pare de ser nojenta e diga de uma vez seus motivos, vou ter o prazer de tentar matá-la. - Disse ele, pulando em cima dela, pegando-a pelo pescoço e levantando no ar.
- Opa, a gentileza acabou. - Falou ela provocando, mesmo estando em uma posição desfavorável.
- Então como vai ser? - Perguntou ele, ainda a segurando.
Ela deu uma batida na mão dele, como se pedisse trégua. Ele manteve um tempo, provocando a vampira que numa velocidade sobrenatural saiu de sua posição e se desvencilhou de seu oponente. Em seguida sem perder um segundo sequer, o acertou com um belo soco no queixo, fazendo com que o golpe de surpresa o fizesse tombar caindo de cara no chão. Filipha saltou em cima dele, torcendo seu braço. Sentou nas suas costas segurando seu braço com força. Megan pulou do bar, mas Dominic ria apesar de sentir dor, pediu que Filipha lhe soltasse.
Assim ela o fez e ambos se recompuseram, mas o demônio correu para ataca-la, contudo ela era mais rápida. Tiveram uma luta repentina, resultando em socos e golpes no ar. Alguns longos segundos depois, Dominic se rendeu. Filipha arfava de cansaço, mas não negava que até foi divertido. Ele a convidou para beber outra vez, mas desta vez, eles se entenderam bem.
- Então você caça, mas também se diverte. Gostei, parece uma boa maneira de viver a imortalidade. - Disse Dominic tomando sua última dose de tequila.
- Mas deve ter algo mais nisso, não? - Perguntou Megan, que agora estava se dando melhor com Filipha.
- Não. Só diversão mesmo. - Mentiu ela, convencendo os dois demônios.
- Vou tocar uma canção. - Disse Dominic, saindo do bar e indo até seu piano.
Enquanto o Demônio tocava uma música e cantava, a vampira e a Megan continuavam bebendo. Como eram criaturas, o álcool e demais drogas não faziam efeito nelas sem serem doses extremas. Filipha se divertia, quando uma mão macia tocou sua cintura, fazendo ela vacilar com a voz em seu ouvido:
- Que felicidade em revela, minha garota fatal.