|26|
A aula acabou rápido, e Ana não viu o tempo passar, porém, logo era 15h e Sawyer estava recostado no audi preto em frente a escola, esperando pacientemente por Ana. O segurança a viu saindo do prédio e foi rapidamente até a garota, ajudando-a com os dois únicos livros que a menina segurava.
Não pesava, mas ela não iria recusar.
_ Olá, Sawyer - cumprimentou ela enquanto seguiam para o carro.
_ Sra. Grey - acenou o outro com a cabeça.
Christian chegou tarde naquele dia, Ana já estava dormindo, e saiu antes que a garota acordasse. Na terça, Kate arrastou Ana por toda a universidade para mostrá-la cada estrutura e até mesmo árvore do campus.
A loira estava ali há um período apenas, e fazia jornalismo, o que fazia ter algumas matérias junto de Ana.
Novembro foi embora e lá estava dezembro. Christian e Ana pareceram entrar num acordo de parecerem um casal mas não o ser.
Ou talvez aquele fosse o jeito de um casal.
Conversar de vez em quando, se beijarem - pequenos beijos de despedida, sempre de despedida, mas que faziam Ana ter um frio na barriga, um tremular diferente no coração - também de vez em quando. Havia aqueles dias que Ana gostava mais, quando Christian estava de não humor. Era estranho, mas ela percebeu que aquele era o estado dele que ela gostava mais. Christian de mal humor parecia uma criança arrogante, mas ainda assim, ela
gostava, porque ele sempre precisava dela quando estava de mal humor. E era tudo ser necessário para Christian.
Ela fazia faculdade - o que muitas garotas búlgaras nem sonhariam - e também usava algumas roupas "menos comportada" - dentro de casa, é claro - mas mesmo assim, ela era uma garota da Bulgária, ela tinha seus ensinamentos e costumes enraizados. Então sim, para ela era incrível quando
Christian não conseguia dar o nó na gravata ou não encontrava certa camisa, ou até mesmo noa fins de semana quando Gail não estava e ele não queria comer congelados, era a morena quem preparava algo.
E ele passou a elogiá-la. Sempre estava dizendo algo como "você é realmente boa nisso", ou "você tem talento". Não eram elogios sobre sua beleza, e sim sobre sua habilidade ou inteligência. E ela gostava mais daquilo. Porém, tinha uma frase que ele disse para ela, não muitas vezes, ela contou três apenas desde que se conheceram, mas era comi um estopim para a garota frear a vida e apenas contemplar tudo a sua volta.
Você é perfeita para mim.
Ana estava vivendo como uma garota americana, mas tudo o que durante toda a sua vida foi ser uma garota búlgara. E uma garota búlgara ser perfeita para o marido, era tudo para ela.
Na segunda semana de dezembro, Ana teve de organizar uma festa, ela era boa naquilo, mas com a faculdade, quase se esqueceu de que ainda era uma garota búlgara. Em todo caso, ela conseguiu, e foi muito elogiada por Christian quando o mesmo simplesmente a girou no ar por a garota tê-lo feito ganhar um negócio que o fez ficar mais rico do que já era.
Naquela noite eles viram um filme de terror na sala de cinema e bem, Ana ficou medo, o que a fez se aconchegar em Christian e praticamente sentar em seu colo.
Eles não chegaram até o final.
Mas filme de terror é sempre a mesma coisa, não?
Na quarta feira, ainda na segunda semana de dezembro, estranhamente ainda não estava nevando, mas Ana não era uma das pessoas que aproveitavam aquilo do lado de fora de suas casas. Não, ela tinha um trabalho do professor Hyde para entregar, sobre a literatura moderna e a antiga.
Ele estava totalmente feito e perfeito, mas a garota estava irritada pelo fato de Christian ao menos ter lhe dado atenção quando ela disse que havia conseguido fazer em uma tarde e sabia que estava bom. Ele apenas disse "que bom, Ana, mas agora eu tenho que trabalhar".
Era difícil para morena morar num país em que não conhecia mais ninguém. Ela ligava para sua mãe às vezes, mas a mulher não queria saber da faculdade ou o que a garota fez durante dia se não envolvesse agradar o marido e não manchar o nome da família.
Ela conversava com Gail também, mas ela não gostava de atrapalhar o serviço da mulher, e também não tinha muito o que dizer para a mesma.
E então lhe restava Kate - uma... amiga nas últimas semanas. Kate era engraçada e ácida, mas inteligente e sempre acompanhava o raciocínio de Ana nas duas únicas aulas que tinha juntas: Literatura Moderna e Literatura Inglesa.
Na quinta, Ana estava no carro de Christian, sem falar com o mesmo. Na noite anterior o outro havia chegado realmente tarde, ela ainda estava na sala de estar terminando de revisar o conteúdo para um teste que teria na sexta, e ele entrou falando ao celular com a Diaba Loira, nome de batismo: Elena Lincoln.
Ela não se importava com o telefone - se importava, mas não iria falar nada - porém ele chegou falando claramente que estava com ela há alguns minutos.
Okay, ele havia sido grosseiro com ela sobre o seu trabalho naquela manhã, e então estava ali, falando com Elena Lincoln todo calmo.
A garota guardou o material e foi bufando, batendo o pé pelo chão para ele perceber que ela estava com raiva e seguiu para o quarto.
Então ela estava ao dele no audi prata que ele sempre usava, Sawyer os seguindo com outro carro.
A garota não pestanejou quando o outro disse que ela iria com ele naquela manhã, sabia que ele apenas iria tentar se desculpar já que ela fingiu que estava dormindo na noite anterior quando ele entrou no quarto e naquela manhã apenas o ignorou.
Ela estava ficando boa naquilo. Tinha orgulho de si mesma.
Sua mãe que não poderia saber.
_ Ana, sério? Vai continuar me ignorando? - Christian questionou depois que tentou pegar a mão dela e a garota retirou.
Ela não respondeu, apenas continuou olhando através da janela.
Raiva.
Isso que ela sentia.
Era melhor do que chorar, com certeza.
_ Eu nem sei porque você está com raiva de mim - disse ele.
Ah, é tão indefeso, nunca faz nada!
_ Ana, qual é!?
A garota cruzou os braços e viu de relance Taylor olhando-os por alguns segundos pelo retrovisor.
_ Ana!
_ O quê!? - finalmente ela respondeu. - Eu não quero falar com você, poe favor, respeita meu momento.
_ Respeitar seu momento? O que...?
Ele bufou.
_ Pode pelo menos me dizer o que eu fiz?
_ Nada, você não fez nada, Sr. Grey.
_ Eu não gosto quando me chama de Sr. Grey.
_ Eu também não gosto de um monte de coisas mas você faz.
_ O que eu fiz dessa vez?
_ Não importa, Sr. Grey, você não se importa.
_ Claro que eu me importo, se não eu não estaria perguntando.
Aquela discussão era inútil e até mesmo infantil, mas ela não ia ceder.
_ Você foi todo grosseiro comigo, e agora que eu fui com você 'ta se fazendo de vítima - acusou ela.
_ Grosseiro? Isso foi por causa de ontem? Cara, eu estava atrasado.
Ela abriu a boca em indignação.
_ Você acabou de me chamar de "cara", Christian Grey? Você não me respeita mais? É isso? Foi por causa dela, não é? Aquela antena de salto alto aparece e você esquece de mim e ainda me chama de "cara".
_ Antena de salto alto?
_ Aquela loira de salão! - explicou.
_ Isso tudo é por causa da Elena? Eu já conversei com ela. Ela sabe que errou no que fez, e até quer se desculpar com você... Mas eu já disse que é melhor ela não chegar perto de você - ele disse rápido quando viu o olhar da garota.
_ Ela é uma cobra e você continua com ela.
_ Ana, não vamos falar sobre a Elena de novo - ele se estressou.
_ Se ela não existisse, não existiria mais brigas.
_ Até parece, você adora um motivo para me deixar culpado.
_ Você faz coisas erradas e depois se sente culpado. Isso não é culpa minha. É completamente sua - acusou ela, petulante.
_ Quando você ficou assim?
_ O quê? Eu não sou como a Elena, é isso?
Só podia ser a TPM chegando, não era possível.
Só então Christian percebeu que o carro estava parado, já haviam chegado da universidade e Taylor foi educado em não interrompê-los. Ou também estava com medo de Ana.
Ele apostava na segunda opção.
Sawyer já esperava do outro lado do carro, claramente confuso sobre abrir ou não a porta para Ana, apenas quando Christian saiu do veículo, o outro o fez.
_ Ana - Christian segurou a mão da garota antes que ela pudesse entrar na universidade.
_ Eu vou me atrasar - disse ela, encarando o chão.
Ele queria muito se bater ali.
_ Ei - ele segurou o queixo dela e o levantou, fazendo-a encará-lo. - Você é perfeita para mim.
|||
Gente, Deus me livre ter um marido desses mas quem me dera hein