Alec estava evitando Magnus mais uma vez, mesmo depois de tudo. Isso estava lentamente matando ambos. Alec sabia que depois de tudo que havia falado, seus sentimentos eram óbvios. Alec tentava ficar longe de Magnus, ele nem sempre conseguia mas ele tentava. O pai de Alec havia lhe perguntado se Magnus não havia "tentado nada contra ele" e Alec disse que não. Ele sabia que seu pai suspeitava dos dois, por algum tempo, Magnus e Alec ficaram inseparáveis, mesmo que nenhum dos dois sequer notou isso. Alec estava no quarto, o único motivo que ele estava evitando seu pai era esse, o medo que ele descobrisse sobre eles e o expulsasse de casa. Magnus não sabia disso, Alec não tinha certeza se ele conseguiria esconder por mais tempo. Fazia uma semana que Alec havia contado a Magnus o que ele sentia e fazia uma semana que estava o evitando. Magnus não havia desistido, mas ele também não invadia o espaço de Alec.
No entanto, no momento já havia passado das três horas da manhã e Magnus ainda não havia chegado. Alec estava deitado na cama dele, sentindo seu cheiro por toda a cama. Ele não fazia ideia de onde Magnus estava e isso estava o deixando maluco. Alec só queria saber se ele estava bem. Ele ouviu passos e então saiu correndo da cama de Magnus e foi para a sua. Ele ouviu quando a porta foi aberta e sentiu seu coração acelerar quando ele viu que era Magnus, porém, ele estava diferente. Alec percebeu rapidamente que ele estava bêbado.
Alec sentou na sua cama, observando Magnus, desajeitadamente, tirar seus sapatos.
- Você está bêbado. - Alec disse. Magnus olhou para ele, seus olhos tinham um brilho triste. - Por que fez isso Magnus?
Magnus riu baixo.
- Porque você está me ignorando. - Ele disse, sua voz arrastada e fazendo Alec sentir como se tivesse levado um soco no estômago. - Não é óbvio?
- Magnus, me desculpe... - Alec disse levantando. - Você quer ajuda?
Magnus balançou a cabeça concordando. Ele sentou em sua cama e Alec lhe ajudou a tirar o seus sapatos.
- Eu perdôo você. - Magnus disse após um tempo. - Eu amo você, como não perdoaria?
Alec sentiu seu coração falhar uma batida. Ele olhou para Magnus e o viu dar de ombros. Alec sorriu pequeno.
- Deita. - Alec pediu, ele empurrou Magnus contra a cama o fazendo deitar. - Conversaremos quando você estiver sóbrio.
Magnus riu baixo.
- Alexander... Eu não estou tão bêbado, eu apenas estou tonto. - Ele disse. Alec lhe olhou tentando saber se era verdade. Alec sorriu e lhe mostrou três dedos.
- Quantos dedos tem aqui? - Alec perguntou arqueando as sobrancelhas e arrancando uma risada de Magnus.
- Seis. - Ele disse, Alec lhe olhou confuso e Magnus riu alto. - São três, Alexander. Eu já disse que não estou tão bêbado.
- Certo... - Alec falou. - Mas você não deveria ter feito isso, não deveria ter ido beber.
- O que eu iria fazer? - Magnus disse. - Ficar aqui enquanto você fingia que eu não existo? Você estava me machucando Alec.
- Ah, Magnus... Me desculpe. - Alec falou mais uma vez. Ele estava de joelhos em frente a Magnus na sua cama. - É que meu pai está desconfiando da gente.
Magnus lhe olhou atento.
- Sério? - Ele perguntou. Alec balançou a cabeça concordando. Magnus esticou sua mão e passou no rosto de Alec, fazendo carinho nele. - Eu sinto muito.
Alec sorriu, ele sabia.
- Dorme aqui comigo? - Magnus pediu, Alec sentiu suas pernas tremerem e o olhou, seu coração acelerou com a possibilidade de estar tão perto de Magnus. Ele sorriu e levantou, Magnus foi para o meio da cama e Alec deitou ao lado dele.
Alec sorriu sentindo uma paz inexplicável quando sentiu Magnus o puxando para perto e fazendo carinho em seus cabelos. Alec apoiou a cabeça no peito de Magnus ouvindo seu coração que estava tão acelerado quanto o seu.
- Eu consegui uma casa. - Magnus falou, Alec sorriu pequeno mas logo em seguida ficou preocupado.
- Você não vai se mudar agora, vai? - Alec perguntou. Magnus riu baixo.
- Está tão preocupado assim em não ficar longe de mim? - Ele perguntou, com seus dedos entre os cabelos de Alec.
- Na verdade, eu estou sim. - Disse sorrindo, ele sentiu Magnus lhe apertar mais como se fosse um pequeno abraço.
- Não se preocupe, quando você decidir contar para o seu pai. Eu vou embora com você. Assim, você já pode contar para ele sobre nós. - Magnus falou. Alec sorriu.
- Isso soa perfeito. - Ele disse. - Eu nunca achei que poderia ter coragem de falar para o meu pai que sou gay, mas você... a vontade de querer ficar com você é tão maior que eu tenho certeza que poderia enfrentar qualquer coisa. - Alec disse.
Magnus beijou os cabelos de Alec. Alec sorriu, ele levantou seu rosto para cima e encarou Magnus nos olhos.
- E... eu também amo você. - Alec disse. - E é tão engraçado porque nós sequer nos conhecemos mas eu tenho certeza disso, é a única certeza que eu tenho agora.
- Alexander... Você sabe o quanto virou meu mundo de cabeça pra baixo? - Alec sorriu.
- Eu tenho uma certa idéia. - Ele disse sorrindo. Magnus riu baixo. Alec encarou os lábios de Magnus. Ele queria tanto beija-lo.
Alec inclinou seu corpo para cima, olhando nos olhos de Magnus, ele se aproximou dele, na intenção de beija-lo. No entanto, Magnus o impediu, virando o rosto para o lado. Alec arqueou as sobrancelhas confuso.
- Eu achei que... que você quisesse isso... - Alec falou, totalmente confuso. Magnus sorriu para ele.
- Eu quero isso mais do que tudo que eu sempre quis. - Magnus falou. - Alexander, eu quero tanto você que chega a doer.
- Então por que... - Alec começou a falar.
- Porque, quando eu beijar você, Alexander, eu quero ter certeza que eu esteja totalmente sóbrio. - Magnus falou. - Eu quero ter certeza de que será apenas nós dois, que não tenha álcool algum no meu corpo que possa talvez fazer eu esquecer o seu gosto.
Alec sorriu alegre.
- Tudo bem. - Alec disse sorrindo. Ele deitou sua cabeça novamente no peito de Magnus e ficou em silêncio.
- Posso te contar um segredo? - Magnus falou, sua voz estava animada.
- Claro. - Alec disse.
- Você foi a melhor coisa que já aconteceu na minha vida, Alexander. - Magnus disse sorrindo.
- Eu tenho certeza que você também é a melhor coisa na minha, Magnus Bane. - Alec disse sorrindo. Magnus beijou sua testa com carinho.
- Deus... por que eu fui beber hoje... - Magnus disse rindo.
- Ah eu tenho que concordar com isso. - Alec falou rindo. - Por que se você não tivesse, vai saber o que poderia ter acontecido.
- Alexander, você não me provoque. - Magnus falou baixo e Alec riu um pouco alto, ele colocou a mão na boca pois sua parede era muito fina. Magnus riu baixo junto com Alec.
- Parece que sempre tem alguma coisa me impedindo de te beijar. - Magnus disse irritado. - É um inferno.
Alec riu novamente.
- Talvez amanhã... - Ele disse.
- Bem, então eu prefiro ir dormir agora. - Ele disse rindo. Alec sorriu.
- Posso ficar aqui? - Alec perguntou.
- Você deve ficar. - Magnus respondeu. Ele abraçou Alec com força e os dois dormiram abraçados. Alec tinha certeza que nunca tinha dormido tão bem.
(...)
- Alec? Alexander! - Alec acordou com os gritos de sua mãe. - Alexander, acorde! Você irá se atrasar para a escola!
Alec levantou-se correndo da cama de Magnus, tropeçando nos sapatos dele, enquanto ria baixo e via Magnus encarar confuso e rir também quando viu Maryse entrando pela porta e Alec fingindo estar acordando, sentado na sua cama que não estava tão desarrumada quanto deveria.
- Por que seu celular não despertou? - Perguntou Maryse.
- Ah... Sem bateria. - Alec disse, levantando o aparelho, realmente sem bateria.
- Vá tomar banho, e se arrume para a escola. - Maryse disse encarando Magnus, que estava sentado na cama dele, sem camisa.
- Uhum. - Alec disse correndo para o banheiro.
- Magnus, você pode usar o outro banheiro. - Maryse disse, Alec quis revirar os olhos enquanto os olhava na porta do banheiro. - Ele está vazio.
- Ah, Claro Sra. Lightwood. - Magnus respondeu e Maryse saiu do quarto. Magnus olhou para Alec. Alec deu de ombros triste e Magnus revirou os olhos indo para o outro banheiro.