Sobre eu e você (Concluída)

By ramonacasillas

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Will sempre teve tudo o que quis, filho de família rica, passava todo o seu tempo livre (e não livre) com o s... More

CAPÍTULO 01 - Pudim e Peixos.
CAPÍTULO 2 - Bem vinda ao novo lar.
CAPÍTULO 3 - O bebê da mamãe
CAPÍTULO 4 - Panic! At the disco.
CAPÍTULO 5 - Passeata
CAPÍTULO 6 - Restaurante francês
CAPÍTULO 7 - Elevador
CAPÍTULO 8 - P.A
CAPÍTULO 9 - Coração de Gelo
CAPÍTULO 10 - O sono dos justos
CAPÍTULO 12 - Sequestro
CAPÍTULO 13 - Califórnia
NOTAS DA AUTORA

CAPÍTULO 11 - Wedding Day

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By ramonacasillas

As três semanas para o casamento de Willian haviam passado como um relâmpago. Willian evitava Maya desde o incidente do filme, já que havia sido humilhante demais se declarar para um cadáver dorminhoco. Ela fingia não ligar para o seu comportamento, mas ainda assim gostaria de verdade de saber o porquê o menino estava lhe tratando daquele jeito.

O prédio inteiro havia sido convidado para a cerimônia e aquilo estava um alvoroço só. Eram floristas e decoradores andando de um lado para o outro, dando piti a todo o momento com Gabrielle e Judith, que estavam encarregadas de fazer toda a parte da decoração, mesmo o casamento sendo em uma chácara. Willian não havia dado as caras durante o dia todo e Débora estava com Diana em algum lugar, colocando o seu novo uniforme de mulher casada.

Jannete e o marido ajudavam no que podiam, mesmo discordando do casamento do filho com aquela – como dizia Jane – estrábica. 

Maya ainda usava as botas ortopédicas, o que, querendo ou não, assinava sua passagem de volta para o México sem conseguir concluir o seu objetivo de se tornar uma patinadora de verdade.  Aquele dia não poderia ser mais triste.

— É hoje o casamento da Débora com o Willian. – Disse Tália entrando no apartamento de Maya que estava com o pé sobre uma mesinha de centro comendo batata e assistindo televisão. Maya assentiu, tentando parecer indiferente. – E você vai? – Maya fez que não. – Willian vai te matar, você sabe disso, não sabe? – Maya deu os ombros.

— Não me importo. – Disse a garota, mentindo. – Ele não está nem aí para mim, porque eu estaria aí para ele?

— Está com ciúmes, Maya? – Tália perguntou se jogando ao lado dela, puxando o pote de batatas da sua mão. Maya o puxou de volta.

— Eu? Ciúmes do Willian? Por favor, né? – Revirou os olhos. – Eu estou dizendo isso porque ele nem olha na minha cara há dias, porque deveria me importar com esse casamento? Estou lidando da forma que ele lidaria. Fora que a Débora vai ficar bem mais feliz sem minha presença por lá.

— Mas você não é igual a Willian. – Retrucou.

— Não mesmo, por isso vou ficar na minha caminha dormindo, ficando gorda para poder voltar para minha casa. – Disse tentando parecer forte.

— E então você vai mesmo voltar para o México? – Perguntou franzindo os lábios. Maya assentiu.

— Vou sentir a sua falta. – Disse para a menina lhe abraçando de lado. – Muita.

— Eu também vou sentir sua falta, Maya. – Tália começou a sentir um nó na garganta e logo as lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto.

— Ah, Lia! Não fica assim. – Disse a ex-patinadora se afastando um pouco e limpando as lágrimas do seu rosto grego.

— Não quero que você vá embora. – Disse olhando para baixo com os enormes olhos azuis.

— Mas eu preciso, não tem porque eu ficar aqui. – Suspirou. – Não fica triste, ok? Ainda tenho alguns dias. – Tália assentiu conformada, mas triste.

— Me faz uma última coisa antes de ir? – Ela perguntou olhando para baixo. Maya assentiu. — Qualquer coisa? Promete?

— Prometo.

— Vamos nesse casamento comigo? – Perguntou fazendo com que Maya se afastasse de súbito, ficando de pé com a cara emburrada.

— Não. – Falou batendo o pé bom no chão e cruzando os braços com um enorme bico. – Não mesmo.

— E porque não? Você prometeu! – Disse ficando de pé totalmente inconformada.

— Eu prometi, mas isso não quer dizer que eu sabia no que iria me levar essa promessa. – Falou a menina, se virando e indo arrastando o pé para dentro do quarto. — Nem vem que não tem. Fica chorando aí, me deixando sensível, para depois me apunhalar pelas costas por causa daquele Frost. Você é uma safada sem vergonha! – Abriu a porta do seu quarto e se jogou na cama. A grega vinha atrás dela com as mãos na cintura.

— Maya, para de ser criança! – Maya colocou um travesseiro sobre a cabeça. – Você me prometeu! Agora você vai tomar banho e se arrumar para ir nessa droga de casamento. Anda! – Ela se aproximou de Maya e começou a puxar o seu pé bom, até a menina bater os joelhos sobre o carpete e arremessar o travesseiro na morena, enquanto Tália ia até seu guarda roupa e começava a futricar nas coisas.

— Eu já disse que não vou! – Retrucou birrenta.

— Eu já disse que você vai, então para de graça. – Tália se virou com um vestido na mão. – Olha, você vai vestir isso, e irá comigo para essa chácara prestigiar a união daquele lindo casal, ouviu?

— Lindo casal? – Subiu as sobrancelhas e a morena coçou a nuca.

— Ok, do nosso amigo Willian. – Maya revirou os olhos, ficando de pé e entrou no banheiro.

A chácara estava incrível. Havia uma tenda branca montada onde várias cadeiras estavam colocadas em volta de algumas mesas, e logo à frente, a mesa do bolo com dois novinhos no topo. Havia bebida e comida a vontade. Um pouco a frente, estava uma capela que estava decorada com rosas amarelas, dando uma aparência limpa a todo o lugar. O tapete vermelho estava estendido, rodeado por pilastras que acendiam com buquês de flores.

Maya batia o pé de braços cruzados. Estava vestida com um vestidinho comportado rosa claro e estava com uma maquiagem bem bonita. Os cabelos estavam soltos e cheios de cachos feito uma inocente garotinha de 19 anos.

— Maya, para com isso. – Disse Judith, segurando a perna da menina. Ela ainda usava a bota e no outro pé, all star. Super Crepúsculo.

— Eu não queria estar aqui. – Disse à menina que olhava fixamente para o nada.

— Porque você é implicante.

— Não, porque ninguém aqui gosta de mim, apenas por isso. – Disse antes de ficar de pé e sair em direção a qualquer lugar. Judith esfregou o rosto, mas não disse nada. Maya não tinha jeito.

Ela começou a andar enfezada e sem rumo. Distanciou-se totalmente pela festa que já estava prestes a começar e chegou a um lago. Tinha uma grande rocha ao lado, onde ela se aproximou, sentando, jogando algumas pedrinhas sobre a água quase negra que pulavam pela superfície lisa antes de afundar. Suspirou. Não queria estar ali. Queria estar muito, muito longe daquele lugar. Às vezes até pensava que era melhor ter ficado no México, sem aquela bolsa, que não adiantou para nada a não ser deixar sua vida mais do que bagunçada.

Mas por outro lado, tinha feito bastantes amigos. Tália, Gabs, Jude, Stark, Stev, Fred... E até Willian, de certo modo e não podia negar de modo algum que aquele casamento lhe incomodava mais do que o necessário. Não queria que Willian fosse para NY depois de casado, na verdade, ela nem queria que ele fosse se casar. Principalmente com uma vaca como a Débora, mas o que poderia fazer? Absolutamente nada. Nunca pode e nunca irá poder. Willian não lhe pertencia e nunca faria isso. Suspirou novamente e tacou a última pedra com força no lago, afundando.

— Você não deveria estar aqui. – Uma voz soou grossa atrás da menina, que fez que ela desse um pulo. – Deveria estar na festa...

Maya se virou dando de cara com um Willian totalmente perfeito. Ele estava vestido de noivo do um jeito mais desleixado que poderia existir. A camisa estava para fora da calça e a gravata estava frouxa. Carregava o terno sobre o ombro, segurando com apenas alguns dedos, enquanto ele caia sobre suas costas. O rosto estava sereno, apesar dela não ter visto a felicidade que gostaria de ver num noivo. Seus cabelos estavam penteados e a barba feita; e o cheiro lhe acertou em cheio feito uma bala cortando o vento que foi diretamente para suas narinas, fazendo com que Maya estremecesse, não apenas com a visão, e sim com ele todo. Sempre com ele todo.

— É, para alguém que me evita tanto quanto você, eu realmente não deveria estar aqui, deveria estar em casa, arrumando minhas coisas. – Conseguiu dizer, antes de se virar e voltar a encarar o lago de braços cruzados. — E você deveria estar indo para a igreja agora, se casar.

— Não vamos fingir que eu quero isso. – Disse direto demais, fazendo com que Maya se virasse com os olhos meio arregalados.

— Se não quer se casar, porque está fazendo isso? – Willian deu os ombros.

— Não vou encontrar ninguém melhor que a Débora...

— Como não, moleque? – Franziu a testa, caminhando até Willian, parando na sua frente. – Qualquer formiga é melhor que a Débora.

— Eu não me importo mais. – Disse como mais desdém que ela poderia imaginar que ele tinha. – Eu tentei Maya, de verdade. Me declarei e não fui ouvido! Literalmente. – Olhou para o chão. Maya se afastou coçando a cabeça.

— Se você não quer se casar com ela, não deveria nem pedido ela em casamento, Willian. – Franziu os lábios encolhendo os ombros. — E talvez essa menina não te merecesse.

— Talvez a gente não se merecesse de modo geral. – Maya assentiu e não disse nada. – Me disseram que você vai embora. É verdade? – O coração de Willian se apertou por um momento ao dizer aquilo.

— Sim. Vou voltar para o México quando você estiver em lua de mel ainda. Talvez hoje seja a última vez que eu te veja...

Willian subiu os olhos instantaneamente para o rosto de Maya, encontrando os seus olhos amendoados por um instante. Como assim hoje seria a última vez que ele a veria?

— É sério? — Maya assentiu. — Você não vai, não. – Falou como se fosse à coisa mais óbvia do mundo, estilo bicha-louca.

— Como assim eu não vou não? – A garota perguntou tomando o mesmo ar mandão de sempre, cruzando os braços em volta do corpo. – É claro que eu vou.

— Não, você não vai nada.

— Vou sim.

— Não vai.

— Vou sim.

— Não vai.

— Vou.

— Não.

— Sim.

— Não.

— Sim

— Não.

— Sim! – Disse batendo os pés e só assim percebeu que não poderia retrucar de novo. Willian lhe apertava contra si mesmo, lhe roubando o melhor beijo que ela já pensou que ganharia. Ele lhe segurava pela nuca, lhe trazendo para si, cavando a sua boca com sua língua, sem poder evitar o choque que existe entre os dois. Pólos oposto.

Maya levantou as mãos sem nem perceber até o rosto de Willian, lhe segurando nas bochechas, lhe trazendo cada vez mais para perto, buscando em seu interior tudo o que poderia. Willian era lindo. E cada vez que lhe beijava assim, ela até poderia pensar como seria se ele fosse seu. Uma doce ilusão. A mais doce de toda a sua vida.

O beijo foi parando calmo bem diferente de como começou. Os lábios se descolaram, mas os corpos não. Maya abriu os olhos devagar, enquanto Willian ainda segurava o rosto da garota entre as mãos e a respiração quente do rapaz lhe atingia o rosto em cheio. Encontrou nos olhos um do outro um Refúgio ainda indescoberto.

— Você precisa parar de me beijar assim. – Disse ela ainda sem se afastar. Willian assentiu. — Então porque não para?

— Eu não consigo. – Disse apenas, antes de puxar a garota para outro beijo. Esse começou com o contato bruto dos lábios, com um selinho demorado, mas logo ela não conseguiu manter a boca fechada e deu passassem para o seu pecado interno.

Aquilo poderia se estender durante uma eternidade e nunca cansariam de ter um ao outro daquele jeito. Maya respirou fundo e apenas se afastou quando a primeira badalada do sino da igreja ressoou em seu ouvido, falando que todos deveriam seguir para a igreja. A cerimônia iria começar.

Maya relutou. Precisava parar, mas não queria. Não queria deixá-lo, não queria parar de senti-lo tão perto de si, mas precisava. Respirou novamente, antes de empurrar o corpo de Willian e fechar os olhos. Não conseguiria olhar para o seu rosto, não depois daquilo.

— Você precisa ir. – Disse ainda de cabeça baixa.

— Eu não quero.

— Mas você precisa. Anda, Willian. Vai casar. – Levantou a cabeça enfim, mordendo os lábios com força. – Vai ser feliz. – Replicou lhe olhando nos olhos. O peito de Willian se estufou por um momento.

— Eu não quero ir.

— Vai, Willian. – Disse novamente, puxando o rapaz para perto, socando a camisa para dentro da calça social, arrumando a gravata e fazendo com que ele colocasse o terno sobre os ombros. – Vai... – Ele apenas assentiu. – E... Você está lindo. – Sorriu de canto ao contemplar a imagem a sua frente.

— Não mais do que você. – Piscou antes de lhe roubar mais um selinho e se afastar, sumindo do campo de visão da garota em questão de segundos. Maya passou a mão nos cabelos e só seguiu quando a segunda badalada ressoou.

Atrás de uma árvore, Stark, Judith, Tália e Gabrielle observavam ao longe.

— Eu não disse? – O garoto perguntou, batendo na mão de Tália e eles tiram os binóculos dos rostos. – Não podemos deixar com que esses dois casem.

— É? E como pensa que a gente vai fazer isso? – Jude perguntou sendo óbvia.

— Eu tenho uma ideia. – Tália disse. – Vamos fazer algumas coisinhas e rezar para que Hera não consume esse casamento. – Gabrielle apenas assentiu franzindo os lábios e os quatro saíram dali, correndo para a cerimônia.

Stark e Tália eram os padrinhos de Willian. Ele queria colocar um monte de padrinhos, mas Débora não deixou, disse que apenas um era mais do que o suficiente, e como ela não gostava nem um pouco de nenhuma das meninas, ele teve de escolher Tália, que era a mais aceitável para a noiva, mas deixou bem claro a todos os amigos, que todos eles eram padrinhos de Willian, mas apenas não se encontrariam no altar.

Maya se sentou ao lado de Gabrielle no antepenúltimo banco da igreja. Nenhuma das duas trocou nenhuma palavra, mas a loira roía a unha e batia o pé inquieta. Maya não entendia o porquê daquilo. Willian não estava nem um pouco nervoso do altar e todo hora o olhar dele e de Maya se encontravam. Judith sentou ao outro lado de Maya depois de alguns momentos com Stev do seu lado. Frederich fotografava tudo enquanto Stark e Tália entravam, logo em seguida todo mundo ficou de pé e a marcha nupcial começou.

Débora começou a entrar. Ela tinha um vestido estilo calda de seria, cheia de pedras, tomara que caia. Usava véu sobre o rosto, o que fez a Maya revirar os olhos, e carregava um buquê de copos de leite nas mãos.

Willian a pegou pelo braço assim que chegou perto e sorriu com os lábios em linha, beijando sua testa antes de se ajoelhar, dando sequência a cerimônia.

Maya estava impaciente enquanto ouvia o discurso de procedimento da cerimônia. Stark puxou Tália para o lado, onde tinha um castiçal de velas e deu apenas um toquinho com o pé, antes de ele cair sobre a toalha que tinha na mesa ali e começar a pegar foto fogo em seguida. A morena segurou um riso quando Débora ficou de pé em um salto assustada e as chamas lhe atingiram o véu que ainda caia no rosto, fazendo com que ela o tirasse correndo da cabeça e o apagasse com os pés. Aquilo deixou seu penteado no mínimo destruído.

A igreja toda se assustava com os gritos da garota. Ela passava a mão no rosto assustada, bagunçava toda a sua maquiagem que estava pesada demais para uma noiva que estava casando de tarde. Stark fez o favor de tirar a toalha que pegava fogo e apagar também com os pés. Willian não movia nem um dedo para ajudar a noiva e parecia agradecer a Stark por ter tomado alguma iniciativa. Willian bocejou.

— Débora, você está destruída. Acho bom adiar esse casamento. – Disse Stark em seu pronunciamento nada sutil e Willian apenas assentiu com a cabeça.

— Concordo. – Disse ele, mas a menina apenas lhe lançou um olhar de fogo, fazendo com que Willian desse os ombros. – Você está horrível.

— Willian! – Ela retrucou, batendo o pé. – É isso que você fala para a sua esposa?

— Tecnicamente você ainda não é minha esposa. – Lhe mandou um beijo e ela puxou Willian pelo braço, fazendo com que ele ficasse de pé. – Ai, ai.

— Débora, Afrodite não vai poder te abençoar se continuar com essa aparência, na verdade, isso deve ser a vingança quando debochou do meu conselho para orar para ela. – Foi a vez de Tália dizer com seu jeito meigo. – Eu avisei para orar para Afrodite.

— Cala a boca garota! – Ela disse seca e Judith se levantou no final da igreja e gritou de volta:

— Casar feia dá má sorte.

— Se for assim, Débora vai ficar para titia. – Gabrielle disse em voz alta o suficiente para que todos ouvissem, sem conter o comentário. Maya ficou de pé também, o que fez os olhos de Willian saltarem, mas ela não disse nada, apenas se retirou da igreja, tirando todas as expectativas do rapaz.

— Ordem! Ordem! – Gritava o padre. – Isso é a casa do Senhor,  ok?

— Ok! – Disseram todos ali presentes. Willian revirou os olhos com a ignorância das pessoas.

— Padre! – Débora chamou, puxando Willian para perto. – Nos case logo, por favor.

— Não! – Judith berrou, saindo do seu banco e indo para frente. – Eu tô falando que se você se casar desse jeito, vai ter má sorte, mulher!

— Cala a boca, vadia! – Débora disse, empurrando Judith, que quase caiu do salto, fazendo com que todos ali dissessem um enorme 'Oh'. Jannete apenas abaixou a cabeça ao lado do pai de Willian e fez que não. Aquilo estava um caos.

— Débora! – O padre disse, e a menina revirou os olhos, se voltando para ele.

— Nos case!

— Você, Débora, aceita Willian Frost como seu legítimo esposo? – Perguntou sem mais enrolação.

— Sim.

— Você, Willian, aceita Débora Connor como sua legítima esposa? – O garoto respirou fundo antes de responder e olhou para trás de novo. Maya não estava ali. Débora o puxou pelo braço fazendo o garoto olhar para frente.

— Se tem alguém aqui que seja contra esse casamento, que fale agora ou se cale para sempre. – Disse o padre e Judith apenas suspirou olhando para todos ali presente.

— Alguém, por favor? Que seja contra o casamento? Esse é o momento, por favor! Maya? Cadê você? – Roeu a unha ao ver que ninguém se levantava. Ninguém se comoveu e ela apenas respirou de novo, antes de se voltar para o altar e assentir.

— Sendo assim, eu vos declaro marido e...

Gabrielle que se corroía por dentro sentada no seu banco apenas tirou a mão na boca, parou de roer unha e sem conseguir mais guardar aquele segredo por tanto tempo, o soltando de uma vez:

— AAAAAAAAAAH! – Deu um gritou fino e ensurdecedor ficando de pé. — Você não pode casar com ela! Ela mente para você e causou o acidente da Maya! – Gabrielle berrou no meio da igreja fazendo todos se virar. Outro "oh" foi ouvido e Jannete suspirou no seu lugar, como se alguém lhe tivesse lhe tirado um peso das costas.

— Como? – Willian e todos os amigos que estavam ali perguntaram. Como ela poderia ter guardado aquele segredo durante um mês? Débora se encolheu.

— É verdade! – Disse Gabs saindo do lugar e indo lá para frente. – Eu vi quando ela no dia do acidente de Maya rodou uma válvula do lago, fazendo com que ele perdesse a pressão e ruísse. A culpa é totalmente dela! Ela quem causou o acidente de Maya e mente para você, além do mais, ela e aquela Diana têm um caso. – Disse apontando para as duas fazendo com que Diana ficasse de pé.

— Como descobriu sobre isso? – A garota perguntou.

— Eu não sabia, mas agora que você se entregou. – A loira disse com certo nojo. Maya que estava lá fora atendendo o celular voltou para a igreja, sem saber o que estava acontecendo e assim que apareceu à porta, ouviu um grito de horror e só se tocou quando Débora estava em cima dela, tentando puxar o seu cabelo.

— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! Sua vadia! A culpa é toda sua! Quem mandou você aparecer na minha vida? Ein? Ein? E ainda tem um caso com o meu noivo! – Outro "oh" foi ouvido.

Eram tantas revelações...

— Sai de cima de mim, sua louca! Sai! – Maya berrava sem entender o que acontecia, mas pelo jeito o casamento tinha virado um babado. O padre apenas levantou as mãos, totalmente louco e saiu. Willian se aproximou e tirou Débora de cima de Maya, se ajoelhando para ajudar a garota que agora mancava mais a ficar de pé. — Você é retardada? – Maya perguntou passando a mão na cabeça, enquanto Willian a abraçava de lado, ajudando a ficar de pé.

— Sai de perto do meu noivo! – Débora disse puxando o braço de Maya, fazendo a menina quase cair. Willian de novo a segurou.

— Eu não sou o seu noivo!

— Esqueci que nos casamos, desculpa! – Débora disse, voltando a puxar o seu braço.

— Não! – Disse batendo na mão de Débora, se colocando a trás de Maya, como um ato de autopreservação. – Eu não sou nada seu e tira as mãos dela.

— Willian, vai mesmo levar esse casinho com esse projeto de patinadora a sério? – Ela perguntou franzindo a testa. – Não acredito nisso.

— Eu que não acredito em você. Você e Diana eram as pessoas que eu mais confiava e me traíram! Vocês são nojentas!

— Willian! – Diana lá atrás, se aproximou furiosa. – Não me vai dizer que deixar Débora, que é linda, por isso! – Apontou para Maya.

— Ela é estrábica! E você não passa de um projeto de bicho-pau mal polido! – Maya gritou, indo para cima de Diana, mas Willian a segurou.

— Fica quieta, Diana e vê se me erra. E eu não sei se olhou para a sua amante, mas ela está horrível. – Willian disse levantando as sobrancelhas, fazendo com que outro 'oh' fosse ouvido.

— Isso mesmo, querido! – Jannete gritou no fundo da igreja. – Sou Team Maya! – Gritou, fazendo com que Gabrielle, Judith, Stark e Tália gritassem em concordância. Até Steve e Fred pareciam de acordo com aquilo.

— É isso mesmo que você quer? – Débora perguntou fingindo choro. – Depois não venha atrás de mim com o rabinho entre as pernas, ok?

— Ok! – Willian disse firme e a menina fechou o rosto, nervosa, pegando na mão de Diana e as duas saíram da igreja. Os pais de Will, Judith, Gabrielle, Stark, Tália, Stev e até Frederich, correram para Maya e Willian e começaram a comemorar. Eles haviam conseguido a destruir aquele casamento!

Lady Gaga – Poker Face.

Assim que Débora saiu, o casamento foi dado por encerrado e aos poucos as pessoas iam se retiraram dali. Eles tinham uma chácara linda, boas piscinas, um lago e muita comida por ali. Claro que nunca desperdiçariam aquilo, então, com casamento ou sem casamento que a festa continuasse...

Stark e Steve assim que o casamento se encerrou, pegaram Willian pelas mãos e pés e o tacaram na piscina. Logo eles se jogaram também, lotando a piscina com seus corpinhos suados. As meninas estavam quietas em seus cantos conversando e Maya não parava de falar no celular. Tinha anoitecido, quando ela pegou suas coisas e começou a se retirar da chácara. Willian que estava conversando com algumas pessoas, percebeu que a menina que mancava se afastava e pediu licença indo atrás dela.

— Maya! – Ele chamou assim que a menina estava chegando ao fim da propriedade, quase saindo. Ela se virou. Willian conseguia ser lindo mesmo molhado. — Onde está indo? – Perguntou franzindo a testa.

— Estou indo embora. Preciso ir para casa, arrumar minhas coisas. – Disse franzindo os lábios.

— Como assim? – Perguntou sem entender e ela riu.

— Está tão bêbado que não lembra? – Perguntou e ele apenas revirou os olhos. – Estou voltando para o México amanhã.

O sorriso de Willian esmaeceu um pouco e ele engoliu a seco desviando o olhar. Não queria que ela fosse embora de jeito nenhum. Agora ele estava sem Débora e poderia ficar com ela, mas mesmo assim ela estava indo...

— Você não pode ir! Tenm à agência de intercambio ainda, esqueceu? – Perguntou, tentando achar alguma justificativa.

— Eu não tenho mais porque ficar aqui, Willian. Perdi minha bolsa quando sua namorada descongelou aquele lago. – Franziu os lábios e encolheu um pouco os ombros. – Eu já falei com a sua mãe e ela já me deu a permissão para voltar ao México.

— Fica mais... – Ela fez que não com a cabeça.

— Eu preciso ir. De verdade. Foi bom conhecer você. – Disse se aproximando e lhe roubando um beijo calmo que ficaria na mente dele como uma lembrança quente e amorosa. – Vai ser feliz... – Repetiu antes de se distanciar dele, dando alguns passos para trás, sainda da propriedade e entrando em um carro que lhe esperava.

Willian não se moveu por alguns momentos. Aquilo tudo não fazia sentido nenhum sem ela ali. Não queria que aquela fosse à última vez a ver Maya, mas o que poderia fazer?

Apenas deu uns passos para trás, antes de se virar e voltar para a festa.

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