Hall of Fame ✅

By ohlulis

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Sky Howard gostava dos flashes, tapetes vermelhos e de estampar capas de revistas. Em uma cidade que vive pel... More

0. Be our guest
Prólogo
1. Backstage
2. Front Row
3. All of the lights
4. Stay
5.1. New Affair?
6. Safe Inside
7. Stole the Show
8. Shame on Me
9. Sky Full of Stars
10. Hold Me Close
10.1 Things they said about her
11. Fire Breather
12. Won't You Stay?
13. Quelqu'un m'a dit
14. Mess
15. Eyes for You
16. I'll be a storm
17. Masks
18. Memories on the Ground
19. Heal
19.1. Rumors
20. And you say that it's hard
21. You're Somebody Else
22. Forgiveness
23. Sirens
23.1. Picture Perfect
24. Bridges
25. The Last Fall
25.1. Dear Benjamin,
26. Empire
26.1 And I was like 'why you're so obsessed with me?'
27. With The Lights Out
Epílogo: Curtains Down
extra: happily ever after

5. Broken Family Portrait

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By ohlulis

Os portões de ferro abriram-se assim que Benjamin baixou uma parte do vidro escuro do carro que dirigia, oferecendo um pequeno sorriso e um cumprimento aos porteiros que guardavam aquela fortaleza.

Não demorou para conseguir ver o topo de mansão que crescera, fazendo a volta de carro pela fonte e pelo jardim que a cercava, parando o carro na frente das quatro colunas que rodeavam a porta principal. Tudo ainda estava tão impecável como ele se recordava de quando morava ali, apesar de tanto tempo ter se passado.

Tentava parecer o mais relaxado possível, mas apertava o volante com mais força que o necessário, escondendo os olhos azuis por trás dos óculos escuros que ele sempre buscava quando precisava ser discreto. Passara por ao menos três fotógrafos no caminho da mansão de James Marlowe, sedentos por uma foto do herdeiro que tinha seu nome estampado nos jornais desde o dia da inauguração.

Sabia que publicidade era bom para a empresa e já tinha recebido uma ligação eufórica de Theo sobre todos os elogios publicados sobre eles nas maiores revistas em circulação, mas o que realmente o incomodava era o adendo que sempre havia depois de mencioná-lo. Independente de quem escrevia a matéria, sempre traziam sua família a tona em um momento que não cabia a eles.

Não importava quem o pai dele era, fora ele, Theo e sua equipe maravilhosa que tinha dado duro para fazer a maior festa de inauguração já vista em Nova Iorque. Não era tão difícil de entender.

— Você está atrasado — Aaron falou assim que Ben desceu do carro, guardando as chaves no bolso e dando um abraço rápido no irmão mais velho. — Você perdeu o almoço em família.

— Eu não vim para o almoço em família — Benjamin o corrigiu, pendurando o óculos na gola da camiseta cinza assim que entraram pelas portas de madeira, olhando de canto de olho para o irmão. — Vim porque sabia que James não iria parar de me ligar até que eu aparecesse aqui. Melhor saber o que ele quer de uma vez por todas.

Aaron Marlowe deixou uma risada baixa escapar dos lábios, negando levemente enquanto via a birra do irmão mais novo expressa nas suas feições duras e em seus ombros tensionados.

Os dois irmãos Marlowe eram tão diferentes em personalidade que se não fosse pela tipagem sanguínea e as características semelhantes, ninguém diria que eles tinham crescido dentro da mesma casa.

Seu irmão mais velho era seu exemplo quando se tratava da maioria das coisas, mas isso mudava quando James estava na situação. Sabia o quanto Aaron se esforçava para atrair a atenção do pai e deixá-lo orgulhoso, apesar de já ter tomado o lado do irmão mais novo várias vezes durante suas discussões.

— Pegue leve, Ben — Aaron advertiu antes de entrarem na sala de descanso, arqueando as sobrancelhas em sua direção. — A bandeira branca está estendida hoje, vocês não estão em um campo de guerra.

Ben estava prestes a acrescentar que aquela mansão sempre era como um campo de guerra para ele antes da porta pesada de madeira ser aberta pelo irmão, revelando todos os membros do seu núcleo familiar enquanto uma música calma tocava como plano de fundo.

Tio Ben!

Por sorte, a primeira coisa que Ben viu quando entrou na sala não foram as feições pesadas de James, mas o sorriso de Penelope Elle Marlowe correndo em sua direção, usando um vestido branco rodado, meia-calça branca e dois laços nos cabelos loiros que estavam presos em duas xuxas.

O homem pegou a sobrinha no colo, recebendo um demorado beijo no rosto da pequena.

Às vezes Ben demorava a compreender como ela já podia estar com quatro anos, recordando-se sempre como parecia recente a primeira vez que a pegara nos braços, com lágrimas nos olhos e um sorriso bobo nos lábios.

Conseguia se lembrar perfeitamente de quando Aaron e Emma Marlowe saíram do hospital com a pequena embalada em uma manta de lã, pelo frio que fazia em Nova Iorque. A porta do lugar estava cercada por fotógrafos, que queriam a primeira foto da neta de James Marlowe e a futura herdeira do império até aquele momento.

Era como um evento da família Real, com os dois posando com a pequena no colo, entre sorrisos e acenos que estamparam capas e capas de revistas no dia seguinte.

Tudo sempre era grandioso com eles.

— Ei, Penny! — falou, sorrindo em direção a ela. — Eu estava com saudades de você.

— Eu também — respondeu, passando os braços pelo pescoço dele. — Papai disse que você estava muito ocupado esses dias.

— Eu estava, mas agora eu posso te levar para tomar um sorvete e visitar o Central Park como eu te prometi. O que você acha?

A pequena assentiu repetidas vezes, animada com a possibilidade de passar mais tempo com o tio.

Ela adorava visitá-lo no escritório da E!vents, encantada por todas as salas serem rodeadas de vidro, dando-os uma das melhores vistas de Nova Iorque. Falava, abertamente, que quando crescesse queria seguir os passos de Ben.

Ele sabia que aquilo poderia mudar no momento que ela estivesse grande o suficiente para entender o que a rede de hotéis Marlowe significava, mas deixava para que ela tivesse que se preocupar com o legado da família quando pudesse entendê-lo.

No momento, Penny se divertia com as aparições da família nos tapetes vermelhos e com os ensaios fotográficos da família que contavam com sua presença, conquistando a adoração de todos ao seu redor com sua simpatia.

— Benjamin — James falou, direcionando o olhar para o filho mais novo, levantando do sofá que estava sentado. — Não achei que você ainda fosse vir.

Apenas a voz do homem fez com que o sorriso sumisse do rosto de Ben, deixando Penny no chão e a assistindo correr atrás do Labrador que dormia tranquilo no canto da sala.

— Você não ia parar de me ligar se eu não viesse — falou de uma vez, arqueando as sobrancelhas. — Achei que era algo muito importante.

James deu risada, negando veemente enquanto caminhava lentamente na direção do filho mais novo, parando exatamente de frente a ele.

Ben não conseguia ver semelhanças em si mesmo na figura do pai nem olhando as fotografias mais antigas do homem, mas já ouvira mais de uma vez que a única coisa que ele tinha recebido da sua mãe foram os olhos azuis.

— Você não pode reclamar de nada da inauguração — Ben murmurou, colocando as duas mãos nos bolsos da calça que vestia. — Eu me certifiquei pessoalmente disso.

Por 'certificar pessoalmente disso' Ben queria expressar todas as noites que passara em claro desde que tinha pego o projeto da festa de inauguração, do fato de ter escolhido apenas as melhores pessoas da sua equipe para ajudá-lo e de ter passado qualquer outro evento grande que chegara até ele nos últimos três meses.

Desde quando Willa tinha convencido seu pai a deixar a festa de inauguração com a E!vents, toda a sua vida se resumiu a isso.

— Você está certo — James falou, juntando as sobrancelhas. — Perfeccionismo corre no sangue da família.

Sabia que não isso era o mais perto de um elogio que conseguiria de James, assentindo levemente e deixando um riso sarcástico escapar dos seus lábios.

Talvez o mais velho se recordasse melhor que ele quando a relação dos dois ficou mais complicada que qualquer episódio de casos de família. Ben só conseguia se lembrar que toda a sua infância fora debaixo dos olhares rígidos de James, fazendo com que com ele também crescesse o desejo de sair da mansão que parecia o sonho de qualquer pessoa que visse fotos dela nas revistas de fofocas.

O ponto alto da tensão dos dois fora estabelecido quando Ben notificou, recém formado ainda na sua primeira faculdade, que não iria assumir o comando da rede de hotéis como o pai queria.

Conseguia enxergar a decepção expressa nos olhos de James quando ele falou isso, com as mãos trêmulas e o coração a mil por hora.

Anos poderiam ter se passado desde aquele dia, mas suas mãos ainda ficavam trêmulas todas as vezes que precisava encarar sua figura paterna.

— Eu só me pergunto se você tem tanta repulsa do sua família que não pode ficar nem para os discursos da noite — James continuou, apertando os olhos. — Eu chamei toda a família no palco e nós ficamos como palhaços esperando por você, Benjamin.

Se James tivesse uma pequena noção do quanto sua família era importante para Ben, nunca teria usado aquelas palavras contra ele.

— Eu tive que ir embora mais cedo — respondeu com a voz firme, travando o maxilar. — Isso não tem nada a ver como eu vejo a minha família.

Poderia explicar com detalhes o que o fizera deixar a inauguração mais cedo, mas preferia manter a história de Sky para si mesmo. Sabia que a mulher vivia pelas manchetes e não tinha visto nenhuma reportagem sequer sobre o seu curto período no hospital, supondo que ela preferia deixar assim.

— Oh, eu aposto que sim.

O silêncio que se estabeleceu entre os dois era perturbador e afiado, como se não houvesse nada mais que uma faca separando-os. Ben não podia se lembrar de um encontro entre eles que não fora assim, sempre terminando com vozes mais altas do que o necessário e de provocações de James sobre a decisão dele de não assumir a empresa.

Talvez devessem tentar terapia enquanto ainda havia tempo.

— Ok, é o suficiente.

Uma voz feminina tomou o recinto e Willa Marlowe se levantou de onde estava sentada, arrumando o vestido branco que tinha o caimento perfeito no seu corpo e seus cabelos castanhos claros que escorriam pelos seus ombros.

A mulher de meia idade caminhou até que estivesse de frente a Benjamin, abrindo os braços e um grande sorriso para o homem que fez o mesmo assim que ela tomou a frente do seu pai.

— Oh Ben, como você está? — ela falou enquanto o abraçava, colocando ambas as mãos no rosto dele assim que se afastaram. — A inauguração foi perfeita, meu amor. Você está indo tão bem com a empresa.

— Estou bem Willa — respondeu em um murmúrio, sorrindo abertamente com o elogio. — Obrigado, isso é muito importante para mim.

Ela sorriu, piscando os olhos verdes graciosamente em direção a Ben, apertando seus ombros levemente antes de se posicionar ao lado do marido, como se pedisse para o mais novo aguentar firme.

Willa continuava a ser a melhor conciliadora entre pai e filho, mesmo que Aaron muitas vezes tomasse esse papel para si. Era completamente diferente estar do lado da mulher quando comparado em estar ao lado do filho de ouro, que assumira a rede de hóteis no primeiro pedido do pai.

Não havia competição entre os irmãos, mas tudo se invertia de frente ao olhar minucioso de James.

— Nós temos que agradecer a sua devoção nesse evento, Ben — Willa continuou, colocando uma das suas mãos nas costas de James. — O que seu pai quis dizer é que queríamos sua presença também durante os discursos, mas eu sei que você teve um grande motivo para ir embora, querido. Nós entendemos.

A ira que ainda queimava nos olhos de James dizia o contrário, mas Benjamin preferia focar em Willa, assentindo levemente enquanto ela falava.

As palavras podiam não ser genuínas do homem, mas sabia que ela estava sendo verdadeira em tudo o que falava. Tentava, ao menos em sua frente, tornar a sua relação com James a mais agradável possível.

— Também foi um grande evento para nós e agradecemos a oportunidade de produzi-lo — falou em nome da empresa, assentindo levemente. — E se vocês me permitem, acho que deveríamos deixar qualquer assunto relacionado a trabalho para outra hora. Ainda é um dia de família.

Falou em provocação, sabendo que tudo na vida de James rodava em torno do trabalho e, mesmo que odiasse assumir, tinha levado essa característica do pai para si mesmo.

— Você está certíssimo — Willa concordou com um grande sorriso, olhando para James. — Venha James, eu preciso te mostrar as flores que coloquei na estufa essa semana. Pensei em trocar as flores das mesas do hotel, aproveitar que estamos na primavera.

Foi com essa conversa que os dois se afastaram de Ben, deixando-o livre para cumprimentar a cunhada, Emma, que conversava com Aaron enquanto os dois fingiam estar alheios a troca de farpas que acontecia.

Tentaram por muitas vezes melhorar os dois lados da discussão, mas haviam aprendido depois de várias tentativas que não havia nada que eles pudessem fazer.

Quando Ben deixou aquela sala, sendo atacado novamente pelos braços de Penny nas suas pernas e a voz doce da menina pedindo para ele ver o castelo de princesa que ela tinha ganhado do pai, os seus músculos relaxaram como se ele tivesse acabado de sair de uma rodada de roleta Russa.

Seus ombros pesavam e sua cabeça parou de palpitar assim que relaxou sua expressão em um sorriso, dando a mão a sobrinha e deixando-a guiá-lo pelas escadas intermináveis da mansão.

Queria saber se algum dia conseguiria encarar os olhos escuros do pai e não sentir medo como uma criança de dez anos após um filme de terror, quando todas as luzes se apagavam na hora de dormir.

E mesmo que não se esforçasse muito para isso, imaginava se algum dia ele iria ter o mesmo sorriso no rosto que tinha aos seus dois anos de idade quando estava ao lado do pai, imortalizado em fotos que ocupavam toda a parede do saguão de recepção daquele lugar.

Cenas tão impossíveis para o momento atual que ele não acreditaria se não tivesse visto aquelas fotos mais de mil vezes em todas as vezes que passara por ali.

Cenas que sua mãe tinha se dado o trabalho de gravar em fotografias antigas, quase descoloridas pelo tempo, mas que ninguém se ousava a retirar das paredes.

Elas estariam ali sempre para lembrá-los de uma época bem diferente da atual.

— Ei, Ben.

A voz de Aaron fez com que ele parasse no meio do corredor que o levaria até o quarto de brinquedos de Penny na casa do avô, que fez bico com a interrupção do pai.

— Não sabia que você conhecia Skylar Howard — Aaron continuou, com o celular nas mãos e um semblante curioso no rosto. — Você já viu isso aqui?

O nome dela o deixou em alerta, soltando a mão da sobrinha por um segundo para pegar o celular das mãos do irmão, sentindo seu coração acelerar à medida que lia cada linha da matéria publicada em uma das maiores revistas em circulação no país.

No fundo, ele sabia que isso podia acontecer.

Sabia que Skylar Howard atraía olhares demais para ninguém notar sua presença no bar da inauguração, fazendo companhia a única pessoa que não queria essa atenção.

O resto era bem óbvio, vindo de uma mente fértil de quem provavelmente tinha observado os dois por algum tempo sem que qualquer um deles percebesse isso.

— Tudo aqui é um monte de besteira — disse, se esforçando muito para não usar palavrões na frente da sobrinha, que alternava o olhar entre ele e o pai sem entender do que eles falavam. — Mas eu aposto que a mídia está amando isso.

— Eles amam tudo que envolva o nosso nome, Ben, e principalmente o seu — Aaron falou, suspirando. — Provavelmente vão falar sobre e te perturbar por um tempo, mas logo algo mais interessante surge e eles vão seguir em frente.

Benjamin concordou, entregando o celular de volta para o irmão, travando o maxilar enquanto respirava fundo.

Ele se esforçava para ficar longe das câmeras, mas estava preso nesse mundo e sentia que não havia uma saída dali.

— Você está bem, tio Ben? — a voz de Penny o tirou dos pensamentos, fazendo-o olhar para ela e sorrir genuinamente ao ver sua feição preocupada.

— Estou, P — respondeu baixo, oferecendo novamente sua mão a pequena. — Onde está seu castelo? Você disse que iria me mostrá-lo.

A frase dele aumentou ainda mais o sorriso da pequena, que voltou a puxá-lo empolgadamente para o quarto dos brinquedos, grande demais para apenas uma pessoa brincar ali.

Ben esperava que um tempo com Penny fosse suficiente para tirar sua cabeça da matéria que tinha acabado de ler e de toda a repercussão que ela teria nos próximos dias.

Mas seu pensamento continuava a voltar para o mesmo momento que aquela foto que estampava a primeira página da revista de fofocas tinha sido registrada.

Se fechasse os olhos, conseguiria ouvir o som da risada de Skylar naquele mesmo momento e visualizar perfeitamente os seus olhos escuros piscarem em sua direção, um segundo antes dela colocar uma mecha dos cabelos atrás da orelha, que insistia em voltar ao seu rosto.

Gostaria de apagar aquilo da sua mente com a mesma força que queria que aquilo sumisse dos jornais.

E o pior era se dar conta que os dois eram tarefas impossíveis.

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