Leonardo
Olho para minha filha e não sei nem o que dizer a ela. Só a abraço e aperto como se nunca mais fosse soltar.
Estou um pouco aéreo como se eu tivesse preso em um pesadelo. Não quero acreditar que aquele criminoso tem um dedo nisso.
James entra novamente na recepção. Demora cerca de 5 minutos e volta correndo.
- Arnaldo, pega o carro preto agora. - ordena e me olha. - O vigia disse que as duas pegaram um táxi do outro lado da rua.
- Pegaram um táxi? - por hora um alívio me toma. - Sozinhas?
- Sim. Entraram apenas as duas. - ele diz pensativo.
- Foram para onde? Tem algo estranho James. - falo.
- Muito estranho. Elas pegaram a esquerda. - o carro chegou. James assumiu o volante. Entrei ao lado e Lara atrás.
James vai pelo caminho compenetrado. Observando tudo como uma águia. Não sei se conseguiremos encontrar o táxi. São milhares deles.
Todos os táxis que fomos encontrando no caminho James encostava. Olhávamos para ver se via as meninas e nada.
A cada minuto eu ficava mais apavorado. Comecei a ligar para o celular da Laura o tempo todo. James também não saía do telefone. Ligando para algumas pessoas.
Não sou muito religioso, mas faço uma oração em silêncio e peço a Deus que tudo não tenha passado de um susto.
Olho constantemente para Lara. Ela está assustada e chorosa. Não gosto de ver minhas filhas assim. Se tiver um dedo do Pedro nessa história ele é um homem morto.
Estava prestando atenção a todos os carros que estavam a nossa frente. Todos os táxis. E o medo a cada momento me dominando. Meu celular toca e o atendo rapidamente sem ver quem é.
- Alô!! - atendo aflito.
- Léo. Cara vem para casa. A Laura ligou, falei com Isabella. Elas estão em um táxi sendo seguidas pelo tal Pedro.
- Desgraçado. Onde elas estão? - meu coração está dando saltos.
- Estão vindo para cá para a Mansão Ouro. Isabella falou que já estão perto. - - Fala e desliga.
- James. Para casa da minha mãe. O táxi que elas estão vai deixá-las lá.
Me permito respirar aliviado. Encosto no banco e fecho os olhos.
- Tem dedo do desgraçado mesmo? - James pergunta com raiva.
- Sim. Ele estava perseguindo elas. Acredito que a Bella o viu, se assustou e pegou o táxi levando a Laura junto. - deduzo.
- Temos que descobrir esse informante. Não podemos ficar assim, vulneráveis. - Ele diz com furia.
- Dessa semana não passa James. Pode acontecer uma tragédia por conta desse traídor. - falo irritado.
Ligo para Théo e ele não atende mais. Tento a Louise e me atende logo no primeiro toque. Me diz que a Laura está bem e que a Bella está ao lado dela. Sorrio. Foi realmente um susto.
Vou o resto do percurso calado. Pois James quando se fecha está pensando em estratégias e já sei que não posso interropê-lo.
Chegamos e passamos pela identificação da portaria. Meus pais moram em um condomínio de luxo na Lagoa. Só tem casas. E a segurança aqui é redobrada. Aquele verme jamais conseguiria entrar.
Assim que James pára, desço do carro feito um raio e corro para dentro de casa. Só quero abraçar minhas meninas.
Entro e encontro todos na sala. Numa conversa só. Minha filha vem ao meu encontro e a abraço. Me emociono. Pois elas são tudo na minha vida.
- Meu amor. Você está bem? - ela balança a cabeça que sim. - Eu te amo filha. Você é minha vida. Ninguém te fará mal. Eu juro. - digo com a voz embargada.
- Também te amo pai. Eu confio em você. - ela diz e sorri.
Olho na direção da Bella e a observo. Está sentada no sofá do canto. De cabeça baixa e torcendo as mãos em sinal claro de nervoso.
Me aproximo dela sob o olhar de todos, que já não me incomoda mais. Preciso abraçar a mulher que eu amo e dizer que tudo vai ficar bem.
Puxo a Bella pela mão e a faço levantar. Dou um abraço bem apertado e em seguida a beijo. Não consegui resisiti e pouco me importo se tenho uma plateia e se eles aceitam a Bella ou não.
Sinto a Bella bastante trêmula, mas ela corresponde ao beijo com a mesma urgência, mas logo o interrompe.
Sei o quanto é difícil para ela devido ás circunstâncias estar aqui. Mas assim o acaso quis.
Ela não me encara, olha para os pés. Eu levanto seu queixo e suas lágrimas caem.
- Amor! Eu sei exatamente o que está pensando. A culpa não é sua. Só preciso saber o que aconteceu. - a tranquilizo.
- Exatamente. Por tanto, comece a falar. - James entra em modo on.
- Quando desci, a Laura estava do outro lado da rua. Fui buscá-la. Quando a convenci e iamos retornar, vi o Pedro próximo a portaria. Ele lenvatou a camisa e mostrou a arma. - Ela começa a tremer.
Abraço a Bella e faço com que ela sente no sofá. James pede para continuar. Ela respira fundo e aperta minha mão em sinal de apoio.
- Não pensei em mais nada. Pedi para a Laura chamar um taxi para que eu não o perdesse de vista. Entramos e acabamos aqui. - Ela diz mais calma.
- Foi ideia dela. Perguntou se eu tinha alguém próximo. - Laura reitera, está no outro sofá junto da Lara.
Dou um pouco de tempo a ela para que se acalme e relaxe. Pois está tensa e tremendo. Sei em parte que é por estar aqui. Mas vou resolver isso.
Preciso falar com todos a respeito do nosso namoro. Sinto a Bella bastante desconfortável o clima na casa está tenso.
- Bom! Todos sabem do meu envolvimento com a Bella. Apenas o Théo não a conhecia pessoalmente. - falo olhando para todos.
Todos olham para a Bella e sinto que ela se encolhe. Minha mãe está séria. Já meu pai e irmãos sorriem na direção dela que devolve timidamente.
- A Bella e eu estamos namorando. Ela veio saber da Camila semana passada. Mas não é segredo para ninguém que não somos marido e mulher há meses. Apenas num mísero papel. Se vocês não aceitarem a Bella, é um direito que lhes assiste. Mas, exijo que a respeitem. - falo firme.
Todos me olham. As minhas filhas estão em contraste. Enquanto a Lara sorri sincera olhando para a Bella, a Laura está com o semblante fechado e não olha para ninguém.
- Eu lhe disse meu filho que não apoio devido as circunstâncias. Mas eu respeito e não vou me envolver. Você é grandinho e sabe o que faz. - Minha mãe diz nos olhando.
A Bella da um sorriso fraco em agradecimento. Pelo menos minha mãe não se envolver é muita coisa.
- Enfim uma nora de verdade! Seja bem vinda a minha casa e a minha família menina. - Meu pai fala e em seguida se aproxima e abraça a Bella.
- Seja bem vinda Bella. E se o negócio aí não der certo. To aqui. - Théo e suas gracinhas.
- Não preciso nem falar né Bella? - Loiuse sorriu em sua direção.
- Obrigada por me acolherem num momento tão delicado. - diz
Lara levanta e vem abraçar a Bella. O carinho que uma sente pela outra foi instantâneo. A primeira vista, eu diria.
- Laura, vem cá filha. - Ela resiste. - Por favor.
Ela me olha e não diz nada. Vejo que olha para minha mãe em busca de apoio. Dona Lúcia sorri e balança a cabeça de forma afirmativa. Ela então levanta e vem.
- Não espero que aceite a Bella. Não agora. Mas saiba que ela é uma pessoa maravilhosa. E só te peço que a conheça melhor. - falo segurando em sua mão.
Ela sorri, porém não diz nada e volta para o lugar que estava. Minha mãe nos chama para jantar. Bella me olha com receio.
- Jantamos e vamos para casa. Pode ser? - pergunto.
- Estou muito constrangida. Me sinto péssima. - fala sussurrando.
- O pior já passou. Relaxe. Ninguém vai te maltratar. - Garanto.
Fomos de mãos dadas para a sala de jantar. Já era tarde. Sentei, a Bella ao meu lado. Tento deixá-la mais confortável possível.
A conversa à mesa gira em torno de assuntos triviais. Nada é falado sobre o ocorrido ou sobre a Camila. Sei que meus pais são pessoas sensatas. Por isso permaneci aqui com a Bella.
Volta e meia minha mãe para e observa a Bella e a forma que eu a trato. A olho e ela sorri.
Acredito que um dia todos verão a Bella de uma forma diferente. Que a amem também. Vou batalhar por isso todos os dias. E sei que dará certo.
Não adianta viver preso em um relacionamento que já atingiu o nível do fracasso há muito tempo. Preciso viver em paz. Preciso de um amor verdadeiro. Encontrei tudo o que quero na Bella.
Bella comeu muito pouco. O prato quase não foi tocado. Sei que essa perseguição mexeu com ela. Como tudo relacionado ao Pedro.
Quando ficarmos a sós vamos conversar abertamente sobre tudo. Entre nós não pode haver mais segredos.
Não quero repetir nada do que aconteceu em minha relação com a Camila. Hoje sou outra pessoa. Me sinto feliz. Mais vivo.
Estávamos na sala nos despedindo. Vou levar Bella para casa e James vai levar as meninas.
Escuto a porta se abrir mas não presto atenção em quem entra. Estou abraçado a Bella de frente para meus pais e de costas para a entrada.
- Atrapalho a reunião da família feliz!?