Hurricane

By raiperosini

24.6K 1.6K 2.5K

Huracán, o deus das tempestades segundo a mitologia maia. Furacões, no entanto, são as tempestades mais forte... More

Preface
Prologue
Ett • Casino Night
Två • Dirty laundry
Tre • eLIAR
Fyra • Beauty and the Beast
Fem • Hotter than hell
Sex • Tacos
Sju • Until dawn (part I)
Sju • Until dawn (part II)
Atta • Here to create
Nio • Losing Sleep
Tio • Dark was the night, cold was the ground
Elva • My side of your story
Tolv • Indigo blue
Fjorton • Spanish guitar
Femton • Tre Kronor
Sexton • Paris
Sjutton • Hurricane Love

Tretton • Passionfruit

577 55 56
By raiperosini


The Kooks tocava em uma altura não muito saudável pelos fones de ouvido de Joan, quando Dominic a cutucou e ela pareceu voltar a realidade.

– Parabéns, você vai perder pro Rafael Nadal. – Ela sorriu em provocação, tirando um dos fones e ele pegou um.

– É sempre um prazer, você sabe... – disse com aquele inglês britânico com um leve sotaque, aliás, Dominic Thiem era um tenista austríaco em plena ascensão. – Oh you're so naive yet so – cantarolou e Joan apertou a sua bochecha.

So adorable – imitou o sotaque dele e Dominic balançou a cabeça.

– Você vai levantar essa bunda pra me abraçar ou não?

Brant fez melhor e pulou em cima do amigo, espalhando beijos pela bochecha dele enquanto ele ria.

– Morri de saudades de você também. – Ele apertou ela entre os braços e Joan soltou um grito. – Para de ser escandalosa, garota, ainda estamos no aeroporto de Madrid.

– E você me ama escandalosa ou não. – Deu a língua para ele, que logo revirou os olhos.

Quando estavam juntos pareciam duas crianças, mas dentro de quadra... Ah, dentro de quadra eles eram dois dos jogadores mais vorazes da nova geração.

Joan passou os últimos dias na academia e treinando com todo o seu corpo e alma, estava ali para ganhar e depois focar em Roland Garros, mesmo que Thiem ainda tivesse Roma nesse meio tempo.

– Se eu perder mesmo pro Rafa, Jo, eu vou jogar uma praga tão forte em você – disse. – Aliás, acho que Halep ganha de novo.

Joan ficou boquiaberta e Dominic riu.

– Que audácia, mocinho! Eu só falei do Rafael porque ele é tipo o deus da Espanha.

– E Simona ganhou ano passado...

– Não é lei ela ganhar dois anos seguidos, hello. – Estalou os dedos na cara dele.

– Já se acostuma com o vice, darling. – Os dois ficaram se provocando até pegarem o Uber em direção ao hotel.

Como os dois estavam famintos, decidiram almoçar em um restaurante próximo dali. Madrid era uma cidade encantadora e a Europa sempre fora o playground favorito deles, mesmo que o tempo passasse e eles só se encontrassem em meio a torneios. Os passeios sempre valiam a pena e eles fariam Madrid valer a pena, como sempre.

Depois de bem alimentados, Joan encostou na cadeira e se permitiu apreciar o clima agradável da Espanha.

– Como tá sua lista? – perguntou, puxando assunto depois que Dominic terminou de contar a aventura que foi Munique no início do mês, enquanto a americana fazia uma pequena pausa no Texas.

– A última foi... Se eu falar Itália, você vai me bater? – Franziu a testa e Joan riu.

– Que fetiche é esse por italianas? – Thiem rolou os olhos, espreguiçando e colocando os óculos escuros.

– Talvez seja o mesmo que você tem por loiros altos de olhos claros... – jogou no ar e dessa vez foi a vez dela de revirar os olhos. – Faz quanto tempo?

– Quase três meses de namoro, já no total eu tô com preguiça de fazer conta agora. – Sorriu.

– Wow, mas vi que você sumiu do grupo uns dias atrás, tem algo a ver com a campanha da Adidas com o Klaus ou algo do tipo? – perguntou como quem não queria nada e ela jogou a cabeça para o lado.

– Foi uma longa discussão porque eu não contei pra ele sobre meu ex e ele descobriu através de umas fotos que eu tava igual agora, conversando com ele dessa forma bem "amigos de longa data" – explicou e Thiem balançou a cabeça, olhando ao redor. – O que você tá fazendo?

– Vendo se tem alguém com uma câmera ou celular apontado pra cá, não quero apanhar do seu namorado que podia facilmente ser lutador de UFC – brincou e Joan riu alto.

– Fica tranquilo que eu falo bastante de você pra ele.

– É mesmo? Fala o que? Fica me difamando?

– Contei que uma vez a gente fez um acordo, que caso terminarmos sozinhos aos 30, vamos nos casar. Ia ser um ótimo relacionamento porque a gente já se apoia... – ela disse.

– Eu não acredito que você fez isso, ele não quer me matar, né?!

– Meu Deus, relaxa, Domi. Elias é um amor de pessoa, você vai ver quando conhecê-lo.

– Roland Garros?

– Com certeza.

– Esperei tanto por esse momento, vou adorar ter aquela conversa de irmão mais velho já que o Johnny foi imprestável porque ele é fã do cara. – Joan gargalhou com aquela constatação e Dominic riu junto. – Eu tô falando sério.

– Eu sei que tá, só deixa eu pegar meu celular antes porque quero ter esse momento gravado.

– Você não presta o almoço que você acabou de comer, Joan Aylen!

Ela deu de ombros, terminando de tomar o suco e Dominic mudou a feição.

– Mas sério agora, vocês estão bem?

– A gente ainda não se viu desde o famigerado dia que ele explodiu e eu peguei o primeiro avião de volta pra casa, acho que somos o tipo de casal que raramente briga feio, mas quando briga solta umas verdades que é pra machucar. Mas as coisas estão voltando para os trilhos novamente, depois daqui eu vou encontrar ele...

– É, sexo de reconciliação costuma ser o melhor – interrompeu e ela apontou para ele.

– Depois eu sou a viciada em sexo – falou e Dominic riu.

– É engraçado... – começou. – Depois de tantos anos a gente ainda fala sobre tudo abertamente em qualquer lugar – constatou.

– Melhor tipo de amizade, sim ou com certeza? – Ela riu.

– Mas você ainda é a viciada em sexo de nós dois.

– Cala a boca.

...

Caída no vestiário estava Joan Brant, depois de ter conversado bastante com Gayle Millward, sua treinadora, e escutado um belo de um sermão vindo de seu agente, Scott Adams, mas um sermão cômico e encorajador. Sua equipe não podia ser melhor e, quando o Roland Garros viesse, ficaria ainda maior com a presença de sua família, além de sua treinadora, agente, preparador físico, etc.

E ali estavam duas coisas sobre a tenista: por mais que existisse mais foco no esporte – e por isso o mesmo era até chamado de chato –, ela ainda andava por aqueles corredores sorrindo e brincando; Joan gostava de se jogar em qualquer lugar mesmo, dane-se quem gostava do conforto do sofá e os mimimi dentro do grande vestiário.

– É, você acabou perdendo pra Simona... – Dominic apareceu, constatando o óbvio e deu a mão para que Joan levantasse do chão.

É um prazer, você sabe – ela repetiu aquele mesmo bordão. Aprendizado. Fez uma careta quando se levantou, tentou limpar inutilmente a saia suja e sorriu. – Ainda quero ser ela quando crescer, por enquanto sou pequenininha.

– A quem você quer enganar? – Domi deu uma risada gostosa, antes de olhar nos olhos da amiga. – Joan, você é gigante.

Ela arqueou uma sobrancelha sem reação, colocando a mão no coração em seguida diante de tamanha sinceridade vindo de um dos tenistas que ela mais admirava no mundo.

– Eu tô sem palavras – disse, com a mão no coração –, mas isso não anula o fato de que perdi na final.

– Acontece! – Sorriu. – E eu ainda vou jogar contra Rafael Nadal, espero que você esteja torcendo pra mim.

– Claro, eu falei aquilo só pra te provocar mesmo. – Riu. – Vou estar torcendo por você na arquibancada, mas depois vou pedir o meu 5º autógrafo a Rafael Nadal.

Se referiu ao 5º prêmio que ele poderia conquistar no Open de Madrid e podia jurar pela expressão do amigo, que ele queria matá-la bem ali e agora.

Scheiße, eu te elogio e é assim que você me trata – xingou no bom e velho alemão, sua língua nativa, e Joan sorriu ainda mais, quando ele deu as costas na intenção de se retirar. – Fahr zur Hölle!

Ela arregalou os olhos com a quantidade de xingamentos, abraçando-o por trás e pedindo desculpas.

– Entre com essa fúria em quadra amanhã, Dominator... – sussurrou. – E ganhe.

...

Não consigo dormir.

A mensagem de Joan brilhou no celular de Elias e ele sorriu como se ela pudesse o ver. Gabriel, seu colega de quarto, por outro lado, parecia estar no décimo terceiro sono, era só ligar a televisão que ele desmaiava. Mas algo ainda o deixava acordado, talvez os pensamentos incessantes e vontades descontroladas que batia sempre no horário noturno, quando ele estava com a cabeça deitada no travesseiro esperando que o cansaço batesse.

Era como se tivesse um objetivo, estava se divertindo com ele, tudo na mais quase perfeita ordem, mas sentia falta demais de um pequeno pedaço de si para ignorar totalmente aquela sensação. Sentia saudade de Joan, era simples assim.

Desde que se acertarem, pelo celular diga-se de passagem, Joan treinou igual uma condenada, assim como ele, então o campeonato mundial de hockey no gelo da IIHF começou no dia 5 de maio e, para começar bem, o primeiro jogo foi o da Suécia contra a Rússia, o que chamavam de Klassic, na Lanxess Arena em Colônia, Alemanha. E. Lindholm tinha feito um gol, mas a Suécia tinha perdido, o que não foi assim tão ruim por ainda ser classificatórias. Então no dia 6, no jogo contra a Alemanha, uma jogada suja, chamada de Slashing, derrubou o jogador que só saiu do gelo carregado e só de vingança, Suécia meteu 7 na rede da Alemanha.

Claro que aquela noite foi uma completa loucura, fazia tempo que Elias não sentia tanta dor e fazia tempo que Joan não ficava tão desesperada. Mas o jogador logo foi tratado com bolsas de gelo e na manhã seguinte já estava se sentindo bem melhor, tendo a companhia de Gabriel e Victor Hedman no café da manhã, sendo, de uma forma que nem ele entendia, o entusiasmo da equipe. Lindholm era só sorrisos na fisioterapia, ele estava bem, estava levantando o humor do time e já tinha colocado na cabeça que iria jogar contra os Estados Unidos no dia seguinte, acalmando também a namorada – que já estava se preparando para o torneio de Madrid – e tentando convencer principalmente os preparadores físicos e o técnico de que ele tinha condições de estar no gelo para treinar. O que acabou conseguindo, Elias de alguma forma sempre conseguia.

E quando o dia 8 chegou, tanto ele quanto Joan estavam trabalhando, fazendo gols e marcando pontos. Mesmo que a Suécia, mais uma vez, tivesse perdido. Não que Joan secretamente tenha comemorado pela vitória do seu país, Suécia ainda tinha grandes chances de passar.

Os dias passaram, e Elias estava animado com a possibilidade de serem classificados depois da grande vitória contra Letônia e Itália. Mas Joan tinha falhado aquele dia em especial, 13 de maio, e ele tinha certeza que durante o dia ela continuou sorrindo, brincando, mostrando que era uma pessoa que levaria aquilo como ganho de experiência, mas depois do jantar – de ambos – ela desabafou naquela pequena chamada de vídeo na privacidade de seus quartos. Joan Brant ainda tinha suas fraquezas e medos, ficar em segundo lugar em um torneio como Madrid, tudo bem, porém, a sua cabeça virava uma bagunça quando ela pensava no próximo Grand Slam, o Roland Garros. Aquele sonho de conquistar os 4 durante o ano. E ele a escutou, a escutou porque no fundo também tinha o sonho de ganhar uma Stanley Cup, no entanto, estava ali, tentando ganhar um mundial em nome do seu país. Cada um em seu próprio tempo.

Eles se entendiam, se entendiam ao ponto de Elias sentir na pele cada receio que ela compartilhava, mas não deixou que ela ficasse se auto sabotando, não podiam prever o futuro, por mais que às vezes quisessem, então só restava a Joan treinar e dar o seu melhor no Roland Garros. Porque para ele, ela era a melhor tenista que pisaria na quadra de saibro da porra do Roland Garros.

Portanto, ali estava ela, ainda sem conseguir dormir e ele ainda refletindo, porque depois de toda aquela conversa, tinha certeza, Brant tinha um poder sobre ele que funcionava quase como um vício. A abstinência pela distância tinha dia que não era nem um pouco fácil de lidar, queria ter conversado com ela pessoalmente, a abraçando e sussurrando em seu ouvido que estava tudo bem perder. Ela podia perder hoje e vencer amanhã... Quem saberia?

Eu também não consigo. Respondeu, aguardando a mensagem dela que chegara quase que no mesmo minuto.

Sinto sua falta.

Um emoji chorando e ele logo digitou as próximas palavras, mandando em seguida.

Também sinto.

Em toda a essência da palavra sentir. Ela digitou, digitou, digitou, e Elias desligou a televisão, assim como esperava desligar também seus pensamentos, mas tudo que Joan respondeu foi algo sobre uma música, sobre estar apaixonada a milhas de distância e que ele era o seu passionfruit. Em outras palavras, ela disse, fuck that shit (riu, pedindo perdão pelo momento de sensibilidade), você é minha calma, uma pessoa que me faz bem e me traz paz.

E ele se xingou na própria língua, por não saber usar as palavras como deveria para responder algo como aquilo, até chegou a pensar em algum trocadilho engraçadinho, mas por fim acabou ligando para Joan, só para ouvir a voz dela.

– Oi – ela disse baixinho.

– Com sono? – perguntou.

– Talvez.

– Então sou realmente a calma? – brincou.

– Ok, já me arrependi pelo momento sentimental da noite. – Riu.

– Eu te amo, e foi pra isso que liguei, pra três coisas na verdade: ouvir sua voz, dizer que te amo e te desejar boa noite.

– Então somos dois sentimentais? – Ele sabia que ela estava sorrindo.

– Você sabe que nunca tá nessa sozinha.

– Eu te amo – respondeu.

E um silêncio confortável veio, Elias não queria dar boa noite ainda e Joan não parecia querer finalizar a ligação.

– Mais dois dias... – ela disse.

– Mal posso esperar pra te ter nos braços.

– Não vamos falar sobre isso, não tô afim de tomar um banho gelado a essa hora. – Os dois seguraram uma risada, mas foi inevitável para ele.

– Puta merda, Joan, você sabe que entramos na porra de um celibato, mas nada te impede de fazer outras coisas... – sugeriu e ela fez um longo "hum".

– Interessante, mas realmente não vamos falar sobre isso, você precisa dormir e eu também.

– Você tá certa.

– Acho que até posso dormir na paz do senhor Jesus Cristo agora.

– Boa noite...

Godnatt e feliz dia! – ela disse e antes que esperasse qualquer resposta, desligou.

Então ele olhou bem para a data, rindo e mandando uma mensagem com algumas boas palavras, deixando, por fim, o celular de lado. Só isso, mais nada.


(14.05.2k18)
A CARINHA DE QUEM CHEGOU QUASE UM MÊS DEPOIS AHAHAHHA, perdoa a demora e não desistam de mim!!!!!! Estamos eu e Elias aqui em Milão tomando suquinho de maracujá e agradecendo aos deuses que agora vocês conhecem esse hino de amizade que a Joan tem com o Dominic <3 ESSE ANJO!
Eu estava aqui xingando horrores o Drake por não ter deixado um vídeo de passionfruit no youtube, mas a gente agradece também a existência de Paramore. Espero que vocês tenham gostado e logo na próxima semana já tem outra atualização por aqui, então não deixem de comentar!!!!!!! Eu vivo pelos comentários AHAHAHA, ou quase isso! Um beijão e até a próxima <3

Continue Reading

You'll Also Like

75.4K 4.9K 23
"𝐮𝐦 𝐝𝐚𝐫𝐤 𝐫𝐨𝐦𝐚𝐧𝐜𝐞 𝐝𝐞 𝐦𝐚𝐭𝐚𝐫" Emma Clark é uma estudante prudente de enfermagem, focada e exemplar com uma paixão não correspondente...
99.9K 5.9K 47
'𝘝𝘰𝘤𝘦̂ 𝘦́ 𝘢 𝘱𝘰𝘳𝘳𝘢 𝘥𝘢 𝘮𝘪𝘯𝘩𝘢 𝘱𝘦𝘳𝘥𝘪𝘤̧𝘢̃𝘰 𝘔𝘢𝘳𝘪𝘢𝘯𝘢.'
103K 5.6K 56
• Onde Luíza Wiser acaba se envolvendo com os jogadores do seu time do coração. • Onde Richard Ríos se apaixona pela menina que acabou esbarrando e...
963K 50.3K 143
Nós dois não tem medo de nada Pique boladão, que se foda o mundão, hoje é eu e você Nóis foi do hotel baratinho pra 100K no mês Nóis já foi amante lo...