O melhor ano do nosso colegial

By leonmwah

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Nicholas é um garoto gay que acaba de sair da sua antiga cidade para viver uma aventura em São Paulo junto co... More

BOOKTRAILER ❤️
1 • A matrícula
3 • A palestra
4 • O primeiro dia de aula
5 • A garota da palestra
6 • A inscrição para o clube de teatro
7 • A audição
8 • A aula de música
9 • O primeiro dia no teatro
10 • O clube de música
11 • A festa do teatro
12 • Domingo de ressaca
13 • A novidade de Gabriela
14 • O desentendimento no refeitório
15 • O jogo de queimada
16 • O fim de ótimos momentos
17 • O colega de Joana
18 • A Festa Junina
19 • O parque
20 • Uma festa entre amigos
21 • A conversa na estrada
22 • O vizinho
23 • Um papo de saudade
24 • A casa de Thomas
25 • O quarto de Thomas
26 • A conversa com Amélia
27 • O começo de uma última aventura
28 • O fim de uma última aventura
29 • A volta para casa
30 • O segundo primeiro dia de aula
31 • A aluna de intercâmbio
32 • A briga no corredor
33 • A conversa com a diretora
34 • Um recomeço
35 • Um canto no teatro
36 • Inscrição para cheerleader
37 • O reencontro na biblioteca
38 • O teste de Gabriela
39 • O problema de Gabriela
40 • A ideia
41 • A conversa depois do jogo
42 • A segunda festa do teatro
43 • A grande notícia
44 • O encontro
45 • A apresentação
46 • A proposta
47 • A escolha do vestido
48 • O casamento
49 • Noite de Natal
50 • Ano Novo

2 • O Shopping

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By leonmwah

Na semana seguinte, Joana e eu fomos ao Shopping para que eu pudesse comprar algumas calças novas. Nunca fui muito de gostar de gastar dinheiro com roupa, mas ela fazia questão com que eu fosse com calças novas para eu usar no meu primeiro ano do ensino médio.

Com a música no último volume e vidros do nosso carro velho abertos, mamãe não se importava em cantar alto enquanto dirigia pelas ruas a caminho do shopping.

— Mãe, você não tem vergonha de fazer este tipo de coisa na rua? Com tanta gente observando e ouvindo? — gritei para que ela ouvisse.

Ela por um momento abaixou o volume quase que o deixando inaudível.

— O dia em que todo mundo for pagar nossas contas e lavar as nossas roupas, deixarei com que me julguem!

E antes mesmo que Joana pudesse aumentar novamente o volume do rádio, busquei começar um assunto a fim de que ela não precisasse voltar a danificar nossa audição com aquele maldito som.

— E os empregos mãe... conseguiu encontrar algum?

— Eu fui em mais de quatorze entrevistas... estou bastante confiante, as expectativas parecem boas.

— Imagino como você deve estar ansiosa... jornalismo é algo que você sempre amou fazer.

— E sempre vou amar! — Joana disse segurando firme no volante, sem tirar a atenção da estrada, — fazer jornalismo foi algo que sonhei desde minha adolescência, e sem o seu pai em nosso caminho, acredito que poderei finalmente crescer bastante na área. Prometo que quando eu começar a ganhar mais dinheiro nós vamos...

— Estou extremamente contente com a casa em que moramos agora! — interrompi antes que ela falasse sobre trocarmos de casa.

A casa em que estávamos no novo bairro não era muito nova e era um tanto quanto desgastada por falta de reformas. Estávamos morando de aluguel, portanto não era um lar definitivo. Sempre quis morar numa casa com um andar, e neste novo lugar do qual nos mudados finalmente me fez realizar este desejo de infância.

— Eu te amo tanto filho.

Passamos pela cancela da entrada do shopping, demoramos dez minutos para encontrarmos uma vaga para que estacionássemos nosso fusca.

Entramos nos shopping e andamos de loja em loja para achar os preços mais em conta de calças jeans masculinas, e foi então que chegamos na última loja possível do shopping.

— Esta é a nossa última esperança de encontrarmos calças legais e baratas pra você Nick! — Joana disse enquanto encarava do lado de fora o nome da loja pregado em cima de suas largas entradas. — Você pode começar dando uma olhada enquanto vou no banheiro? Estou muito apertada!

— Tudo bem.

Logo depois da minha mãe ter saído correndo de forma engraçada em direção do banheiro mais próximo, adentrei a loja e fui direto à ala masculina. A loja em que entrei costumava ter preços bem em conta na antiga cidade que morávamos, e por isso acabou sendo nossa última esperança.

Avistei de longe uma promoção de três calças por R$99 reais. Não acreditei quando eu vi. Quando cheguei na mesa onde elas estavam expostas, verifiquei a qualidade do tecido e percebi que eram de boa qualidade.

"Por que será que estão tão baratas?", pensei comigo mesmo.

— Elas estão em promoção porque são nossas últimas do tipo na loja! — disse uma voz masculina atrás de mim. — Precisa de ajuda?

Quando virei me deparei com um garoto cujo o rosto era impossível de se esquecer. Não acreditei quando eu vi que a pessoa que estava me atendendo era justamente o menino que me viu cair de bunda semana passada no banheiro da escola.

Quando nos vimos, depois de uns segundos ele deve ter se lembrado de mim, pois ele juntou todas as suas forças pra não rir na minha cara. Ficamos sem graça.

— Caramba,—eu comentei. — Você por um acaso não lembra de...

— Você caindo no banheiro? — ele riu simpaticamente. — Lembro sim!

Eu não sabia onde enfiar minha cara. Eu poderia cavar minha cabeça num buraco no chão, mas eu não era um avestruz e tampouco conseguiria quebrar o piso grosso da loja com minha cabeça. Eu poderia enfiar minha cabeça entre as calças em promoção, porém eram tão poucas que seria impossível cobrir nem metade da minha cabeça. Decidi então encarar a situação da maneira mais madura possível.

— Ah sim claro! — Comecei a rir descontroladamente, — eu caí sim... desastrado, não sou? — eu disse enquanto me apoiava numa prateleira que surgiu magicamente do meu lado. As tábuas dela acabaram quebrando e derrubando algumas roupas que estavam nela no chão. — Droga!

Eu e o garoto nos abaixamos para recolher as roupas que no momento estavam todas desdobradas e bagunçadas.

— Me desculpa! Me desculpa! Droga, droga, droga!

Depois de um tempo, conseguimos arrumar tudo, levantamos e respiramos fundo. Eu já estava suado de tanta vergonha que eu tinha passado.

— Tente não encostar mais em nada, ok? — sugeriu o menino rindo de forma amigável.

Retribui com uma risada de deboche, seguida de uma pergunta.

— E então você trabalha aqui? Numa loja de roupas num shopping?

"Por que minhas perguntas costumam ser tão retóricas? Numa loja de colchões é que ele não trabalha né..."

— O que um programa de jovem aprendiz não faz por a gente não é mesmo? — ele respondeu rindo.

— Nicholas Andrade, — eu disse estendendo minha mão para cumprimenta-lo. Fiquei impressionado de não ter ficado com vergonha de ter me apresentado para aquele menino de lindos olhos verdes e cabelos negros.

— Ethan Marquês.

Quando nos cumprimentamos e apertei sua mão quente e meio suada, senti como se algo estivesse surgindo dali. Era como se uma corrente de energia tivesse começado a nos ligar a partir daquele aperto de mãos. Meus desejos gay adolescentes pareciam estar começando a se manifestar.

— E então Nicholas Andrade, você vai estudar lá na escola Jorge Dallas?

— Vou sim Ethan Marquês! Que belo nome não?

— O meu? — ele perguntou meio surpreso.

— Não, o da escola...

— Ah sim, claro...

Será que ele deve ter pensando que eu daria em cima de um menino qualquer sem ao menos saber se a sua orientação sexual poderia combinar com a minha? É claro que ele estava cer-tís-si-mo, mas não era o caso, eu não havia tomado alguns goles de cerveja para ter tamanha coragem.

— É o meu primeiro ano lá,  — comentei procurando quebrar o gelo.

— O de todos na verdade. Na Jorge Dallas só tem turmas de ensino médio! Todo mundo, assim como eu, vieram de escolas de ensino fundamental diferentes. Eu não o único da minha que foi pra Dallas, mais alguns amigos meus também se matricularam lá, afinal é meio caro.

— Ah eu sou bolsista!

"Caramba! Será que eu poderia ter falado isso? Tipo, não é vergonha nenhuma eu estar numa escola por bolsa, mas vai saber aquele menino era alguém mau e iria me tratar como inferior depois do que disse..."

— Nossa! Você deve ser BEM inteligente!

— Ah eu estudo né... minha mãe tenta fazer tudo por mim, então eu meio que... sei lá, retribuo procurando deixa-la contente com minhas notas.

— Que legal Nick! Quer dizer... posso te chamar assim?

— Tudo bem, — eu desta vez era quem estava rindo simpaticamente.

"Espero que ele não tenha notado minhas bochechas vermelhas..."

— E então filho, já escolheu as calças? — perguntou Joana saindo do nada em meio de algumas roupas penduradas em cabides móveis.

— M-mãe? — gaguejei.

— F-filho? — ela debochou.

— B-bem, eu encontrei essas daqui em promoção!

Era notável Ethan coçando seus cabelos negros como o céu escuro, ele estava envergonhado, desta vez suas bochechas que estavam vermelhas.

— Bonitas e deixe-me ver... — ela disse consultando o preço, — minha nossa, tomara que sirvam em você porque eu vou levar!

Experimentei elas e serviram. No espelho do provador me admirei usando elas e comecei a idealizar um belo ano na escola nova. Agora eu não estava mais com tanto medo, mas eu estava ansioso.

Quando sai do provador, dei de cara com Ethan novamente. Olhei ao redor e percebi que talvez minha mãe estivesse na ala feminina, mesmo sabendo que não poderia comprar nada.

— Olha, você de novo! Parece que vendedores de loja sempre aparecem do nada mesmo... — eu comentei procurando faze-lo rir.

— Quando você passar suas calças no caixa, pode entregar este papel?

Ele me deu um papel onde estava escrito nitidamente:

Vendedor: Ethan Marquês

— Isso é para...

— Minha comissão, — ele riu meio nervoso.

— Ah sim... tudo bem.

Eu e Joana fomos ao caixa, passamos as três calças, apresentamos o papel que Ethan me deu e fomos andando até o carro.

— Uau, quanto tempo não saio de um shopping com sacolas de compra na mão — comentei.

Mamãe retribuiu com um sorriso, depois começou a vasculhar sua bolsa em busca da chave do fusca.

— Aquele vendedor vai ser do primeiro ano também! — eu disse.

— Sério? Conta mais, filho!

Era nítido a falta de interesse de Joana sobre o assunto, mas ela estava me incentivando a um diálogo, então continuei.

— Ele disse que todos do primeiro ano são novos de qualquer jeito na escola e tudo mais... Estou ansioso para ver que tipo de coisa uma escola tão cara como a Dallas pode oferecer de diferente das outras escolas...

— Ah, vai ter uma palestra explicando sobre a escola amanhã... desculpe, esqueci de comentar. Quando você foi beber água no dia da matrícula. A moça explicou bastante coisa, tenho que dizer.

— Uma palestra explicando sobre a escola? Como assim?

Chegamos no carro e entramos. Joana tentou varias vezes dar partida no carro, até que finalmente conseguiu.

— É... sim... Ai cadê a droga do ticket do estacionamento? — ela perguntou enquanto procurava em sua bolsa, obviamente sem esperar respostas minhas, — encontrei! Enfim, todos os alunos novos vão participar. Será no auditório, algo assim.

— Sei onde é!

— Então, parece que a Dallas oferece vários projetos bem interessantes aos alunos. Clubes, algo do tipo, atividades extracurriculares, por aí.

— Como vai funcionar?

— Não me ouviu dizer sobre a palestra explicando sobre a escola, querido? — ela perguntou rindo simpaticamente enquanto passávamos pela cancela.

— Ah, desculpe — eu ri, — agora que estou ansioso.

— E com calças novas, — ela falou em tom musical, — um ansioso de calças novas!

— Eu te amo mãe... Já até sei a combinação de roupa que vou usar amanhã na palestra. Vou poder ver quem serão meus colegas de série!


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