Louis estava uma pilha de nervos, pra variar. Nunca pensou que um dia iria passar por situações assim, mas não podemos adivinhar o dia de amanhã.
Sua mãe não tinha tempo de vir visitá-lo em Londres, geralmente Louis ia pra Doncaster quando tinha feriado ou dias de folga. Era difícil para Jay também ter um dia de folga porque ela lidava com seis crianças em casa. Duas adolescentes, duas quase adolescentes e duas crianças pequenas.
Lottie tinha 19 anos, não foi para faculdade, desde os 16 anos a menina tinha um canal no YouTube sobre maquiagem e ficou famosa. Sua vida era dar palestras em várias cidades pelo UK, ela estava crescendo profissionalmente. Fizzie recém completou 17, e sua vida estava dedicada a terminar o colegial e curtir com seus amigos, e também servia de cobaia para Lottie em seus vídeos. As gêmeas Dayse e Phoebe tinha 12 anos, e o casal de gêmeos, Ernest e Doris, ambos completaram 4 anos.
Johannah ainda conciliava seus filhos e um trabalho de enfermeira no hospital, Mark era médico também tinha os dias ocupados no hospital e consultório. Jay era coordenadora da equipe de Enfermagem no General Hospital of Doncaster, ela trabalhava das 7h às 15h todos os dias, menos os finais de semana. Mark era obstetra e uma vez na semana tinha plantão de 24 horas na emergência – como clínico geral – do mesmo hospital que a esposa, e nos outros dias tinha seu consultório na clínica com outros amigos médicos, e eventualmente precisava atender chamadas de emergência dos partos.
Louis decidiu ir a Doncaster para contar a seus pais sobre sua gravidez. Saiu de Londres bem cedo naquele sábado, levava pelo menos 3 horas para chegar a sua cidade natal. Como Louis não tinha carro, resolveu ir de trem. Ele adorava andar de trem, porém a viagem não foi tão boa, o ômega passou a maior parte dela indo e voltando do banheiro para vomitar.
Seus pais não sabiam que ele chegaria. Louis apenas avisou Lottie, pediu para que ela fosse buscá-lo, mas que não contasse pra ninguém. Queria fazer supresa. Quando chegou a sua cidade, encontrou sua irmã loira platinada, acompanhada da outra irmã mais nova – Felicite –, já o aguardando. As duas correram até seu irmão mais velho e o abraçaram apertado.
— Que saudades, big bro! — Charlotte exclamou animada.
— Também estava, sis. — Louis sorriu, feliz por estar em casa.
Ele tinha uma ótima relação com seus irmãos, mas a ligação que tinha com Lottie e Fizzie era incrível. Felicite ainda não havia desgrudado do seu irmão, ela sentia um aroma diferente vindo do mesmo. Ela era alfa, o que foi uma surpresa, não havia muitas mulheres alfas na família Tomlinson. A garota teve um estirão de crescimento, e com apenas 17 anos já era mais alta do que Louis. E muito parecida com o irmão mais velho, fisicamente.
— Você tá com um cheiro diferente. — Fizzie salientou.
— Verdade. — Lottie concordou, ela era ômega e seus sentidos também eram apurados, não como um alfa, mas era.
O ômega mordeu os lábios, de nervoso, e entrelaçou suas mãos as das suas irmãs, levando-as em direção a saída da estação de trem.
— Preciso contar uma coisa pra vocês. — ele suspirou — É sério.
As irmãs se entreolharam, mas não disseram nada. Foram para o estacionamento e caminharam em direção ao carro de Lottie.
— Desembucha, Lou. — Fizzy pediu, direta.
— Estou grávido. — Louis respondeu, sem enrolar.
Quando a gestação ainda estava no início, o cheiro do ômega fica um pouco diferente, mais suave do que o normal. Alfas e ômegas podem distinguir, mas não era 100% preciso. Apenas quando a gestação chega às 12 semanas (3 meses) que se tem certeza absoluta apenas no olfato.
— AI MEU DEUS! — as duas Tomlinson gritaram em uníssono.
— Por isso você quis chegar de surpresa. — Felicite deduziu.
— Exatamente. — Louis confirmou.
Então, o ômega mais velho contou tudo para suas irmãs. Ele chegou a chorar de desespero, nervosismo e ansiedade, apenas de imaginar como contaria isso para os seus pais.
Ele preferiu contar para suas irmãs primeiro, porque Louis confiava tanto nas duas que sabia que ambas iriam ajudá-lo e apoiá-lo.
Quando os três chegaram a residência dos Tomlinson, Louis foi recebido com abraços e beijos do restante de seus familiares.
— Por que você não avisou, boobear? — Jay indagou, abraçada ao filho — Nós todos poderíamos ter ido te buscar.
— Quis fazer uma surpresa pra vocês. — ele respondeu, sorrindo.
Estar nos braços de sua mãe era reconfortante. Ele se sentia protegido do mundo. Era como estar em casa, literalmente.
Louis avisou que seria uma visita rápida, já que voltaria na manhã do dia seguinte. Ele ajudou sua mãe com o almoço, também com a alimentação dos gêmeos menores. E então, ele se sentou na sala com seus pais, Lottie e Fizzie.
Ernest e Doris estavam dormindo, Phoebe e Dayse em seu quarto, uma no computador e a outra no celular.
— Estou sentido sua aflição desde que você chegou, filho. — Mark disse, como o bom observador que era — Alguma coisa aconteceu?
Louis sentiu Lottie apertar sua mão e Fizzy suas costas, ambas lhe transmitiam seu apoio.
— Eu sei que vocês sempre foram verdadeiros comigo. — ele começou, tentando não chorar de imediato — E por isso me vejo na obrigação de também ser com vocês... — hesitou e respirou fundo — Foi um descuido sem desculpas plausíveis, mas agora o leite já foi derramado.
Jay e Mark se entreolharam, já preocupados, mas não interromperam seu menino. Sabiam que o que ele tinha a dizer era difícil, e se o parassem agora, ficaria ainda mais complicado.
— Eu estou grávido. — Louis repetiu aquela frase pela segunda da vez no dia — E o pai do meu bebê é o meu chefe, o Sr. Styles.
Os olhos azuis de Jay se arregalaram e a expressão de Mark era indecifrável.
— Eu estava tão ocupado no trabalho que acabei não tomando os supressores no tempo certo, então acabei tendo um cio no final do expediente. — o ômega começou a se explicar — Apenas eu e Harry estávamos no andar, e ele acabou não resistindo, assim como eu. — as lágrimas já caiam do rosto do pequeno — Sinto muito!
— Oh Lou... — Jay se compadeceu e foi até seu primogênito, abraçando-o com carinho.
Mark ficou surpreso, mas também demonstrou seu apoio ao seu menino, puxando-o para o seu colo, abraçando-o como um bebê.
Depois que Louis se acalmou explicou que Harry já sabia e que também não negou sua responsabilidade, contou também que já havia começado p pré-natal e o alfa também lhe acompanhou.
— Pelo menos o alfa não fugiu. — Jay salientou — Mas eu quero conhecê-lo, querido.
— Mhm. — ele murmurou, balançando a cabeça em concordância.
— Exato. — Mark também concordou — Quero conhecê-lo, porque ele terá que cuidar de você e do meu neto... Ou neta.
Louis apenas assentiu e se sentiu mais aliviado. O medo e o desespero de outrora havia dissipado. Ele sabia que não estava sozinho nessa.
•••
Harry foi almoçar com seus pais naquele sábado, precisava contar que seria pai dali alguns meses. Ele estava um pouco nervoso, mas sabia que teria apoio de sua família.
Chegou na mansão e foi recebido pela governanta. Encontrou sua mãe e irmã no jardim de trás, elas estavam organizando as mesas para o aniversário de 6 anos de Charlie que seria no domingo.
— Oi, querido. — Anne beijou o rosto do seu filho mais velho — Como você está?
— Estou bem, mãe. — ele respondeu e depois puxou o cabelo descolorido da irmã, apenas para implicar — Oi adotada.
— Babaca. — Gemma resmungou, e beliscou o braço do alfa.
Os dois riram e se abraçaram apertado. Eles adoravam implicar um com o outro, mas se amavam incondicionalmente.
— Cadê o Charlie e o papai? — Harry perguntou.
— Seu pai levou Charlie para pegarem as lembrancinhas da festa. — Anne respondeu.
— Charlie está adorando participar da organização da festinha dele. — Gemma comentou, risonha.
Gemma também trabalhava na Styles Industries, no setor de Marketing. Mas ela era uma mãe super dedicada. A ômega morava com seu filho na mansão de seus pais. A garota quis ter seu próprio apartamento quando descobriu a gravidez, mas Anne não deixou, alegando que sua filha precisaria de toda a ajuda possível com um bebê. E até então, eles moravam ali, Charlie era alegria da casa.
Um tempo depois, Charlie chegou com o avô e correu para o tio quando o viu. Harry era o seu herói, sua pessoa favorita no mundo, eles tinham uma ligação incrível, e Gemma amava seu irmão ainda mais por isso, porque Harry era uma espécie de pai para o garotinho.
— Tio Haz! — o garoto exclamou ao se jogar nos braços do tio, que já estava pronto para recebê-lo.
— Ei campeão! Que saudade de você, Charlie. — Harry abraçou o sobrinho apertado e lhe deu um beijo no topo de sua cabeça.
O garoto começou a tagarelar enquanto Desmond cumprimentava rapidamente o filho, e então a família foi em direção a sala de jantar para o almoço.
As conversas paralelas preenchiam o ambiente, Harry até então estava calado, decidiu que seria um bom momento para contar a novidade a sua família.
— Preciso contar algo a vocês. — Harry chamou a atenção para si.
— Algum problema, Harry? — seu pai o indagou de imediato.
— Não exatamente. — ele suspirou — Eu passei um cio com o meu assistente.
— O Louis? — Gemma questionou e o irmão balançou a cabeça em afirmação — Ele é um ômega lindo.
— Eu sei. — Harry concordou, sorrindo — Ele esqueceu de tomar seus supressores, porque estávamos numa semana louca no trabalho, e eu não resisti.
Seus pais nada disseram, apenas esperando que seu filho terminasse sua explicação.
— Foi tudo tão rápido e tão intenso... E nos descuidamos, ele engravidou. — ele concluiu.
Houve um minuto de silêncio e então sua mãe exclamou, animada:
— Mais um neto!
— Harry, você conhece esse ômega direito? — Des o indagou, preocupado — Ele não é mais um oportunista que está de olho no nosso patrimônio?
— Não, pai. — Harry rebateu, categórico — Conheço muito pouco do Louis, mas ele é um ômega que se dá o respeito, nunca deu em cima de mim e de ninguém no escritório. Nossa relação era completamente profissional. Foi apenas um descuido. — ele concluiu.
— Se você confia nele, então posso fazer o mesmo. — Des disse, aceitando — Meus parabéns, filho, você terá a dádiva de ser pai.
— Ah irmãozinho! — Gemma exclamou, animadíssima — Você vai ser papai e eu serei titia!
Todos congratularam Harry, menos Charlie, que apenas observava toda a situação.
— Isso quer dizer que terei um primo? — o garotinho falou, um pouco confuso.
— Ou prima. — Harry sorriu para o sobrinho.
— Vou ter alguém pra brincar, yay! — o baixinho comemorou, fazendo a família gargalhar.
— Você deveria trazê-lo amanhã para a festa do Charlie, H. — Gemma sugeriu — Assim você pode apresentá-lo aos nossos pais.
— É uma boa ideia. — ele concordou.
O almoço continuou animado e Harry se sentiu ainda mais agraciado pela família que tinha, ele só esperava que Louis também estivesse bem, e que sua família o apoiasse.
Decidiu mandar uma mensagem para o ômega, queria avisá-lo do programa de domingo. Só esperava ansiosamente que o menor aceitasse.
Minha família está te convidando para o aniversário do meu sobrinho. É amanhã de tarde, você topa?
Ele recebeu a resposta minutos depois.
Oh... Eu adoro aniversário de criança! É uma boa ideia, e gostaria muito de ir.
Ótimo! Que tal nos almoçarmos juntos e depois irmos a festa? Pego você ás 13h?
P.S.: como você e o nosso pequeno (ou nossa) está? Outra coisa, eu já contei a "novidade" a minha família.
Harry respondeu de imediato.
Perfeito. Eu estou bem e o bebê também. Decidi ir a Doncaster, estou aqui e também já contei a minha família. Todos receberam muito bem. Graças a Deus!
Harry ficou mais tranquilo de saber que a família de Louis aceitou bem a situação. Era bom saber que ambos não estavam sozinhos.
💙💚
[n/a:] Oioi! Escrever Suddenly é tão fácil como respirar, sabiam? Eu adoro de montão! As famílias estão sabendo e aceitaram muito bem. Aqui não tem drama, apenas muitas doses de açúcar.
Obrigada por todo carinho! 💗💗