Audrey x on 2016
Após as festas de fim de ano e de todas as novas amizades, sensações e memórias, minha vida voltou ao normal.
Ainda é fresca em minha mente as palavras de Taylor sobre Eddye no preparo do café da manhã do primeiro dia do ano. Eu me senti a pessoa mais amada e especial do mundo com tudo aquilo. Ele sempre deixou claro e vem deixando tudo o que eu significo, só que é totalmente diferente quando outra pessoa te diz isso, principalmente ela que é próxima dele.
Os dias lá foram maravilhosos de todas as maneira, especialmente por ter me dado bem com os amigos dele. Eles Foram muito receptivos comigo e muito carinhosos, posso dizer que já que sinto falta. Falta das risadas, brincadeiras e conversas totalmente naturais e descontraídas. Já quero outros dias como aqueles.
_ Ok crianças, por hoje foi isso. Vejo vocês na próxima semana _ apaguei a lousa e os vi arrumando os materiais.
_ Tchau Sra. Rossarti _ disseram alguns que já partiam segundos depois.
_ Tchau _ acenei.
Minutos mais tarde eu já tinha arrumado minhas coisas e andava em direção as salas dos professores para encerrar a semana de trabalho. Algumas das professoras estavam na sala fazendo o mesmo.
_ Enfim chegou o fim de semana _ falou Alex suspirando.
_ Sim _ concordou Luise.
_ Que tal irmos beber hoje? _ Alex falou para ninguém em especial fazendo um grupo que estava chegando ser alarmada.
_ Com certeza. Preciso de um pouco de álcool _ Ruth uma senhora que passava da meia idade mas tinha um ótimo humor e mais louca que todas nós juntas se pronunciou. _ O que acha Audrey?
_ Desculpe meninas vou dever essa _ organizava minha bolsa.
_ Esqueci que permanece extremamente apaixonada não é mesmo _ deu um pequeno riso junto com as outras.
_ É _ sentia minhas bochechas queimarem.
_ Isso mesmo, aproveite querida. Ame muito, beije muito, e... Bem, me entendeu.
_ Ruth! _ exclamou Luise e todas rimos.
_ Obrigada pelo concelho Ruth _ sorri. _ Bom, estou indo. Bebam muito por mim. _ Peguei minha bolsa e acenei enquanto ia até a porta.
_ Pode deixar _ disseram em um uníssono.
Dentro do carro dando partida, o meu celular começou a tocar.
_ Oi _ sorri sozinha.
_ Já saiu?
_ Estou saindo.
_ Te ligo depois então.
_ Pode falar.
_ Ok. O plano de hoje ainda está de pé?
_ Mas é claro.
_ Ok. Liguei só para perguntar.
_ Só isso?
_ É...
_ Só isso mesmo?
_ Sim.
_ Tudo bem. Vou indo se não tem nada mais para me falar.
_ Tudo bem...
_ Vou desligar...
_ Ok.
_ Eu vou mesmo.
_ Pode ir.
_ Af _ escutei sua risada no fundo.
_ Eu te amo sua boba _ o sorriso se prolongou ainda mais cheio de vergonha.
_ Eu também te amo seu babaca.
_ Eu sei. Vai para casa ou vão achar que é uma louca por estar sorrindo sozinha em um estacionamento.
_ Como sabe que estou sorrindo?
_ Eu te conheço Audy _ se convenceu.
_ Tudo bem. Até daqui algumas horas.
_ Até.
Com a ligação terminada, finalmente liguei o carro parando de sorrir para o além e fui para a casa. Ao abrir a porta, vi Ian pulando dos moveis e vindo em minha direção.
_ Oi bolinha _ deixei minhas coisas na mesa de centro e o peguei no colo o acariciando.
Apesar de já estar em casa depois de uma longa semana no trabalho, eu ainda tinha papeladas para organizar e fazer. Se achava que professor só trabalhava na escola achou errado. Fui até a cozinha peguei uma lata de refrigerante e voltei para mais um pouco de trabalho.
Havia tanta coisa para ser feita que só percebi que a hora havia se passado quando uma fina chuva começou a cair e fazer barulho na janela.
_ Já são 18:30 _ olhei para a tela do celular. _ Preciso ir tomar um banho... Mas tem isso aqui ainda...
Meia hora depois agradecendo aos deuses, eu tinha terminado tudo definitivamente. Meus dedos doíam e o meu corpo pedia um ótimo banho quente como uma cura.
Organizei tudo e guardei no armário do pequeno escritório que havia feito com o outro quarto da casa. Nele havia livros, pinturas, objetos de decorações e fotos, tudo englobado com o papel de parede xadrez azul escuro e os moveis de madeira branca. Com a bagunça de decoração, o ambiente era como se uma senhora e uma criança de dez anos dividisse o cômodo. Praticamente os meus dois humores.
No quarto peguei um conjunto de moletom preto e peças intimas e fui para o banho. A água escorrendo sobre as minhas costas doloridas realmente me aliviaram.
Sem mais muito impressionismo tirando o perfume, eu desci de meias, pantufas e o cabelo preso em um coque para esperar por Eddye.
A noite seria a mais simples e clichê possível, comermos pizza e assistirmos a algum filme. Era meio bobo porém reconfortante para ele que estava de férias e para mim com uma semana cheia. Não demorou muito e eu ouvi o barulho da maçaneta se abrindo e Ian correndo para recebe-lo.
_ Oi Ian, obrigado pela recepção, ou é a pizza? _ sorriu ao ver o bichano se acariciando entre suas pernas.
_ Talvez os dois _ fui até ele e o beijei.
_ Oi _ disse sorrindo.
_ Ainda bem que trouxe pois não encontrei o telefone.
_ Facilitei já que está um diluvio lá fora _ deixou a pizza na mesa de centro.
_ Vou pegar o refrigerante _ fui até a geladeira e peguei as bebidas.
_ O que vamos assistir?
_ Shrek? _ sorri.
_ Nunca mais Audrey por favor _ fechou os olhos e eu ri.
_ Estou brincando. Não sei, a escolha é sua.
_ Ok.
_ Esqueci dos pratos, já volto.
Com coberta, pizza e Eddye ao meu lado, seguimos com a noite monótona. Em uma parte do filme eu percebi que ele estava inquieto com alguma coisa.
_ Algum problema?
_ Nada.
_ Olha, é feio mentir _ apontei para o seu nariz e ele riu. _ É sério, o que foi?
_ Nada, eu só pensei em algo muito egoísta.
_ Sobre?
_ As minhas férias. Eu queria... Que você pudesse viajar comigo o ano inteiro _ respirou fundo. Passar cada dia em um país diferente e conhecer tudo _ sorriu por um minuto nostálgico e brilhante, que logo se apagou. _ Isso é besteira. Desculpe.
_ Eddye... Para ser honesta eu pensei em sair da escola _ ele se assustou com minha fala.
_ Por que? Não se adaptou bem?
_ Não, por sua causa mesmo. Está se recuperando ainda, eu queria poder fazer um pouco mais.
_ Audrey eu não quero que desista dos seus sonhos por mim.
_ Seria por nós na verdade. Eddye... _ peguei sua mão. Não vou mentir que estou vivendo um sonho, eu sempre quis ter uma sala só para mim e trabalhar nesse meio que sou apaixonada, só que os sonhos mudam, as coisas mudam. Depois de muito tempo nós finalmente estamos aqui, e não foi só o nosso status de relacionamento que mudou, mas sim o meu mundo inteiro e principalmente meu humor. Eu era tão triste e sem vontade e agora eu topo tudo o que vier. Se você me chamar para pular de uma ponte eu vou _ ele riu. _ Eu consegui a minha felicidade de volta com você e acho que tenho novas oportunidades... Não é você que precisa de mim, eu que preciso de você.
_ Audy... _ sem esperar ele me abraçou forte.
_ Não prometo que sairei agora pois acho que seria estranho e rude, entretanto vou dar um jeito _ ele me olhou. Eu quero fazer isso por você e por mim. Ambos passamos pelo pior e acho que seria incrível o tempo parar por um instante.
_ Obrigado Audy _ se aconchegou um meu ombro e me abraçou. _ Não disse nada pois não queria parecer egoísta. Isso vem me remoendo a algum tempo e agora que me disse isso...
_ Mas é um bebê mesmo _ rimos e eu o apertei em meus braços. _ Acho que alguém tem a melhor namorada do mundo.
_ Com certeza. Eu tenho muita sorte... _ se aproximou e me deu um beijo. Era como sempre, doce e gentil, que com o passar do tempo foi se intensificando até o meu celular tocar. Com a respiração um pouco ofegante eu atendi a ligação.
_ Ricky?
_ Oi Audrey, tudo bem? Não responde minhas mensagens.
_ Desculpe desliguei o wi-fi.
_ Pensei nisso, enfim tem planos para hoje? _ olhei para Eddye e ele insinuou para que eu continuasse.
_ Não por que?
_ Estávamos querendo sair.
_ Com essa tempestade?
_ É...
_ Não acho uma boa ideia.
_ Chama eles para virem para cá _ Eddye cochichou.
_ Tem certeza? _ perguntei e ele fez que sim com a cabeça.
_ Vem para cá. Podemos comer pizza _ ouvi as vozes deles no fundo.
_ Tudo bem. Logo estaremos ai.
_ Tudo bem.
_ Tchau.
_ Entrou no clima de festa?_ perguntei.
_ Faz tempo que não vejo eles. Acho que será legal.
_ Sim. Mas saiu dos meus planos...
_ Que planos Audrey? _ me levantei e comecei a subir as escadas. _ Que planos? _ apenas ri.
_ Vou colocar uma calça jeans.
Não demorou muito e a campainha tocou. O mesmo grupinho de sempre entrou sorridente com garrafas de cerveja e caixas de pizza.
Nos sentamos em volta da mesa de centro, abrimos as embalagens e começamos a colocar os assuntos em dia. Eddye realmente estava mais empolgado do que eu. Não era o primeiro encontro dele com toda a galera depois de nossa volta, mas quando aconteceu, todos o trataram como sempre faziam, com muita risada e conversa. Todos nós passamos por turbulências em nossos romances e nunca nos impusemos um na vida do outro em relação a isso, exceto Ricky com sua ex, a Sarah, ela era realmente um saco.
A noite foi agradável. No final foi realmente boa a ideia de Eddye de ter os chamado para minha casa. Precisava recarregar minhas energias daqueles babacas.
_ Pessoal acho melhor dormirem aqui, continua chovendo.
_ Só garoando. Podemos ir _ falou Harry.
_ Certeza?
_ Sim.
_ Vou só pegar mais uma cerveja _ Lucy se afastou do pessoal e foi pegar a bebida na mesa.
_ Precisamos marcar de sair essa semana _ Jenny implorou.
_ Também acho _ Todd, Debie, Harry, Ricky concordaram com Eddye.
_ Ouvi que abriu um novo pub pelo Hyde Park. Disseram que a batata é incrível.
_ Tinha que ter comida para te impressionar né Audrey _ Lucy fez a piada que levaram todos aos risos.
_ Mas é claro_ ri junto.
_ Tudo bem galera, vamos partindo _ Harry indicou. Eu e Edward nos despedimos de todos e os vimos entrando no carro e virando a rua fria, que piorava com a garoa da madrugada.
Voltando para o calor da casa, olho e vejo as caixas de pizzas jogadas com a pilha de garrafas. Se eu estivesse com disposição já estaria pegando tudo, porém me encontrava destruída, e arrumar a casa era o que menos queria naquele momento.
_ Vamos subir? _ olhei para ele que sorriu.
_ Estou vendo que a canseira te pegou _ pegou a minha mão e me arrastou junto apagando as luzes e subindo até o quarto. Ao ver a cama eu apenas entrei entre os cobertores e me aconcheguei. Consegui ouvir o risinho de Edward com o ocorrido. Logo ele estava do meu lado.
_ É possível alguém estar tão morta assim?
_ É sim _ me puxou para mais perto dele onde eu o abracei. Aliás qual era o seu plano?
_ Passar a noite abraçada com você _ minha voz de sono já era visível.
_ Eu também tinha um plano para hoje.
_ Qual era?
_ Te dizer que vamos para a Austrália na próxima sexta.
_ Cangurus... Que legal _ eu já estava extremamente embriagada de sono que nem prestei atenção na importância da notícia e pude escutar outro risinho antes de simplesmente apagar.
_ Boa noite anjo.