HEEEEEEEEEY ESTRELINHAS
olha gente foram três meses e não oito, isso já é um avanço vai kkkkk
aaaa eu espero que gostem *--*
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Pov Camila Cabello-Jauregui
Se Lauren me visse entrando no Hospital Iglesias no dia segui de ter dito a ela que tirei uma semana de folga e que iria fazer as coisas serem melhores, ela nunca mais acreditaria em mim. Porém, para cumprir minhas promessas e salvar meu casamento definitivamente, eu precisava voltar aqui e resolver algumas últimas pendências.
Que incluíam pegar alguns pertences, falar com minha chefe e tentar descobrir algumas coisas com a esposa dela. Já que segundo minha mãe, Dra Torres iria realizar uma nova cirurgia em Austin.
Eu realmente quis dizer tudo o que falei para Lauren ontem. Doeu ouvir ela dizer tudo aquilo. Doeu apenas de imaginar que ela acreditou que eu pudesse ir embora e deixá-la, deixar nosso filho. Doeu saber que eu a machuquei. Mas eu queria resolver isso, queria continuar tentando e dessa vez, sabendo os motivos pelo qual Lauren não confiava em mim, eu poderia fazer melhor. E agora, eu acreditava que ela estava tentando junto comigo.
Dormimos juntas ontem a noite, eu a fiz um café da manhã hoje e ela beijou meu rosto em agradecimento. E quando ela notou que esqueci de levar o lixo para fora na noite passada, ela não fez daquilo um motivo para se lembrar de todas as coisas que eu já esqueci, na verdade ela apenas me repreendeu por aquilo e me fez levar o lixo.
Considerando nossa situação, aquilo já era um avanço.
— Mama? — ouvi a voz do meu filho e o encarei em meu colo — Por que tamo aqui? — perguntou manhoso, deitado com a cabeça em meu ombro.
— Porque eu tenho umas últimas coisas a resolver e sua mãe está trabalhando — expliquei com calma, entrando na sala dos atendentes e sorrindo ao ver alguns de meus amigos.
— Heey Camila! — Lexie me cumprimentou, se levantando e sorrindo para meu filho — E oi seu fofo — beijou o rosto dele e eu ri de como Dimitre se agarrou em mim, envergonhado.
— Não conseguiu ficar dois dias em casa e já voltou? — Ariana questionou provocativa e eu rolei meus olhos.
— Tenho que resolver algo com Arizona — expliquei, colocando meu filho sentado na mesa da sala.
— O que precisa de mim? — sorri ao ouvir a voz da minha chefe e me virei.
— Olha é você mesmo com quem eu quero falar — sorri animada, a vendo me olhar desconfiada — Tem tempo?
— Estou indo para uma cirurgia agora — avisou, entrando na sala para pegar sua touca — Se quiser me acompanhar, podemos conversar — sugeriu.
— Oh droga, eu estou como Dimmy — expliquei, a vendo sorrir ao ver meu filho — Tenho que levá-lo pra casa.
— Não vão ser nem duas horas de cirurgia — Arizona insistiu e eu mordi meu lábio inferior.
Eu realmente precisava falar com ela.
— Lexieee — puxei o "e" de seu nome, me virando para minha amiga — Cuida dele por essas horas? — pedi, já a vendo fazer uma careta — Vai ser super divertido, ele adora dinossauros — avisei, sorrindo quando ela suspirou rendida e me virei para meu filho — Ei, eu só vou ficar fora por poucas horas, e você vai ter a companhia daquela super moça legal — apontei para Lexie que se aproximava.
— Mas eu quelo você, mama — Dimitre murmurou manhoso e eu suspirei.
— Só algumas horas, Dimmy — tentei dizer, mas suspirei pela cara de choro que ele fez — Filho, eu...
— Você prometeu! — ele me interrompeu, já deixando algumas lágrimas caírem.
— Dimitre Cabello-Jauregui! Eu volto antes que perceba — respondi, soltando um suspiro pelas lágrimas que caíam do seu rosto.
— Camila? — ouvi Arizona me chamar e fiz uma careta.
— Vai lá, eu cuido dele — Lexie disse já se aproximando e respirei fundo.
— Eu volto logo — prometi, tentando beijar a testa do meu filho, mas ele se esquivou.
Senti meu coração se apertar enquanto pegava minha touca e uniforme cirúrgico e seguia a Dra Robbins até a sala de cirurgia enquanto deixava meu filho chorando.
— Tudo bem? — Dra Robbins perguntou enquanto nos limpavamos e a paciente era levada até a maca.
— Só decepcionando minha família até quando estou tentando consertar as coisas — reclamei, negando com a cabeça e secando minhas mãos para entrar na sala e colocar as luvas.
— Assumo que as coisas estão complicadas em casa — Arizona comentou após alguns minutos depois de já termos começado a cirurgia.
— Complicadas seria pouco — murmurei com uma careta — Eu peguei essa semana de folga para tentar resolver tudo — expliquei, a olhando rapidamente — Eu não deveria estar aqui — completei, rolando meus olhos.
— Será rápido aqui e você pode tentar me dizer o que quer enquanto isso — sugeriu novamente e eu suspirei, prestes a dizer.
Porém não era nem meia hora de cirurgia e vi uma hemorragia. Xinguei baixinho, afastando todos os problemas pessoais da minha mente e focando apenas naquela criança que estava em minha maca. E após muito esforço, controlamos aquilo, terminando a cirurgia apenas pouco tempo depois do esperado. Soltei um longo suspiro enquanto voltava para a área de nos limparmos após a cirurgia.
— Eu realmente não esperava por isso — Dra Robbins admitiu, também cansada e eu sorri enquanto abria a torneira.
— Não era você quem dizia que é impossível prever uma hemorragia? — lembrei um pouco divertida, lavando meus braços.
— Até que você prestava atenção em mim — se gabou e eu não evitei a risada — Mas então, o que queria falar comigo?
— Era sobre minha folga, eu realmente preciso ficar em casa — expliquei mais séria — Eu já estarei em problemas hoje quando Dimitre chorar para Lauren e dizer que eu o deixei sozinho — suspirei, já me preparando psicologicamente para a feição que minha esposa faria.
— Você se lembra porque escolheu pediatria? — Arizona perguntou aleatoriamente depois de alguns minutos em silêncio, franzi o cenho.
— Sempre foi minha escolha — respondi com bom humor, a vendo rolar os olhos.
— Mas se me recordo você teve uma pequena queda por neuro — ela argumentou.
— E desisti rapidamente ao entender que eu teria que trabalhar próximo a Derek Shepherd — soltei uma risada despreocupada e consegui ver até um pequeno sorriso no rosto da loira.
— Eu estou falando sério — Arizona reclamou, me empurrando levemente enquanto eu secava minhas mãos — O que te fez ficar em Pediatria? Lembra do que me disse quando decidiu essa especialidade definitivamente?
Senti meu rosto corar ao lembrar o que eu disse a ela.
— Porque é magico — murmurei, negando com a cabeça ao ver um largo sorriso no rosto da minha mentora — Foi você quem disse isso no meu primeiro dia no seu serviço! — completei rapidamente em defesa, a vendo rir.
— E eu estou certa. É mágico, Camila. Tudo é possível em pediatria — Dra Robbins disse, um tom um pouco mais sério — Acabamos de tratar uma paciente que acha que somos princesas heroínas disfarçadas e que matamos um monstro que vivia em seu estômago — lembrou e eu soltei uma risada assentindo — E ok, crianças são mais resistentes mas ainda sim sobrevivem menos e todo dia é uma nova luta — continuou, soltando um longo suspiro — O meu ponto é que seu relacionamento está frágil e...
— Você está usando uma metáfora para dizer que meu relacionamento é uma criança? —a interrompi confusa, a vendo rolar os olhos.
— Sim, vocês tem o quê? Seis anos ou...
— Dez — corrigi, quase a vendo arregalar os olhos, mas se manter firme.
— Ainda uma criança — retrucou, o que me fez rolar os olhos — O ponto é que, também pode ser mágico. Tudo é possível Camila. Você é uma excelente cirurgiã, e agora é seu relacionamento que precisa de cuidados — completou, me deixando pensativa por alguns segundos.
Ela estava certa.
— É bom que pensa assim, porque eu estou tirando férias — avisei, quase rindo de seu olhar incrédulo — Nunca fiz isso e está na hora de fazer, minha esposa e filho precisam de mim — expliquei, observando ela suspirar alto — Só queria te avisar mesmo antes de comunicar a Bailey — completei, me referindo a chefe do departamento cirúrgico do hospital.
— Tudo bem, você até que merece um descanso — Arizona disse e eu sorri largo — Passe seus casos para...
— A residente chefe? Já fiz isso — afirmei despreocupada.
— Como eu poderia imaginar que você já não havia pensado em tudo? — minha chefe soou divertida e eu soltei uma risada, dando ombros — Então some daqui, Cabello, só quero te ver daqui um mês — me empurrou e eu ri mais ainda, começando a me afastar.
— Vou esconder meu pager então nem me chame! — avisei divertida, correndo dali antes que ela pudesse dizer alguma coisa.
Saí da sala, retirando a touca dos meus cabelos e caminhando até a sala da chefe de cirurgia para avisá-la das minhas férias e poder voltar a sala dos atendentes para me trocar e ir para casa com meu filho antes que Lauren chegasse em casa e as coisas ficassem ainda piores. Eu não podia estragar tudo novamente, porque se eu fizesse isso acabaria aceitando um divórcio só por saber que não era mais o melhor para minha esposa.
— Toc Toc — bati na porta de madeira vendo Dra Bailey erguer o olhar para mim e sorrir gentilmente.
— Dra Cabello-Jauregui — disse meu nome em um tom calmo, apontando para a cadeira a frente a mesa para que eu me sentasse — O que foi?
— Só preciso te comunicar de algo — respondi, recusando a oferta de me sentar, não queria me prolongar ali — Estou tirando férias — avisei, quase rindo pelo seu olhar surpreso — Já comuniquei a Dra Robbins e transferi meus casos para a Dra Wilson. Só faltava comunicar a senhora — expliquei, mexendo um pouco nervosamente minhas mãos.
— Ok, tudo bem, quantos dias pretende passar fora? — Dra Bailey perguntou, já digitando em seu notebook, cocei minha nuca por essa pergunta.
— Por volta de um mês — respondi, mordendo meu lábio inferior quando a vi erguer o olhar rapidamente em minha direção.
Cirurgiões nunca passavam tanto tempo longe assim. Quer dizer, eu nunca passei tanto tempo assim.
— Está tudo bem, Camila? — minha chefe perguntou em um tom mais carinhoso, me relembrando que me conhecia por toda minha vida.
— É o que estou trabalhando, para que tudo fique bem — respondi sincera a vendo soltar um longo suspiro.
— Ok, faça o que tem que fazer e me avise quando estiver pronta para voltar, irei acertar os detalhes — prometeu, me fazendo sorrir aliviada por aquilo.
— Obrigada chefe Bailey — agradeci sincera antes de sair da sala, mas antes que eu pudesse passar pela porta encarei a mesa próximo a saída.
Meus olhos capturaram rapidamente os termos de responsabilidade e diversos documentos burocráticos para uma cirurgia que parecia ser de alto risco além de inovadora. E é claro, expansivamente cara. Só que o que me chamou a atenção foi a assinatura no fim da página. A letra, ainda torta e desleixada, do meu antigo melhor amigo.
— Tudo bem aí, Cabello? — a voz da Dra Bailey soou em meus ouvidos e me vi pegando os papéis em minhas mãos.
— Cirurgia cara essa ein — comentei quase em bom humor, balançando o papel e vendo minha chefe bufar, negando com a cabeça e se levantando.
— Você ainda não está no conselho desse hospital, e ainda não é a dona disso tudo, suas mães ainda estão por ai, então não se preocupe com essas coisas — Chefe Bailey repreendeu, puxando a folha da minha mão — Dr Shepherd e Dra Torres estão fazendo uma cirurgia experimental que poderá mudar vidas, estão até mesmo praticando nesse momento — comentou orgulhosa, ergui a sobrancelha.
Eu consegui ler qual seria o procedimento e era tão novo e recente que nem havia um nome para o que iriam fazer. Queriam praticamente reconstruir o nervo atingindo pela bala há anos atrás e as estruturas afetadas por causa do choque quando o paciente foi ressuscitado. Porém, um erro e ao invés de estar paraplégico, Austin poderia perder toda a mobilidade do pescoço para baixo.
(n/a: Gente, apesar da autora que vos fala ser ótima em biologia (mesmo odiando) e ajudar minha irmã mais velha a estudar neurociência para algumas provas, eu ainda não sei muito bem como funciona lesões que causam paralisia e eu estou com preguiça de ir pesquisar então aceitem por favor essa explicação e lembrem-se que todas as coisas que saírem sobre medicina nesse capítulo podem ter partes do meu cérebro viciado em Grey's Anatomy)
— É claro, é melhor eu ir para casa — sorri forçadamente antes de lhe dar as costas e finalmente sair da sala.
Mas ao invés de voltar para onde meu filho estava, caminhei com pressa pelos corredores do hospital até os laboratórios sem demorar para encontrar quem eu queria.
— Você irá fazer outra cirurgia em Austin Mahone!? — questionei irritada assim que entrei no laboratório sem aviso prévio, encontrando o Dr Shepherd e a Dra Torres estudando alguns exames e testando suas técnicas em uma mesa digital.
— O quê isso te diz respeito? — Derek soou rude, o que me fez erguer minha sobrancelha.
— Você irá realizar um procedimento totalmente desnecessário que só poderá piorar a situação de Austin e reduzir a mobilidade dele — argumentei, pouco me importando com o olhar irritado que ambos os médicos me lançavam.
— Dra Cabello-Jauregui, posso lhe garantir que o paciente sabe todos os riscos e...
— Perdoe-me por te interromper Dra Torres, sei muito bem que só deseja o melhor para o seu paciente — a cortei, erguendo minha mão — E eu sei que devem ter feito Austin assinar vários termos de responsabilidade porém essa cirurgia não é para ele, é somente para aumentar o ego do neurocirurgião que precisa estar em capas de revista — acusei, apontando para o Dr Shepherd.
— Aumentar meu ego? Tudo que eu quero é ajudar um homem a recuperar sua vida, e consertar o erro de uma interna estúpida. Teu erro Dra Iglesias! — Derek exclamou com seus olhos furiosos contra os meus.
— Você não tem esse direito! — gritei irritada encarando o médico do outro lado da sala — Você não pode jogar essa culpa para cima de mim! Não mais! — completei, o vendo me encarar incrédulo.
— Você quer falar sobre isso mesmo? Você empurrou seu cirurgião atendente de uma cirurgia e deixou o paciente paraplégico — Dr Shepherd disse em um calmo porém tão irritado quanto eu.
— Eu sei disso — respondi seriamente, me aproximando ainda mais do neurocirurgião — E eu sei que foi um erro. Eu era uma interna e não deveria fazer nada naquela cirurgia — admiti, aceitando a culpa que já estava em meus ombros há anos — Mas pare de se enganar, porque nós dois sabemos que eu salvei a vida do meu melhor amigo aquela noite — falei em um tom mais baixo.
— Você acredita que deixar um rapaz de 27 anos em uma cadeira de rodas é salvar a vida dele? — Derek questionou arrogante como sempre e eu neguei com a cabeça.
— Eu não sou mais uma interna nesse hospital, Dr Shepherd — comecei devagar, cruzando meus braços — Eu estudei, eu me formei e eu sou uma cirurgiã pediátrica, mas isso não significa que eu não entenda o suficiente de neuro — ergui minha sobrancelha para ele que continuou me olhando com sua postura convencida — E nós dois sabemos muito bem que se eu não tivesse tomado uma atitude, Austin Mahone teria morrido naquela maca por causa da tua arrogância e complexo de Deus — sussurrei o mais rude que consegui, o vendo passar a mão pelo cabelo, denunciando o fato que minhas palavras o atingiram — Você pode negar o quanto quiser, mas você sabe que estou certa — completei, o dando as costas e encarando a Dra Torres que ainda estava ali — Me desculpe por ter que presenciar isso Dra Torres, com licença — pedi, saindo o mais rápido possível daquela sala sufocante.
E respirei fundo assim que consegui entrar sozinha no elevador, apertando o botão de emergência, o fazendo parar subitamente e me permitindo sentar no chão gelado e deixar minhas lágrimas escorrerem. Meu corpo começando a tremer após me dar conta do que fiz.
Eu nunca diria aquelas coisas para o chefe da neurologia na frente da chefe da ortopedia. Mas eu estava irritada e tão cansada. Eu estava exausta de ter aquela culpa em meus ombros, de ter todos me julgando há anos. E de ninguém admitir a verdade. Porque eu era uma interna, ninguém daria crédito a uma interna contra o doutor perfeito da neurologia, capa de revista. Só que o doutor perfeito estava errado. Ele iria causar a morte do meu amigo, eu estava lá, eu vi. Eu só tentei salvar a vida de Austin, e eu fiz isso.
E ainda sofro as consequências por isso.
Eu acabei com minha amizade com ele, Normani nem se atreve a olhar em meu rosto. Minhas mães se decepcionaram milhares de vezes comigo. E eu deixei tanto isso me afetar que ferrei meu relacionamento com Lauren. Nada fazia mais sentido do que consertar tudo isso para enfim consertar meu casamento da melhor forma possível.
Balancei a cabeça me levantando e apertando novamente o botão do elevador, o fazendo andar novamente. Sequei minhas lágrimas rapidamente, respirando fundo mais uma vez e tentando controlar minhas emoções enquanto saía da caixa de metal e andava até a sala dos atendentes, acabando por soltar uma risada leve ao ver meu filho brincando com Lexie e Ariana.
— Mama! — Dimitre me avistou, correndo até mim e mesmo ainda estando com o uniforme cirúrgico eu o peguei no colo, o girando no ar.
— Demorei? — perguntei preocupada, o colocando na mesa novamente.
— Um pouco, mas tia Lexie e Ari brincaram comigo — ele deu ombros com um sorriso no rosto, quase como se estivesse esquecido do choro de mais cedo.
— Obrigada por isso meninas — agradeci sincera, abrindo o armário dali e puxando minhas roupas casuais.
— Não foi nada Mila, adoramos ele — Ariana respondeu calmamente, se levantando enquanto eu me trocava rapidamente.
— E o ensinamos a usar um estetoscópio — Lexie contou e eu encarei meu filho que concordava animadamente.
— Já sei o que o dar de aniversário então — brinquei divertida, as fazendo rir — Obrigada novamente, é melhor nós irmos para casa — avisei, colocando meu filho no chão e segurando sua mão para sairmos dali.
Caminhei até o estacionamento ouvindo meu filho me dizer como havia se divertido com Lexie e Ariana. Nem parecia que ele chorou quando tentei sair da sala para a cirurgia. O coloquei na cadeirinha e lhe dei a sua chupeta, sabendo que ele ficaria calmo durante o percurso até em casa. Tão calmo que precisei o levar no colo depois que estacionei na garagem da minha casa.
— Hey, onde estavam? — ouvi a voz da minha esposa assim que cruzei a sala com meu filho deitado em meu peito.
— Oi para você também, amor — respondi um pouco divertida enquanto me aproximava.
— Me perdoe, olá Camz — me cumprimentou e eu sorri pela sua iniciativa de unir nossos lábios em um breve selinho quando me inclinei em sua direção — Agora me diz, onde foram?
— Deixa eu só colocar o Dimmy na cama que te conto — garanti, a vendo assentir brevemente.
Subi até o quarto do meu filho, o colocando em sua cama e sorrindo por como ele já estava quase fechando os olhinhos para mais uma soneca no dia. Coloquei um som baixo no quarto, que o acalmava, e saí dali, voltando para a sala.
— Antes que ele acorde e te diga — comecei devagar, descendo as escadas e vendo minha esposa relaxada no sofá com o notebook no colo — Eu fui no hospital, participei de uma cirurgia e deixei Dimitre com Lexie durante as quase duas horas de cirurgia — contei logo de uma vez, me sentindo mal pelo longo suspiro que saiu dos lábios dela.
— Camila — meu nome saiu devagar da boca dela enquanto ela deixava o notebook de lado e erguia o olhar para mim — O que disse ontem eram apenas mentiras para que parássemos de brigar? — Lauren questionou chateada e eu rapidamente neguei com a cabeça, me sentando ao seu lado.
— Zeus Lauren, não — garanti, vendo seu olhar desconfiado — Eu precisava conversar com a Dra Robbins, mas ela estava sem tempo e estava indo para uma cirurgia rápida, eu apenas aproveitei a chance — tentei explicar — Era minha única chance — completei rapidamente.
— O que era tão importante que não poderia esperar semana que vem ou fazer uma ligação? — perguntou ainda desconfiada, mordi meu lábio inferior.
— Avisá-la que eu iria pedir para Dra Bailey que me concedesse minhas férias — respondi, me sentindo ainda pior pelo olhar surpreso da minha esposa.
Era tão inacreditável assim que eu quisesse uma folga do hospital para aproveitar com minha família?
— Férias? Sério? — Lauren perguntou com o tom ainda surpreso.
— Eu te falei sobre isso ontem, Lo — lembrei, sorrindo desconfortável por seu rosto.
— Eu sei, mas não achei que realmente fosse levar isso adiante — confessou sincera, prestando mais atenção em mim — Isso é sério? — questionou mais uma vez, como se não pudesse acreditar no que eu dizia.
— Sim — concordei, me sentindo envergonhada — Digo, você está terminando seu livro, achei que pudesse ajudar por passar esse mês em casa. Sair mais com Dimitre, sair com você — expliquei, dando ombros — Eu disse que quero te fazer confiar em mim e eu irei fazer isso — afirmei decidida, me sentindo melhor ao ver um pequeno sorriso nascer em seu rosto.
— Então, férias? — Lauren perguntou mais uma vez e eu acabei rindo, acenando com a cabeça em concordância — O que vai fazer com tanto tempo livre? Você não tem isso desde a faculdade — minha esposa lembrou.
Sorri pela forma como ela ajeitou seu corpo no sofá, jogando as pernas sob minhas coxas, ficando mais confortável. Havia meses que ela não fazia isso, digo, nós fizemos sexo algumas vezes nesses meses. Mesmo irritadas nós ainda sentíamos atração uma pela outra. Só que esse tipo de intimidade, ter minha esposa apenas com um moletom enorme da Columbia em seu corpo, calcinha e meias, jogada no sofá e apenas conversando comigo.
— Dormir é uma boa resposta? — soei divertida, a ouvindo rir baixo — Provavelmente Dimmy irá me impedir dessa proeza — completei rapidamente.
— Algo mais que queira fazer? — minha esposa perguntou e eu logo suspirei por saber ao que ela se referia.
— Tive uma discussão com Dr Shepherd hoje — confessei, vendo Lauren me encarar incrédula — Ele não está certo, nunca esteve — reclamei, negando com a cabeça.
— Você fez o que tinha de ser feito — Lauren garantiu, voltando a se sentar corretamente para tocar em meu rosto.
— E estraguei algumas coisas no caminho — lembrei, fechando os olhos por um instante ao sentir seus dedos em minha pele — Acho que usarei essas férias para tentar consertar — sugeri, encontrando os olhos verdes pelos quais me apaixonei quando abri meus olhos — Acha que consigo?
— Não sei, Camila, sinceramente eu não sei — Lauren sussurrou, sabendo como aquilo me afetava.
— Eu vou tentar — prometi, lembrando de todas as vezes que Lauren me pediu para fazer algo em relação aquilo — Como também estou tentando aqui — completei, buscando sua mão.
— Vi que deixou o almoço pronto antes de sair — Lauren disse sugestiva e eu ri baixinho — Estava tentando me agradar?
— Consegui? — perguntei divertida, gostando de ver sua risada ali na minha frente.
— Ajudaria mais se subisse e ajudasse Dimitre a tomar banho — Lauren pediu e eu sorri divertida, assentindo com a cabeça e me afastando dela.
— Já vi que serei escravizada durante as férias — resmunguei, mesmo que o meu tom de voz apenas mostrasse minha diversão.
— Pode haver recompensas — Lauren ergueu a sobrancelha, se aproximando devagar para me beijar.
Soltei um suspiro entre seus lábios antes de aprofundar aquele beijo, sentindo ainda a saudade daquele contato íntimo com mais do que desejo. Tinha todos os nossos sonhos. Toda a nossa intimidade.
E eu mal conseguia esperar para consertar tudo em minha vida. E eu tinha que começar com meu antigo melhor amigo.
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e então?
camila brigando com o derek
esperei minha vida toda por isso
até o próximo
GENTE, pra quem gosta de poemas, tenho um insta dedicado a isso com poemas autorais desse coraçaozinho que vos fala: @opanda_wolf