Minhas mãos não param de soar, meu peito acelera mais uma vez. Muitas emoções para um dia só. Se passaram tanto tempo, tantos anos, me sinto ansiosa a cada batida do meu coração. Nicolay sussurra em meus ouvidos que tudo ficará bem mas não presto muita atenção meus pensamentos estão longe, enquanto Joseph traz para mim a maior preciosidade que os deuses me deram.
As portas se abrem, posso ouvir. Perco o ar. Devagar giro meus calcanhares para me encontrar com ela, por conta do nervosismo aperto os dedos de Nicolay que estão grudados aos meus.
Levanto meu olhar e Alinna parece ser muito mais bonita de perto, seus olhilhos verde e azul iguais aos do pai estão cheios d'água o que me deixa emocionada. Seus lábios estão entre abertos e ela não parece acreditar no que vê. Lágrimas escorrem de meus olhos. Alinna se parece muito comigo é como se eu me olhasse no espelho, realmente Nicolay e eu fizemos algo especial.
Solto os dedos de Nicolay e sigo em direção a minha pequena boneca, devagar, tenho medo de assustá-la mas rápido o suficiente para não deixar este momento escapar de meus dedos.
Ela me encara, encantada como se eu fosse algo incrivelmente incrível, deposito minhas mãos em seu belo rosto e mal acredito que este momento finalmente chegou, finalmente tenho a oportunidade de conhecer minha filha amada. Só os deuses sabem o quanto pedi por este dia, lembranças de quando a peguei pela primeira vez e ouvi Victória dizer "é uma menina" me vem a cabeça. Olho para ela de todas as formas possíveis, cada detalhe de seu rosto, de seus cabelos todo cacheadinhos, de suas mãos, seu jeito, seus olhos tudo que consigo captar agora.
— Mamãe? — Sussurra com dificuldades.
E é a coisa mais linda que já ouvi em toda minha vida. Sua voz. Sua voz dizendo o que nunca ouvi. Como pode uma mãe nunca ouvir sua filha a chamar de mãe?
— Minha bonequinha...
Alinna se enrola em mim com um abraço apertado chorando feito uma criança que eu não pude acompanhar a crescer e ver se tornar esta grande mulher que é hoje. Lágrimas e mais lágrimas rolam e não quero nunca mais sair deste momento, não quero nunca mais deixá-la novamente, não quero nunca mais me soltar deste abraço.
— Você está tão linda minha boneca. Já é uma mulher feita, forte e corajosa, uma grande rainha que sempre quis que você se tornasse. Tenho tanto orgulho de você meu amor. — Digo em seus braços.
— Foi tudo por você mamãe... Tudo que fiz e me tornei foi por você, sempre por você.
Seguro o rosto de Alinna e a faço me encarar.
— Eu sei minha princesa. — Digo feliz não acreditando que estou tocando em meu bebê. — Eu sempre acreditei em você, você é a revolução e Sky! os cinco reinos celebram graças a você minha filha.
— Não! Você é a revolução eu só terminei o que você começou, você minha mãe é a deusa de nosso povo! Moofifth e Sunfifth celebram graças a você... Nosso amor maior! Eu sabia que era você!
— Nunca mais vou me afastar de vocês novamente. — Abraço Alinna e a aconchego em meu peito.
Não posso deixar de olhar para Nicolay e Joseph, e não consigo deixar de demonstrar minha Felicidade em estar de volta em minha casa. O lugar onde eu me descobri, o lugar em que fiz história, o lugar que conheci pessoas mais do que especiais, meus maiores amores, minha família, meu povo, meus suditos. O lugar que me deu poder, me deu vida, mesmo com intrigas e brigas minhas melhores lembranças estão neste lugar.
— Continue com sua força minha pequena... — Sussurro para Sky. — E não se esqueça...
— Lute como uma mulher! — Minha boneca conclui.
Sorrio.
— Isso lute como uma mulher!
Nicolay e Joseph se juntam em nosso abraço. Me sinto bem e mais viva do que nunca.
— Amo vocês! — Me declaro deixando mais lágrimas caírem.
— Nós amamos mais. — Falam em conjunto.
— Só que eu amo bem mais! — Sorrimos juntos.
E foi a partir deste dia que minha vida mudou completamente e foi neste dia também que ela começou novamente mais uma vez desde o início e o amor é tão grande que parece que eu nunca fui embora, parece que minha morte nunca aconteceu que sempre estive aqui com todos eles e assim permanecerá por anos enquanto eu viver.