Algo maior do que nós dois

Par Lari_Plisetsky

30.4K 2.4K 2.4K

Há quem diga que os relacionamentos se desgastam com o tempo. Bom, este não era o caso de Yuri e Otabek. Aind... Plus

Heat
A small spot
The birds and the bees
Tell them
A good son
Home
Aleatory
Like us
Be honest
Extra: Guia ABO
Babysitting
Our little piece of love
I miss the moments we never had
The smartest in the room
Photograph
Bad memories
Baby Shower
Borsch, pelmeni and salat Olivye
A new chapter
Alikhan
From now on

The way you are

1.7K 135 151
Par Lari_Plisetsky

VOLTEI CARALHO! *Desvia das pedras* Mil perdões pelo atraso de quase um mês gente, mas eu estou cheia de coisas na escola e andava bloqueada esses dias. Em compensação, o capítulo deu uns 5k de palavras aaaaaa

Espero que gostem, xuxus :)

-------------------------------------------

Os murmurinhos da plateia que aos poucos ia preenchendo o anfiteatro podiam ser ouvidos perfeitamente da coxia.

Yuri, utilizando o maior estado de calma que conseguira encontrar, organizava seus alunos em fileiras, já que eram os próximos a entrarem no palco.

Ajeitava figurinos, tutus e sapatilhas, nada do que já não estava acostumado.

Era a tão esperada apresentação de fim de ano, onde desde os alunos mais novos aos mais velhos da academia participavam. Em sua época como estudante dali, Yuri se lembrava de ficar sempre nervoso naquele período. Estar sob os holofotes, ainda que uma sensação eletrizante, podia ser extremamente assustador. Por isso, não se poupava em auxiliar seus alunos, afinal, crianças normalmente lidavam de maneira bem pior com toda aquela atenção.

— Tio Yuri, minha tiara de ratinho está me machucando — Nancy pediu sua ajuda, tentando encaixar o apetrecho em sua cabeça, sem sucesso.

— Venha aqui, querida — Chamou a pequena ômega, ajeitando a tiara perfeitamente. — Agora vá para a fileira, certo.

— Tio Yuri, tio Yuri — Amy, uma garotinha beta de cabelos loiros, veio correndo até o ômega enquanto carregava uma pequena bolsa. — Você pode fazer minha maquiagem?

Usando as poucas habilidades que tinha, — ainda assim, úteis — desenhou alguns bigodes e um pequeno narizinho preto na menor, que saiu saltitante e se posicionou no fim da fila.

A academia iria apresentar o balé do Quebra-Nozes, e os alunos de sua turma foram escolhidos para encenarem parte do exército do Rei Rato.

Foram meses e meses de ensaio, mas não poderia pedir por alunos mais dedicados. Ainda que muito novos, sempre faziam questão de prestar atenção em seus ensinamentos, o que possibilitou que todos estivessem com os passos precisamente decorados.

Não poderia negar que estava orgulhoso, extremamente orgulhoso. Contudo, não deixou que aquela pequena ruiva espiando entre as cortinas lhe passasse despercebida.

— Espiando, é? — Perguntou ao se por atrás de Anne, assustando a alpha.

— Que susto, tio Yuri! — A pequena exclamou, escondendo parte do rosto atrás do pedaço da cortina que segurava.

— Por que está com essa carinha? Pensei que estaria mais animada... — Sentou-se ao lado da menor no piso de madeira.

— Não foi nada...

— Ora, vamos. Não precisa ter medo de contar as coisas para mim — Sorriu de forma cúmplice, vendo que a pequena se acalmara.

— O meu pai não veio... Eu não 'tô vendo ele na plateia... — Anne abaixou a cabeça, encarando as sapatilhas com um olhar triste.

Yuri sentiu o coração apertar. Os pais da menor haviam se separado há pouco tempo, e aquilo afetou diretamente a pequena alpha. O pai, que sempre fora um homem distante, aparentemente usaria a separação como desculpa para participar menos da vida da filha. Conhecia outros alphas daquele tipo, somente preocupados com o próprio umbigo.

— Hey — A pequena ergueu parcialmente o rosto, possibilitando que o loiro visualizasse seus pequenos olhinhos marejados. — Sabe, a maior parte dos adultos são grandes babacas; eu sou uma excessão, é claro. A grande maioria deles só pensa neles próprios e se acham os donos do mundo. Infelizmente, você vai ter que seguir o que eles dizem por um bom tempo ainda, mas isso não quer dizer que tenha de aceitar tudo de cabeça baixa... Quer uma dica?

Anne balançou a cabeça em afirmação.

— Pede para a sua mãe gravar toda a sua apresentação, e depois esfrega na cara do seu pai o quanto você foi uma ratinha maravilhosa sem precisar dele — Disse, confiante, vendo a pequena rir. Levou os dedos até os olhinhos da menor, enxugando-os. — Agora, não fique triste assim, está bem?

— Uhum — Anne assentiu com a cabeça.

— Vai para a fila, okay? Precisa estar calma para quando chegar a ver de vocês — Acariciou os cabelos ruivos, levantando-se junto com a menina.

Quando todos já estavam prontamente organizados, não pode conter dizer algumas palavras.

— Bom, pessoal, cá estamos novamente em mais uma apresentação de fim de ano — Começou, captando a atenção de cada um dos pequeninos. — Eu poderia fazer um discurso meloso e essas coisas, mas vocês sabem que eu não sou disso, pelo amor de deus.

As crianças riram em coro, sendo acompanhadas pelo mais velho.

— Mas eu não poderia deixar de elogiar todo o esforço que vocês tiveram nesse ano, principalmente nesses últimos meses. Sempre se comportavam direitinho durante todas as aulas e praticavam os passos em casa — Suspirou. Querendo ou não, sentia-se um tanto quanto emocionado. — Sei que não vou estar com vocês durante um tempo, mas o que quer que aconteça, não quero que nenhum de vocês se esqueça do quanto são talentosos e capazes e... Ah, que se dane! Venha aqui!

Abaixou-se e abriu os braços, recebendo-os em um abraço apertado, mas que acabou o derrubando no chão, não que aquilo o importasse.

— Okay, okay, estou indo para a plateia, certo? Vou estar bem nas primeiras fileiras, então vou acompanhar vocês de pertinho — Parou na escada que dava acesso à coxia, encarou seus alunos enquanto sorria e levantava um dos polegares — Davai!

— Davai! — Os pequenos disseram em coro.

Andava em direção à fileira onde Otabek o esperava quando percebeu que alguém vinha andando à passos apressados em sua direção.

— Desculpa o atraso — Mila disse, ofegante. — Tive que sair correndo do trabalho, e a neve na pista me obrigou a ter mais cuidado. Espero não estar muito atrasada.

Uma onda de pedidos de silêncio ecoou das pessoas que estavam sentadas próximas dos dois, fazendo com que a ruiva se encolhesse de vergonha.

— Vem, vamos nos sentar — Agarrou a mão da amiga, levando-a aos lugares que Otabek guardava para os dois.

Mila acenou rapidamente com a cabeça para o cazaque antes de se sentar ao lado do ômega.

— 'Tá tudo bem, você não está atrasada. Acabamos de começar — Disse em tom quase inaudível para a beta, que suspirou aliviada.

— Ainda bem — Mila suspirou, sua voz também baixa para não incomodar os outros como antes. — Sala pediu desculpas por não ter vindo, o restaurante estava cheio hoje, então não tinha como ela dar uma passada aqui.

— Não tem problema, o Porco e o Velho também não puderam vir, tiveram que ficar fazendo hora extra já que vão viajar.

— Ah, tinha me esquecido! Você que vai cuidar do Mako e do Igor, né? — A russa perguntou, prendendo o riso.

— Eu e o Otabek, já que foi ele que se ofereceu. Francamente, não sei onde ele estava com a cabeça — Franziu o cenho, percebendo que logo seus alunos entrariam no palco.

— Pensa que vai ser uma forma de vocês dois ganharam experiência — A beta tentava mostrar-lhe o lado positivo como sempre.

— 'Tá, que seja... É agora! — Deu um pequeno tapinha no ombro da amiga para desviar a atenção dela ao palco onde seus alunos começavam a se posicionar.

A melodia nova começou a ressoar e todos os pequenos começaram a se mover em perfeita sincronia, junto com os mais velhos.

Um calor tomou o peito de Yuri, estava tão orgulhoso. Podia ver que todos se divertiam enquanto dançavam e giravam no palco, sempre mantendo o ritmo.

Contudo, a melhor parte era ver aqueles pequenos sorrisinhos brilhando. De certa forma, sentia que aquele sim era o motivo de amar tanto sua profissão. Não pode conter derramar algumas poucas lágrimas.

Foi nesse momento em que sentiu uma pequena carícia em sua mão direita, deparando-se com Otabek sorrindo em sua direção de maneira sutil.


O marido andara distante naqueles últimos dias, uma parte por causa de seu trabalho, já que o julgamento se aproximava. No entanto, sentia que o alpha ainda estava um tanto envergonhado pelo relato que havia lhe dado sobre sua juventude, ainda que Yuri tivesse deixado bem claro que aquilo não mudava em nada. Mas se bem conhecia Otabek, ele não era convencido com facilidade.

Decidiu deixar aquela oportunidade para dialogarem quando estivessem em casa, aceitando o carinho enquanto entrelaçava seus dedos aos dele, sorrindo em resposta.

O espetáculo continuou, recebendo todo a atenção da plateia. Ao soar da última nota, quando os primeiros aplausos se iniciaram, Yuri levantou-se rapidamente, indo de encontro aos pequenos.

Todos sorriram radiantes, o enchendo de perguntas sobre como tinham se saído, mas o loiro só conseguia abraçar cada um deles.


Mal notou quando Mila e Otabek se posicionaram atrás de si, observando aquela agitação do ômega enquanto sorriam entre si; Yuri tinha um coração de manteiga por trás daquela postura esquentada.

Alguns pais de seus alunos vieram o parabenizar e agradecer por seu trabalho, deixando-o quase que sem reação por tamanhos elogios.

— A Nancy disse que vai sentir muito a sua falta — O pai da pequena ômega comentou. — Acredita que ela nunca queria faltar, nem mesmo quando estava doente? Tem que me ensinar sua técnica para eu tentar usar em outras situações.

— Imagina, todo o mérito é dela por ser uma aluna tão aplicada — Acariciou os cabelos da menor, vendo a rir.

A despedida dos pequenos foi longa, visto que entraria de licença maternidade já que seu trabalho lhe cobrava um tanto mais de esforço físico e tanto Otabek quanto Lilia insistiram que já estava na hora de priorizar sua gravidez naquele momento. Estava com quatro meses e meio de gravidez, sua barriga ainda mais visível.

Recebera algumas lembrancinhas de fim de ano, até mesmo roupinhas de bebê por parte de Lilia, não podendo deixar de ficar emocionado. A mais velha fez questão de frisar que ainda poderia contar com ela sempre que precisasse, e que a academia não seria a mesma sem ele lá. O fato de ela não ser o tipo que fazia demonstrações de afeto com frequência só o deixara mais encabulado.

Mila já havia ido embora, sob a afirmação de que precisava ir buscar a esposa no restaurante.

Quando restavam apenas algumas pessoas no anfiteatro, ouviu duas vozes falantes e familiares se aproximando de si.

— Loirinho! — Deparou-se com um Jean sorridente, lhe estendendo um buquê de flores. — Parabéns!

— A apresentação de seus alunos foi linda, Yuri — Isabella lhe cumprimentou.

— Um buquê? — Perguntou, analisando as flores.

— Só um presentinho, você merece — O canadense deu-lhe um tapinha nos ombros.

— 'Tá, quem é você, e o que fez com o Jean? — Indagou, vendo Otabek prender o riso.

— Eu apostei com ele — A alpha começou. — Fiz ele prometer que seria gentil com você até o final da gravidez.

— Ah, eu duvido! Nenhuma piadinha ofensiva?

— Nenhuma — A morena enfatizou.

— Nenhum comentário ofensivo duvidando sobre a paternidade do Beka?

— Nadinha.

— Eu 'tô pagando pra ver, mas já tenho certeza que ele não vai aguentar — Riu de forma debochada.

— Depois de todos esses anos e você ainda não aprendeu que não se deve contestar minha força de vontade, loiro?

— É justamente pelo fato de eu te conhecer, Jean, que duvido muito que você consiga conter essa sua boca grande.

— Poxa, Yuri-chan, assim eu vou ficar ofendido... — JJ fez um falso biquinho de tristeza.

— E o que vocês dois apostaram? — Ignorou completamente o apelido idiota que o canadense havia lhe dado.

— Bom, se ele ganhar, vou ser obrigada a assistir todos os jogos da federação francesa junto com ele, sem reclamar, e ainda terei que cantar o hino junto. — Isabella aproximou-se do russo. — E vai por mim, eu não aguento mais ouvir esse ser humano cantando "La Marseillaise"* todo santo dia. Quase 30 anos na cara e esse homem ainda não aceitou que nasceu no Canadá.

— Você que não aprendeu a amar nossos antepassados — Jean bufou.

— Estamos na Columbia Britânica, Jean, não em Quebec — A alpha riu de forma debochada. — Bom, e como anda a gravidez, Yuri?

— Tudo bem, por enquanto, mas estaria bem melhor se o Otabek não ficasse enchendo o meu saco sobre minha alimentação a cada 5 minutos.

— Eu não vou falar mais nada, depois não venha chorando por que engordou mais do que deveria — O cazaque respondeu.

— Estão vendo o que tenho que aturar? — Olhou para o casal amigo. — Não fica assim, amor, nem minha mãe conseguia me fazer comer direito.

Jean e Isabella prenderam o riso ao ver a expressão emburrada de Otabek.

— Não trata meu homem assim, 'tá Yuri? — JJ brincou, abraçando o pescoço do melhor amigo de forma falsamente possessiva.

— Era só o que me faltava — Colocou a mão sobre o cenho enquanto a alpha morena revirava os olhos.

Permaneceram conversando por mais algum tempo, mas o fato de estar nevando os fizeram ir logo para casa, temendo que a neve na pista dificultasse a passagem.

— 'Tá aí, até que o Jean 'tá levando essa aposta bem a sério — Yuri comentou enquanto depositava as flores em um vaso dentro do quarto.

— Mas eu conheço bem aquele cara, ele não vai conseguir segurar a língua — Otabek riu, desabotoando a camisa. — Fora que apostar com a Isa é dar um tiro no próprio pé, aquela mulher não perde nunca.

Yuri já não prestava atenção nas palavras, mas encarava seu próprio reflexo no espelho enquanto retirava as grossas camadas de roupa. Tocou a barriga já sem nenhuma peça por cima, sorrindo. Estava tão visível, e saber que seu bebê estava ali, crescendo dentro de si, lhe despertava uma sensação diferente, mas tão... Reconfortante.

Sua mãe lhe disse que a gravidez de um ômega era um momento único, que se podia sentir uma profunda conexão com a criança. Algo que não conseguia ser explicado, apenas vivenciado.

— O que foi? — Otabek colocou-se atrás de si, beijando seu pescoço, encarando o reflexo de ambos em seguida.

— Nada — Sorriu. — Só olhando...

— Você 'tá lindo, sabia? Quer dizer, você sempre foi lindo, mas agora está bem mais — Continuou os beijos.

— Está me cantando, senhor Altin? Eu sou um homem casado — Riu, arrepiando-se com a trilha de beijos sendo traçada por seus ombros. — Ah, estava sentindo falta disso... Por que estava tão distante essa semana? — Perguntou, embora já pudesse imaginar a resposta por si só.

— O julgamento está chegando e ainda estou resolvendo algumas coisas. Sei que você não gosta que eu leve trabalho para casa, mas está meio que inevitável — Explicou, vendo Yuri revirar os olhos. Realmente, o loiro detestava aquilo. — E também, eu meio que não queria forçar nada depois de te falar sobre... Bem, você sabe.

— Beka, por que você insiste em ficar guardando essas coisas para si? — Virou-se para poder encará-lo diretamente. — Você se esquece às vezes que pode contar comigo pra essas horas. Eu 'tô aqui para te ouvir, sabe? Como eu já fiz questão de deixar claro: é óbvio que eu não culpo você por aquilo. Fala sério, tu era praticamente uma criança, não dava para manter o controle sobre uma situação como aquela.

— Eu sei... Mas isso não exclui o fato de que eu fiz aquilo, querendo ou não — Otabek abaixou o olhar, coisa que só fazia ao estar realmente constrangido.

Yuri suspirou profundamente. Por que era tão difícil para ele simplesmente aceitar as coisas como elas eram?

— Mas passou — Respondeu, sentindo as orbes negras se fixarem nas suas. — Tudo aquilo agora é passado, Beka. Você cobra demais de si próprio e não consegue enxergar suas qualidades muitas vezes. Apesar de ter crescido naquele ambiente extremamente preconceituoso, que tinha tudo para te influenciar, você se tornou um homem bom, justo, que vê os outros como iguais e jamais se acha superior a alguém, por acaso tem noção disso? Mesmo que você tenha cometido alguns erros, isso não te desqualifica ou te torna ruim, apenas faz de você humano — Tocou-lhe o rosto com a mão fria, acariciando as feições firmes com os dedos. — E é por esse Beka que eu me apaixonei. Portanto, não tenha medo de me falar sobre suas inseguranças, eu sempre vou estar aqui para você.

Viu o alpha sorrir, aquele sorrisinho pequeno, mas que lhe causava um efeito tão bom que podia até se sentir iluminado por ele.

— Agora, por que a gente não vai para o que realmente importa? — Desceu beijos pela clavícula do moreno, sentindo-o se arrepiar.


Deslizou as mãos pelo tronco, alisando a pele quente com suas mãos frias. Gostava daquele contraste, Otabek sempre tão quente e o fazendo se derreter, existia coisa melhor?

— Desde quando você ficou tão safado desse jeito? — Sentiu a língua úmida do alpha percorrer seu pescoço.

— Acho melhor você se acostumar com isso... — Sussurrou, mordendo-lhe o lóbulo da orelha.

— Bom — Deitou-o sobre a cama, ficando por cima de si. — Não é como se eu estivesse reclamando.

Selaram um beijo quente, necessitado e repleto de luxúria. Seu lábios se encaixavam tão bem e se moviam em tamanha sincronia que parecia até ensaiado.

Sentira o hálito quente descendo por seu corpo, beijando-lhe a região da barriga e subindo até os mamilos, onde chupou com força.


— Ah...! — Um pequeno grito lhe escapou, visto que ficava cada vez mais sensível naquela região.

— O que? — Viu lhe lançar um sorrisinho prepotente, mas não menos excitante. — Muito gostoso?

— Idiota... Ah! — Deixou-o continuar com aquela pequena "sessão de tortura".

Era tão estranho, se sentia tão excitado só com aqueles toques, que não eram incomuns entre os dois. Seu corpo esquentava, suava, seu cheiro se intensificava no ar em uma aura floral.


— Merda — Mordeu o lábio inferior, sentindo as mãos grandes deslizando para dentro de suas calças.

Os dígitos do alpha apertaram com vontade o membro pulsante, fazendo com que o loiro arqueasse as costas. Intensificou a massagem, notando que o tecido da peça íntima se umedecia cada vez mais.


— Por favor... — Suplicou, ouvindo o alpha quase que rosnar.

Em uma fração de segundos a mão firme envolveu seu pênis, começando a masturbá-lo num ritmo lento, constante.

Era deleitoso a forma como Yuri se derretia para si. As expressões que fazia, gostava de observar cada uma delas, o efeito que causava nele.

Removeu as peças de roupas ainda restantes no corpo do marido, deixando seu trabalho mais fácil.

O corpo dele mudava a cada dia, mas adorava aqueles novos detalhes, novas curvas para explorar.

Circulava os dedos pela glande molhada, vendo-o suspirar. Mas não era como se Yuri estivesse completamente satisfeito, muito menos ele. Por isso, não tardou em envolver o membro com sua boca, chupando-o com vigor sem ao menos um aviso prévio.

A voz do ômega ressoou audível no ambiente, arrastada e prazerosa. Sentira as mãos finas dele agarrando-se aos dois lados de sua cabeça, ajudando-o a se movimentar.

Alguns sons e palavras desconexas escapavam dos lábios do russo enquanto os dedos apertavam fortemente seus cabelos.

Deslizava a língua pela extensão, tendo seu paladar tomado pelo gosto do pré-gozo. Poderia parecer blefe, mas Yuri era doce, o que só o tornava ainda mais delicioso.

Enquanto distribuía beijos e mais beijos molhados pelo pênis, aventurou-se em circular a entrada úmida e rosada com um dos dígitos.

O loiro contorceu-se de prazer, sentindo que se abria mais para receber o alpha dentro de si, tamanha era sua vontade.

Os selinhos delicados do alpha foram descendo, sentido-o beijar estalado em sua entrada. Não pode evitar que um gemido manhoso lhe escapasse. Seu corpo era fogo e Otabek era como a água que ao invés de aplacar as chamas, apenas as intensificava.

A língua grossa e quente começou a explorar seu interior, como já havia feito tantas vezes, mas a sensação era sempre tão excitante que quase lhe parecia nova.

Não pode impedir que seus quadris se movimentassem em função do estímulo; queria ser tomado depressa.

Não que Otabek estivesse sob total controle de si, apenas queria que o momento durasse, mas sua vontade era de já estar dentro do marido há tempos.

— Me fode, Beka... — A voz melodiosa clamando por si daquela maneira chula foi o suficiente para mandar sua calma e controle para os ares.

Enquanto tentava se livrar da calça, que só incomodavam sua intimidade por conta do estado em que se encontrava, vira Yuri erguer uma das pernas, deslizando o pé pelo seu peitoral até sua intimidade, onde o pressionou de leve, deixando que um ôfego de sua parte se fizesse presente.

O russo sorriu, ladino, mordendo o lábio, deleitando-se com a expectativa do que viria a seguir.

Otabek voltou a ficar por cima de si, beijando-lhe o rosto.

— Vai ficar me comendo com os olhos desse jeito? — Questionou, levemente convencido.

— Você não facilita em nada também — Agarrou-se a cintura do outro beijando-o lascívia. — Se tem uma coisa da qual nunca vou me arrepender é de ter me casado com você, porque puta merda, é como ganhar na loteria todos os dias.

— É? — O moreno mordeu-lhe a orelha, distribuindo selinhos em seu pescoço.

Tremeu, abrindo ainda mais as pernas, deixando-se mais exposto, e erguendo seus braços em direção ao marido em súplica.

— Vem — Sussurrou, seus olhos brilhando em expectativa. — Vem, meu amor...

Otabek soltara um grunhido, quase como um rosnado. Levou a mão até o próprio membro e guiou-o à entrada, sentindo-se ser engolido devagar, lentamente e não menos prazerosamente.

O ômega sentiu cada centímetro dentro de si, e ainda que estivesse acostumado com aquilo, a sensação nunca deixava de ser sublime.


Ambos gemeram de forma arrastada pelo prazer de estarem conectados. Seus corpos, suados e quentes, começaram a se mover de forma descompassada, sem se importarem de verdade em estabelecer um ritmo.

O cazaque entrava e saía de si com força, sem delicadeza e lentidão, do jeito que o fazia enlouquecer. O alpha conhecia cada ponto seu, mas às vezes errava de propósito só para ter o prazer de vê-lo rebolar em seu membro, buscando acertar o lugar certo.

Se Otabek era um homem calmo e sereno em boa parte do tempo, na cama ele assumia uma postura totalmente diferente. Insaciável, energético e desejoso, e Yuri amava isso.

Ambas as fragrâncias próprias se misturavam no ar. Os pinheiros amadeirados e as margaridas levemente cítricas formavam uma nuvem de pura luxúria e cheiro de sexo.

Prendia as pernas ao redor da cintura alheia enquanto as mãos grandes seguravam seus quadris com possessividade. Ora metia, ora o masturbava, deixando-o em seu limite.

Yuri teria continuado daquela maneira, se um objeto não tivesse desviado sua atenção para algo mais divertido.

Desprendeu as pernas e remexeu-se um pouco, indicando para o alpha que parasse. Otabek chegou a pensar que havia feito algo errado, até que Yuri esticou o braço e agarrou um pedaço de tecido, que identificou sendo uma de suas gravatas.

O loiro esticou a gravata em sua direção, sorrindo malicioso enquanto se virava de bruços, flexionando os joelhos para ficar de quatro e posicionando os pulsos sobre a região lombar.

Sentiu os lábios umedecidos beijando suas costas delicadamente, ao mesmo tempo em que o tecido era amarrado em seus pulsos, de forma firme, mas não que o incomodasse.

Por mais que Yuri nunca aceitasse ser subjugado em meios sociais por causa de sua condição como ômega, ali, entre quatro paredes, não podia negar o quão desejava ser tomado por Otabek, ser possuído por ele, deixar que fizesse o que ele quisesse consigo, pois o pertencia de corpo e alma, assim como ele também o pertencia.

As mãos grandes deslizavam pelas laterais de seu corpo até chegarem em sua cintura, agarrando-os com força e fazendo o se empinar mais.

O cazaque não podia negar que aquela visão era sempre uma benção, daquelas que surgiam em sua mente nos momentos menos apropriados para tirar sua paz.

Roçou a glande na entrada encharcada, gemendo rouco no ouvido do outro ao voltar a invadi-lo novamente.

Movia os quadris, ora devagar ora rapidamente, ditando o ritmo de acordo com ambas as necessidades.

Jamais fora o tipo de alpha que gostasse de se sentir superior, mas seus instintos e até o próprio vínculo lhe proporcionavam tamanho prazer por estar no comando que não conseguia impedir ser levado por aquilo.

Deslizava as mãos pela pele branca que se tornava vermelha, sentindo-a se arrepiar com seu toque. Sorriu, aproveitando cada sensação proporcionada dentro do ômega. Seu ômega.

Puxou-o pelos pulsos amarrados, fazendo com que as costas do loiro se colassem ao seu peitoral suado. Nevava do lado de fora, mas os dois se entregavam ao prazer de serem consumidos pelo calor incessante.

Continuou com uma das mãos presa à cintura enquanto a outra estimulava o pênis inchado do ômega.

Somente gemidos escapavam da boca dele, e céus, como Yuri gemia bem. Uma melodia pecaminosa e provocante, que só o fazia querer mais e mais, perfeita como tudo que havia nele.

— B-Beka... — A voz trêmula indicava que estava próximo do ápice.

Beijou a região da marca, intensificando os movimentos da mão, bem como os de seus quadris.

— Goza pra mim, meu amor...

O fato de aquilo ter soado mais como uma ordem do que como um pedido só fez com que o orgasmo lhe atingisse mais rapidamente, desmanchando-se nas mãos do marido.


Otabek sentira o nó na base de seu pênis aumentar, até que atingisse seu limite. Investira mais algumas vezes antes de encaixar o nó no interior do ômega, liberando seu próprio prazer ainda dentro dele, gemendo rouco e arrastado.

Não passavam de uma grande bagunça de fluídos corporais, mas não que realmente se importassem com aquilo.

Yuri virou levemente o rosto, beijando os lábios alheios de forma carinhosa enquanto levava a mão do alpha até sua barriga, em um ato instintivo, sentindo que o mesmo a acariciou de um jeito protetor.

— Acho que precisamos de um banho — Riu de leve ao se separar do ósculo.

(...)

— O que 'tá olhando? — O loiro perguntou, já deitado na cama enquanto o marido lhe observava.

— Você fica muito fofo com o cabelo úmido — Tocou uma das mechas douradas.

— Meloso — Brincou, ainda que gostasse quando ele fazia aquilo com seu cabelo.

A mão alheia ainda acariciava sua barriga, e podia sentir que seu bebê estava tranquilo, visto que o mesmo havia se remexido o dia inteiro.

— Você já sentiu ele chutando? — O alpha questionou, curioso.

— Ainda não, Mila disse que é meio cedo — Respondeu. — Mas eu consigo sentir ele se mexendo.

— Sério? — Pode ver os olhos dele brilharem. — E como é?

— Ahn, é meio difícil de explicar. Eu diria que são como borboletas dentro do estômago ou bolhas de ar, não sei. É legal, mas vem me pegado bastante de surpresa, afinal, ele se mexe muito.

— É? Bom, acho que posso resolver isso... — Otabek se enfiou dentro das cobertas, posicionando a cabeça em cima da barriga saliente.

— O que está fazendo? — O loiro perguntou enquanto ria.

— Oi pequeno — O moreno começou a falar. — Aqui é o papai... Bom, o seu outro papai, não aquele que está te carregando. Sabe, ele me falou que você 'tá bem agitado ultimamente, então eu vim pra avisar que você não precisa ficar assim, ok? Seu papai está fazendo um ótimo trabalho te mantendo quentinho e seguro aí dentro, então pode relaxar e ficar quietinho até a hora que você sair para conhecer a gente. Eu prometo que quando você estiver aqui fora nós vamos correr, brincar e fazer tudo o que você quiser.

Finalizou seu pequeno "diálogo" com um beijo casto sobre a barriga, antes de sair debaixo das cobertas.

Yuri sorria para si de forma sincera e lhe deu um selinho demorado.

— Você ainda vai me dar diabetes com tanta doçura, sabia? — Brincou, encaixando-se nos braços do marido em um abraço aconchegante.

— Vai ser um prazer — Respondeu, beijando a mão fria do outro. — Quando é o próximo exame?

— Segunda-feira... E parece que se tudo der certo e ele estiver na posição certinha, vamos poder descobrir se é Aleatório ou Aleatória.

— Sério? Mas já? — Otabek parecia ansioso.

— Sim, mas vamos ter que torcer para ele ou ela não inventar de cruzar as pernas no meio do ultrassom — Colocou uma das mãos sobre o ventre. — Você quer que seja menino ou menina?

— Você que pra mim tanto faz. Menino ou menina, alpha, beta ou ômega, eu vou amá-lo de qualquer jeito — Sorriu com doçura, beijando-lhe o rosto.

— Bem, quanto ao segundo gênero, é bem provável que seja um alpha. Mila disse que até poderíamos ficar em dúvida sobre isso, mas os seus genes são muito fortes. Ainda assim, existe uma chance remota de ser um ômega também... — Comentou, analisando as possibilidades.

Yuri estava certo, os genes de alpha em sua família eram muito fortes e, ainda que algumas poucas exceções acontecessem, o mais comum era que o gênero predominante na família permanecesse.

— Mas eu acho que isso até seria bom... — O loiro comentou.

— Como?


— É, sabe... Se ele ou ela for um alpha, vamos poder ensiná-lo a ser uma pessoa boa, sem aquela droga toda de supremacia. E além do mais, ele teria um ótimo exemplo dentro de casa — Sorriu para Otabek.

— Acha mesmo? — Perguntou, acariciando as madeixas loiras.

— É claro... — Bocejou, fechando os olhos lentamente. — Só espero que ele não puxe esse teu jeito babão...


Antes mesmo que o moreno pudesse refutá-lo, Yuri adormeceu tranquilamente, envolvido nos braços firmes e quentes daquele tanto amava.

O alpha não pode fazer nada, apenas observou a face tranquila e serena do outro enquanto dormia, deixando que o sono também lhe atingisse.

(...)

— O papai ama muito vocês, 'tá? — O platinado quase soluçava enquanto falava com os dois filhos. — A gente vai morrer de saudades, mas vamos voltar rapidinho, 'tá bom?

— 'Tá tudo bem, papai, a gente vai se comportar direitinho — Makoto respondeu sorrindo, fazendo com que as bochechas gordinhas e vermelhas por conta do frio se erguessem.

— Yuuri, eu não quero ir! — Victor abraçou o filho mais novo. — Eu não quero deixar nossos bebês! Vamos colocar eles na mala!

— Victor, quem inventou essa de viagem foi você — O ômega asiático colocou as mãos sobre o cenho. — E eles já estão bem crescidinhos, vão ficar bem sem a gente.

— Para com esse mimimi, velho. Eu 'tô congelando aqui fora — Yuri, que estava na soleira da porta, apertou mais o casaco em torno de si, deixando-se ser abraçado pelo marido.

— Sejam bonzinhos, está bem? E obedeçam o tio Yuri e o tio Beka — Yuuri beijou as testas de ambos os pequenos.

— Tchau, papai — Igor, que sempre fora o mais apegado ao pai ômega, abraçou sua perna, recebendo um carinho nos cabelos platinados por parte do mais velho.

— Para de chorar, Victor. Vamos logo para o carro ou vamos perder o vôo — Agarrou a mão do marido. — Obrigado a vocês dois de novo.

— Imagina, boa viagem — Otabek sorriu.

— E não se esqueçam do meu vinho — Yuri lembrou enquanto os dois já entravam no carro.

— Tchau, meus amores — Victor acenou de novo antes do carro dobrar a esquina.

— Dessa vez o velho se superou. Quase 20 minutos só para se despedir, igualzinho a tia Irina — Lembrou-se do fato da mãe do mais velho também esbanjar um sentimentalismo exagerado, algo que provavelmente ele teria puxado dela.

— Acho melhor a gente entrar antes que esse frio piore — O alpha recomendou.

— Okay — Encarou os dois pequenos montinhos embalados em roupas de frio.

Haveriam de ser longos cinco dias.

--------------------------------------------

*La Marseillaise: é o hino nacional da França. Sim, Jean é francês de Taubaté kkkk

Foi isto gente!

Novamente, perdão pelos atrasos. Prometo que nas férias tentarei postar com mais frequência.

Sim, eu amo gravatas ( ͡° ͜ʖ ͡°)

A operação babá começou kkkk resta ver no que isso vai dar

Continuer la Lecture

Vous Aimerez Aussi

83.6K 4.8K 31
[ Concluída ] S/n se vê a pior amiga do mundo quando descobre que o cara com quem ela ficou em uma boate é o pai da sua melhor amiga. +18 Manipulad...
1.1M 66.5K 82
Grego é dono do morro do Vidigal que vê sua vida mudar quando conhece Manuela. Uma única noite faz tudo mudar. ⚠️Todos os créditos pela capa são da t...
108K 5K 9
Dois melhores amigos que vivem se provocando decidem adicionar um pouco mais de cor na amizade... O que pode dar errado?
115K 626 26
Oiiee amores, uma fic pra vcs!! Irá conter: - masturbação - sexo - traição Se não gosta de nenhum dos assuntos a cima, já sabe não leia.