Sobre eu e você (Concluída)

By ramonacasillas

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Will sempre teve tudo o que quis, filho de família rica, passava todo o seu tempo livre (e não livre) com o s... More

CAPÍTULO 01 - Pudim e Peixos.
CAPÍTULO 2 - Bem vinda ao novo lar.
CAPÍTULO 3 - O bebê da mamãe
CAPÍTULO 4 - Panic! At the disco.
CAPÍTULO 5 - Passeata
CAPÍTULO 6 - Restaurante francês
CAPÍTULO 7 - Elevador
CAPÍTULO 9 - Coração de Gelo
CAPÍTULO 10 - O sono dos justos
CAPÍTULO 11 - Wedding Day
CAPÍTULO 12 - Sequestro
CAPÍTULO 13 - Califórnia
NOTAS DA AUTORA

CAPÍTULO 8 - P.A

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By ramonacasillas

A coisa mais desnecessária do mundo é ter uma página de uma rede social na internet onde os únicos inscritos são pessoas que moram no mesmo prédio que você, e ainda por cima no mesmo andar, onde para vê-las é apenas abrir a porta e gritar chamando-as.

Mas mesmo assim, a Andar 9, estava muito badalada. Todo dia tinhas milhões de atualizações e o chat não parava nunca e o bafafá sobre o P.A só aumentava. O que diabos significavam aquilo? Havia mais de uma semana que aquela incógnita rodeava a mente dos moradores masculinos daquele lugar quase os levando a loucura.

Willian que estava mais amigo de Maya do que nunca, sempre se esquecia pedir para a garota uma tradução de siglas ou mesmo perguntar se em algum lugar vendia dicionários da língua própria, já que a comunicação ali estava bem difícil de ser mantida.

— Não, mas você vai mesmo amanhã, não vai? – Ela perguntou falando no telefone com ele, sendo que morava um de frente para o outro e tudo o que os separavam eram um corredor de mais ou menos um metro e meio de diâmetro.

— Eu já disse que vou, Maya! – Ele repetiu pela milésima vez, enquanto arrumava sua coleção de ursos de pelúcia toda empoeirada. – E bem que você poderia vir me ajudar a limpar esses ursos não é mesmo? – Espirrou.

— Mas é claro que posso, mas isso não quer dizer que eu vou, muito menos para ter uma crise alérgica por causa da poeira, não é mesmo? – Perguntou lacônica.

— Quer uma lixa? Para ver se fica mais fininha, porque tá grossa. – Disse ele fazendo a rir.

— Ai, meu querido, desculpa se minha sinceridade lhe ofende. – Ele revirou os olhos de onde estava. – Enfim, eu vou desligar, preciso arrumar algumas coisas, tchau.

— Tchau. – E desligaram.

Maya seguiu para seus afazeres e Willian para os seus. Ficaram cuidando de suas vidinhas até a noite, quando resolveram entrar no chat do prédio.

Maya e Willian adentraram o chat.

E com isso, as indiretinhas começaram...

Starkinho diz: UUUI! Que sincronia. KKKKKKKKKK

JMASON diz: Não seja palhaço.

Tália Vênus Aglaê diz: Devemos orar por Afrodite, a Deusa do Amor está agindo!

Maya diz: Devemos parar de ser idiota.

Willian diz: RT na Maya.

Gabsinha diz: HMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM!

Maya diz: Gabrielle, quer levar um soco?

Gabsinha diz: Desculpa Maya! Pero, o amor está no ar...

FREDZINHO diz: Me retirando...

Starkinho diz: CIUMENTA, PARA DE SER TÃO CIUMENTA! DESSE JEITO NENHUM HOMEM TE AGUENTA, SE LIGA OU VOCÊ VAI-ME PERDEEEEEEER!

JMASON diz: KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK ok, eu me rendo!

Estava clara a intenção dos amigos em fazê-los passarem vergonha por causa da aproximação de Maya e Willian. Se tivessem dando patadas um no outro, ninguém nem desconfiaria. Não que houvesse algo para desconfiar, obviamente.

Logo o tempo foi passando, e por hora o assunto foi esquecido, e com isso, a madrugada chegou, e todos foram dormir. O dia seguinte seria lotado, mas não menos produtivo na internet. E com isso, aquela história de P.A voltou a assombrá-los.

JMASON diz: Maya está louca por um P.A KKKKKK

Gabsinha diz: Eu ainda não entendi essa de P.A '-'

Starkinho diz: rt

Tália Vênus Aglaê diz: KKKKKKKKKKKKKKKKKK Burros.

Willian diz: Eu também não entendi nada.

Maya está ausente: Treino

Tália Vênus Aglae diz: Gente, P.A, significa Pinto Amigo. Maya precisa de um peguete KKKKKKK

E com isso o mistério estava resolvido... O quase.

Willian diz: Gente, eu preciso sair, tchau beijo.

Então todo mundo do chat pareceu se retirar em questões de minutos. Willian ligou para Maya e ela disse que esperaria enquanto ele terminava o seu pudim e logo iriam os dois para os treinos finais da garota, já que logo menos ela estaria se apresentando.

Willian desceu pelas escadas, já que depois do último corrido, estava evitando elevadores. Logo todos os amigos estavam lá, um do lado do outro e Frederich passou ao seu lado como um foguete, chegando perto deles, e se voltando para Maya, a levando para um canto um pouco mais afastado, mas todo mundo poderia ouvir em bom e alto som.

— Preciso falar com você. – Disse colocando as mãos nas cinturas.

— Então vai logo, preciso ir para o meu treino, Willian já desceu. – Disse batendo o pé meio impaciente.

— Willian? Porque Willian? – Franziu a testa, sem acreditar.

— Ele vai me levar, só isso. – Deu os ombros e revirou os olhos, e então Frederich respirou fundo indo direto ao assunto.

— Maya, aquela história de P.A, é séria? – Frederich perguntou franzindo a testa.

— Ué, você não me deu o fora? – Ela maneou a cabeça sorrindo. – Então... A fila anda. Agora, eu estou atrasada. Vamos, Willian... – Chamou pegando o rapaz pela mão, saindo dali com o tal.

Logo as sombras dos amigos sumiram pela rua, Frederich subiu pelas escadas apressado e pisando forte. Tália se voltou para todo mundo, que pareciam indignados com a cena.

— Vocês viram o que eu vi? – Judith perguntou, abraçada a Stev, que estava meio altivo a tudo aquilo como de costume.

— Gente, que isso! – Gabrielle disse colocando a mão na boca.

— Acho que isso é culpa da Tália. – Stark disse assentindo. – Ela está rezando demais para Afrodite, acho que está dando certo. Maya acabou de dar um mega fora no Fred para sair de mãos dadas com o Will. O mundo gira. – Cruzou os braços assentindo.

— Lia! – Gabrielle chamou. – Acho que deve voltar lá para cima, dessa vez, eu vou rezar com você, se a coisa já está assim, em uma semana o Willian termina aquele noivado idiota.

— Então se for assim, vamos todos! – Judith constatou, puxando Stev pela mão, enquanto Stark era empurrado para cima. Aquele casal tinha uma grande torcida.

Ao chegarem ao andar, viram que Diana vinha com Débora em seu encalço em direção a eles e os amigos todos taparam a passagem para o elevador e ficaram ali de braços cruzados até as duas se aproximarem, querendo passar.

— Com licença. – Débora pediu, secamente, a Stark.

— Desculpa, mas esse elevador não pode quebrar de novo. – Tália disse séria.

— E quem disse que ele vai quebrar? – Diana perguntou.

— É porque ele só aguenta trezentos quilos e com duas vacas, sendo uma delas chifrudas pesa bem mais do que isso. – Gabrielle disse e todos eles saíram correndo dali, liberando a passagem, aos risos.

— O que eles quiseram dizer com vaca? – Diana perguntou se apalpando. – Eu estou gorda? – Quase entrou em desespero.

— Não está gorda. – Disse fechando a cara, cruzando os braços. – Mas em relação à vaca chifruda, eles não perdem por esperar.

Na academia de Maya, Willian era uma das únicas pessoas na arquibancada. A menina estava fazendo a sua série e ele não parava de gritar coisas como "a melhor", "está arrasando", "você é ripa na chulipa" e por ai vai... As companheiras de Maya queriam se matar, pelo o fato de que ele, lindo como era, nunca gritavam quando elas se apresentavam e isso as deixavam possessas. Principalmente Belém, que cultivava uma inveja horrenda da mexicana.

— Essa Maya não cansa de ser ridícula? – Belém era loira e tinha os olhos azuis, além de branquela. Estava no canto do lugar, olhando Maya, se apresentar, enquanto Willian gritava para ela.

— Ai, como é lindo o céu. – Courtney dizia, observando Willian com olhos sonhadores.

— Ah! – A menina grunhiu batendo o pé com força no chão, batendo na cabeça de Courtney que acordou do seu transe e viu a menina se afastando dela com raiva.

— Ai, que garota louca. – Courtney disse, alisando a cabeça e voltando para a sua visão do céu.

Logo o treino acabou e Maya sentou-se ao lado de Willian e acenou para algumas amigas que se retiravam do lugar.

— Olha se quiser ir embora, eu acho que vou ficar aqui, falta muito pouco para minha apresentação e eu estou digamos que com... Muito medo! – Disse convicta e ele riu.

— Medo? – Franziu as sobrancelhas. – Nem de patins eu sei andar! – Revelou e a menina subiu as sobrancelhas, evitando rir.

— Sério? – Ele assentiu e ela sorriu de um jeito totalmente novo para ele, mas que logo descobriu o que era.

— Maya, não... – Disse tentando se afastar.

— Desculpa, mas você acabou de dizer que não sabe patinar para uma patinadora em uma pista de patinação. – Deu os ombros. – Agora vai ter que tentar. – Ela ficou de pé e foi até um lugar que tinha ali perto e trouxe um par de patins. – Toma, coloque isso!

— Maya, é sério! – Ele disse, mas não adiantou nada. Maya apenas deu os ombros e cruzou os braços. — Quer saber? Eu não queria falar nada para não desbancar você, mas vou te contar um segredo. – Disse enquanto calçava os patins. – Eu sou um mestre da patinação no gelo e posso te deixar na chinela, sabia?

Willian foi para pista de patinação com Maya, que logo estava no meio do lugar.

— Se eu fosse você, eu ficaria com medo de perder o seu posto de patinadora do prédio para mim, ok? – Ele tentou andar, mas se desequilibrou, segurando na barra de segurança que tinha ali, ficando em pé.

— Você não consegue nem ficar em pé. – Disse de braços cruzados segurando o riso.

— Shiu! – Ele pediu colocando a mão na boca pedindo silêncio. – Fica quieta! – Disse tentando girar e dar uma pirueta. – Há! – Exclamou. – Viu como eu sou muito bom? — Maya não pode evitar o riso, tanto é que jogou a cabeça para trás enquanto ele tentava chegar perto dela, mas se não fosse pela grade, iria cair de bunda no chão congelado. — Vai ficar ai olhando ou vai vir me ajudar? – Perguntou mais sério arqueando as sobrancelhas, olhando para ela.

— Agora quer a minha ajuda? – Perguntou cínica. – O que aconteceu com o mestre da patinação? – Ela deslizou pela pista de gelo parando na sua frente, de braços cruzados.

— Acho que foi jogar bola. – Maya riu, e estendeu a mão para ele.

— Vem! Eu te ensino a patinar. – Willian agarrou a mão dela e logo ela o puxou para o meio da pista. — Apenas desligue-se e deslize. – Maya foi até um rádio que tinha ali e apertou alguns botões colocando uma música qualquer par tocar.

Maya fez com que as mãos de Willian lhe seguram na cintura e deixou o corpo ir de um lado para o outro, estalando os dedos e movimentando a cabeça no ritmo da música. Ele riu fazendo que não com a cabeça e ela apenas apontou para os pés lhe mostrando os movimentos. Willian sempre foi um ótimo aluno e aprendia rápido por isso logo sabia os movimentos e podia acompanhá-la com mais facilidade.

— Viu, é fácil. – Disse tirando as mãos dele da sua cintura e voltando a segurar sua mão e foi aos poucos afrouxando seus dedos. Willian agarrou sua mão com mais força na mesma hora.

— Não me solta! – Pediu arregalando os olhos e ela riu, se virando e ele voltou a repousar as mãos em sua cintura fina.

Logo eles começaram a se mover pela pista. Maya o guinchava por toda a extensão do lugar enquanto ele apertava a cintura da garota e tentava não cair. Às vezes a menina ia rápido demais, o deixando meio desnorteado e desesperado, por quase o soltá-lo, mas o resgatava logo-logo. Não tardou para música terminar e ofegantes os dois param no meio da pista, um de frente para o outro. Outra música começou logo em seguida.

Estar frente a frente nunca foi muito confortável, mas nenhuma das duas outras vezes parecia estar sendo intensa como agora. Maya podia sentir a respiração de Willian e podia ver as lufadas que quase atingiam o seu rosto, com uma fumaça a vapor saindo da sua boca por causa da temperatura ali. Willian ainda lhe segurava pela cintura e fazia um percurso boca-olhos, enquanto eles se deliciavam com o cheiro um do outro.

— Você é uma ótima professora. – Ele disse se aproximando mais do rosto da garota.

— E você, um ótimo aluno. – Ele riu, se desequilibrando e puxou a garota para cima de si, quando ele caiu de costas no chão. – Acho que está precisando treinar mais. – Ela disse se deitando sobre o peito dele, elevando o rosto – Machucou? – Perguntou preocupada.

— Não. – Ele disse, alisando a cabeça. – Mas acho que irei precisar mesmo de mais aulas.

Eles estavam de novo olho no olho. Maya sentiu um nó se formando na sua garganta e um pequeno mal estar no estômago, típico de menininhas de colegial quando se apaixonam a primeira vez e ficavam tão próximas do garoto que gostavam, quanto Maya estava próxima de Willian agora.

Ela engoliu a seco, mas não desviou o olhar. Maya passou a mão no rosto de Willian, tirando uma mecha do cabelo rebelde de cima do seu rosto.

— Já é a terceira vez que isso acontece. – Disse Maya olhando-o nos olhos.

— Mas isso aqui é a primeira vez. – Constatou puxando a menina pela cintura, lhe selando os lábios.

Ela não esperava por aquilo, principalmente quando Willian se virou, prensando-a no chão gelado, sem poder fazer nada, apenas se render aquele beijo que parecia ser o primeiro de uma vida inteira. Willian explorava a sua boca com vontade, mesmo o beijo sendo lento e íntimo. A língua dele parecia ferver ainda mais do que o sangue dela naquele momento, que de tão quente, poderia descongelar toda aquela pista. Os lábios eram macios e sedosos, fazendo com que nenhum dos dois quisesse mais se soltar. Era como estar em transe eterno, como se a cada segundo faltasse apenas mais um para o paraíso.

Maya deixou que seus lábios se soltassem dos deles e foi abrindo os olhos devagar. Os olhos dele pareciam ainda mais claros da luz que emanava do gelo. Willian a olhava e aquilo a fez perceber que adorava quando ele fazia aquilo.

— Isso... Isso... – Ela começou.

— Isso não deveria ter acontecido. Eu sei disso. – Willian tirou o cabelo do rosto de Maya, que fechou os olhos com o toque. – Mas eu não me importo.

— Willian... – Disse passando a mão no rosto, tentando evitar olhar no fundo dos olhos dele.

— Naquele dia, no elevador. – Ele continuou ignorando seu protesto. — Eu disse que precisava de algo que valesse a pena me arrepender quando eu morrer. Eu gostaria de me arrepender por isso, apesar de tudo. – Willian passou a mão pela nuca de Maya, e lhe puxou, a trazendo para um novo beijo ainda mais súbito que o anterior.

— Ai, não faz isso! – Ela disse desesperada o empurrando no peito, ficando em pé em um salto, saindo da pista, correndo dali, para algum lugar que Willian desconhecia.

Maya empurrou a enorme porta que dava no vestiário, e Belém que observava tudo teve que se encolher para não ser esmagada pela menina, que se enfiou em um dos boxes do banheiro, fechou os olhos com força, levando a mão involuntariamente aos lábios.

Pensando bem, Maya não precisava de um P.A tanto quanto achava... Ela era capaz de se contentar com beijos súbitos e gelados feito aqueles.

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